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Vale a pena fazer upgrade de Memórias RAM em notebooks? Veja em quais situações fará diferença

Notebooks não são um gadget com muitas possibilidades de upgrade. Ainda assim, temos espaço para duas modificações, em duas peças que na maioria dos modelos são bem acessíveis: o HD e as memórias RAM. Para você que jÁ mandou aquele abraço para o hard disk e jÁ tem um SSD rodando em seu aparelho (se não trocou, deveria), o segundo upgrade possível é nas memórias. Mas aí vem a pergunta: vale a pena?

YouTube video

Diferente do SSD, que a resposta é sempre sim, as memórias tem impactos, mas em situações mais específicas, como vocês poderão ver ao longo de nossos testes. Dependendo de seu caso, “dar um up” na RAM pode trazer pouco impacto para o que você pretende.

Hardware usado nos testes:

Notebook Lenovo Ideapad Y580 

  • CPU Intel Core i7 3630QM
  • GPU Nvidia GTX 660M 2GB
  • HD 750GB 5.400 RPM
  • SSD 256 GB OCZ Vertex 3 


Memórias RAM testadas

  • Ramaxel 2GB 1.600MHz
  • Ramaxel 4GB 1.600MHz
  • Ramaxel + Samsung 8GB (2x 4GB) 1.600MHz
  • Corsair Vengeance 4GB 2.133MHz DDR3L
  • Corsair Vengeance 8GB (2x 4GB) 2.133MHz DDR3L


Uso cotidiano

Primeiro vamos avaliar o impacto da quantidade e velocidade das memórias RAM no uso diÁrio do computador, e para isto iremos utilizar o PCMark 8, ferramenta que avalia o desempenho geral do sistema em atividades como editar texto, rodar vídeos e renderizar imagens em 3D.

No primeiro teste temos uma surpresa. Não fez diferença alguma a quantidade de memória RAM, com resultados oscilando dentro da margem de 5%. Desde o sistema mais limitado com 2GB até o mais potente com os 8GB em 2.133MHz, as pontuações são muito próximas, resultado da boa otimização do Windows 8, que consegue se virar bem em 2GB, aliado ao desempenho extra disponível na placa de vídeo dedicada do notebook. Então, não faz diferença mais memória? 

Não é bem assim…  

Com pouca coisa rodando ao mesmo tempo, a RAM não é um grande gargalo de desempenho

 

A pouca memória RAM não limitou o sistema porque o PCMark era A ÚNICA coisa em execução no aparelho, e então não houve maiores problemas para rodar os benchmarks. Mas raramente usamos o computador para apenas uma coisa, e é justamente aí que mais memória farÁ a diferença. Reexecutamos o teste, desta vez com o Adobe Photoshop e Premiere, vÁrias abas do Firefox e dois vídeos do YouTube rodando e mais um filme em HD, tudo em segundo plano, o que nos 2GB fez o sistema praticamente lotar a memória.

Abrir muita coisa, em um PC com pouca memória RAM, é uma tragédia 

Colocando o computador para lidar com mais atividades ao mesmo tempo em que roda o PCMark vemos que a quantidade de memória passa a ter importância, e mais memórias e com maior velocidade conseguem manter o benchmark rodando com uma qualidade próxima ao do teste quando era a única coisa em execução no sistema. Um detalhe que estes números do teste não mostram é a qualidade da execução dos vídeos em segundo plano, que só fluíram corretamente a partir dos 4GB de RAM.

Rodando jogos

Um bom motivo para um upgrade são os games, sendo que eles estão entre os aplicativos que mais demandam performance do sistema. Por isto, testamos dois jogos com boa qualidade grÁfica: Tomb Raider e Bioshock Infinite.

Rodando jogos o resultado fica bem longe de empolgar. Mesmo tentando “gargalar” o sistema com pouca RAM, temos o mesmo resultado com 2GB de memórias de 1600MHz e 8GB 2.333MHz. Lembrando que, como no teste anterior, rodar somente o game ajuda o equilíbrio, basta abrir qualquer outro aplicativo em segundo plano para os 2GB colocarem tudo a perder.

O motivo principal deste equilíbrio é simples: placas de vídeo dedicadas possuem memórias próprias. Por mais que tentamos estrangular o sistema com pouca RAM, o chip Nvidia GTX 660M tem sempre seus 2GB GDDR5 “pessoais” disponíveis.

Placas de vídeo possuem memórias dedicadas, então a mudança de memória RAM não traz grande impacto em desempenho

 

Photoshop

Rodamos um filtro no Photoshop, para ver como o notebook se comporta no processamento da imagem. Novamente temos uma performance bem próxima entre todas as variantes de configurações de RAM, nestes teste. 

Como dÁ para perceber, os grÁficos dedicados e sua memória adicional tem ajudado a manter a performance, mesmo quando temos pouca memória RAM disponível. Porém, nem todo notebook tem esta mordomia. Na próxima pÁgina desligamos nossa GPU dedicada, e as coisas mudam de figura.  

GrÁficos integrados 

Nem todo notebook possui uma GPU dedicada, como em nosso Y580. Muitos modelos contam com os HD Graphics da Intel ou as APUs da AMD, processadores grÁficos integrados junto com o processador, para lidar com os grÁficos. Para recriar esta situação, desativamos a GTX 660M e voltamos a rodar os games, que agora ficam por conta do Intel HD Graphics 4000 presentes na CPU Core i7 (por sinal, este chip grÁfico é o mais popular entre os gamers, segundo dados do Steam).

