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GF 100 Deep Dive Day - Fermi em detalhes

No dia 11 de janeiro, um dia após o término da CES 2010, tive a oportunidade de participar do GF 100 Deep Dive Day, evento que a NVIDIA realizou em Las Vegas com o objetivo – como o próprio nome do evento sugere – de mergulhar de cabeça em “quase” todos os detalhes sobre arquitetura e desempenho da GF 100, codinome para a arquitetura FERMI.

O evento contou com a participação de 11 editores convidados pela NVIDIA, provenientes de websites especializados em hardware de vÁrios países, além de grande staff da própria empresa e a presença de engenheiros, gerentes de produtos, executivos e relações públicas. No evento foram confirmados alguns rumores que circulavam hÁ bastante tempo pela internet e ratificada a configuração apresentada originalmente por Jen-Hsun Hwang, durante a GPU Technology Conference, em setembro do ano passado.

Como de costume em eventos que sucedem pré-lançamentos ou que possuam informações confidenciais, tivemos que obedecer a data de embargo das informações divulgadas no evento, 17 de janeiro às 21h no horÁrio da Califórnia, ou 18 de janeiro às 3h da manhã no horÁrio do Brasil, por isso estamos publicando este artigo apenas hoje, assim como todos os demais jornalistas presentes ao evento.

O Evento

A abertura do evento coube a Drew Henry, Gerente Geral da NVIDIA para unidade de negócios de GPUs, que após dar as boas vindas aos presentes, convidou a todos para assistir a uma apresentação utilizando a solução 3D da NVIDIA, o 3D Vision, em conjunto com 3 monitores. O jogo escolhido para apresentar a solução foi o Need for Speed Shift. Nesse momento a NVIDIA estava apresentando oficialmente o 3D Vision Surround – do qual irei falar mais para frente ainda nesse artigo – e fazendo uma pequena demonstração do que estava por vir.

Logo após esta apresentação, Drew começou sua palestra explicando que o evento contaria com três seções, a primeira sobre a arquitetura GF 100, a segunda sobre o Programa de desenvolvimento da NVIDIA, que inclui o relacionamento da empresa com desenvolvedores e o selo “The Way It’s Meant to Be Played” e a terceira seção mostrando algumas ferramentas de desenvolvimento, mostrando um demo de GF 100 e o novo NVIDIA 3DVision 3D Surround.

Tão logo começaram os slides sobre a arquitetura, veio à promessa de que a GF 100 serÁ uma arquitetura revolucionÁria para games e terÁ o melhor desempenho de uma GPU jÁ fabricada.

Promessas fortes vindas de uma empresa que estÁ acostumada a ser líder em seu segmento e que certamente não estÁ se sentindo nada confortÁvel na atual conjuntura do mercado, sobretudo se levarmos em consideração que a essência da NVIDIA é gamer, uma empresa que surgiu com foco nesse público e que com a demora ao lançar sua nova geração de placas, vem perdendo participação nesse mercado diariamente. Claro que hoje a NVIDIA é muito mais do que uma empresa que desenvolve placa de vídeo para gamers, tanto que o lucro da empresa é proveniente primordialmente do mercado corporativo, mas certamente perder fatia do mercado gamer além de balançar as finanças, mexe no ego dos seus executivos.

Como apenas fazer promessas a esmo não funciona nesse mercado, Drew tratou de confirmar logo as especificações técnicas da GF 100, muito semelhantes às fornecidas por Jen-Hsun em setembro do ano passado durante o anúncio oficial da placa, desmentindo assim vÁrios boatos que surgiram na internet de que a NVIDIA teria reduzido de 512 para 448 o número de CUDA Cores / “núcleos”.

A GF 100 – Fermi – é sem dúvidas para a NVIDIA, o passo a frente mais significativo em termos de avanço na macro arquitetura das GPUs, desde o lançamento da primeira G80, inaugurando o que se conhece muito bem hoje do conceito chamado de grÁficos unificados e computação paralela. JÁ a geração GT200 trouxe uma ampliação no desempenho e nas funcionalidades da G80.

