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ANÁLISE de Yakuza: Like a Dragon - um RPG único, divertido e cheio de originalidade

A franquia Yakuza é um sucesso no Japão, mas ainda não ganhou muito espaço no Brasil. Como é bastante centrada na cultura nipônica, a SEGA nunca fez muita força para emplacar a série por aqui. Isso mudou um pouco em 2020: a empresa lançou Yakuza: Like a Dragon no ocidente como um dos títulos de destaque do Xbox Series X e S, o que garantiu ao título dublagem em inglês e uma promessa de legendas no nosso idioma futuramente.

A parceria com a Microsoft colocou o jogo no radar de novos jogadores, mas estamos falando de um projeto bem peculiar. Além da franquia ser bem fora da casinha, Yakuza: Like a Dragon é uma espécie de soft reboot/spin-off da série e traz algumas mudanças, incluindo um novo protagonista e um sistema de combate em turnos.

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Se você está interessado nessa estranha e única peça de entretenimento interativo, confira nossa análise após cerca de 30 horas de jogo, que receberá mais “pitacos” após a finalização da história.

História

Era madrugada de domingo para segunda e o relógio do meu celular marcava 2h. Eu estava cansado e tinha que trabalhar logo cedo, mas as imagens renderizadas pelo Xbox Series X na tela da minha TV me mantinham acordado e cheio de interesse. 

Após me colocar em um sequestro com tortura psicológica e uma briga sanguinária com um grupo de bandidos, a história de Yakuza: Like a Dragon me deixou em uma situação peculiar. O grupo de protagonistas fugia pelos esgotos de Yokohama, que são tão complexos quanto um nível de Dungeon Crawler, mas acabam sendo surpreendidos por uma escavadeira. A única forma de passar é travar uma batalha em turnos contra a máquina pesada, e meu time disfuncional estava pronto para isso. 

De um lado, um criminoso cheio de raiva controlando uma máquina esmagadora. Do outro, um grupo destemido formado por um dançarino de break, um hippie, um policial da tropa de choque e uma cantora pop japonesa. Ao travar essa briga, após cerca de 30 horas de jogo, eu percebi que estava na hora de trazer ao público do Adrenaline algumas palavras sobre Yakuza: Like a Dragon.


Existe muita história antes e depois de você ter uma briga alucinante contra uma escavadeira. (Imagem: Mateus Mognon/Twitter)

Antes de chegar até a primeira luta com a escavadeira, porém, eu passei por muitos perrengues com Ichiban Kasuga, o novo protagonista. A maior mudança do novo jogo é a história. Yakuza: Like a Dragon acompanha um novo personagem e não está conectada diretamente com os jogos anteriores. Ainda assim, o submundo do crime japonês e a cultura do país ainda são a essência da narrativa, o que rende referências bem maneiras para quem já é fã de longa data da série. 

A aventura do novo Yakuza começa há cerca de 20 anos, quando Ichiban, um jovem sem família que foi criado em um bordel, trabalha para uma pequena gangue japonesa em Kamurocho. O criminoso de baixa classe serve o lendário assassino Masumi Arakawa, sua principal figura paterna, e acaba ganhando uma missão nada fácil para manter a lealdade ao seu clã: ficar preso por mais de 15 anos por causa de um crime que não cometeu.

No auge de sua burrice, o protagonista aceita o trato e, após quase duas décadas na cadeia, é traído pelo seu maior exemplo no mundo do crime. A treta é tão grande que Ichiban acaba indo parar na sarjeta de Yokohoma, longe das raízes de seu clã. Com quarenta anos de idade, um ferimento a bala e cheio de dúvidas, o ex-Yakuza se reúne com outros desajustados para tentar se reerguer e viver em um mundo com menos gangues e mais smartphones.

Trabalho em equipe


Em Yakuza: Like a Dragon, o protagonista quase nunca está sozinho. (Imagem: Mateus Mognon)

Aqui, temos a segunda maior diferença de Yakuza: Like a Dragon. Em grande parte de sua jornada, Ichiban não está sozinho: o protagonista é acompanhado de personagens como o mendigo e ex-enfermeiro Yu Nanba, o ex-detetive Koichi Adachi e a atendente Saeko Mudoka.

