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Temperatura do SSD do Playstation 5: vou precisar MESMO de dissipador?

Temperatura do SSD do Playstation 5: vou precisar MESMO de dissipador?
Créditos: Montagem: Bruno Pires (Adrenaline)

A Sony liberou a instalação de um SSD no Playstation 5, dando liberdade ao consumidor de usar qualquer produto que alcance um conjunto de especificações. Mas além de limitações de espaço no armazenamento e, especialmente, no uso da tecnologia ser obrigatoriamente o PCI Express 4.0, a empresa também foi bastante explícita na necessidade de uma forma de dissipação de calor.

Guia oficial de instalação do SSD NVMe no Playstation 5

Como fica claro nas instruções de instalação, o dissipador não é algo opcional. Nas palavras do próprio guia da Sony: “Usar um SSD M.2 com seu console PS5 requer dissipação de calor efetiva com uma estrutura de resfriamento, como um dissipador de calor e uma placa de transferência de calor”.

Mas diferente do teste inicial do sistema em que o Playstation verifica se o SSD é do tipo PCIe 4.0 ou se está dentro da especificação de 256GB a 2TB de espaço, não tem como o console detectar se há dissipação de calor no SSD, então ele irá funcionar. Mas… isso “pode dar ruim”?

A primeira dúvida é: o que é quente demais para um SSD? Apesar de variações entre produtos, as especificações do Cardea A440 que vamos usar nos testes acabam sendo as mesmas de muitos modelos PCIe 4.0: a temperatura de operação vai dos 0ºC até um teto de 70ºC. Infelizmente o Playstation não nos dá uma ferramenta de medição de temperatura interna, então tivemos que improvisar.

Metodologia

Para os testes aproveitamos um conjunto de sensores incluídos na placa-mãe ASUS ROG Zenith Extreme. Originalmente eles foram criados para serem colocados dentro de um gabinete e assim trazer informações ao usuário sobre a circulação de ar interna e a dissipação do calor. Mas vamos improvisar eles, já que o próprio console não nos dá essa informação.

A primeira necessidade é validar essa metodologia. Para testar a gambiarra, colamos com fita isolante o sensor em diferentes regiões do SSD, ligamos um teste de alto estresse no SSD no ATTO Benchmark e comparamos as temperaturas medidas pelo nosso sensor gambiarrístico (T_Sensor) e o valor registrado pelo sensor do próprio SSD (Drive Temperature). O resultado é bem satisfatório quando colocamos o sensor na região da controladora, no lado oposto no PCB, onde a curva praticamente casa com a medida pelo sensor do próprio armazenamento.

Aqui já vemos também as limitações de nosso testes. Em aquecimento a diferença de temperatura é de menos de 3ºC, porém a fita isolante faz jus ao seu nome e causa que nosso sensor resfrie mais devagar. Assim nosso sensor pode chegar a até 8ºC a mais de aquecimento. Mas o mais importante está aqui: se o SSD bater os 70ºC, sua temperatura limite de operação, vamos ficar sabendo. E como dá pra ver nesse primeiro gráfico – o teste foi feito sem nenhum dissipador instalado no SSD – dá pra chegar rapidinho nesse calor todo em alta carga, sendo que o topo do gráfico é 70ºC e o valor foi alcançado próximo do fim do teste.

Testes

Com a metodologia validada, foi o momento de tentar descobrir como esquentar ao máximo o SSD. Abrimos alguns jogos, carregamos saves, fizemos downloads e movemos os games entre a unidade interna do PS5 e nosso SSD e chegamos a conclusão que os dois últimos procedimentos são os que mais estressam o SSD. 

Em nossos testes, as duas atividades que mais subiram a temperatura foram a transferência entre armazenamento interno e externo,  e também o download de jogos. Carregar games ou mesmo jogá-los não é suficiente para atingir um alto nível de aquecimento, o que faz sentido: são atividades de alta carga pra o SSD, porém isso não acontece de forma sustentada, diferente de uma transferência de um game completo.

Mesmo na cópia, porém, não vimos o SSD bater os 70ºC como acontece em nosso teste de estresse com o ATTO Benchmark no PC. No pico do sistema, sem nenhuma dissipação (T_Sensor), o sensor bateu 59ºC, mais de 10 graus celsius de margem abaixo do limite.

Colocamos um sensor dentro da área onde vai o SSD, abaixo da tampa metálica. De acordo com o próprio tutorial de instalação da Sony, essa tampa deve ser recolocada após a instalação do SSD, o que em teoria reduz a circulação de ar na região do armazenamento. Em nossos testes, o sensor indicou que o ar no interior dessa estrutura chegou a 34ºC, o que indica que está criando um efeito de estufa no interior, mas não é uma mudança radical comparado aos 24ºC de nossa temperatura ambiente.

Colocando o dissipador de calor que vem com o Cardea, com thermalpads e uma estrutura metálica robusta, o impacto é notável, como visível no segundo gráfico (T_Sensor 2). Além do aumento de temperatura demorar muito mais tempo, o pico que atingimos foi de apenas 47ºC, uma ótima temperatura para um SSD em alta carga.

Isso nos mostra duas coisas. A primeira é que as temperaturas sem dissipação no SSD podem chegar a valores altos em alguns cenários, mas não são absurdas. Um uso temporário do SSD sem uma dissipação adicional de calor não é algo que deva tirar o sono do consumidor.

Mas, ao mesmo tempo, a diferença de usar um dissipador é gigantesca, trazendo a temperatura para patamares muito menores. Isso torna o armazenamento mais capaz de manter alta performance, sem riscos de throttling por conta de superaquecimento, mas esse não é o principal motivo para usar um dissipador.

Temperaturas estão entre os principais fatores de durabilidade de um componente eletrônico, junto com controle de umidade e poeira. Manter o SSD operando em temperaturas menores vai ajudar a aumentar sua vida útil, e considerando que o SSD PCIe 4.0 mais barato está na faixa de uns R$ 1,3 mil, definitivamente é uma boa pedida estender sua durabilidade com uma solução térmica que pode ser comprada separadamente ou que está até mesmo no kit de alguns modelos. Por isso, acompanhamos a recomendação da Sony e também consideramos uma boa pedida adicionar um sistema de arrefecimento no SSD que você instalar no Playstation.

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