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Video Games: The Movie, ou hoje eu aprendi o que é videogueime

JÁ foi o tempo em que vídeogames era um hobbie segregado a crianças, adolescentes e um pequeno grupo de adultos entusiastas. Eramos conhecidos como nerds, geeks ou qualquer outro termo anglo-saxão depreciativo. Ser Gamer era algo ruim. Hoje gamer é qualquer um com um smartphone na mão: sua tia lhe incomoda o tempo todo com convites de jogos nas redes sociais ou, no intervalo da novela, aparece uma propaganda de um console de última geração. Todo mundo é nerd e, ao mesmo tempo, ninguém mais é nerd. É por isso que um filme como “Video Games: The Movie” existe.

O filme busca abarcar toda uma indústria, uma cultura cada dia mais popular. Sua estrutura chega a ser educativa, boa parte do filme utiliza uma linha do tempo para contar a história da indústria e correlacionar com fatos mais atuais. Partindo da invenção dos primeiros jogos eletrônicos com telas, passando pela crise da indústria em meados da década de 80 até às gerações de consoles atuais. Muitas questões são abordadas (e outro tanto esquecidas) e um panorama amplo sobre a cultura gamer é desenhado.

A entrevista é a principal ferramenta do filme, trazendo diversos desenvolvedores e pioneiros no meio para dar um olhar mais preciso e pessoal sobre o passado e o presente. Nomes de grande peso como o criador do Atari, Nolan Bushnell, Hideo Kojima (Metal Gear Solid), Peter Molyneux (Black & White), Cliff Blezinski (Gears of Wars) e Regie Fils-Aime (Nintendo) são contrastados com as opiniões pouco empolgantes e muito rasas de celebridades nerds americanas que parecem apenas querer nos convencer de que video games são legais. As hipérboles, neste caso, são a sua principal ferramenta de argumentação, raramente utilizando uma experiência mais pÁlpavel de algum entrevistado.

Como uma historiografia dos jogos eletrônicos, o filme se sai muito bem, apesar dos efeitos visuais bregas e repetitivos. A preocupação aqui é informar mais do que em divertir ou evocar a mesma sensação que o meio que estÁ abordando. A qualquer momento parece que o narrador, Sean Austin (aquele que ajudou a carregar o Um Anel), vai testar os nosso conhecimentos sobre as estatísticas que o filme dispara contra o público. Video Games: The Movie se leva tão a sério que chega a citar Gandhi e JFK, numa tentativa barata e desnecessÁria de validar o meio.

Como se a opinião de Chris Hardwick não fosse o suficiente pra me convencer que jogos fazem bem a sociedade

Ainda assim, o maior problema do filme não é a falta de irreverência ou comprometimento com a diversão. É não se permitir tempo para aprofundar-se em algum assunto mais específico. Seções são dedicadas a determinados temas, servindo como uma vitrine, mas nunca revelador. É bonito ver pessoas defendendo que os jogos salvaram as suas vidas ou que conheceram a sua alma gêmea no “WoW“. Também é empolgante ver a diferença entre o processo de produção de um AAA e de um jogo indie. Ou ainda ver que todos repudiam as acusações da mídia de que os games geram violência na sociedade. Mas esses assuntos passam tão rÁpido e nunca satisfazem a sede por discussão.
“Video Game: The Movie” foi um projeto surgido de crowdfunding, teve um método de produção independente e financiado pelo próprio público (em potencial). Mas parece justamente não saber quem é esse público. O ar histórico e oficial pode ser bastante informativo para os leigos, apesar de nunca empolgar muito e ser bastante disperso pra prender a atenção de alguém que não ligue para o assunto. JÁ para os gamers, pouco de novo ou surpreendente estÁ sendo dito, o prazer de ter suas convicções apenas reafirmadas e nunca questionadas não deveria justificar um filme. 

DocumentÁrios sobre games mais interessantes não faltam: “Indie Game: The Movie” foi lançado dois anos atrÁs e acompanha três desenvolvedores de games indies e seus conflitos. No começo dete ano ainda saiu o “Free to Play“, documentÁrio produzido pela Valve sobre os jogadores profissionais de “Dota 2“. Mas enquanto esses filmes focavam o seu olhar sobre um grupo seleto de pessoas, seus dramas e batalhas, “Video Games: The Movie” parece apenas uma lista, mal organizada e anticlimÁtica, sobre tudo o que é videogame. Se você quiser informar a sua tia e conseguir tirar os olhos dela de “Candy Crush”, mostre esse filme para ela. Você provavelmente vai se interessar mais por algo como Os Reis do Kong: Uma Disputa Acirrada.

O filme estÁ disponível para compra em seu site oficial.

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