A história de Yakuza: Like a Dragon se desenrola ao redor das relações entre os personagens, ao passo em que revela as engrenagens do mundo do crime de Yokohama, que são bem complexas. As surpresas que eu encontrei na narrativa até agora foram uma das partes que mais me fizeram curtir a experiência com o game – por isso não vou me estender em viradas e spoilers. Porém, vale ressaltar alguns pontos fortes no quesito narrativo da obra mais recente da Ryu Ga Gotoku Studio.

Enquanto os jogos anteriores da franquia Yakuza já contam com histórias que misturam momentos bizarros com fortes emoções, Yakuza: Like a Dragon traz novas doses da fórmula com uma roupagem que faz “sentido”. O principal traço da personalidade de Ichiban é sua ingenuidade, que chega a se tornar burrice em alguns casos, e toda a narrativa é empurrada com o “olhar gamer” do protagonista, o que serve como explicação para os momentos exóticos da trama e gameplay.


A presença dos aliados do protagonista mantém a história equilibrada. (Imagem: Mateus Mognon)

A personalidade do gangster bobão é equilibrada pelos seus parceiros de equipe, que também possuem histórias próprias que ganham profundidade com o decorrer da narrativa principal. Esse “holofote dividido” entre os personagens funciona muito bem e abre portas para se apegar aos membros da equipe. A história e as mecânicas do jogo levam o jogador a vivenciar momentos de grande intimidade com o grupo, desde conversas de bar até pequenas vitórias da vida, como conseguir um lugar para dormir e um emprego.

Todo esse sentimento é utilizado para desenvolver reviravoltas, que vez ou outra acabam parecendo forçadas, mas garantem uma montanha-russa de emoções durante a jornada.

Equilíbrio

A montanha-russa de emoções também está presente nas idas e vindas da narrativa de Yakuza: Like a Dragon. A história chama a atenção dos novatos pelas referências aos videogames e por colocar o jogador em situações como uma briga entre músicos e uma escavadeira. Porém, tudo isso é apenas uma isca que leva para uma história robusta e cheia tramas sobre violência, política e desigualdade social.

A posição dos protagonistas oferece um olhar periférico do mundo do crime organizado, e a narrativa mostra a ascensão do grupo em busca de respostas, o que leva o time a encarar grandes líderes Yakuza, organizações sociais com interesses próprios e até mesmo inimigos de colarinho branco. A caminhada dos personagens passa por comércios ilegais, bordéis e até asilos, abordando temas importantes da sociedade japonesa que geralmente não ganham muito espaço nos games.


Yakuza: Like a Dragon reserva espaço até mesmo para discussões sociais. (Imagem: Mateus Mognon)

A genialidade da  Ryu Ga Gotoku Studio está em trazer todos esses temas sem olhos de julgamento ou dando uma de “GTA”, que costuma trazer certas discussões num clima de chacota. Apesar das brincadeiras em sua história, Yakuza: Like a Dragon traz uma narrativa cheia de honra e que sabe ser séria, apresentando certas questões de maneira transparente e de diferentes ângulos. Para uma franquia que nasceu 100% focada no público masculino japonês, ver esse tipo de evolução e adaptação é notável. 

Além de abordar temas importantes em sua narrativa principal, Yakuza: Like a Dragon está recheado de missões secundárias cotidianas, o que aproxima o jogador do estilo de vida e da comunidade da região em que o jogo se passa, além de mostrar que Ichiban é um cara gente fina. As sub-histórias trazem desde um pai com problemas no casamento até um mendigo tentando descolar um encontro com uma garota. Realizar as tarefas do dia a dia ao lado de desconhecidos aquece o coração e ganha um significado ainda mais profundo no ano de 2020, em que responsabilidade com o próximo é essencial.  

Com esse clima que vai desde assassinatos brutais em praça pública até galinhas chefiando empresas (literalmente), Yakuza: Like a Dragon entrega uma das campanhas single-player mais surpreendentes de 2020. A história traz entraves de gangues em um nível cinematográfico e profundas discussões políticas sobre o crime organizado. Ao mesmo tempo, virar em cada esquina de Yokohama pode te levar para uma missão extra cativante e que ajuda a mostrar como o mundo do game é cheio de realidade.

Gameplay

Em relação ao gameplay, Yakuza Like a Dragon consegue manter certas raízes da franquia, inclusive alguns deslizes, mas conta com novidades que o tornam único. 

A série de jogos da SEGA começou no PlayStation 2 e sempre chamou atenção de jogadores no ocidente pelo seu gameplay. Eu joguei Yakuza 2 quando criança só pela deliciosa sensação de bater em todo mundo com bicicletas e lixeiras, já que toda a história do game estava disponível apenas em japonês. O novo jogo chega com mecânicas que tiram as armas inusitadas das suas mãos na maioria do tempo, mas te presenteiam com um sistema de combate que é bem divertido.