Com a Fermi, os engenheiros da NVIDIA empregaram todo o seu conhecimento adquirido ao longo das duas últimas gerações, bem como todos os aplicativos e empregaram uma abordagem totalmente nova de design para criar à primeira GPU computacional do mundo.

Abaixo alguns pontos-chaves da nova arquitetura.

– Otimização na Performance de Precisão Dupla: Enquanto a performance de ponto flutuante de precisão única foi da ordem de dez vezes do desempenho dos processadores, algumas aplicações de computação por GPU necessitam de mais desempenho de precisão dupla.

– Suporte à ECC: O chamado ECC (Error-Correcting Code memory em tradução livre, código de correção de erro de memória), encarrega-se de fazer os devidos testes e correções de erros de forma automÁtica, muitas vezes de forma transparente e imperceptível ao sistema operacional. Assim, abre-se espaço para a utilização de forma segura, de uma grande quantidade de GPUs em Datacenters, garantindo uma maior confiabilidade em sistemas críticos, tais como aplicações médicas, financeiras e militares.

– Hierarquia de Memória Cache Real: Alguns algoritmos paralelos eram incapazes de usar a memória compartilhada da GPU, de forma que os usuÁrios solicitaram uma arquitetura real para ajudÁ-los nos desenvolvimentos das tarefas e programas.

– Mais Memória Compartilhada: Muitos programadores do ambiente CUDA solicitaram mais de 16 KB de memória compartilhada para os Streaming Multiprocessors como forma de acelerar as aplicações.

– Alternância de Contexto Mais RÁpida: Muitos usuÁrios desejavam uma alternância de contexto mais veloz entre aplicações e inter operações de computação e grÁficos.

– Operações Atômicas mais Velozes:  Os programadores necessitavam de operações atômicas de leitura-modificação-escrita mais velozes para se adequarem aos algoritmos paralelos.

Como resultado dos preceitos acima, a equipe de desenvolvimento da Fermi projetou um chip com um imenso poder de fogo, trazendo ainda muitas inovações tecnológicas e que oferece um alto grau de programação e eficiência computacional.

Os destaques da macro arquitetura da Fermi são:

• Terceira Geração do Streaming Multiprocessor (SM)

    – 32 CUDA cores por SM, 4x mais que a GT200;

    – Performance até 8x maior em ponto flutuante de precisão dupla em relação a GT200;

    – Dual Warp Scheduler, que simultaneamente agenda e despacha instruções de duas rasterizações independentes;

     – 64 KB de RAM com uma partição configurÁvel de memória compartilhada e cache L1.

• Segunda Geração de Execução de Thread Paralelo ISA

     – Espaço de Enderçamento Unificado com suporte completo a C++;

     – Otimização para OpenCL e DirectCompute;

     – Precisão completa para IEEE 754-2008 32-bit e 64-bit;

     – Caminho completo para inteiros de 32-bit e extensões de 64-bit;

     – Instruções de acesso a memória para suportar a transição no endereçamento de 64-bit;

     – Melhora na performance através da técnica de Predicação

• Subsistema de Memória Otimizada

    – Utilização da hierarquia NVIDIA Parallel DataCacheTM com L1 ajustÁvel e L2 unificada;

    – Primeira GPU com suporte a memórias ECC;

    – Otimização no desempenho das operações atômicas de memória.

• NVIDIA GigaThreadTM Engine

    – 10x mais rÁpido nas aplicações de alternância de contexto;

    – Execução simultânea de Kernel;

    – Execução de blocos de theads fora de ordem;

    – Engine de transferência de memória com dupla sobreposição.

