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Teclado

ANÁLISE: Cougar Vantar MX - Um interessante teclado de perfil reduzido (e download do software ABNT2)

Embora o nome “Vantar MX” cause confusão, este teclado não utiliza switches Cherry MX, e sim switches Cougar-M, os quais possuem uma altura um pouco reduzida comparados a switches normais: apenas 3mm, contra 4mm de switches normais. No entanto, distância de ativação é a mesma, de 1.8mm. São switches que até agora só vi neste teclado.

O Cougar Vantar MX é a opção de “perfil reduzido” da Cougar. Os switches são menores do que o normal, o corpo do teclado é low-profile e as keycaps utilizadas também possuem um perfil menor do que o normal.

Embora eu não chamaria ele de “low-profile”, ele consegue ter algo que outros teclados com “perfil reduzido” ou “low-profile” não possuem, que é  compatibilidade com keycaps de perfil OEM (que são maioria no mercado), as quais são incompatíveis com Kailh Choc e Cherry MX Low-Profile, por exemplo.

Diferente de outros teclados mecânicos com perfil reduzido ou low-profile, o Cougar Vantar MX é compatível com keycaps “normais”

Ou seja, mesmo tendo um perfil reduzido, é possível customizar o Cougar Vantar MX com facilidade (embora conseguir sets ABNT2 vai ser difícil, mas hoje não é impossível), o que é um diferencial interessante.

Agora falta saber sobre o resto do teclado.

Construção Externa

A construção externa do Cougar Vantar MX me lembra muito os teclados da Havit. Tanto que tenho sérias dúvidas se ela não utiliza uma das mesmas OEMs (fabricantes).

O Cougar Vantar MX é descrito como um teclado mecânico de “perfil baixo“, o que é uma descrição que eu não concordo em usar.

Os switches do mesmo também são mais baixos do que a maioria que há no mercado, e a carcaça também é menor do que alguns teclados mecânicos possuem (embora hoje em dia carcaça low-profile é muito comum).

A altura do teclado é quase a mesma que o Cooler Master SK650, o qual utiliza o Cherry MX Low-Profile. A diferença é de apenas alguns milímetros.

Porém, não me sinto confortável chamando este, e alguns outros (ex: Alienware AW510K, Cooler Master SK650), de “perfil baixo”. O ideal seria “perfil reduzido”, para evitar que o público se engane com teclados como o Sharkoon Purewriter ou Logitech G915, que são os verdadeiros teclados mecânicos “low-profile”.


Sharkoon Purewriter TKL (perfil baixo), HyperX Alloy FPS (perfil reduzido), Motospeed CK96 (normal)

Virando o teclado, vemos um enorme logo da Cougar, assim como também várias borrachas para manter o teclado no lugar, e dois grandes pés emborrachados, os quais mantém o Vantar MX bastante fixo mesmo quando elevado.

Chegando às keycaps, temos o primeiro (e principal) aspecto que não me agradou no teclado. Ao tocar nelas, há uma sensação “áspera“, de atrito mesmo, enquanto é possível sentir com os dedos as letras, o que não é nada normal para um teclado com impressão Laser.

A sensação inicial não é muito agradável, chegando a aparentar que há algum tipo de acabamento “emborrachado” em cima das keycaps – embora não tenho certeza disso, pode ser apenas a textura da tinta.

Virando as keycaps, nota-se que estas são impressas via spray ao invés de sublimação, como fazem maioria dos concorrentes atualmente, e é um processo de qualidade inferior, que torna as keycaps menos uniformes e que pode gerar problemas de durabilidade. Também, nota-se algumas leves farpas de plástico e imperfeições na pintura.

Enfim, a construção externa do Cougar Vantar MX é decente, a carcaça é decente e os pés foram bem projetados. Seu único e maior problema são as keycaps Laser, o que por si só já é um ponto negativo, mas até mesmo entre keycaps Laser estas não aparentam ser de alta qualidade e não posso garantir quanto à durabilidade da pintura das mesmas no longo prazo. Pode ser que acabem desgastando, pode ser que não.