Segundo o criador da franquia, Yakuza: Like a Dragon nasceu para ser como os outros jogos da saga, mas tudo mudou com uma brincadeira de 1° de abril. O time da Ryu Ga Gotoku Studio lançou um vídeo mostrando o game com um sistema de combates em turno durante o Dia da Mentira. A ideia caiu no gosto de muita gente e a equipe resolveu remodelar toda a produção como um RPG baseado em turnos.

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A adoção do novo gameplay é explicada na história com os traços da personalidade de Ichiban, o que faz as novidades encaixarem perfeitamente no universo e até servirem como explicação para as bizarrices da franquia, como os tiros que não matam. Para o protagonista, a vida é uma espécie de videogame, o que transforma uma briga comum em uma batalha de turnos. A abordagem é similar ao que temos nos jogos mais recentes da série South Park – inclusive nos ataques inusitados.

Todo o universo é interpretado pelos olhos infantis do protagonista não apenas nas batalhas, mas também em mini games que aparecem no mundo aberto. Ao entrar no cinema para assistir filmes vintage, por exemplo, você precisa bater em carneiros imaginários para manter o protagonista acordado até o fim da sessão. Caso você assuma uma empresa e tenha reuniões com acionistas, é preciso entrar em batalhas argumentativas com Quick Time Events, em que sua maior arma é pedir desculpas e dizer que os resultados do negócio vão melhorar. Assim, Yakuza: Like a Dragon transforma situações cotidianas em videogame.


Yakuza: Like a Dragon não esconde as referências a outros videogames. (Imagem: Mateus Mognon)

As passagens que ocorrem no esgoto ganham uma roupagem de “Dungeon Crawler”, com o mapa obscuro e cofres escondidos, para incentivar a busca por tesouros. Mesmo com tudo isso, minha parte preferida na gameficação fica por conta dos inimigos. Uma das primeiras sub-histórias conta com um pesquisador que te entrega um Sujidex, uma máquina para mapear malucos e pervertidos que andam pelas ruas atacando pessoas aleatoriamente. Basicamente, o jogo transforma os adversários em pokémons para você “capturar”. Com tudo isso, o novo Yakuza abraça seu universo estranho em definitivo e utiliza metalinguagem para entregar um gameplay diversificado e inovador para os padrões da saga. A aplicação também vem cheia de homenagens para games da cultura japonesa, o que torna a caminhada com Ichiban e sua turma cheia de surpresas.

Sistema de turnos criativo

Mais do que um jogo diversificado, com um mundo interessante e cheio de afazeres, Yakuza: Like a Dragon também é um bom RPG. Como todos os personagens da sua Party são uns ferrados, as classes são divididas em empregos temporários. Após algumas horas de jogo, você vai para uma agência de trabalhos e consegue trocar sua ocupação, o que garante habilidades diferentes para cada membro do grupo.

Cada emprego traz uma série de habilidades únicas aos personagens, o que garante combates em turno diversificados. As ocupações vão desde mendigo até dançarino de break e músico, com cada emprego trazendo suas vantagens para a equipe. Se você formar um time com mais artistas musicais, por exemplo, a Party consegue melhores resultados em ataques envolvendo som.

Yakuza: Like a Dragon transforma ações cotidianas em ataques de RPG. Na imagem, a cantora pop Saeko é silenciada após sofrer um ataque de protesto do membro de uma ONG. (Imagem: Mateus Mognon)

O grande destaque do sistema de combate fica para os ataques inusitados não apenas dos protagonistas, mas também dos inimigos. O jogo absorve partes da realidade e as transforma em movimentos de RPG, como protestantes usando xingamentos para te deixar desconcentrado em batalha, policiais atacando primeiro e dançarinas fazendo poses apelativas para distrair os adversários. A pegada diferente do sistema de turnos fica explícita logo nas primeiras horas de gameplay, quando mendigos chamam revoadas de pombos para atacar e usam bebida alcoólica para criar labaredas de fogo.

Yakuza: Like a Dragon também conta com um sistema de invocação bastante atual: Ichiban utiliza um aplicativo de “brigadores de aluguel” e chama um parceiro extra para a luta. As opções aumentam de acordo com o progresso na história principal do game e as sub-histórias completadas pelo jogador durante a jornada.