De acordo com os especialistas, a Fermi possui die com Área de 570mm2, um pouco menor do que a G80. Contudo, estamos falando aqui de um chip com litografia em 40nm e não em 65nm como da boa e velha GeForce 8800 Ultra. Para se ter idéia do que representa a Área do die, um waffer de 300mm2 é capaz de produzir teoricamente apenas 130 chips, na hipótese utópica de uma taxa de 100% de aproveitamento. Ou seja, trata-se de um verdadeiro “monstro”, no melhor sentido da palavra. E não é para menos. Afinal, trata-se de uma GPU com 3 bilhões de transistores e 512 CUDA Cores (também chamado de shader processors) em uma estrutura de computação conjugada MIMD (Múltiplas Instruções, Múltiplos Dados).

Conforme pode ser visto acima na estrutura de processamento “host interface”, hÁ um grande bloco chamado pela NVIDIA de “Gigathread engine”,  composto de 4 GPCs (Graphics Processing Clusters), 6 controladores de memória, partições ROPs e cache L2 com 768KB. Vale ressaltar que cada GPC, que são na realidade grandes unidades de processamento, possui 4 unidades de Streaming Multiprocessor (SMs), que por sua vez são compostas por 32 CUDA Cores. Desta forma têm-se os 512 Shaders Processors (4 GPCs x 4 SMs x 32 CUDA Cores).

Para quem ainda não estÁ convencido do que representam esses números, a GT200 conta com “apenas” 240 Shaders Processors. Em termos de quantidade de ROPs (unidades de rasterização), a Fermi tem 60% mais unidades que a GT200. São 48 contra 30. Em se tratando Texture Memory Units, são ao todo 64 TMUs.

Em contra partida aos Combinadores de Registros, Unidades de Shaders e Shaders Cores presentes nas gerações passadas, os novos CUDA Cores são a última palavra em termos de tecnologia. Unidades autônomas capazes de processar múltiplas instruções e múltiplos dados (arquitetura MIMD), em oposição ao SIMD (instrução única, múltiplos dados). Assim, os 512 CUDA Cores consistem de unidades de despachos, coletores de operações, 2 unidades de processamento (inteiros e pontos flutuantes) e registradores de filas de resultados.

Para ser sincero, o cluster de Streaming Multiprocessor é a grande razão pela qual a arquitetura da Fermi pode desde jÁ ser vista como a mais eficiente em se tratando de unidade de processamento grÁfico. Olhando para a imagem acima, podemos ver que os 32 CUDA Cores foram “empacotados” juntos com 64KB de memória cache dedicada que alterna entre os modos 48KB/16KB ou 16KB/48KB para toda a memória compartilhada e cache L1. Segundo a NVIDIA, esta comutação dinâmica irÁ permitir aos desenvolvedores otimizar o desempenho e tornar a arquitetura GF 100 bastante flexível.

Além disso, hÁ ainda as unidades Warp Scheduler e Master Dispatch que se alimentam de arquivos de registros (Register Files) imensos (32.768 entradas de 32-bit – o arquivo de registro pode aceitar formatos diferentes, ou seja, 8-bit, 16-bit, etc).  O cluster SM possui ainda 4 TMUs, cache de textura e o mais importante de tudo: Polymorph Engine.

A Polymorph Engine foi introduzida na Fermi para lidar com uma enorme carga de trabalho que as novas funções necessitam. Uma delas é a técnica conhecida como Tessellation (que é uma dos grandes trunfos do DirectX 11), onde o número de triângulos em uma cena pode aumentar de forma exponencial. Desta forma a NVIDIA teve de escolher entre construir uma gigantesca unidade dedicada ao Tessellation, ou dividir a carga de trabalho em diversas partes menores por shader cluster e partir para a eficiência. Como pode ser notado, a NVIDIA escolheu a primeira opção.

As unidades ROPs receberam uma atenção especial por parte da equipe de desenvolvimento. O resultado é que em alguns casos, o ganho de desempenho pode ser 3 vezes superior em relação a GeForce GTX 285 com o filtro de Anti-aliasing ligado!

