Eu sabia mais de 10 segundos das músicas antes do SongPop

A desenvolvedora FreshPlanet acertou em cheio ao criar o SongPop, que reúne o gosto por músicas com a vontade de desafiar – e vencer, porque ninguém joga para perder – alguém. Através de playlists suuuper ecléticas que incluem Funk Carioca, Anos 90, Sertanejo, Samba e Pagode, Hits do Momento, Rock ClÁssico e uma infinidade de outros estilos nacionais e internacionais, o usuÁrio pode escolher a que melhor se adequa ao seu conhecimento e desafiar o oponente. Essa é a parte legal do jogo porque, ao contrÁrio da maioria dos games que apresentam os mesmos níveis de dificuldade para todos, você pode sair na frente ao desafiar alguém que conhece menos do estilo que você. Claro que isso abre o precedente para que você seja desafiado com alguma playlist desconhecida também, o que torna o jogo ainda mais competitivo. “Me mandou Funk Carioca, é? Toma esse Brega Hits então”.

Muitos associam o jogo ao programa Qual é a Música?, apresentado por Silvio Santos lÁ no século passado. E realmente lembra muito. Só que a vergonha alheia ao ver artistas desafinando é substituída pela sua própria vergonha, ao zerar completamente uma partida, como acontece frequentemente comigo. Mas o que motivou essa coluna foi o tempo que essas músicas tocam e como elas afetam os usuÁrios que nunca tinham ouvido determinada canção e agora ouvem constantemente apenas uma parte dela. Digo constantemente porque, embora o SongPop tenha vÁrias listas, as músicas não variam tanto assim dentro de cada uma delas.

O estudo foi feito por mim em mim mesmo (também conhecido como Instituto DataZé de Pesquisa). São vÁrias as músicas que sei apenas duas ou três palavras das letras, que é o que dÁ para aprender durante o tempo que você as ouve, cerca de 10 segundos, quando deixa ir até o final. Algumas não chegam nem a ter letra, aí o jeito é decorar só a melodia mesmo. As músicas novas que aprendo estão indo para o Álbum mental “sei nada além dos 10 segundos”. É como aquelas músicas que passam na propaganda de um CD. Você decora só os trechos das principais músicas do Álbum que tocam no comercial. Na minha infância, era comum eu montar uma nova música só com essas partes. Aí, se por ventura eu tivesse acesso ao CD completo, o mundo desmoronava.

Para resolver esse “problema” e não adquirir o mal dos 10 segundos, o game mostra ao final da partida o nome de todas as músicas com as quais você duelou com seu adversÁrio. Aí jÁ é dada a opção para comprÁ-las por completo pelo iTunes. Como todo bom samaritano, você também pode anotar o nome da música e baixÁ-la da forma que melhor entender. Lícita ou ilicitamente. A contra-indicação do SongPop nesse quesito é que músicas ruins também podem ser decoradas. Para esse caso, não hÁ solução.

O jeito aí é pensar nas moedas de ouro que você recebe ao final de cada partida. Três se vencer, uma se perder. Com elas é possível adquirir novas playlists e mudar o repertório. Ao final do torneio, que dura uma semana, são adicionados alguns benefícios para a sua “conta” de acordo com o número de vitórias que você teve. Esses benefícios incluem atualizar a lista de playlists (só aparecem três estilos por vez) para poder escolher a que mais lhe agrada, e remover dois dos quatro nomes de artistas/albuns/músicas que aparecem durante o jogo.

Se o negócio estiver difícil e você se sentir para baixo por não acertar nenhuma música, me ache no SongPop e duele comigo. Vencer de mim é fÁcil com Rock Classic, Modern Rap, 80's collection e outras playlists desenterradas não sei como. Eu decoro as músicas, mas tenho problemas para associÁ-las aos nomes.