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Nintendo

Jogos desconhecidos, mas que merecem uma chance

Quem gosta e acompanha o mundo dos jogos eletrônicos sabe que toda semana são lançadas dezenas de jogos para todas as plataformas, seja PC, Playstation, Xbox ou Switch. Existem jogos pra todo gosto, de corrida à ação e aventura, passando por puzzles, jogos de tabuleiro e RPGs. Alguns possuem qualidade duvidosa que chega a ser estranho conseguirem acordo para aparecer em alguma plataforma. Isso acontece muito no PC, mas ultimamente muitos jogos ruins – até malfeitos e bugados, têm surgido nos consoles, como é o caso do “lendário” Life of Black Tiger para Playstation 4.

A quantidade de jogos indies sendo lançados e as centenas que ainda estão na fila de espera, tem ajudado o crescimento das plataformas. Imaginem se o Playstation 4 e o Xbox One só tivessem jogos de grandes estúdios? Obviamente não teriam novidades toda semana, ou talvez teríamos um ou dois meses sem lançamentos. Quase 80% dos jogos lançados atualmente nos consoles são de produtoras independentes.

A Microsoft se mexeu primeiro e anunciou em 2015 um programa especifico para jogos indies chamado de ID@Xbox, onde ela daria suporte para as pequenas produtoras lançarem seu jogos em suas plataformas (Windows 10 e Xbox). O sucesso é grande, e existe uma área especifica de jogos indies em sua loja virtual, tanto no Windows quanto no Xbox.

Depois de explicar a importância dos jogos indies, ou independentes, como queiram, de hoje em diante trarei indicações de alguns games que possivelmente pouca gente conhece. Essa ideia surgiu da dificuldade de achar informações e/ou opiniões de jogos desconhecidos. Muitas vezes você vê uma imagem linda na loja, uma descrição bacana e no final das contas o jogo é horrível, malfeito e bugado.

É bom lembrar que os jogos que tratei na coluna não são necessariamente baseados no meu gosto, mas sim baseados na qualidade do jogo. Ou seja, se é bem realizado, bonito, se a ideia é boa, se condiz com a atual plataforma para qual ele foi lançado, e se o valor é justo para o que o jogo oferece.

O mais importante é dizer que jogo indie não é sinônimo de jogo pequeno ou genérico. Existem excelentes jogos indies que não devem nada aos grandes estúdios, como é o caso do consagrado Hellblade. O que dizer de CupHead? E o Inside? Que tal o belíssimo Ori and The Blind Florest?

Nesta edição trago cinco jogos lançados para PC, PS4, Xbox One e Nintendo Switch, que são Last day of June, Impact Winter, Omensight, Welcome to Hunwell e Walden.

Last Day of June


Produtora: Ovosonico
Plataforma: PS4, PC e Switch
Nota: 9.0

Para começar, trarei um que acho fundamental pra quem gosta de jogos com fundo emocional. Trata-se de Last Day of June que chegou ao PS4 e PC quase no fim do ano passado, mas que foi lançado recentemente para Nintendo Switch.

Last Day of June recebeu vários prêmios devido à sua qualidade técnica e inovação. É bom dizer que ele possui gráficos estilizados com um toque à la Tim Burton, já que a animação ficou a cargo de Jess Cope, que trabalhou na produção cinematográfica Frankenweenie.

O jogo traz a história do casal apaixonado Carl e June, que moram em um pequeno vilarejo junto com outras pessoas, que se transformarão em importantes personagens no decorrer do jogo. O game começa com um belo dia de sol, quando Carl e June estão se declarando um para o outro na beira de um lago. Tudo vai bem, até a volta para casa. Ao evitar um atropelamento, Carl bate com o carro e June morre. Para piorar tudo, Carl fica paraplégico, passando a viver em uma cadeira de rodas. Extremamente trágico, esse é o ponto de partida de Last Day of June.

O jogo dá um enorme salto no tempo e Carl se vê sozinho no vilarejo. A partir daí o jogador controla Carl em sua cadeira de rodas, onde tenta mudar o passado controlando quatro personagens, a fim de modificar os eventos do trágico dia. Obviamente que não darei mais detalhes da história. Mas é algo que faz pensar muito no fato de até que ponto você iria para ajudar alguém ou ter a chance de se despedir de um grande amor.