Construção Interna

Chegando ao PCB, infelizmente temos novamente um caso parecido com o Galax Xanova Pulsar, onde algumas coisas parecem mais feias do que realmente são, e outras parecem ser uma coisa e são na verdade outra.

A grande maioria das soldas do teclado estão bem feitas, a temperatura das soldas estava correta (por isso há um brilho característico) e o PCB parece ser bem organizado.

Mas há um buraco “blow-hole” na solda da tecla ” ]  ” (fechar colchete). Esse problema pode causar dificuldades de conexão a longo prazo para esta tecla.

Ao contrário do que parece, isso não ocorreu por solda mal feita, má qualidade da solda ou algo do tipo, e sim por outro problema.

Na verdade, esta “bolha” ocorre depois da tecla já ter sido soldada. O acúmulo de umidade no PCB do teclado acaba “escapando” em forma de gás durante o processo de soldagem de outros componentes enquanto a placa ainda está quente, e cria esta bolha em uma solda que já havia sido feita corretamente.

A única forma de notar problemas como este é através do controle de qualidade (pessoas e/ou máquinas fazendo checagem manual para achar defeitos), o qual infelizmente falhou.

Este não é um problema que deve ocorrer em todos os teclados. Talvez só tivemos “azar”, mas se o controle de qualidade da fabricante tivesse sido mais rígido, este problema estaria corrigido ou não teríamos recebido este teclado.

De resto, só há alguns pontos com “solda demais” ou “restos de solda”. Nenhum dos dois é uma boa prática, mas não são tão ruins quanto parecem.

A Oficina da Net realizou uma análise do mesmo teclado e não notou problemas. É possível que nós só tenhamos sido “sorteados” com uma unidade com problemas e que outros teclados não sofram disso, como aconteceu com o nosso Galax Xanova Pulsar, por exemplo.

O controlador deste teclado é o BYK816, o mesmo que é utilizado por centenas de outros teclados chineses e remarcados. É um controlador que unifica todas as funções e que possui funções limitadas quando comparadas aos controladores baseados em ARM, presentes em alguns outros teclados mecânicos mais caros (ex: Razer, Logitech, Corsair) possuem.

A utilização de chips como o BYK816 é a razão para estes teclados estarem abaixo da faixa dos R$ 500, mas também é a razão para estes teclados serem incapazes de terem efeitos que reajam a músicas, integração com jogos, etc… Este controlador não foi projetado e nem possui potência suficiente para realizar troca de efeitos em tempo real. 

Chegando aos switches, temos aqui o Cougar-M Switch Red, o qual aparenta ser uma clone do Cherry MX reduzido em tamanho e com uma distância total de percurso menor, de 4mm para 3mm. Pode não parecer muito, mas é notável que é diferente de outros switches.

Não sou a melhor pessoa para falar sobre switches Red, pois não sou muito fã destes, mas realmente gostei do Cougar-M Switch Red. O fundo mais curto faz com que pressionar e voltar o dedo seja mais rápido, o que lembra um tanto o Kailh Choc, que é meu switch favorito. Tenho curiosidade em saber como seria a resposta do modelo Blue, mas infelizmente este não é vendido no Brasil.

O Cougar-M Switch, por incrível que pareça, fala em sua própria página que ele possui uma durabilidade de “30 milhões de pressionamentos“, o que é bem menos do que os “50 milhões” ou “60 milhões” que muitos concorrentes oferecem. Porém, não se enganem: maior parte do mercado retira esses números das vozes das suas cabeças, fora que estes números não incluem a questão do double-click, que sempre foi e sempre vai ser o maior problema de durabilidade para switches mecânicos.

Não considerem esse switch inferior a outros apenas pelo número da certificação de vida útil. Em maioria dos casos, isso é besteira de marketing, fora que muitas empresas mentem ou usam métricas erradas nestes testes.

