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Nintendo do NES ao Switch - a trajetória da empresa que revolucionou o mundo dos games

A Nintendo lança hoje o Switch, seu aguardadíssimo novo console depois do Wii U ter decepcionado muitos de seus fãs. Em sua principal apresentação do vídeo game, a empresa afirmou que o Switch é o resultado da combinação de toda sua experiência e sua história no desenvolvimento de consoles. E olha que essa história vai longe! Por isso neste artigo vamos falar da trajetória da empresa de games mais tradicional do mundo e o que isso significa para o lançamento de seu mais novo vídeo game.


1889 – Nascia a Nintendo

Nem todo mundo sabe, mas a Nintendo já é uma empresa centenária. Ela foi estabelecida por Fusajiro Yamauchi em 1889 para fazer cards colecionáveis de jogar (hanafuda), todos feitos à mão. A companhia teve um enorme sucesso e foi evoluindo com o passar dos anos para outros tipos de jogos e brinquedos, inclusive jogos eletrônicos, o que culminou na criação de seu primeiro console, o Nintendo Entertainment System, também chamado de NES, como ficou mais conhecido.


1985 – Seu primeiro console, o NES

O NES foi lançado primeiro no Japão, com o nome de Famicom (Family Computer), um vídeo game que se tornaria um dos mais populares de todos os tempos. E uma das coisas que possibilitou isso foi o grande “crash” da indústria dos games nos EUA em 1983.

No início dos anos 80 a indústria dos games, dominada pelo Atari na época, sofreu um crash que levou à falência diversos estúdios e pessoas que trabalhavam na área na época. Do outro lado do mundo, a Nintendo conseguiu se consolidar no mercado japonês com o Famicom e quando ele chegou ao mercado norte-americano com o nome de NES, havia todo um espaço “devastado” pronto para ser conquistado.

Logo no NES já foram consagradas diversas franquias conhecidas até hoje. As de terceiros como Mega Man, Castlevania, Final Fantasy e até Metal Gear; e, é claro, as feitas pela própria Nintendo, como Metroid e aquele que se tornaria o mascote supremo da companhia: Mario.

Impacto pro Switch: O novo console da Nintendo não existiria se a empresa não existisse, isso é óbvio. Mas seu posicionamento dominante logo no início de sua aventura no mundo dos games teve um impacto indispensável em todos os seus lançamentos futuros. E temos que destacar o surgimento do Mario, um ícone não só da Nintendo, mas de todo o mundo dos games.


1989 – Game Boy, o vídeo game de bolso

Quatro anos depois do lançamento do NES, com um nome já consolidado no mercado dos games, a Nintendo mostrou pela primeira vez sua tendência de fazer as coisas do seu jeito, criar novas ideias e maneiras de jogar. O Game Boy surgiu em 1989 com a ideia de oferecer aos jogadores a chance de jogar títulos completos num vídeo game portátil, não apenas os mini-games da vida. O Game Boy foi o primeiro console “de bolso” a usar cartuchos propriamente ditos.

Como a ideia deste artigo é falar da trajetória da Nintendo com foco no surgimento do Switch, não passaremos por todos os portáteis da empresa, mas o Game Boy merece e recebe seu destaque por ter sido o primeiro de muitos. 

Impacto pro Switch: O Switch é o primeiro console da Nintendo a tentar integrar a experiência do vídeo game de mesa com um console portátil, e claro que a empresa não teria tentado isso sem seu sucesso nesse segmento. A companhia atualmente não vai tão bem em relação aos consoles de mesa, mas ela domina o mercado dos portáteis e nunca deixou “a peteca cair” nessa área desde o lançamento do Game Boy.


1991 – Super Nintendo não era super só no nome

O Super Nintendo pegou um console que já era sucesso e elevou ele ao status de “super” dobrando sua capacidade de bits. O vídeo game passou dos 8bits aos 16bits, incrementando muito seu hardware e os gráficos, pra época, impressionavam. Mas outra questão aqui foi importantíssima para toda a indústria de games: os ports dos arcades.

No Japão, até hoje, os fliperamas são extremamente populares e muitos jogos saem pra essas máquinas antes dos consoles (Tekken 7 sendo um exemplo recente). O Super NES, com seus avanços, possibilitou levar versões de vários títulos dos arcades para as casas das pessoas, o que tornou o vídeo game uma febre instantânea. Um exemplo de imenso destaque aqui é Street Fighter 2, título que praticamente definiu o que seriam os games de luta que viriam depois dele.