O trailer do game é um dos mais emocionantes, e tristes, dos últimos anos. Confira:

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Impact Winter


Produtora: Mojo Bones
Plataforma: PC, PS4 e Xbox One
Nota: 8.0


Impact Winter é um jogo do programa de indies da Bandai Namco, que leva o gênero sobrevivência a um novo patamar devido à sua dificuldade e engenhosidade em cuidar de outros personagens e tentar sobreviver a um caótico mundo atingido por um asteroide que deixou a terra sob uma nevasca constante. Ufa!

A dificuldade do game se dá pelo fato do jogador literalmente ter que cuidar dos sobreviventes, até mesmo fazendo comida para cada um deles e dando água. Além disso o tempo corre contra: o objetivo do game é manter os sobreviventes vivos até a chegada do resgate, que só ocorrerá em trinta dias.

Para conseguir mantê-los vivos, seguros e aquecidos, o jogador precisará sair do refúgio (uma igreja) e investigar inúmeras áreas isoladas a fim de encontrar suprimentos, ferramentas, itens, mais sobreviventes e ainda achar mais locais “aparentemente” seguros. O grande problema é que há uma nevasca gigantesca, e se demorar demais na área externa, os sobreviventes podem morrer de fome, de frio, de sede, adoecer, se rebelar, etc.

É bom que se diga que o jogo é extremamente detalhado em termos de gameplay, o que pode afastar algumas pessoas. Além de procurar alimentos, cozinhar e ainda dar recursos a cada uma das pessoas, há o fato de ficarem doentes e você ter que procurar remédios e medicá-los. Alem disso há ainda as vestimentas, desde roupas até cobertores. Há também a fogueira que ajuda a manter todos aquecidos, e que, claro, precisa de lenha.

Impact Winter é extremamente estratégico. Aqui tem que pensar duas vezes se você vai mesmo ajudar o sobrevivente X, Y ou Z. Se vai fazer os favores que eles pedem em troca de algum craft especifico. Se é a hora de sair do refúgio e tentar a sorte buscando itens em outros locais. Se quer ficar no refúgio e ver no que vai dar. A escolha é do jogador.

O grande problema do jogo é que, por ter muitas opções, menus complexos, detalhes ao extremo, muita informação, não há suporte para o Português. Hoje em dia é mais comum você ver jogos em Português do que  sem suporte ao idioma, portanto não deixa de ser um ponto negativo.

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Omensight


Produtora: Spearhead Games
Plataforma: PS4 e PC
Nota: 8.5

Omensight é um lançamento para PS4 e PC onde o jogador encarna um guerreiro chamado Augúrio, um Harbinger que tem o poder de prever o futuro e controlar o tempo, ou seja, o jogador poderá repetir algumas vezes o fatídico dia da destruição de Urralia afim de descobrir o que de fato aconteceu por trás de tudo, ou quem sabe reescrever seu destino.

O jogo usa um gráfico cartunesco, bem colorido, com belíssimos efeitos de iluminação e sem serrilhados aparente. E para deixar tudo ainda mais belo, a suavidade é o ponto alto do gameplay. O áudio também se destaca com a presença de renomados talentos como a dubladora Patricia Summersett de Zelda: Breath of the Wild e Julian Casey de We Happy Few e Stories.

Omensight mistura o estilo Hack and Slash com toques de RPG e investigação. Aqui o jogador vai poder lutar ao lado de personagens importantes no dia da destruição de Urralia, mas com um porém: não se sabe quem de fato está do lado do bem e do mal. Ou seja, você irá lutar contra ou a favor do reino de Urralia.

O objetivo de lutar ao lado de outros personagens (como se fosse um jogo cooperativo) é descobrir pistas sobre o “companheiro” e ao final de cada dia tentar desvendar o mistério usando o poder Omensight. É importante ficar atento ao cenários e acontecimentos para poder achar as pistas, que por muitas vezes são bem sutis.

O mais interessante é reviver a guerra que destrói Urralia em diferentes perspectivas. Você saberá os motivos e razões para a sua destruição. E ainda poderá modificar o desfecho de tudo, até mesmo evitar que o reino seja realmente destruído.

Os menus e legendas do jogo estão todos em Português, o que é um ponto alto já que ele possui vários trechos com explicações sobre a história e sobre cada um dos personagens, e ainda detalhando cada um dos poderes e upgrades que Augúrio faz no decorrer da jogatina.

