
OPINIÃO | Série de Halo acerta ao apresentar Master Chief de "cara nova"
Episódio 1 já está disponível no serviço de streaming Paramount+; novos episódios toda quinta-feiraUma das franquias de maior sucesso da história dos games, Halo finalmente iniciou a sua jornada rumo à conquista de novos públicos. A adaptação da franquia em série de TV estreou nesta semana no serviço de streaming Paramount+.
Serão 9 episódios nesta primeira temporada – uma segunda já está confirmada -, liberados todas as quintas-feiras. Entre as muitas curiosidades que a série despertou no público, um detalhe acabou ganhando mais destaque até mesmo do que o primeiro episódio em si: a revelação do rosto de Master Chief.
A nova cara de Halo na TV
Steven Kane, cocriador da série Halo, foi taxativo em suas entrevistas: evitou simplesmente adaptar trechos do jogo para a série.
“Nós não olhamos para o jogo. Nem falamos sobre o jogo. Falávamos dos personagens e daquele universo. Então nunca me senti limitado por aquilo ser um game.”
De fato, muito do que conhecemos de Halo é reconhecível nos primeiros minutos do primeiro episódio. Os Spartans, a UNSC e, claro, Master Chief e sua equipe. Porém, as referências terminam por aí. Halo, a série, desenvolve um arco próprio a partir de então – o que parece ser uma decisão acertada nesse primeiro momento.
É emblemática a cena em que Master Chief tira o capacete e, finalmente, conhecemos seu rosto – o bom ator Pablo Schreiber é quem faz o papel principal. Sem spoilers, mas se trata de um momento de reflexão no qual os objetivos do personagem são repensados. Não é nada que vimos até então em nenhum dos jogos e simbolicamente essa pode ser considerada uma “passagem de bastão”: o que vimos nos jogos acaba aqui, o que veremos a partir de agora é um novo universo se desenrolando com vida própria.
“A decisão de remover o capacete do Chief não foi uma decisão feita tranquilamente, nem foi uma decisão precipitada que tomamos quando nos propusemos a fazer a série. Dito isso, sempre foi nosso objetivo que a série entregasse uma experiência diferenciada dos jogos, e não uma cópia de carbono”, destacou Kiki Wolfkill, produtora executiva da série.
Muito potencial de desenvolvimento
A série Halo aposta em um plot que não é original, mas utiliza elementos do game em diversos momentos para fazer referências capazes de atrair os fãs. Além de armas e personagens, temos o uso da câmera em primeira pessoa, colocando o espectador no centro da ação em algumas batalhas.
As batalhas iniciais no ataque Covenant se mostram sanguinárias o bastante para justificar uma classificação etária mais alta – 16 anos, no Brasil. De resto, vemos intrigas políticas, com instituições governamentais colocando seus próprios interesses à frente de liberdades pessoais e vidas humanas.
Apesar do bom primeiro episódio, confesso que senti ainda que muitas pontas soltas ficaram no ar. Talvez, se a Paramount+ tivesse optado por liberar dois episódios no lançamento seria mais fácil estabelecer as bases do roteiro que se desenvolverá ao longo da temporada.
Em resumo: Halo, a série, atendeu as minhas expectativas até aqui nessa adaptação – ou readaptação, podemos assim dizer. Vamos torcer para que o roteiro siga esse bom caminho daqui por diante e não recaia em soluções simples como mero fan service ou batalhas intermináveis apenas para demonstrar CGI. A sensação que fica é que há uma boa história para ser contada vindo por aí. E aí, vocês gostaram do primeiro episódio de Halo?
Halo é uma série exclusiva da Paramount+. Novos episódios vão ao ar toda quinta-feira, a partir das 5h.