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Os momentos mais épicos do finado Orkut

JÁ era. O fim jÁ havia sido anunciado faz tempo, mas enfrentar a dura realidade de que realmente se encerrou, é outra coisa. O Orkut saiu do ar em definitivo esta semana, sendo que a Google mantém no ar algumas pÁginas como uma espécie de “museu” – é exagero considerar as comunidades como a representação mais fiel da sociedade brasileira dos anos 2000?

Escolhemos os posts, comunidades e momentos em que a rede social “brilhou”, em seus tempos gloriosos antes de ser engolida pelo Facebook. 

Lindomar, o Subzero brasileirolink

Nos tempos em que os blogs de humor brasileiros ainda não tinha se popularizado, fazendo a kibação compilação das coisas mais insólitas que surgem na web, o Orkut era um dos principais meios de passar aquele vídeo bizarro para os amigos. Por conta das ferramentas da rede social, as comunidades se tornavam verdadeiros “hubs da zoeira sem limites”, onde novos posts “ampliavam o mundo” em torno de uma piada.


Não confunda, Lindomar é o da direita. Digo, da esquerda. 

Um clÁssico desta era foi Lindomar, o “Subzero brasileiro”.  O “mito” surgiu em uma matéria sobre uma babÁ que espancava crianças. Ao ser denunciada, a mulher passou a ser agredida na rua e, entre as agressões, surge uma pessoa que a derruba no chão com uma “voadeira”. Apesar da mínima semelhança, isto jÁ foi o bastante para a comparação com o personagem clÁssico de Mortal Kombat. Com mais e mais posts, surgiram até teorias sobre o golpe (conhecido como LAI, ou Losango Aberto Invertido) e milhões de adaptações de piadas originalmente do Chuck Norris, como “Lindomar conseguiu dividir por 0”.

O Barrichelo processa o Orkut


As comunidades do Orkut não perdoavam o piloto brasileiro da F1

Nos últimos dias de existência da rede social, o piloto brasileiro Rubens Barrichello enfim consegui ganhar uma ação contra a Google, pedindo o fim da criação de perfis falsos e comunidades ofensivas a ele no Orkut e indenização pelos danos morais – um processo que começou em 2006! A briga entre Barrichello e os usuÁrios mais persistentes deu origem a comunidades como “Barrichello apaga q eu faço outra”.

Apesar da variedade de usuÁrios e comunidades, o lugar-comum era o humor em torno do desempenho do piloto na F1. Por ironia do destino, Barrichello conseguiu o que queria, mas chegou tarde. 

Comunidades informativas

Apesar de muitos lembrarem as comunidades primeiro pelas brincadeiras, haviam espaços muito úteis entre a lista de pÁginas do Orkut. Muitas das comunidades eram usadas como um centro de encontro de pessoas com interesses em comum, para compartilhar informações, no mesmo estilo dos fóruns online. Como o próprio Adrena, sempre pronto para te ajudar em algo que envolva gadgets ou PCs.

As comunidades também atuavam como centralizadores da distribuição de conteúdos ilegais, com diversas delas sendo a principal fonte de acesso a filmes e músicas piratas, notÁvel especialmente nas comunidades que compartilhavam discografias inteiras. 

(Não aceita!!!!!!!) – Os depoimentos “aceitos acidentalmente”

“O que dizer desse cara que eu acabei de conhecer, mas jÁ considero pra caramba?”. Os depoimentos no Orkut talvez foram uma das características mais marcantes da rede social e, possivelmente, uma das maiores diferenças em relação ao Facebook. Na base do “eu escrevo pra você e você escreve pra mim”, todo mundo tinha uma coleção em seu perfil para ostentar na internet como era querido pelos seus amigos. Mas, uma parte importantíssima dos depoimentos (e que ocasionou muitos momentos épicos) é que eles precisavam ser aceitos antes de aparecer no perfil do usuÁrio. Essa pequena “trava de segurança” acabou se transformando numa armadilha prÁtica.

 Muitos usuÁrios resolveram que uma boa maneira de deixar recados… ~indiscretos~… seria escrever um depoimento devidamente sinalizado com “NÃO ACEITA!!!!!” para o usuÁrio que recebe o recado ler, guardar segredo, clicar em “não aceitar” e mandar aquela vergonha para os confins do nada. Mas, infelizmente, em muitos casos, o aviso para não aceitar do depoimento era ignorado, talvez por falta de atenção, talvez por pura maldade, não importa. O resultado final foram muitos momentos épicos.

