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Sobre Mega Mans e Zeldas (ou All Apollogies to Mega Man)

A pressa nos faz cometer erros. Mas cabe a nós, que erramos, pedir desculpas e tentar reparar nossos enganos para assim dormirmos com a consciência tranquila. Essa coluna é um pedido de desculpas. Perdão, Mega Man, você é “meu Zelda“.

Para quem não estÁ entendendo, ou pior, acha que eu estou falando sério, vou explicar. HÁ algum tempo, durante o videocast de lançamento dos games de agosto, fui surpreendido pela pergunta: “Qual é o seu Zelda?” Essa questão surgiu devido à idolatria que nossa querida colega de redação, Risa Stoider, tem pela franquia, o que levou nosso outro colega (tão querido quanto), Diego Kerber, a afirmar “Metro é o meu Zelda“, para conseguir expressar o quanto gosta deste FPS da 4A Games. Perguntado pelo “meu Zelda” no meio da gravação (” pego de calça curta” pra repetir a expressão horrível que me veio à cabeça naquela hora) respondi Castlevania: Symphony of The Night.

Não se enganem, ainda acho Symphony of The Night um jogo brilhante. Uma jogabilidade excelente, trilha sonora perfeita e dificuldade bem calculada (tirando pelo exploit da Crissaegrim) fazem desse game uma obra-prima. Perdi a conta de quantas vezes zerei e fiz questão de comprÁ-lo na PSN. Mas simplesmente não posso comparar o impacto dele com a forma como Mega Man, enquanto franquia, me acompanhou ao longo da vida e como a série foi crescendo conforme eu mesmo crescia, como gamer e como pessoa.


Coincidentemente, nascemos no mesmo ano, em 1987, então é óbvio que o primeiro Mega Man que joguei não foi o primeiro título da franquia, que saiu para o NES. Na verdade, se não me engano, comecei pelo 7, jÁ no Super Nintendo

Mega Man ajudou a definir em mim as qualidades que encontramos em qualquer gamer de verdade. O gosto pelo desafio, perseverança (teimosia) e raciocínio e reflexos rÁpidos. Com certeza foi nessa franquia que eu conheci o famoso “rage quit“, mesmo sem saber que era assim que se chamava o que acontecia quando eu desligava o vídeo game cheio de ódio pela frustração de não passar uma fase e depois de dez minutos corria para ligÁ-lo de novo, convicto de que “agora vai”.

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Shadow Devil é até hoje um dos Bosses mais difíceis da minha vida. E essa música ainda me assombra a alma O_O

E se o pequenino robô azul é importante pra mim, imagine para a Capcom. Ele compete com o Ryu como personagem mais icônico da empresa e também é um exemplo prÁtico das maiores qualidades e defeitos da companhia. Em Mega Man é possível se observar como a Capcom estÁ disposta a sugar ao mÁximo uma franquia, criando todo tipo de remake, continuação e “spin-offs“, a maioria terríveis como Mega Man Soccer, mas alguns tão excelentes como Mega Man Legends e Mega Man Zero. Além disso, também expõe como a empresa não tem vergonha de migrar de uma plataforma pra outra oferecendo exclusivos pra ela, bastando que se pague bem.

Em compensação, a franquia também serve perfeitamente para mostrar as melhores qualidades da companhia, como seus lindos designs e sua capacidade impressionante de rejuvenescer suas séries (vide Street Fighter IV). O destaque do Mega Man no Super Nintendo foi marcado pelo lançamento de Mega Man X, talvez a primeira vez que a Capcom mostrou que sabe renovar sem perder o “sentimento nostÁlgico” por trÁs de seus jogos. A novidade dividiu um pouco os fãs da série, mas foi aceita pela maioria e trouxe novos players para a franquia.

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Os upgrades da armadura se tornaram a marca registrada da versão X da franquia. Um adicional genial para renovar o jogo.

A passagem para a quinta geração dos games (PSone, Sega Saturn, N64) também não foi nada mal, com o lançamento de Mega Man 8 (que voltou às origens de maneira completamente re-estilizada) e Mega Man X4 (que levou os fãs à loucura permitindo jogar com o Zero de verdade pela primeira vez). Sua entrada no Gameboy Advance foi igualmente linda, com Mega Man Zero (na parte de plataforma), gabando-se de designs completamente novos, mudanças no gameplay e jogos tão difíceis quanto não se via hÁ muito tempo na série.

Foi na passagem para a sexta geração que a Capcom começou a tropeçar. Com títulos muito aquém das expectativas no PS2 (X7 e X8), a empresa nem tentou vir para a sétima, atendo-se a lançar o Mega Man 9 e o 10, num estilo completamente retrô que, apesar de ter agradado muito e se mostrado uma aposta segura, não chega a ser a retomada pra série que o “meu Zelda” merece.

Mas não importa. A qualquer momento eu posso pegar qualquer um dos títulos antes lançados e me divertir horas com eles. Atualmente resolvi inclusive que vou jogar novamente todos os games da franquia (fora “spin-offs”) um por um. Se houver interesse em anÁlises, manifestem-se. =)

Porque o “seu Zelda” é assim. Não importa a idade, não importam os grÁficos, não importa nem se o game foi um fiasco. Você joga e se diverte. Por isso, aproveitem e digam nos comentÁrios… “E aí, qual é o seu Zelda?”


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