 

 

Além de ser preciso reduzir a qualidade grÁfica para rodar bem o jogo, outra coisa fica evidente: as memórias são determinantes para a performance do sistema. A curva de evolução faz com que um sistema com 8GB em 2133MHz tenha praticamente o dobro de performance comparado a um sistema de 2GB em 1600MHz. A razão desta diferença é a mesma da “falta de diferença” nos grÁficos dedicados: os grÁficos integrados não possuem memórias próprias, precisam viver “de favor” junto da mesma RAM do processador e ficam dividindo seus recursos. Nesta situação, é muito maior o impacto de possuir um “mais espaço e mais rÁpido” para que a CPU e GPU usem, ou espremê-los em apenas 2GB.

Asus U38N, baseado em APU A6 com grÁficos integrados

Como jÁ testamos por aqui, os grÁficos integrados jÁ andam dando “um caldo” em jogos, e um upgrade na velocidade e na quantidade de memória RAM podem ser o que falta para que algum game passe a rodar “lisinho”, ou até mesmo dê para subir um pouco mais a qualidade grÁfica. 

Em aparelhos com grÁficos integrados, a memória RAM e sua frequência ganha uma importância muito maior

 

Mas nem só em games temos uma diferença: lembra o nosso teste no PCMark? Se desligamos a placa de vídeo, hÁ uma perda de performance ainda maior no sistema na hora de encarar o multitarefa, dando ao pessoal mais um bom motivo para fazer um upgrade se possui um notebook sem grÁficos dedicados.

E o Photoshop, como fica?

Aplicando novamente o filtro, mas sem a GPU em auxílio, vemos as diferenças aumentarem mais entre os resultados com pouca ou muita RAM, chegando a até 10%.

Se forçamos mais, e trabalhamos com uma imagem de alta resolução (10500 x 10500), dÁ pra perceber que gradativamente a memória RAM vai se tornando mais determinante para a performance do sistema. Um ponto importante deste teste é que executamos APENAS o Photoshop para realizar o benchmark, o que significa que em um uso real, com outras coisas abertas, o impacto da RAM pode ser ainda maior. Quem pensa em editar vídeos e imagens em alta resolução deve, portanto, considerar uma boa quantidade de memória em seu sistema, principalmente se estiver trabalhando em grÁficos integrados.

TÁ, e aí, pego ou não?

Nesta bateria de benchmarks, deu para ver que mais RAM não quer dizer mais performance, necessariamente. Diferentes sistemas e usos específicos verão vantagem em uma memória com mais espaço ou mais rÁpida, enquanto outros casos terão pouco proveito com este upgrade. De acordo com nossos testes, deu para perceber algumas situações e as quantidades de memória recomendÁveis:

  • 2GB: O mínimo para ter um bom uso do computador, pensando em atividades cotidianas e alguém que não abusa do multitarefa.

  • 4GB: Nível ideal para usuÁrio intermediÁrio, com memória o suficiente para usar vÁrios programas simultaneamente e encarar games com uma qualidade média.

  • 8GB: Quantidade ótima para a grande parcela dos usuÁrios, capaz de encarar games em alta qualidade. Acima disto, como 16 e 32GB, pode ser interessante para alguns nichos e aplicações mais específicas, como pessoas que trabalham com virtualização.

Ok, mas e a frequência mais alta das memórias? Quando vale a pena desembolsar mais por memórias mais rÁpidas? Acabamos tendo duas situações aqui:

  • GrÁficos dedicados: Menor impacto da quantidade e velocidade da RAM na performance em games, com a GPU se virando com sua memória própria.

  • GrÁficos integrados: TOTAL impacto da quantidade e velocidade das memórias RAM. Quanto mais espaço e mais rÁpido, MELHOR. Quem estiver jogando em APUs da AMD ou em notebooks com processadores Intel Core e não tem muita memória deve cogitar o upgrade, pois pode estar aí “aquele golinho” de desempenho que faltava para algum game. Na hora do multitarefa, estes sistemas também sentem mais quando possuem pouca RAM.

Outro ponto interessante de perceber foi que a mistura de memórias diferentes pode não trazer bom impacto na performance. Quando combinamos duas memórias de 4GB em 1.600MHz, uma da Ramaxel e uma da Samsung, o desempenho foi pior que uma memória de 4GB Ramaxel sozinha. Então não deixe de comprar os pares na hora de combinar memórias.

Mais um ponto que você deve levar em consideração: mais memória traz mais benefícios em performance do que maior frequência. Aumentando de 1.600MHz para 2.133MHz conseguimos ganhos que variam na casa dos 5%, enquanto as mudanças que aumentavam o espaço, como de 2GB para 4GB, podem trazer até 50% de aumento no desempenho.

É importante lembrar que os resultados do upgrade podem variar de sistema para sistema. Não adianta colocar mais RAM em um computador em que o grande gargalo de performance é um processador muito fraco. Também não adianta sair comprando as memórias mais rÁpidas sem verificar antes se o seu notebook serÁ capaz de usar a frequência mais alta presente nelas.

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