Antes de chegar ao Japão, Netflix é lançado em Cuba custando um terço do salário médio

Cerca de 2 meses depois de Cuba e Estados Unidos reatarem suas relações, acontece o que poderia ser um grande marco na maneira como os habitantes do país consomem séries e filmes. Antes mesmo de ser lançado no Japão, o Netflix chegou em Cuba.

Só que, para assinar o serviço, logicamente é necessário ter uma conexão com a internet. Apenas isso já é um grande impeditivo, já que o acesso à grande rede é limitadíssimo no país. Apenas 5% dos habitantes possuem internet em casa. O acesso caseiro é restrito a médicos, jornalistas, pesquisadores, intelectuais e artistas.

A maior parte dos habitantes utiliza lan houses para acessar a internet, e isso não sai barato. O preço é de US$ 4,50 a hora (cerca de R$ 12). Considerando que o salário médio na ilha é de cerca de US$ 20 (R$ 55), a ação acaba se tornando um luxo.

O preço da assinatura básica do Netflix é de US$ 8 (R$ 22), o mesmo cobrado nos Estados Unidos e na maior parte da América Latina. No Brasil, ele custa um pouquinho mais barato, saindo por R$ 18 por mês na versão básica. Aqui, ele custa 130 vezes menos do que o salário médio, que é de R$ 2.340, segundo o IBGE. Só que, em Cuba, esse valor é pouco menos da metade da renda média do país.

Considerando isso, é bem provável que os cubanos terão que continuar usando meios semi-legais para assistir séries e filmes. Como revelou uma reportagem do jornal inglês The Guardian, há pessoas que têm como trabalho vender, semanalmente, arquivos piratas de séries, filmes, revistas, aplicativos e anti-vírus para aqueles que não possuem internet. Com isso, os cubanos têm acesso a séries como Breaking Bad ou The Walking Dead e também a documentários da BBC, mangás japoneses e até telenovelas brasileiras.

{via}Engadget|http://www.engadget.com/2015/02/09/netflix-cuba/{/via}