E qual é a durabilidade do switch Cougar-M contra problemas de double-click? Infelizmente só o tempo irá dizer, como não há informações da fabricante, não sabemos sobre o controle de qualidade da mesma.

Vou ser bem honesto, embora os Cherry MX Low-Profile sejam interessantes e mais resistentes a líquidos do que maioria dos switches do mercado, eles não me convencem, especialmente nos modelos lineares como os Red. O atrito do próprio design torna eles bastante “scratchy”- são switches leves, mas não são “suaves” e a compatibilidade com keycaps é bastante limitada.

Enquanto isso, embora seja um pouco mais alto, o Cougar-M Switch consegue ter sucesso justamente nestas áreas onde o Cherry MX Low-Profile acaba falhando. Há menos atrito em suas peças, o switch é mais suave e ele é compatível com maioria das keycaps para switches com encaixe MX, especialmente keycaps com perfil OEM, que é o perfil utilizado por grande maioria dos teclados mecânicos e conjuntos de keycaps que há no mercado. E diferente da Cherry MX Low-Profile, elas não batem contra a backplate.

Enfim, é difícil falar da construção do Cougar Vantar MX pois a nossa unidade não é exemplar, mas o problema que ocorreu não deve ocorrer em todas, embora ela deveria ter sido consertada ou rejeitada pelo controle de qualidade da fabricante.

Outros reviewers não notaram problemas nas soldas de seus teclados, a unidade da Oficina da Net sendo inclusive exemplar. Então, fica a dúvida se realmente há problemas no controle de qualidade da empresa, ou se fomos apenas “sorteados”.

Recursos e Extras

O Cougar Vantar MX não possui muito em questão de extras. As únicas funções adicionais são as teclas de multimídia e configuração acessíveis via FN. O diferencial deste teclado é que, assim como os teclados full-size (com numérico) da Ducky, há teclas multimídia em cima do numérico.

Algumas pessoas podem preferir que o teclado tivesse uma “rodinha” de volume, mas a vantagem de ter teclas assim, é que você pode trocar a função delas. Por exemplo, se você acha desnecessário ter uma tecla só para abri o Media Player, você pode trocar a função dela para Play/Pause no software, para alguma macro, ou o que quiser. Mesma coisa para as outras teclas.

Já os scroll de multimídia que outros teclados possuem não podem ser configurados. Pessoalmente, sou mais fã de botões no estilo dos Ducky/Vantar MX, embora o melhor tipo de controle de volume, na minha opinião, é uma rodinha na lateral esquerda do teclado, como o Motospeed CK80 possui. Não ocupa espaço e poderia até ser implementada em teclados pequenos.

Chegando ao software, na página da Cougar, não há a opção para teclados ABNT2, então acabamos com um problema bastante comum em alguns teclados ABNT2: o software não foi feito para ABNT2.

O que acontece é que, além de algumas teclas não corresponderem ao que está na interface (ex: a tecla ” \ ” controla a tecla ” ] “), as teclas exclusivas do ABNT2 não podem ser configuradas.

Mas quem já conhece as análise aqui do Adrena, sabe que eu gosto de mexer nos softwares e, como a base deste software é a mesma utilizada pelo Fallen Gear ACE, o qual eu ajudei a desenvolver, podemos utilizar parte dos códigos do ABNT2 que foram usados no ACE para fazer uma versão ABNT2 deste teclado.

Após isto, é necessário trocar a imagem do teclado, ajustar elementos da interface gráfica para caber as teclas, vamos aproveitar para traduzir ele, e pronto, temos uma versão ABNT2 para este software:

Para quem estiver interessado em instalar esta versão modificada do software para o seu Cougar Vantar MX, segue o link de download do instalador (Windows apenas):

Download do software editado para o Cougar Vantar MX ABNT2

É necessário clicar em “Restaurar” uma vez depois de instalado para o software funcionar 100% (senão a Contrabarra e Interrogação não ligam no efeito customizar).