Toda a estética de RPG torna o simples fato de realizar cliques no celular uma ação muito épica, em um estilo que lembra animes como JoJo’s Bizarre Adventures. Tudo fica ainda melhor com o elenco de apoio que pode ser chamado para a luta, que vai desde uma lagosta até um chefe do crime vestido de bebê.

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As batalhas de Yakuza: Like a Dragon também são reativas ao ambiente. O jogador não pode mover os personagens livremente, mas é preciso ficar ligado na posição de cada personagem. Caso um inimigo esteja perto de uma lixeira, por exemplo, é possível que Ichiban e/ou um de seus amigos pegue o objeto para utilizar como arma durante a batalha. O mesmo também vale para os adversários, o que acaba deixando os embates mais estratégicos.

Todas as brigas contam com Quick Time Events para realizar certos combos e também para a defesa. Ou seja, além de escolher os ataques como em um RPG de turnos convencional, o jogador ainda precisa ficar de olho na realização dos movimentos, o que deixa a jogabilidade mais dinâmica. Se você está com preguiça ou cansar das brigas consecutivas, Yakuza: Like a Dragon também possui um mecanismo de batalha automática, que permite configurar um estilo de jogo e deixar o time descendo a lenha com comandos da IA.

Progressão


Uma das formas de evoluir a inteligência de Ichiban é realizando exames de proficiência. (Imagem: Rocket Paper Shotgun)

O RPG conta com uma progressão em níveis que evolui os personagens e também cada uma das profissões. Yakuza: Like a Dragon possui itens que permitem dar um upgrade em certas skills e, da mesma forma que outras partes do jogo, também utiliza uma roupagem de game para explicar a realidade. Um dos primeiros equipamentos que você encontra é uma “pulseira magnética”, que segundo a lenda popular melhora as energias do corpo e, por causa disso, te garante pontos extras de vida.

Dependendo do seu ritmo e das brigas que você evitar, será necessário tirar um tempo para upar os personagens antes de lutas importantes ou passar na farmácia e comprar remédios para a hora da briga. Porém, como o mundo aberto é limitado e pode ser percorrido facilmente a pé, não é muito difícil encontrar lutas para subir de nível enquanto realiza as sub-histórias ou faz os mini games. Todo esse processo não se torna cansativo e fica até contemplativo, já que a apertadas ruas do mapa são bem populosas.


Dar uma pausa na ação e sair para beber com os amigos também ajuda na evolução da equipe. (Imagem: Mateus Mognon) 

Ficar simplesmente brincando pelas ruas de Yokohama também é essencial para evoluir. Alguns aspectos da personalidade de Ichiban só podem ser evoluídos com a realização de algumas tarefas extras. Para ficar inteligente mais rápido, você precisa ir para uma faculdade e realizar exames de proficiência. Já o entrosamento da equipe pode ser melhorado ao visitar um bar para beber com os amigos – atividade que chega a ser nostálgica em tempos de pandemia.

Problemas

O que acaba atrapalhando a experiência em Yakuza: Like a Dragon é sua própria complexidade. Assim como jogos anteriores da saga, o jogo não conta com um sistema tão robusto para organizar as missões e atividades secundárias. Com isso, você precisa sair catando as atividades no mapa, e elas são muitas.

A grande quantidade de conteúdo também vem acompanhada de uma série de telas de tutorial e mecânicas que nem sempre são fáceis de acompanhar. Um exemplo para isso é o gerenciamento de empresas: ao realizar a primeira batalha argumentativa com investidores, você precisa realizar contratações e montar um time entrosado para enfrentar os acionistas, que possuem níveis (!!!!).


Yakuza: Like a Dragon tem muitas mecânicas secundárias e de vez em quando fica difícil acompanhar o ritmo do jogo. (Imagem: Mateus Mognon)

Na hora da “discussão”/batalha, você é apresentado para uma interface com diversos comandos e efeitos especiais pulando na tela, o que torna difícil assimilar tudo que está acontecendo. O exemplo da briga com acionistas é apenas uma das diferentes situações em minigames onde acabei me perdendo com tanta informação e foi necessário encarar o gameplay com paciência para poder progredir.

Outro ponto que pode afastar novos jogadores é o clássico jeito de contar histórias da franquia Yakuza. Assim como seus antecessores, Like a Dragon conta com longas sequências de cenas e partes em que o jogador precisa acompanhar os diálogos para não perder a história. O game até conta com algumas mecânicas de pseudo-escolhas para quebrar longas sequências, mas que podem não ser suficientes para agradar jogadores viciados em ação. E tudo fica ainda pior para os brasileiros, já que o jogo não possui localização no país.

