Empresas de tecnologia retiram equipes da Ucrânia temendo conflitos

O conflito entre Rússia e Ucrânia tem forçado executivos de empresas de tecnologias a realocar suas equipes para outras partes do mundo como forma de garantir sua segurança. Em uma entrevista ao site Axios, Vlad Panchenko, CEO da DMarket, afirmou que ofereceu voos a mais de 100 funcionários localizados em Kiev (capital da Ucrânia) para que eles pudessem se deslocar para Montenegro.

“Preciso cuidar das pessoas e de suas famílias e crianças”, afirmou Panchenko. O executivo afirmou que espera que a realocação seja temporária e, atualmente destinou um orçamento que garante dois meses de hospedagem às equipes afetadas. “Ninguém pode prever o que a pessoa que está governando a Rússia vai fazer”, afirmou.

O CEO da DMarket não está sozinho em sua decisão: Alexey Menshikov, chefe do estúdio independente Beatshapers, tem um plano de contingencia para mudar seus 30 funcionários para outro país em caso de necessidade — no entanto, ele afirmou que a maioria deles prefere permanecer onde está no momento.

Conflito pode afetar estúdios como a GSC Game World e a 4A Games

Entre os estúdios que possuem equipes localizadas em Kiev está a GSC Game World, desenvolvedora responsável pela criação de Stalker 2. Questionado pelo Axios, um representante da empresa disse que ela não vai comentar como está lidando com o conflito no momento atual.

A 4A Games, desenvolvedora da série Metro, também possui equipes na capital ucraniana, e sua dona atual, a Saber Interactive, afirmou que fornece a todos os funcionários a opção de trabalhar no exterior caso eles assim prefiram. Essa não é a primeira vez que a companhia tem que lidar com a consequência de conflitos: em 2014, ela mudou boa parte de sua equipe para Malta após a Rússia invadir a Crimeia.

Segundo Panchenko, da DMarket, sua decisão de mover suas equipes para outros países é fruto de suas experiências em 2014, que marcaram bastante sua infância. Ele afirma que já tem em mente alguns planos de longo prazo, mas tem a esperança de voltar para a Ucrânia em breve, sentimento compartilhado por muitos funcionários. “Eles têm raízes ali. Mas ninguém ficaria feliz, você sabe, de viver sob bombardeios”.
 

Via: Axios