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Welcome to Hanwell

Produtora: Nathan Seedhouse
Plataforma: PS4 e PC
Nota: 8.0

Welcome to Hanwell é um jogo de terror pesado, nojento e grotesco. E isso é ótimo! Existem poucos jogos assim para consoles, lembrando que no PC existem dezenas e que muita gente sequer conhece. É importante dizer que além do gênero terror, ele é no estilo mundo aberto onde o jogador terá a cidade inteira de Hanwell ao seu dispor.

Hanwell é uma cidade tomada por anomalias de todo tipo, mas nem sempre foi assim. Antes a cidade era protegida pela HCPP, um órgão do governo criado especificamente para a proteção e segurança da população. Após a destituição do governo, a cidade foi tomada pelas tais anomalias, entrando em quarentena, sendo isolada do mundo exterior.

A jogabilidade é em primeira pessoa, podendo usar ou não as armas que encontrarem pelo caminho. Além de combater as criaturas (ou fugir delas!), o jogador terá o papel de também investigar os locais, lembrando que cada localidade na cidade possui uma história paralela, o que deixa o jogo mais interessante.

O visual do game tem seus altos e baixos. Por sorte, as partes altas são justamente as mais nojentas e grotescas, onde os detalhes gráficos de sangue, restos de corpos, entranhas e monstros, estão acima da média principalmente com relação às texturas e efeitos de iluminação. Já por outro lado, algumas partes da área externa são precárias, “quadradas” e sem vida, o que leva a crer que a Nathan Seedhouse priorizou os interiores dos locais.

O jogo foi lançado para PS4 no dia 18 de maio, mas já havia saído para PC ano passado. A versão PC teve vários problemas de jogabilidade e de controle no lançamento, que a fez receber várias criticas negativas por parte dos jogadores. De lá pra cá, vários patchs, hotfix, e modificações corrigiram a grande maioria dos problemas. É importante dizer que estes problemas relatados na versão PC não existem na versão do PS4.

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Walden, a game

Produtora: Game Innovation Lab
Plataforma: PS4 e PC
Nota: 7.5

Walden é um jogo peculiar de fundo filosófico e educacional que, embora tenha suas qualidades, provavelmente não agradará todo mundo. O estilo usado, “walking simulator”, ou simulador de caminhadas, é amado ou odiado. Aqui não há meio termo. Por ser um tipo de jogo considerado lento, feito mais para relaxar do que para divertir, muita gente torce o nariz sem ao menos testar um game desse estilo.

Em Walden você vai encarnar o filósofo e naturalista Henry David Thoreau em seu experimento autossustentável no lago Walden (Massachusetts, EUA). Com uma duração média de seis horas, a história começa no verão de 1845, quando Thoreau se muda para o lago e constrói sua cabana lá. A jogatina inicia a partir do primeiro dia, quando ele precisa sobreviver na floresta encontrando comida, madeira e outras coisas mais, afim de manter seu abrigo, seus mantimentos e suas roupas. Roupas?!? Sim! Aqui você até costura suas próprias roupas!.

Bom, ao mesmo tempo em que se esforça para sobreviver, você é encorajado a explorar a floresta e o lago, interagindo com personagens da vida de Thoreau, incluindo o mentor Ralph Waldo Emerson, a irmã Sophia Thoreau, o editor Horace Greeley, o ativista A. Bronson Alcott, o naturalista Louis Agassiz, entre outros.

É importante dizer que Walden demorou 10 anos para ser produzido e é uma adaptação de uma literatura educacional muito usada em salas de aulas. Inclusive há um programa especifico para educadores onde os produtores oferecem um serviço para usar o game em salas de aula. No Brasil ele é conhecido como A Vida nos Bosques.

Como Walden foi feito para ser usado de forma educacional, os produtores não priorizaram gráficos. É notório que o jogo usa um visual por vezes datado, mas em alguns momentos ele se torna bonito, principalmente dentro da floresta ou à noite quando se usa uma espécie de Lampião para iluminar o ambiente. Usando efeito blur juntamente com a suavidade da movimentação, o gameplay se torna prazeroso já que tudo roda extremamente liso.

Devido às suas características filosóficas, educacionais e documentais, Walden recebeu vários prêmios e dentre eles, alguns curiosos como o New Frontier do renomado Festival de Sundance, um prêmio do International Documentary Film Festival e ainda uma Menção Especial do Interactive Award Sheffield Doc Festival.

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Bom pessoal, vou terminando esta primeira edição dessa série onde falo de games “menos famosos”, que saem toda a semana para todas as plataformas. Alguma sugestão? Critica? Deixa nos comentários, que responderei assim que possível.

 

Abraço, e até a próxima.

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