Por falar nisso, a Fermi é capaz de suportar o modo 32x CSAA (8+24x), capaz de 33 níveis de transparência, com ganho de até 33 vezes sobre a GT200. O melhor de tudo é que segundo a NVIDIA, a degradação do desempenho serÁ muito pouco em relação ao modo tradicional em 8X, variando entre 8-15%. Para quem critica e acha que a utilização de filtro de AA acima de 8x não traz ganho visível, segue abaixo uma imagem, seguindo a linha de que uma imagem vale mais do que mil palavras.


Imagem capturada do jogo Age of Conan

Em relação às memórias caches, enquanto que a GT200 estava limitada ao compartilhamento de nível L2, a Fermi conta ainda com o nível L1, auxiliando sobremaneira o trabalho dos Shaders Processors. São ao todo 1MB de cache L1 e 768KB de L2. Trata-se de números interessantes e a constatação de que a NVIDIA foi em uma direção – colocando mais memória L1 do que L2 – e a ATi foi justamente em lado oposto, equipando a linha Evergreen com mais cache L2 do que L1.

De acordo com Henry Moreton, engenheiro da NVIDIA, o cache L1 da Fermi pode ultrapassar a impressionante marca de 1,5TB/s de largura de banda. Valor muito semelhante ao que chega a L2.

Ainda no quesito memória, a arquitetura da Fermi é composta de 6 partições de 64 bits, resultando assim em um total de 384 bits de interface de memória! Aliado a capacidade de suportar até 6GB de GDDR5 e a melhoria nos ROPs, a NVIDIA pode ter em mãos um verdadeiro trunfo frente a sua rival Radeon HD 5870/5970, principalmente em jogos pesados em altas resoluções e filtros de Anisotropic e Anti-Aliasing ligados em força total.

Após esmiuçar a arquitetura da GF 100, foi apresentada a comparação entre a GF 100 e a Radeon 5870, ambas rodando o Benchmark Unigine “Heaven” para DirectX 11, durante um trecho de 60 segundos. JÁ tive a oportunidade de ver este benchmark em funcionamento algumas vezes, inclusive em uma apresentação da AMD no final do ano passado. No slide que a NVIDIA apresentou, a GF 100 chegou a ter um pico de 1.8X mais FPS do que a Radeon 5870, ficando a GF 100 com um desempenho cerca de 60% superior durante a média dos 60 segundos de teste.

Na segunda seção apresentada, Tony Tamasi explicou o que é, e para que serve o setor de Conteúdo e Tecnologia da NVIDIA, setor responsÁvel pela evangelização e comunicação da empresa com desenvolvedores, com cinco (5) objetivos principais:

  • Garantir que os jogos rodem suavemente e otimizados para placas NVIDIA; 
  • Desenvolver ferramentas que permitam aos desenvolvedores aplicar suas idéias; 
  • Aprender com os desenvolvedores em busca do desenvolvimento de novas arquiteturas; 
  • Tentar chegar ao estado de arte; 
  • Trabalhar em parceria com desenvolvedores e editores visando benefícios mútuos;

Outra grande função desse setor é permitir que haja compartilhamento entre as informações sobre GPU, PhysX, 3DVision, CUDA etc., através do feedback passado pelos engenheiros e pelos diversos desenvolvedores que trabalham com os SDKs desenvolvidos pela NVIDIA.

Trocando em miúdos, esse é o pessoal responsÁvel por ouvir constantemente os desenvolvedores, buscando aperfeiçoar o desenvolvimento do hardware (placas) e ferramentas de desenvolvimento (SDKs), permitindo que os desenvolvedores consigam avançar o mÁximo possível na qualidade dos jogos.

Dessa Área da empresa saem ainda vÁrios documentos técnicos sobre design e que sugerem oportunidades de colaboração entre a NVIDIA e os desenvolvedores. Como os efeitos são implementados nos jogos pelos desenvolvedores em parceria com a NVIDIA, esses documentos são bastante úteis.

The Way It’s Meant to Be Played

Na pratica, esse é o resultado do setor de Conteúdo e Tecnologia da NVIDIA. O selo The Way It’s Meant to Be Played é fornecido para títulos que oferecem grande experiência com as GPUs da NVIDIA e indica que houve uma grande colaboração entre a empresa, desenvolvedores e editores, inclusive com testes nos laboratórios da NVIDIA.

