O quadro de diretores da Activision Blizzard reelegeu nesta quarta-feira (22) Bobby Kotick para atuar como CEO da empresa pelo período de mais um ano. A decisão acontece em um momento no qual a companhia está envolvida em diversas acusações de assédio e de promover um ambiente de trabalho abusivo.

O que torna a reeleição de Kotick especialmente chamativa é o fato de o executivo ser o pivô de muitas das acusações feitas por funcionários e agentes externos. Ele é acusado de participar ativamente de práticas de assédio sexual e de assédio moral de ter resolvido diversas situações do tipo através de acordos extrajudiciais — em um dos casos, ele teria afirmado que mataria uma de suas secretárias.

As acusações contra a empresa e o executivo motivaram grupos como a Strategic Organising Center Investiment, que representa acionistas minoritários da Activision Blizzard, a cobrar a remoção do CEO de seu cargo. Eles afirmam que Kotick teria conhecimento das práticas abusivas conduzidas pela empresa e que teria trabalhado ativamente para acobertá-las e proteger seus perpetuadores. 

Acionistas votam a favor de relatórios sobre assédio

Durante a mesma reunião em que Kotick foi reeleito, dois terços dos acionistas da companhia votaram a favor da divulgação de um relatório anual sobre os avanços que ela tem para melhorar seu ambiente de trabalho. O quadro de diretores, que havia recomendado que a proposta fosse negada, afirmou que vai “considerar” implementá-la no futuro — apesar dos votos favoráveis, a votação não obriga que a Activision siga com a proposta.

Em um comunicado, a empresa afirmou que vai “considerar cuidadosamente a proposta” e que “permanece profundamente comprometida com um ambiente de trabalho respeitoso e acolhedor para todos os colegas”. Representante do grupo A Better ABK, Jessica Gonzalez afirmou no Twitter que os funcionários da companhia vão se assegurar de cobrar que ela cumpra suas promessas.

Na semana passada, a Activision Blizzard divulgou os resultados de uma investigação interna relacionada às acusações de abusos feitas contra elas nos últimos meses. Segundo a empresa, especialistas com experiência na área (cujos nomes não foram divulgados) chegaram à conclusão de que nenhum de seus executivos agiu ativamente para acobertar casos de assédio ou para proteger funcionários abusivos.
 

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Fonte: Rock Paper Shotgun