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ANÁLISE: Astro C40 TR - O melhor controle estilo Xbox para PS4?

A Astro, que se tornou parte do grupo Logitech desde 2017, sempre foi uma empresa focada em equipamentos de áudio para consoles, tendo como principais produtos os headsets Astro A40 (com fio), Astro A50 (wireless) e o Astro MixAmp (central para conectar fones/headsets aos consoles, que acompanha os headsets, mas também é vendida separadamente).

Embora a Logitech tenha praticamente abandonado o mercado de controles para consoles desde o fracasso do Logitech Chillstream, a Astro achou interessante investir neste mercado, especialmente no caso do PlayStation 4, que, diferente do Xbox One, não possui uma espécie de controle “Elite” oficial.

Mas o que o Astro C40 TR traz como diferencial além do formato do controle do Xbox One? Quais são os seus recursos? O que ele possui ou não comparado a concorrentes? E será que há razões suficientes para justificar seu preço acima de R$ 1.000?

É o que veremos a seguir.

Overview

Ao abrir a caixa do Astro C40 TR, a primeira coisa que será vista é a pequena bolsa do controle, onde está o controle, seus acessórios, um cabo micro-USB de 2 metros (que não está na imagem), um receptor USB para conexão sem fio e a chave Torx necessária para remover a capa frontal do controle.

O Astro C40 TR é um controle que copia a ergonomia e tamanho do controle do Xbox One, pesando 310g, consideravelmente mais do que o controle original do PS4 (214 gramas) e um pouco menos do que o Xbox One Elite Controller (348 gramas). Não é um controle leve e não há formas oficiais de diminuir este peso (a não ser abrir e remover o rumble, o que viola a garantia).

Ao toque, seu acabamento soft-touch do Astro C40 TR dá a impressão de ser “mais confortável” ou até “mais caprichado” do que os acabamentos dos controles da Sony ou Microsoft, mas a verdade pode não ser bem assim…

O problema do soft-touch/emborrachado é que ele possui uma vida útil que depende da qualidade do material utilizado e pode diminuir ainda mais se forem utilizadas substâncias corrosivas contra ele (ex: álcool para limpeza, suor humano, atrito dos dedos…).

O resultado é quase sempre em equipamentos com esse tipo de acabamento, com alguns anos de uso (ex: 2~ 4 anos), ele começa “derreter” e “grudar sujeira”, o que acaba prejudicando não apenas a sua aparência, como também a usabilidade, dá “nojo” pegar em algo grudento.

Não sabemos quanto à composição deste “soft-touch” da Astro, pode ser que ele seja melhor do que o normal e dure mais tempo, pode ser que ele tenha o mesmo problema que os outros.

Embora o material soft-touch realmente seja mais “seguro” na mão e proporcione conforto de início, não consigo considerar ele como sendo um “ponto positivo” visto os problemas que ele pode causar para a durabilidade no longo prazo. E, se há algo que eu procuro em um controle de mais de R$ 1.000, é durabilidade no longo prazo.

O Astro C40 TR possui “Thumbsticks” que podem ter a capa trocada facilmente trocados sem precisar abrir, e acompanha dois modelos côncavos de tamanho normal (estilo Xbox), dois modelos convexos de tamanho normal (estilo PS2/PS3) e para quem prefere que o analógico direito seja mais alto, há um modelo mais alto de cada, totalizando seis opções de capas de Thumbstick.

Para trocar a capa dos “Thumbsticks” é bem fácil, basta puxar as originais (são extremamente fixas, então você deve fazer isso com cuidado), remover a peça e colocar a nova, sem nenhuma necessidade de desmontar completamente o controle, diferente de como é este processo em controles normais.

Ele é compatível também com as mesmas capinhas de borracha para analógicos que o controle do Xbox One, assim como acessórios como os “KontrolFreek“.