Ainda segundo Tamasi “Em momento algum hÁ qualquer investimento financeiro envolvido por parte da NVIDIA, não é promoção, marketing, ou dinheiro apenas pesquisa e desenvolvimento cooperado para implementação do maior suporte possível as placas da empresa e suporte as tecnologias PhysX, CUDA e 3D Vision.

O objetivo da NVIDIA com essas ações é de melhorar ao mÁximo a experiência em se jogar no PC com em relação aos consoles, e claro, isso sendo possível apenas quando o usuÁrio optar por uma solução da NVIDIA.

O Batman Arkham Asylum é um grande exemplo desse desenvolvimento cooperado, tanto é que chega a parecer outro jogo quando utiliza uma plataforma ATI, tamanho a qualidade grÁfica que o jogo usufrui quando utiliza as tecnologias proprietÁrias da NVIDIA.

O game Dark Void segue a mesma linha, lançado agora em janeiro, é outro ótimo exemplo da diferença entre jogar com e sem física, em 3D ou não. Foi apresentado um demo mostrando o jogo com PhysX desativado, em nível médio e PhysX no mÁximo, deixando claro que o jogo serÁ um novo Batman, ou seja, apenas mais um jogo para usuÁrios ATI – sem PhysX – e outro para quem puder rodÁ-lo com física ativada e tirando o mÁximo de explosões, sombras, partículas, objetos voando, além de ser o primeiro game a utilizar o efeito de física chamado TURBULENCE, efeitos que somados tornam o game muito mais real e divertido.

Como jÁ mencionamos em vÁrias notícias, a funcionalidade da GPU vem aumentando rapidamente e cada vez mais outros segmentos estão explorando o poder de processamento paralelo da GPU, com a arquitetura Fermi essa tendência deve acelerar ainda mais, porém, grosso modo, a maioria dos usuÁrios ainda busca de fato uma placa de vídeo, sem se importar muito com o que ela realmente faz extra games, o que importa é apenas quantos FPS a placa irÁ alcançar no game favorito do usuÁrio e quanto ele vai pagar por isso.

Como a NVIDIA sabe disso e para mostrar o real poder de fogo da GF 100, nada melhor do que realizar alguns benchmarks para dar uma Água na boca do que estar por vir. Um dos benchmarks foi justamente rodando o game Dark Void, utilizando duas mÁquinas idênticas apenas com a GPU diferente, uma equipada com uma GTX 285 e outra com uma GF 100. Confesso que não sei exatamente a configuração utilizada no teste, porém como as duas eram idênticas e não havia nenhum gargalo de hardware, o resultado pode ser considerado vÁlido. A GTX 285 alcançou uma média de 38 FPS, enquanto a GF 100 atingiu 76 FPS de média, ou seja, o dobro de desempenho que a mÁquina equipada com a GTX 285, o que não nos diz muito, afinal, nunca testamos o Dark Void e fica difícil mensurar se esse é um game melhor otimizado para a nova arquitetura da NVIDIA que para a geração anterior e como isso pode ser comparado com placas da ATi.

Nesse ponto é importante frisar – e os engenheiros da NVIDIA faziam questão de mencionar isso durante o evento – que a GF 100 utilizada em todos os testes é um modelo de engenharia, ainda não é o produto final, o que significa que o desempenho ainda deve melhorar significativamente.

No teste realizado no game FarCry 2 a mÁquina equipada com a GF 100 teve um desempenho cerca de 80% superior a mÁquina equipada com a GTX285, utilizando a resolução 1680x1050px com AA ativado. Apenas para efeito de comparação, utilizando como base o VGA Chart realizado pela Adrenaline em Dezembro do ano passado, onde a Radeon 5870 teve um desempenho aproximadamente 27% superior ao da GTX 285 e a Radeon 5970 chegou a ter um desempenho quase 100% superior ao da GTX 285, podemos SUPOR, de forma muito superficial, que o modelo GF 100 testado é bastante superior a 5870 e um pouco inferior – em Far Cry 2 – que a 5970. Lembrando que a GF 100 utilizada ainda não é modelo final e deve ter um uma melhoria de desempenho que pode equilibrar o jogo com a 5970, além disso, não hÁ como saber se o modelo testado é o TOP da NVIDIA, por isso essa comparação não passa de uma curiosidade, não gerando nenhum resultado conclusivo.