Gráficos e áudio

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Yakuza: Like a Dragon possui uma história divertida e gameplay diversificado, com muitas mecânicas para explorar, mas todas as vozes, legendas e menus não estão disponíveis em português. Segundo a página do game na PlayStation Store, a localização dos textos para o nosso idioma chegará em 2021, tornando a experiência mais agradável para a maioria dos brasileiros. 

Enquanto a ausência de simples legendas em português é de doer, a SEGA fez um baita trabalho com a localização do game para inglês. Yakuza: Like a Dragon foi o primeiro game da série que joguei com vozes em inglês e fiquei impressionado: a escolha das vozes e atuações estão impecáveis, enquanto a sincronia labial não está 100%, mas cumpre seu papel. A empresa só cometeu uma falha gravíssima para quem já é velho de guerra na saga.


Não precisava traduzir a música mais famosa de Yakuza, dona SEGA. (Imagem: IGN)

A SEGA acabou se empolgando na localização e também traduziu as músicas do karaokê… O resultado? A icônica Baka Mitai ganhou uma versão em inglês que perde todo o brilho e sofrimento da edição original. Para ver a performance excepcional de Nanba em japonês, o jogador precisa voltar ao menu principal do jogo para trocar a linguagem. O procedimento é rápido no Xbox Series X graças ao SSD, mas seria melhor não ter que realizar essa troca.  

Experiência do console

Falando no Xbox Series X, o jogo se destaca no console pela ausência das telas de loading, que apenas exibem uma arte rapidamente durante a transição entre cenários. Yakuza: Like a Dragon também é compatível com o Quick Resume, o que facilita retornar rapidamente para o mundo aberto. A velocidade para abrir o game e jogar é tão grande que o jogo chegou a substituir minhas rápidas sessões de Netflix antes de dormir e após o almoço, já que bastam alguns cliques para cair direto no gameplay.

Na parte gráfica, Yakuza: Like a Dragon definitivamente não é um system seller, mas traz um visual satisfatório para os padrões da franquia. A versão de Xbox Series X conta com um modo performance que roda em 60 quadros por segundo com resolução na casa dos 1440p, enquanto o modo resolução traz algumas melhorias técnicas em 4K e 30 fps.


Os gráficos não gritam “nova geração”, mas também não deixam a desejar. (Imagem: Mateus Mognon)

Os gráficos, no geral, trazem evoluções em relação aos jogos mais recentes da saga, mas também contam com algumas travadas na movimentação e animações estranhas de vez em quando. Yakuza: Like a Dragon traz reflexos que chamam a atenção, sombras trabalhadas e efeitos grandiosos e coloridos para os ataques especiais. Porém, o grande destaque acaba ficando para os 60 quadros por segundo, que deixam a jogabilidade mais fluída no console de nova geração.

Conclusão

 

Com seu jeito destrambelhado, Yakuza: Like a Dragon é um jogo único e que merece a atenção não apenas dos amantes de RPG, mas também de quem simplesmente gosta de uma boa história e um gameplay cheio de surpresas. As batalhas em turno são modernas e criativas, o que deixa a jogabilidade instigante e engraçada, e tudo ocorre em um mapa divertido de ser explorado. A obra também é embalada por sub-histórias cativantes e uma série de mini games que esbanjam originalidade e vão te tirar algumas risadas quando te pegarem com a guarda baixa. 

Yakuza: Like a Dragon também acerta na mudança de protagonista e no ritmo de sua história, que é recheada de personagens cativantes e viradas inesperadas. Apesar de Kyriu ter virado o rosto da saga Yakuza, Ichiban e sua turma possuem um coração gigante e merecem ganhar mais atenção no futuro da franquia.

O game não chegou com dublagem e legendas em português brasileiro, mas deve receber localização com textos no nosso idioma futuramente. Com isso, a produção se tornará a porta de entrada definitiva para Yakuza.  

Prós

Batalhas em turno divertidas

Sistema de classe com trabalhos

Mundo aberto na medida certa

História cheia de surpresas

Abordagem de temas complexos e com importância social

Mini games criativos

Contras

Gerenciamento de missões confuso e tutoriais excessivos

Falta de legendas em português brasileiro no lançamento

Baka Mitai em inglês

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