Mas é na era do Super Nintendo que precisamos destacar também que a empresa começou a sentir o peso da concorrência. O cinturão de campeão do Mario tinha um novo desafiante: um porco-espinho azul chamado Sonic no Sega Genesis, que por aqui foi vendido como Mega Drive. Começava a famigerada “console war”.

Impacto pro Switch: O Super Nintendo foi um marco em tantos sentidos pra companhia que não dá pra falar de tudo neste artigo. Ele teve uma das maiores bibliotecas de jogos que já se viu no mundo, e estabeleceu a tradição da empresa de sempre ter pelo menos um Zelda e um Mario em cada nova geração de seus vídeo games. Mais importante que isso, foi na era do Super NES que a Nintendo aprendeu que ela não poderia reinar sozinha num mercado tão lucrativo como este sem sua coroa ser ameaçada e a “luta” com a Sega foi só o começo de uma trilha cada vez mais competitiva e difícil.

O aspecto de trazer jogos dos arcades foi um marco indispensável para toda a indústria dos jogos. Praticamente nascia o multiplayer competitivo local aqui. O Switch bebe dessa fonte com sua forte ênfase em jogar com os amigos, algo possibilitado pelos Joy-Con poderem ser usados como controles individuais, e algo que a Capcom fez questão de destacar em seu trailer para Ultra Street Fighter 2.


1996 – Mario em 3D! Surge o N64

Sangue na água atrai tubarões. O Mega Drive da Sega mostrou que é possível competir com a Nintendo e que o mercado ainda tem muito espaço para outros vídeo games, o que despertou o interesse de uma empresa que era o Godzilla dos eletrônicos na época: a Sony. Um acordo falho entre Sony e Nintendo para a criação de um console que funcionaria com games em disco resultou na criação do Playstation em 1994, um dos vídeo games de maior sucesso da história.

Não só a Sony, mas a Sega também havia lançado seu novo console em 94, o Saturn. Ambos novos competidores traziam a arquitetura em 32-bit, então a Nintendo quis dar um salto à frente dos seus concorrentes, com o Nintendo 64.

A empresa colocou no nome do console o seu diferencial em relação aos concorrentes: a arquitetura mais avançada, em 64-bit. O N64 foi bem recebido pela crítica e pelos jogadores, mas sua opção pelos cartuchos atraiu menos desenvolvedores de games do que os CDs usados pelo Playstation. O console conseguiu se manter à frente do Saturn por toda sua vida, mas nunca alcançou o número de vendas do seu rival fabricado pela Sony. O feitiço da imensa biblioteca de jogos acabou se virando contra o feiticeiro aqui.

Impacto pro Switch: Não só no Switch, o impacto do console ondulou em toda a indústria. O N64 inovou bastante principalmente em seu controle, principalmente com um stick analógico que atualmente encontramos em literalmente todos os controles. Isso possibilitou toda uma nova variedade de gameplay 3D no console, principalmente na área dos FPS, como no revolucionário Goldeneye 007 para o N64, game com uma legião de fãs até hoje.


2001 – GameCube se rende aos discos

Para sua próxima geração de vídeo games, a Nintendo decidiu se render aos discos. Mas, de novo, a empresa faz questão de fazer as coisas do seu jeito e o formato adotado pelo GameCube não foi o tradicional CD, mas uma mídia própria. O vídeo game foi bem recebido pela crítica e seu controle é muito elogiado até hoje, no entanto, foi aqui que a Nintendo mais sofreu com o abandono de third parties, as parceiras que desenvolviam jogos pras suas plataformas.

Muitos motivos diferentes são especulados para o pouco sucesso do GameCube, mas o fato importante aqui é que os jogos “não-Nintendo” do console vendiam bem menos do que nos seus concorrentes, o Xbox e o lendário PS2. Produtoras importantes como a EA começaram a direcionar seus esforços para os outros consoles, deixando o Cube de lado. 

Impacto pro Switch: O GameCube trouxe importantes avanços pra Nintendo na área da renderização em 3D, algo que se tornou básico em jogos atuais. Além disso, ele foi o primeiro console de mesa da empresa com alguns jogos com multiplayer online, outra coisa que se tornou comum e muitas vezes indispensável em títulos atuais. O Switch tenta reacender a chama do multiplayer local, mas um dos principais e mais aguardados títulos de lançamento do novo console é Splatoon 2, com extrema ênfase no multiplayer online.


