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Nvidia GeForce RTX 3050: três anos sem sair do lugar

A Nvidia trouxe o GeForce RTX 3050, chip gráfico lançado originalmente para notebooks, para o mercado de placas de vídeo dedicas para computadores de mesa. Sim, faz literalmente uma semana que a gente viu a AMD fazer exatamente isso e dar muito errado. Será que dessa vez vai? Ou esse será mais um péssimo dia para a galera desesperada por uma placa de vídeo de entrada, mas ainda com uma performance decente?

Como é regra no mercado de hardware de entrada, esse produto usa as tecnologias da atual geração da Nvidia, mas com várias restrições. Apesar disso, é aqui que as diferenças aparecem quando comparamos com a RX 6500 XT lançada pela AMD semana passada. As reduções não vão além da conta, especialmente em especificações cruciais para o funcionamento da placa. Então foi mantido um total de 8GB de memória GDDR5 – diferente das versões de notebooks, que possuem modelos com apenas 4GB. Também nada de cortar trilhas PCIe, tendo um total de x16 canais de comunicação, o que quer dizer que mesmo em um sistema PCI Express 3.0 ela tem largura de banda suficiente para manter o chip gráfico em alta performance.

Onde estão os cortes, então? Comparando com uma RTX 3060, temos leves reduções como núcleos CUDA (de 3.584 para 2.560) e uma diminuição de uns 30% nas estruturas disponíveis. Por outro lado, também há uma redução de preços, com a RTX 3060 sendo lançada por US$ 329 enquanto a RTX 3050 foi anunciada por US$ 249. Ultimamente, preços sugeridos e praticados são duas realidades bem diferentes, mas vamos comentar isso mais para frente.

Começando pela performance, com FullHD, esse chip tem condições de encarar qualquer game em configuração Ultra ou ao menos no Alto com altas taxas de quadros.

Mesmo com Ray Tracing, ela tem condições de rodar, mas para esses cenários precisa ser combinada com técnicas como o AMD FidelityFX Super Resolution ou o Nvidia DLSS.

Em todos esses cenários, podemos ver um padrão em que a placa se situa 10 a 20% atrás da RTX 2060, e uns 25 a 30% abaixo da RTX 3060. Versus a concorrente da AMD no segmento de entrada, a Radeon RX 6600, temos dois cenários. Em rasterização, a placa da AMD tem ampla vantagem, abrindo de 15 a 30%. Mas é ligar algum recurso relacionado a Ray Tracing e a maior eficiência da Nvidia nessa área faz ambas as placas encostarem.

Mas tem um elemento a favor da RTX 3050 que pode tornar ela atrativa para a galera nas GTX 1050 e GTX 1060, a essa altura desesperados por um upgrade para continuar rodando lançamentos em alta qualidade: ela é a mais barata RTX introduzida até hoje. Isso faz com que traga tecnologias como aceleração de Ray Tracing e, especialmente, o DLSS. 

As técnicas de upscalling, especialmente o DLSS, tem trazido resultados impressionantes, mas tem limitações. E uma das maiores delas é que, se você não der pixels o bastante de informação, não há como um algoritmo ou mesmo o aprendizado da máquina reconstruir uma imagem final com alta qualidade. É por isso que o DLSS em FullHD é muito mais restrito que um DLSS em 4K – e a RTX 3050 não tem desempenho pra 4K nem com DLSS.

Em nossos comparativos, o DLSS em modo qualidade ainda mantém bom nível de gráficos e definição em 1080p, mas reduzir para o modo Equilibrado já vai impactar negativamente na definição. Isso não é uma surpresa, já que o DLSS em modo Qualidade no FullHD já usa de base a renderização em apenas 720p, e trazer para o equilibrado reduz isso para apenas 1114 x 626. Ou seja, começamos a ter pouquíssima informação para o machine learning trabalhar.

Mas há um bom intermediário: o 1440p. Com o bom desempenho da RTX 3050 em 1080p, dá para usar o DLSS em modo qualidade para ampliar do FullHD para o QuadHD, com resultados bem positivos tanto em performance quanto para a qualidade de imagem final. Abrindo mão do Ultra pelo Alto, e usando o DLSS em qualidade, é possível atingir uma taxa de quadros alta o suficiente em praticamente todos os títulos.

E o quanto é mais vantajoso ter o DLSS em vez do AMD FSR? Em comparação direta com os modos Qualidades e em 1440p, o DLSS claramente entrega mais definição na imagem e resolve melhor problemas de serrilhados em algumas bordas. Aqui é preciso dar uma ajuda para o FSR, deixar ele renderizar mais da imagem usando o modo Ultra Qualidade, e ainda assim o DLSS se sai melhor.

Olhando esses ajustes em um gráfico de performance, temos o seguinte cenário:

Aqui temos uma vantagem para a RTX 3050 (versus a RX 6600) pensando em quem está de olho em QuadHD . Em games que possuem DLSS, dá para buscar uma qualidade muito próxima à nativa com bom nível de performance, enquanto o modelo Radeon vai precisar ou renderizar nativamente, ou trazer essas perdas na qualidade final da imagem para habilitar o FSR. O resultado ainda é bom, mas inferior ao que o DLSS oferece.

Então, dessa vez faz sentido comprar um chip de notebook trazido para os PCs? Aqui temos uma situação completamente diferente da RX 6500 XT. Esse chip mantém todos os elementos para entregar uma boa experiência, como memória de vídeo suficiente, linhas PCIe não sendo um gargalo mesmo em configuração 3.0, possibilidade de fazer streaming ou gravações aceleradas por NVENC e, principalmente, uma performance bastante consistente, pronta para encarar FullHD em alta qualidade e até QuadHD com ajuda do DLSS. Mas tudo isso depende do preço.

Com valor próximo da RTX 2060 e com menos performance em muitos dos testes, esse modelo é o retrato da estagnação do mercado de placas de vídeo de entrada. Ela chega tendo dificuldades de se mostrar uma clara evolução sobre a placa lançada há três anos, com apenas algumas melhoras em RT e mais memória – e bem atrás da Radeon RX 6600 em vários cenários, que também tem um custo bem próximo.

Novamente uma placa que quase não é relevante versus modelos que estão no mercado há anos

Na teoria, é uma placa com bom nível de performance, mas, na prática, pra quem estava procurando uma nova placa de vídeo, não está trazendo praticamente nada de novo. E muito menos vai ajudar em algo na triste situação que é buscar uma placa de vídeo de entrada, com um balanço aceitável entre custo e performance.

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