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On The Road

On the Road: Visitamos o Museu da Intel no Vale do Silício!

O museu da Intel é um dos mais conhecidos do Vale do Silício e uma visita do Adrenaline era quase obrigatória. A sede da empresa fica na cidade de Santa Clara e o museu é um anexo ao enorme conjunto de prédios branco e azul que se estende por vários quarteirões, e compreende a área administrativa da maior companhia de semicondutores do mundo.

Logo que entramos no edifício Robert N. Noyce, nome do físico e co-fundador da Intel, fomos recepcionados por um guia que nos encaminhou para o museu. Ele nos acompanhou durante toda a visita que durou uma hora cheia de história e muitas curiosidades.

O início do tour foi marcado pela primeira foto oficial da empresa, tirada em 1969, com os aproximadamente 100 funcionários que a Intel tinha na época, incluindo os fundadores Gordon Moore e Robert Noyce. Será que ambos imaginavam que um dia a empresa teria 90 mil funcionários? Pois esse é o número aproximado de funcionários da Intel atualmente.


Fundadores e primeiros funcionários da Intel reunidos em uma foto datada de 1969

A empresa se chamou Intel, porque felizmente, ambos tiveram o bom senso de não adotar o nome ‘Moore Noyce’, pois este soava estranho, algo como ‘more noise’ (muito ruído), o que não pegava muito bem no ramo de eletrônicos, onde ruído geralmente é sinal de defeito. Dessa forma ambos adotaram o nome ‘MN Electronics’ por quase um ano e depois decidiram mudar para Integrated Electronics, ou simplesmente Intel. Muitas pessoas até hoje confundem o significado da marca com a palavra ‘Intelligence’ (inteligência). 

“Este tour não é sobre o que a Intel faz, mas sim sobre o que a Intel tornou possível” começou a falar Ryan, o nosso guia. Nessa hora quase ouvimos o famoso jingle “Boom… boom, boom, boom boom”.

Gordon E. Moore e Robert N. Noyce, os fundadores da Intel deixaram para o mercado de tecnologia uma herança muito importante. Gordon é o criador da lei de Moore, que diz que a cada 18 meses a capacidade de processamento dos computadores dobra, enquanto os custos ficam em uma constante. Essa lei, que está mais para uma constatação, foi feita em 1965 e que tornou-se realidade nos dias de hoje.

Já Robert N. Noyce foi o inventor do circuito integrado. Ele percebeu que o silício era um material que se transformado em condutor poderia ser usado para criar uma estrutura integrada onde transistores e circuitos elétricos pudessem fazer parte de um todo. E foi isso que revolucionou a tecnologia, o que fez aumentar o número de empresas do ramo. Por conta disso, Noyce, ou simplesmente Bob – como gostava de ser chamado, recebeu o título simbólico de “The Mayor of Sillicon Valley” (o prefeito de Sillicon Valley).

O caminho para o futuro

A trajetória da empresa começou em 1971, quando fabricou o ‘Intel 4004′, primeiro microprocessador lançado comercialmente. Utilizando o 4004 como base, a empresa lançou um dos primeiros microcomputadores do mercado. Durante toda a década de 1970 a empresa manteve o foco no desenvolvimento e fabricação de circuitos integrados, mercado muito rentável na época. Todas essas informações são documentadas e exibidas aos visitantes do Museu Intel, que podem verificar de perto várias raridades como o Altair 8080, lançado em 1975.

 

Linha do tempo: produtos da década de 1970

Em 1981, a IBM trouxe ao mercado um dos primeiros computadores pessoais do mundo usando o chip Intel 8088 tornando a informática acessível a todos. Já em 1983 o mercado de circuitos integrados perdeu a graça para a Intel. Os fabricantes japoneses do setor endureceram a concorrência, passando a praticar preços muito baixos e tornando a fabricação de RAM desinteressante economicamente, isso somado ao fato de que a IBM vinha obtendo sucesso com computadores pessoais, fez com que Andrew Groove, CEO da empresa, focasse o mercado de microprocessadores. Nerds de plantão, agradeçam!

