O inventor holandês Boyan Slat planeja colocar em ação já em 2018 um plano para posicionar uma frota de coletores de lixo em alto mar no Oceano Pacífico, com o objetivo de limpar uma gigantesca mancha de lixo composta de plásticos acumulados na região.
Para se ter uma ideia de seu tamanho, o capitão do navio que a descobriu disse que levou uma semana para cruzá-la. Nesse período, ele relata não ter achado sequer uma única área limpa no meio do lixo.
A ideia de Slat é de posicionar conjuntos de âncoras submarinas que vão ficar cerca de 600 metros abaixo da superfície. De acordo com ele, as correntes marítimas vão levar o plástico até os seus sistemas. O vídeo abaixo mostra detalhadamente como deverá funcionar o processo:
“Esses sistemas vão ficar à deriva ou gravitar até onde o plástico está”, explica Slat. “Ao invés de conseguirmos limpar 42% desse lixo em 10 anos [com o sistema antigo], agora será possível limpar 50% em 5 anos”, defende, falando sobre a vantagem do novo sistema de âncoras.
Ainda de acordo com o inventor, a alteração no design permitiu que ele convencesse um grupo de doadores a investir mais US$ 21,7 milhões na sua organização sem fins lucrativos, chamada The Ocean Cleanup.
Cientistas discordam do plano
Desde que Slat divulgou seus planos, cientistas e oceanógrafos fizeram uma série de críticas às ideias do criador. Para começar, a organização não parece ter se preocupado com o caso de tempestades ou correntes mais extremas. Isso poderia quebrar o sistema e ainda piorar a poluição no local, como aponta o site Deep Sea News.
Já outros cientistas estão preocupados que as âncoras podem atrair peixes e outros animais marinhos, e que então podem ingeri-los. Também não se sabe o quanto desse lixo realmente será reciclável. Uma grande parte desses plásticos está bem bem fundo, onde o sistema não poderá coletá-lo.
Sistemas seriam mais eficientes perto da costa
O principal ponto de crítica é sobre a área de foco da retirada do lixo. O oceanógrafo Kim Martini, por exemplo, diz que essas âncoras deveriam ser colocadas mais perto das costas e das margens, que é por onde esses plásticos entram no oceano.
“Focar em limpar em limpar essas regiões, na opinião da comunidade científica, é um esforço desperdiçado”, defende o biólogo marinho Jan van Franeker. “É muito dinheiro para reduzir algo que desparece em 10 a 20 anos, se você parar de poluir”, explica.
Para finalizar, os cientistas estão preocupados que um projeto tão tecnológico de limpeza pode distrair o público em relação a esforços menos glamourosos de diminuir o uso de plástico.
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