Segundo Tamasi, uma pesquisa constatou que a maioria dos gamers nos Estados Unidos abre o jogo e busca um modo de início rÁpido, sem ajustar resolução e nenhuma outra configuração.

O lançamento da GF 100 também trouxe uma nova tecnologia bastante interessante, o NVIDIA 3D Surround, uma cópia evoluída da tecnologia Eyefinity, lançada em 2009 pela ATi.

O 3D Vision Surround é o nome dado pela NVIDIA para a tecnologia que permite utilizar o óculos 3D da NVIDIA – 3D Vision – com uma solução 120HZ combinando 3 monitores LCD, projetores ou DLP. Esta tecnologia permite utilizar monitores diferentes, desde que possuam a mesma resolução e tempo de resposta. Para isso é preciso de duas placas de vídeo GF 100 ou GTX 200 em SLI, pois cada placa tem no mÁximo duas saídas DVI e são necessÁrios 3 monitores para a tecnologia funcionar.

Existe ainda a necessidade de utilizar os monitores na posição horizontal, devido à freqüência de tela necessÁria para se atingir o efeito 3D. Importante mencionar que a tecnologia funciona também em 2D, sem a necessidade do óculos, e o melhor,  funciona com as GTX 260, 275, 280, 285 e 295.

Com um monitor LCD de alta resolução o usuÁrio conseguia a resolução mÁxima de 2560×1600 @ 60hz, totalizando 250M pixels / segundo. JÁ com o 3D Vision Surround utilizando a combinação de 3 monitores de 1920×1080 @ 120HZ, tem-se 5760×1080 e 750M pixels / segundo, sem contar a sensação de se jogar em 3D, com 3 monitores…

Minha experiência com o NVIDIA 3D Surround foi de pouco mais de 5 minutos jogando Need for Speed Shift e confesso que a diversão é garantida, e realmente parece que se estÁ jogando outro jogo, porém é aquela velha história que todos conhecemos, a solução exige 3 monitores de 120HZ, 2 GPUs mínimo GTX 260 e o 3D Vision, algo que no Brasil fica na casa dos R$ 5.000,00… para poucos.

A terceira seção demonstrou uma série de ferramentas para desenvolvedores, kits de desenvolvimento feitos pela NVIDIA e que demonstram o quanto a empresa investe e trabalha em parceria com os desenvolvedores. Não irei comentar esses kits nesse artigo pois se tornaria muito extenso e não agregaria muitas informações relevantes, porém não posso deixar de comentar o Supersonic Sled, demo em DirectX 11 que a NVIDIA desnvolveu para mostrar as tecnologias presentes na GF 100. Abaixo um vídeo do demo que estÁ disponível no YouTube

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O demo foi desenvolvido para mostrar a simulação visual e simulação de física presentes na GF 100, destacando a importância da física como o último degrau em realismo para gamers, tão importante quanto a evolução das texturas e dos shaders.

No demo, um motorista dirige uma nave sobre trilhos no meio de um deserto, a uma super velocidade, destruindo tudo que estÁ em seu caminho. Muitos efeitos de fluido, fumaça, poeira, explosões, mostrando na pratica as tecnologias PhysX e Tesselation, que com o aumento do número de triângulos, fornece maior riqueza de detalhes a nave, ponte, casa abandonada etc.