A visita segue pelos corredores do museu mostrando diversos fatos curiosos da empresa, campanhas de marketing, maquete de uma fábrica de processadores, o porque da escolha do silício como base para fabricação dos processadores.

Na área de Marketing, o museu destaca a campanha Intel Inside, criada em 1991 e que logo se tornou um ícone ao tornar-se uma das mais conhecidos do mundo, transformando a Intel na empresa mais famosa do ramo de computadores. O museu da Intel traz grande destaque para todas as fases desse projeto, incluindo a campanha ‘Bunny people dancers’, que mostrava personagens dançando vestidos com a roupa usada nas fábricas da Intel, a campanha do ‘Blue Man Group’ e a do ‘Homer Simpson’, onde engenheiros colocavam chips no cerébro(?) do Homer, e ele se tornava inteligente.

Um prédio grande para chips pequenos

Uma fábrica da Intel tem quatro andares e aproximadamente 21 metros de altura. Mesmo assim, é em apenas um deles, o Clean Room, que são produzidos os chips de computador. Neste local o ar é filtrado muitas vezes para prevenir qualquer acúmulo de poeira ou sujeira. Lá  os funcionários precisam usar a Bunny Suit, que é uma roupa super  esterilizada cobrindo o corpo inteiro. No andar superior ao Clean Room está o Fan Room, responsável por controlar a entrada e saída de ar, temperatura e umidade da sala. Já no andar inferior está o Clean Sub Fab Level que foi criado para dar suporte ao Clean Room. Nele há bombas, transformadores e canos elétricos por onde passam gases, líquidos e detritos vindos da Clean Room e que vão direto para o Utility Room, onde ficam painéis de controle de energia e compressores que carregam o material que sai das ferramentas usadas na produção dos chips.

Continuando o tour, pudemos acompanhar de perto uma explicação sobre o porque da liga de silício ser usada na produção das famosas ‘bolachas’ de processadores, ou wafers. O silício é o segundo elemento mais abundante em nosso planeta, totalizando 25% do peso total da Terra, somado ao fato de ser um material semicondutor, pode ser alterado quimicamente permitindo transmitir e controlar a corrente elétrica, torna-se a base para fabricação de diversos componentes eletrônicos como circuitos integrados e microprocessadores.


O silício é base para a produção dos wafers.

Depois de passar por toda essa aula descontraída sobre a Intel nos deparamos com a lojinha de produtos da empresa. Lá não é possível comprar processadores mais baratos ou qualquer coisa deste tipo, na Intel Museum Store vendem-se apenas roupas, adesivos, acessórios e bonecos Bunny Suit. Fanático por chips de computadores vão adorar.

Fatos curiosos sobre o museu:

– O Museu foi fundado por Jean Jones, primeira secretária oficial da Intel e amiga de Robert Noyce e Gordon Moore – fundadores.

– Desde 1968 – ano da sua fundação – até 2005, a Intel manteve seu logotipo original, com o “e” rebaixado. Em 2005, já sob o comando de Paul Otellini, a empresa passou por um grande processo de reestruturação que incluía a modernização do logotipo da empresa, passando a adotar um logotipo inspirado no logo do programa Intel Inside.

– Em 1968, uma passagem aérea de Nova York a Paris custava pouco mais de $ 800 dólares e o voo demorava cerca de 8 horas. Caso a indústria de aviação tivesse adotado a Lei de Moore, esse mesmo voo hoje duraria 1 segundo e custaria menos de 1 centavo. Hipoteticamente, claro.

– Na parte central do Museu da Intel, há uma sala de aula onde professores vestidos com roupas semelhantes as Bunny Suits ensinam noções básicas sobre microprocessadores. As crianças tem a oportunidade de fazer atividades práticas relacionadas ao que aprenderam, instigando o interesse pelo assunto. Futuros alunos de Stanford…

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