2004 – Nintendo DS traz novas possibilidades

O DS é mais um portátil que precisa ser destacado aqui porque ele foi uma das ideias mais diferenciadas que a Nintendo já teve, não só na área dos vídeo games de bolso, mas dos consoles em geral. Este foi o primeiro vídeo game da empresa a ter duas telas, algo que se tornou padrão em seus portáteis e que a empresa até tentou implementar mais tarde no Wii U, como veremos depois. 

Impacto pro Switch: A ideia de duas telas do DS foi uma das principais mudanças do Wii para o Wii U, que trazia uma tela touch em seu controle. O Wii U, como falaremos mais tarde, não foi um vídeo game de sucesso, mas o formato do seu controle certamente foi a base de onde saiu o formato do Switch. A ideia de duas telas se transformou no novo console da Nintendo. Agora, em vez de tentar criar uma experiência que usa os dois displays ao mesmo tempo e influencia na jogabilidade, a empresa decidiu criar uma jogabilidade fluida que “salta” de tela em tela. Da TV pro console na sua mão, sem precisar parar de jogar.


2006 – Wii domina o mercado

O Wii foi um “tapa na cara” da comunidade gamer até hoje. Entusiastas dos tempos da batalha de hardware da Nintendo ficaram extremamente decepcionados com a falta de potência do novo console em relação aos concorrentes e, o que era pior pra eles, o vídeo game fez um extremo sucesso.

A Nintendo definiu no Wii uma nova política: investir em inovação de gameplay, não hardware. Assim, o Wii se popularizou com famílias e gamers casuais graças aos seus controles de movimentos, fazendo o vídeo game se tornar o campeão de vendas da sua geração, vencendo o PS3 e o Xbox 360.

Impacto pro Switch: O controle por movimentos popularizado pelo Wii veio pra ficar. Foi tanto sucesso que a Sony simplesmente copiou os controles do console com seu PS Move e a Microsoft criou sua solução sem controles, o Kinect. Os novos Joy-Cons do Switch podem ser usados de maneira quase idêntica aos controles do Wii para jogar os títulos que funcionam por movimento, oferecendo inclusive novas funções. Além disso, o console é capaz de detectar gestos da mão, oferecendo ainda mais opções para basear o gameplay nos seus movimentos.


2012 – Wii U não alcança as expectativas

O Wii U, por sua vez, não teve o mesmo impacto que seu antecessor. Enquanto os controles por movimentos caíram no gosto de novos jogadores casuais, a Nintendo ficou anos tentando convencer que a tela no controle trazia benefícios, mas não conseguiu. Além disso, sua política de não investir em hardware e um distanciamento maior ainda das third parties fez a biblioteca de jogos do console ser extremamente reduzida, tornando o console ainda menos atrativo. Além disso, a competição com o Xbox 360 e o PS3, com a transição deles pro Xbox One e PS4 não ajudou em nada o vídeo game da Nintendo, que já não atraía jogadores mais “hardcore”. A experiência com o Wii U, no entanto, se mostra essencial logo que olhamos para o Switch.

Impacto pro Switch: Como mencionei antes, o Switch com os dois Joy-Cons conectados parece uma evolução do controle do Wii U. Com seu console anterior, a Nintendo abriu caminho para suas ideias do gameplay contínuo, que sai da TV para suas mãos para você jogar em qualquer lugar. O gamepad do Wii U já fazia isso com muitos jogos, mas ficava restrito à uma distância limite do console, nunca foi feito pra sair de casa com ele. O Switch leva esse conceito além e coloca todo o console na sua mão, transformando a parte que fica na mesa em apenas um dock.


2017 – O Switch da Nintendo

O Switch começa a ser vendido hoje reacendendo um interesse na Nintendo que a empresa já não via há um bom tempo. A empresa continua acreditando na sua política atual de investir em gameplay diferenciado, não em hardware, mas quer mostrar que aprendeu pelo menos sobre a importância da biblioteca de jogos.

Desde o início da divulgação do console ela fez uma forte ênfase em suas parceiras, prometendo até um total de mais de 100 games em desenvolvimento para o Switch.

A Nintendo é uma das empresas mais tradicionais que existem no mundo, e não falo apenas do segmento de games. Por bem ou por mal, a companhia sempre vai fazer as coisas do seu jeito. Isso abre uma janela para erros e acertos, o que é saudável para toda a indústria de jogos. Mas os erros só podem ser benéficos e servir de aprendizado se a empresa estiver disposta a admiti-los.

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