No demo apresentado durante o evento, o programador responsÁvel pelo demo interagia com ele, mostrando diversas situações diferentes, por exemplo, o resultado da explosão de um barraco que originalmente estava ao lado do trilho, colocando-o em cima dos trilhos e a nave batendo de frente com ele. O programador controlava ainda a quantidade de particulas que seriam geradas nessa explosão. Na continuação do demo a nave passa por uma ponte, nesse momento a ponte explode e os seus pedaços caem no desfiladeiro. O efeito é bastante complexo e detalhado, dependendo do grau de complexidade do efeito e do número de particulas resultantes da explosão.

Com isso a NVIDIA demonstra que o desenvolvedor tem a capacidade de definir o grau do efeito de física que serÁ aplicada em cada jogo, levando em consideração o efeito que se quer dar na ação e o quanto isso pode acarretar em desempenho.

A NVIDIA finalmente liberou maiores detalhes sobre a Fermi e agora sabemos que a arquitetura é inovadora em vÁrios aspectos e possui um enorme potencial e bastante flexibilidade. Sabemos também que o desempenho nos jogos estÁ sendo considerado um ponto chave para a NVIDIA, apesar de cada vez mais a empresa vender suas placas para outros nichos de mercado.

Infelizmente ainda não sabemos alguns aspectos importantes, pois pouco foi falado sobre o consumo das placas, em época de tecnologia verde, a NVIDIA deixa no ar o que esperar da GF 100, certo é que a mesma terÁ duas entradas de energia, uma de 8 e outra de 6 pinos, porém ao perguntar para Bryan Del Rizzo, relações publicas da empresa, ele comentou que o consumo ficarÁ nos mesmos patamares das últimas GTX, apesar do substancial ganho de qualidade e inovações presentes na GF 100.

O preço foi outro item não abordado e é um dos pontos que mais importam, sobretudo, para os brasileiros que pagam impostos em cascata o que chega a quase triplicar o preço da placa no país, infelizmente esse não é um problema global da NVIDIA e de outros fabricantes e sim um problema regional nosso. Preço que também assusta quando o assunto é NVIDIA 3D Vision Surround, qualidade inquestionÁvel para poucos, com o atenuante de que toda evolução tecnológica tem um preço e a NVIDIA vem trabalhando para trazer novidades ao mercado, o que é muito importante em termos de evolução mas encarece o produto devido ao investimento em pesquisa e desenvolvimento.

A GF 100 terÁ um desempenho bruto promissor, resta agora contar os dias para o seu lançamento, em março ao que tudo indica, para colocar a mão na placa e poder trazer para vocês o real desempenho da nova arquitetura da NVIDIA.

Resta esperar…

Notícias dos bastidores

Durante a CES muitos rumores infundados em relação a Fermi foram falados, por isso preferi filtrar tudo antes de postar algo a respeito. Rumores sobre gabinete especial sendo usado no stand da NVIDIA porque a Fermi não funcionaria em um gabinete normal, quando de fato se tratava de um MAINGEAR SHIFT, mÁquina desenvolvida pela MAINGEAR e que estÁ no mercado atualmente com triplo crossfire de Radeon 5870, logo, nada adaptado para a Fermi. 

Três dias antes do GF 100 Deep Dive Day tive a oportunidade de conversar com um executivo de uma empresa da Área de integração de computadores que me confirmou ter tido acesso no mês de Novembro a um “engineer sample” da família GF 100, os famosos protótipos de engenharia, funcionais, porém que ainda necessitam de ajustes para chegar ao modelo final.

Fato é que, segundo a minha fonte, o produto que havia sido enviado na ocasião para alguns parceiros da NVIDIA apresentou problemas e foi recolhido para anÁlise e posterior solução. Na CES, a mesma pessoa teve acesso a outro protótipo e a alguns benchmarks, segundo ela, com resultados extremamente animadores. O que realmente se confirmou durante o GF 100 Deep Dive Day, protótipos de engenharia com bom desempenho.

Conforme averiguei, no início de  fevereiro os “reviews samples”, ou seja, o produto final, deve ser enviado para alguns parceiros da NVIDIA e possivelmente a alguns anÁlistas, com o produto chegando as prateleiras em março.

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