Difícil é achar alguns exemplos pra colocar aqui que não acabem com o nível. Aqui tem uma lista completamente NSFW. Acesse por sua conta e risco :O 

Nomes de comunidades bizarros

Não tem jeito. Nada era mais engraçado do que as comunidades do Orkut. Eram pérolas e mais pérolas que serão lembradas por todos nós, antigos usuÁrios. O Facebook até tentou dar um up humorístico com os eventos fakes, mas ele nunca conseguirÁ chegar aos pés das comunidades. Eu sei que “O encontro anual dos Power Ranger Vermelhors daltônicos” é sensacional, mas nada supera “Anão vestido de palhaço mata 8”. É simples, direto e a maioria das pessoas conseguem se identificar. É genial.

Seguem abaixo os melhores nomes de comunidades do Orkut que eu consegui lembrar (e pesquisar):
– Como jÁ dizia Godzilla
– Tiranossauro não limpa a bunda
– Tiger Robocop
– Galinhas não chupam Halls
– Nunca me cortei comendo paçoca
– Cabras não tem ambições
– Adoro comer Bonsai, mas com pouco Origami senão arde
– Fui 2º colocado, Dom Pedro I
– Goku Super Saia Jeans (com uma imagem do personagem com uma mini-saia jeans)
– Felipe Melo me deve um feriado

Além disso, quem não lembra da febre “With Lasers”? Tudo era With Lasers, para aumentar ainda mais a “fodacidade” do negócio. Era Lindomar With Lasers (sim, conseguiram aumentar ainda mais o poder de nosso salvador), Furbies With Lasers e Minha Mãe With Lasers! Queria fazer alguma coisa ficar ainda mais poderosa? Colocava “With Lasers”! Até o dia que surgiu a comunidade final: “Lasers With Lasers”.

Saber quem visitou o perfil

Bem antes do Facebook, o Orkut jÁ fazia trocas de regras e mudança de funcionamento sem avisar (ou perguntar) ninguém. Uma das novidades que tornaria a rede social única era a possibilidade de saber quem havia visitado o seu perfil, ou mesmo o de outras pessoas. O Orkut levou a profissão de stalker a outro nível: além de ficar de olho no que os outros faziam, dava para ficar de olho em quem estava de olho também. 

A invasão brasileira

A rede social começou nos Estados Unidos, e em inglês. Mas não levou muito tempo para os brasileiros tomarem a plataforma social, sendo que em 2006, os brazukas jÁ representavam mais de 60% do usuÁrios, enquanto os americanos eram pouco mais de 14%. Estas estatísticas, porém, não eram nem um pouco precisas, jÁ que era o usuÁrio que escolhia o país, sem nenhum controle. Histórias falsas que a rede social funcionava melhor se você se cadastrasse como estrangeiro fez com que muitos brasileiros mentissem sua origem.

E o Facebook que se cuide… 

E como não poderia deixar de ser, a “zueira” também atrapalha nesta estimativa. Com a entrada massiva de brasileiros, alguns gringos começaram a reclamar da abundante presença de comunidades e postagens em português, e para azucrinar com eles, muitos brasileiros se inscreveram como iranianos. Resultado: o Irã chegou a ser a terceira maior comunidade no Orkut, depois dos americanos e dos brasileiros. Hue hue Irã Irã. 

A venda do “Odeio acordar cedo”

Dentre as comunidades genéricas e populares, nada bate a “Odeio acordar cedo”, que ultrapassou a marca de seis milhões de membros. Criada em maio de 2004, ela foi usada como forma de renda por seu criador João Holden, que incluía publicidade na descrição. Com tantos usuÁrios, a comunidade foi alvo de vÁrios ataques, dado o interesse pelos seis milhões de membros e todo o potencial de envio de SPAMs.

A comunidade cresceu de tal forma que passou a ter valor de mercado. Em 2009, Mascarenhas vendeu a comunidade para um usuÁrio não identificado. As cifras da transação não foram reveladas, mas ficaram entre 3 e 5 mil reais.

Pegação solta

Quem não tem Tinder (ainda) caça de Orkut. Muito antes dos smartphones profissionalizarem a arte do flerte eletrônico, o Orkut jÁ era território de caça dos solteiros (ou não solteiros). Antes do “match” do Tinder, o Orkut jÁ tinha o recurso de adicionar alguém, o “crush list”, com direito a aviso para os dois pombinhos caso acontecesse um “match”.

Comunidades que mudavam de nome, aniversÁrios de data…

Enquanto o Facebook é cheio de controles, não deixando você nem mudar muitas vezes a data de aniversÁrio,  no Orkut o controle era MUITO menos restrito. Enquanto seus dados podiam ser mudados à revelia (lembra o papo do pessoal dizer que é do Irã?), até mesmo comunidades inteiras podiam ter nome fotos mudados, prontos para trollagens homéricas. Do dia para noite, dezenas de milhares de pessoas estavam em comunidades que nunca haviam ouvido falar.

O Orkut só começou a ser mais restritivo em 2010, quando passou a impor restrições às alterações nos dados bÁsicos de uma comunidade. Era o fim das comunidades de gosto duvidoso aparecendo em seu perfil, do nada. 

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