JÁ foi o tempo em que vídeogames era um hobbie segregado a crianças, adolescentes e um pequeno grupo de adultos entusiastas. Eramos conhecidos como nerds, geeks ou qualquer outro termo anglo-saxão depreciativo. Ser Gamer era algo ruim. Hoje gamer é qualquer um com um smartphone na mão: sua tia lhe incomoda o tempo todo com convites de jogos nas redes sociais ou, no intervalo da novela, aparece uma propaganda de um console de última geração. Todo mundo é nerd e, ao mesmo tempo, ninguém mais é nerd. É por isso que um filme como “Video Games: The Movie” existe.
A entrevista é a principal ferramenta do filme, trazendo diversos desenvolvedores e pioneiros no meio para dar um olhar mais preciso e pessoal sobre o passado e o presente. Nomes de grande peso como o criador do Atari, Nolan Bushnell, Hideo Kojima (Metal Gear Solid), Peter Molyneux (Black & White), Cliff Blezinski (Gears of Wars) e Regie Fils-Aime (Nintendo) são contrastados com as opiniões pouco empolgantes e muito rasas de celebridades nerds americanas que parecem apenas querer nos convencer de que video games são legais. As hipérboles, neste caso, são a sua principal ferramenta de argumentação, raramente utilizando uma experiência mais pÁlpavel de algum entrevistado.
Como uma historiografia dos jogos eletrônicos, o filme se sai muito bem, apesar dos efeitos visuais bregas e repetitivos. A preocupação aqui é informar mais do que em divertir ou evocar a mesma sensação que o meio que estÁ abordando. A qualquer momento parece que o narrador, Sean Austin (aquele que ajudou a carregar o Um Anel), vai testar os nosso conhecimentos sobre as estatísticas que o filme dispara contra o público. Video Games: The Movie se leva tão a sério que chega a citar Gandhi e JFK, numa tentativa barata e desnecessÁria de validar o meio.
Como se a opinião de Chris Hardwick não fosse o suficiente pra me convencer que jogos fazem bem a sociedade
DocumentÁrios sobre games mais interessantes não faltam: “Indie Game: The Movie” foi lançado dois anos atrÁs e acompanha três desenvolvedores de games indies e seus conflitos. No começo dete ano ainda saiu o “Free to Play“, documentÁrio produzido pela Valve sobre os jogadores profissionais de “Dota 2“. Mas enquanto esses filmes focavam o seu olhar sobre um grupo seleto de pessoas, seus dramas e batalhas, “Video Games: The Movie” parece apenas uma lista, mal organizada e anticlimÁtica, sobre tudo o que é videogame. Se você quiser informar a sua tia e conseguir tirar os olhos dela de “Candy Crush”, mostre esse filme para ela. Você provavelmente vai se interessar mais por algo como Os Reis do Kong: Uma Disputa Acirrada.
O filme estÁ disponível para compra em seu site oficial.
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