30 anos do SEGA CD - um dos pioneiros no uso de CDs para jogos

Para aqueles que não se “sentiram velhos” hoje, aqui vai uma informação que pode ativar a memória dos gamers dos anos 90: já fazem 30 anos que o Sega CD foi lançado. O aparelho trouxe a tecnologia laser para o Mega Drive, é considerado o acessório mais importante do console e, se não bastasse, é um dos leitores de CD pioneiros no mundo dos jogos.

O aparelho fez sua estreia durante o Tokyo Toy Show de 1991. No ano seguinte, chegou ao mercado norte-americano e o Brasil e outras regiões receberam o dispositivo em 1993.  Com abertura de bandeja motorizada e um painel sem botões, o Sega CD ficava encaixado embaixo do Mega Drive e levou a imprensa à loucura. 

Hardware

A grande missão da equipe de desenvolvimento do Sega CD era superar a NEC, concorrente que havia lançado um leitor de CD para o PC Engine dois anos antes. Para conseguir mais poder de processamento e velocidades de carregamento, o aparelho contava com 6MB de memória, que representa 12 vezes a quantidade de memória do PC Engine CD-ROM. Além disso, o aparelho tinha um processador Motorola 68000 extra, da mesma família que o utilizado no próprio Mega Drive, mas com velocidade ainda maior, para  processar efeitos de escala e rotação. Válido comentar que o Mega Drive já era o console com processador mais rápido do mercado naqueles tempos.

Apesar de ter, tecnicamente, superado o Mega Drive em especificações, o Sega CD chegou ao mercado com um valor um pouco acima do que a empresa gostaria. O objetivo era ficar na faixa dos US$200, ainda “acessível”, mas o custo de produção obrigou o preço a subir para US$300 – o que era um absurdo para a época e, inclusive, prejudicou as vendas da primeira versão. 

Jogos

Os primeiros games lançados no Japão para o aparelho foram versões melhoradas de Sol-Feace (Mega Drive/Sega CD) e Heavy Nova (Multi), que já existiam em cartuchos no Mega Drive. No “final de sua vida”, a biblioteca do Sega CD contava com mais de 200 jogos.

Uma característica de vários games para o Sega CD e que era considerada super inovadora na época foi o Full Motion Vídeo. Essa tecnologia permitia usar trechos de filmes pré-gravados para criar uma narrativa mais interativa. Até então, o mais comum eram animações simples e curtas em pixel art. Títulos famosos, por bem ou por mal, que usaram esse recurso são Night Trap (Multi), Road Avenger (Multi), Mad Dog McCree (Multi) e Dragon’s Lair (Multi).

Por outro lado, grande parte dos jogos lançados para o Sega CD sofreram com obstáculos, sendo considerados “nem tão bonitos assim” e “fracos”. Não há como confirmar, mas um dos motivos especulados para isso seria porque a Sega do Japão não enviou protótipos funcionais para a Sega of America devido à extrema rivalidade entre as divisões da empresa. Além disso, as desenvolvedoras ainda eram dependentes da limitação de 64 cores simultâneas do Mega Drive.

Mas alguns títulos que, ainda assim, tem uma boa reputação incluem Sonic the Hedgehog CD (Sega CD) e Lunar: Eternal Blue (Multi). 

A produção do Sega CD acabou em 1996. Sem contar Brasil e Austrália, foram vendidas cerca de 2,2 milhões de unidades.

Via: Gameblast