A princípio, eu já mandei um e-mail para o representante da Cougar Brasil, o qual repassou para a Cougar Global. Ofereci o software gratuitamente caso tivessem interesse, mas não tive retorno até agora e a página do teclado ainda não foi atualizada.

Enfim, o que temos aqui é um software genérico muito comum entre teclados chineses e remarcados. Ele faz o básico e bem, porém quem procura funções muito avançadas (ex: edição de FN Layers, sincronização com programas e outros periférico….) não vai encontrar, embora é normal que estas funções não sejam vistas em teclados RGB abaixo de R$ 500.

Ele é capaz de criar macros simples, trocar a função de teclas menos usadas, customizar alguns de seus efeitos de iluminação, etc… Ele pode não ter tantos recursos quanto os softwares da Corsair, Logitech ou Razer, mas pesa 1/100 e não ocupa muitos recursos em plano de fundo. E para algumas pessoas isso pode ser mais importante do que o teclado acompanhar o ritmo da música.


O que não era bom nesse software era não ter como configurar o teclado ABNT2 corretamente. Esse problema já foi resolvido, mas isso deveria ter sido uma responsabilidade da própria empresa, e não de um reviewer.

Conclusão

O Cougar Vantar MX aparenta ser um bom teclado de perfil reduzido, seu grande diferencial é ter switches com um perfil menor do que o normal, os quais são, na minha opinião, uma versão melhor projetada do que os Cherry MX Low-Profile tentaram ser.

Entre o Cougar Vantar MX e qualquer outro Cherry MX Low-Profile que já usei (Corsair K70 Low-Profile, Alienware AW510K, Cooler Master SK650), certamente minha escolha seria o Vantar MX. O switch tem uma melhor resposta (menos “scratchy”), além de melhor compatibilidade com outras keycaps.

Agora, se o fato do teclado ter um “perfil reduzido  fará ele ser melhor ou não para você, já se torna uma questão subjetiva. Eu curto teclados com switches mais curtos, e o Cougar Vantar MX certamente me agradou muito mais do que maioria dos teclados com switch Red de sua faixa de preço.

Mas a unidade que recebemos para review não possui uma construção interna “exemplar”, e isto pode, ou não, causar problemas com o tempo. Este, porém, não aparenta ser um problema comum e a Oficina da Net realizou a review do mesmo teclado, o qual não tinha qualquer problema.

Pode ser que o que temos em mãos seja o mesmo que aconteceu com o Galax Xanova Pulsar: por “azar” recebemos uma unidade fora do padrão, mas outras pessoas podem acabar não tendo problema algum.

O Cougar Vantar MX é encontrado na faixa dos R$ 400, o que é uma faixa de preço normal para teclados com “perfil reduzido”. O Sharkoon Purewriter está na mesma faixa de preço e o Cooler Master SK650 está um pouco acima. E ele é o único entre estes dois que aceita keycaps normais, sendo que há lojas vendendo tanto o modelo ABNT2, quanto o modelo Americano.

Porém, o principal problema para este teclado é que, no mercado atual, faz falta o teclado usar keycaps double-shot. Não faltam modelos na mesma faixa de preço que oferecem isso, sejam teclados ABNT2 ou Americanos, e isto acaba impedindo o Cougar Vantar MX de levar uma nota maior.

Ele é, porém, 100% compatível (incluindo o numérico) com as keycaps ABNT2 Double-Shot da HyperX, mas é um gasto de 100 reais a mais que já poderia estar no teclado.

Prós

ABNT2

Bom software, leve e prático

Switches de perfil reduzido com melhor resposta e compatibilidade do que o Cherry MX Low-Profile

Teclas dedicadas para multimídia e que podem ser configuradas para macros

Contras

Keycaps ABS Laser de qualidade duvidosa e inadequadas para a faixa de preço

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