Thronebreaker traz excelentes histórias do mundo de Witcher
Porém é preciso curtir umas rodadas de Gwent para realmente aproveitá-lo

Com o fim das expansões de The Wicher 3, fãs do bruxo de Rívia tiveram que recorrer a outros conteúdos como a série do Netflix ou os livros para ter mais aventuras no mundo criado por Andrzej Sapkowski. Thronebreaker: The Witcher Tales é um game que cumpre muito bem o papel de trazer mais dos conflitos dos povos do Norte contra a invasão de Nilfgaard, contando as aventuras de Meve, rainha de Rívia e Líria durante sua luta contra os de negro, os problemas internos de seu reino e os problemas internos de sua própria família.
O game está disponível no PC, no Xbox, no PS4 e mais recentemente chegou para o Nintendo Switch. Recebemos uma cópia para testar o jogo na plataforma da Nintendo, com 15 horas jogadas e boa parte da campanha no nível intermediário feita.
A ambientação é fácil o ponto alto do jogo. Se você terminou tudo que havia para fazer em Witcher 3 e suas duas expansões, e já cansou de caçar sidequests, Thronebreaker é um game que irá satisfazer sua busca por mais conteúdo com uma excelente história, cheia de reviravoltas, personagens cativantes e missões paralelas interessantes para fazer.
Novamente o jogador tem a chance de interferir na narrativa, seja através das seleções dos diálogos, seja vencendo as batalhas ou até mesmo cumprindo requisitos adicionais dentro dela. Assim personagens podem se juntar a sua comitiva, conflitos podem ser resolvidos e novas possibilidades da história vão se desenrolando na medida que você encarna a determinada Meve.
A qualidade do enredo que fez muitos se apaixonarem pela franquia Witcher está mantida em Thronebreaker. Mesmo as missões paralelas possuem desfechos satisfatórios, e mesmo com a ausência de personagens conhecidos a maior parte do tempo, o jogo é cheio de personalidades excêntricas e interessantes, fazendo com que rostos conhecidos como Geralt ou Dandelion não façam tanta falta na medida que você se aprofunda em outras localidades e momentos do mundo do game.
E muito da qualidade da história contada tem a ver também com os aspectos técnicos, e sem dúvida a parte artística contribuiu em muito para tornar a história tão agradável de ser acompanhada. Feitos em desenhos, os personagens tem belas artes e ótimas animações durante seus diálogos, e as vozes é um show a parte. Thronbreaker é 100% localizado em português brasileiro, e o trabalho dos dubladores é excelente, com boas atuações e trazendo à vida os diálogos travados no game. Mesmo sem cutscenes ou efeitos visuais mais impactantes, o desenrolar da história ganha expressividade graças ao trabalho dos dubladores.
Falando do gameplay, aqui temos a principal restrição do jogo: você precisa gostar de jogos de cartas, de estratégia e de quebra-cabeças para aproveitar Thronebreaker. Durante todas as minhas centenas de horas em The Witcher 3 eu saia correndo de toda partida de Gwent que aparecia na minha frente, mas em Thronebreaker não tem para onde ir: é a mecânica essencial do jogo, então ou é ir com ela ou é jogar o modo sem conflitos, que transforma o game basicamente em uma art novel.
Sem ter pra onde fugir, me obriguei a aprender a jogar Gwent, e o game é interessante. Apesar de não chegar no nível de um Magic The Gathering, ele conta com diversas mecânicas interessantes e uma variedade suficiente de desafios para não se tornar monótono. Um dos fatores que ajudam a evitar a "mesmice" são as batalhas com condições diferenciadas, que mudam condições da vitória, fixam cartas do jogador e até mesmo criam desafios excêntricos que criam quebra-cabeças desafiantes e bastante diferentes da partida de Gwent tradicional.
Essas partidas customizadas muitas vezes são atreladas a missões principais ou secundárias, e recriam aspectos da narrativa como perseguições ou lutas contra hordas de monstros, por exemplo. Algumas cartas de personagens também mesclam bem o gameplay e a narrativa, com cartas de figuras específicas tendo suas mecânicas bastante relacionadas ao temperamento do personagem que elas representam.
Uma das poucas coisas que não me agradou é que não dá para mudar seu deck antes da batalha. Algumas partidas tem missões específicas, como destruir uma carta, ou proteger outra, e não dá para alterar seu deck de acordo com a situação. É preciso carregar a batalha com seu deck atual e perder ou fugir da batalha para carregar o salvamento anterior e modificar sua estratégia. Também fez falta não possuir a possibilidade de salvar alguns decks pré-definidos, então toda vez que você quiser mudar sua estratégia, tem que ajeitar tudo novamente do zero.
Comentando sobre a forma como o jogo chegou ao Switch, o port ficou em ótima qualidade. Com exceção de um ou outro efeito com uma resolução um pouco menor, pelo próprio estilo do jogo, mais leve, ele roda sem dificuldades no console da Nintendo. Há alguns leves engasgos logo após carregar um cenário ou um salvamento automático, mas nada que comprometa a experiência com o jogo. Por sinal, o portátil é uma excelente plataforma para o game, já que a duração curta das batalhas e a facilidade de pausar e retomar a história combinam muito com o Switch.
Thronebreaker é uma recomendação fácil para fãs de The Witcher e até para aqueles querendo conhecer a franquia
Eu recomendo sem medo Thronebreaker para fãs de Witcher, e mesmo para aqueles que estão entrando agora no "lore" de Andrzej Sapkowski. Esse jogo mantém a qualidade narrativa que cativou gamers em Witcher 3 e tem como única restrição o gênero diferente: se você não gosta de games de puzzle, estratégia e cartas, talvez seja melhor fazer como muitos e jogar Witcher 3 e alguma de suas DLCs.
RECOMENDA? SIM Thronebreaker traz a excelência na narrativa e ambientação que cativou gamers no mundo de The Witcher, porém é importante curtir games de estratégia e cartas para aproveitá-lo |
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PRÓS |
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Excelentes gráficos |
História muito bem trabalhada |
Personagens cativantes |
Reviravoltas e possibilidade de modificar a narrativa |
Desafios interessantes |
CONTRAS |
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Precisa recarregar o checkpoint pra trocar seu deck antes de uma batalha |
Não dá para deixar decks salvos |