Considerando o preço deste controle, seria bom se ele acompanhasse capinhas de borracha e opções estilo “KontrolFreek” para quem prefere mais atrito na superfície do analógico ou simplesmente quer proteger o acabamento original dos analógicos, que tende a desgastar na maioria dos controles.

Mas, considerando que ele é compatível com estes acessórios do Xbox One, não é um problema tão grande.

O grande diferencial do Astro C40 TR, é a sua modularidade. Usando a chave Torx para remover a capa frontal, os seus dois analógicos e o D-pad, podem ser trocados e terem sua posição alternada, para que você deixe da forma como preferir, seja simétrico (estilo PS4) ou assimétrico (estilo Xbox).

Para facilitar a montagem, há conectores, ímãs e uma linha vermelha que deve ser alinhada com a linha vermelha que há no analógico/D-pad, então a troca é extremamente fácil.

Inclusive, é possível criar até mesmo combinações “estranhas” como esta. E ele funciona perfeitamente:

Por um lado, esta imagem é engraçada para parte do público. “Cursed” alguns diriam. Por outro lado, isso permite que você jogue com apenas uma mão. Acrescentemos o fato de quase todos os botões serem configuráveis via software e isso significa que uma pessoa que possui apenas a mão esquerda, pode jogar Call of Duty sem problema algum neste controle.

Não creio que o Astro C40 TR tenha sido projetado com “acessibilidade” em mente, mas a possibilidade de criar combinações diferentes e os botões configuráveis via software acabam criando caminho para isto.

Analógicos e Gatilhos

A Sony não possui um bom histórico na criação de gatilhos, o DualShock 3 possui alguns dos piores do mercado e o DualShock 4 melhorou, mas convenhamos que a resposta e sensibilidade ainda está atrás de concorrentes de outras plataformas.

E o que o Astro C40 TR faz quanto a isso? Bom, ele copia e melhora os gatilhos do Xbox One, com uma resposta com um pouco “mais peso” e ainda assim bastante macia, tornando estes os melhores gatilhos entre todos os controles que já usei. Para jogos de corrida, o Astro C40 TR é fantástico, não é “leve demais” igual os do Xbox One e a resposta é mais macia do que os do Xbox 360.

Além disto, há também os Trigger Stops, que limitam a distância máxima que os gatilhos podem percorrer, em teoria tornando mais rápido a resposta quando você atira com eles. Estes, são ativados através destas chaves atrás do controle:

Na questão dos analógicos, o Astro C40 TR copia exatamente a mesma resistência que os analógicos do controle do Xbox One (65g de força), partindo do pressuposto de que muitas das pessoas que irão utilizar este controle, são pessoas acostumadas com o controle da Microsoft.

Se você acha a resistência original dos controles do Xbox One boa/suficiente, sem problema algum, ele é um excelente controle.

Ainda assim, parte do público que irá utilizar este controle serão jogadores profissionais, os quais estão mais preocupados com a questão da customização do analógico, que pode ser feita manualmente trocando a mola responsável por esta resistência na maioria dos controles:

Isso não é um processo tão simples em controles comuns, pois é necessário desmontar completamente o controle, remover as soldas dos analógicos, desmontar os analógicos, remontar e soldar tudo de novo.

Por isso, há quem compre controles customizados com resistências diferentes da original, especialmente quem quer uma “mira mais pesada” para o analógico direito, o que pode auxiliar a realização de movimentos mais precisos com o analógico.

Outra forma de modificar a resistência dos analógicos, é através de controles com sistema de regulamento manual, tal como o que há no Xbox One Elite Controller 2:

E o que a Astro oferece para essas pessoas que preferem analógicos com mais peso? Nada. A própria Astro não oferece acessórios para quem quer isso, sendo que ela poderia facilmente ter incluído tal recurso de duas formas:

  • Incluindo 1 (um) analógico extra com maior resistência
  • Projetando os analógicos para serem facilmente abertos e incluindo molas com pesos diferentes

Felizmente uma empresa responsável por controles customizados resolveu vender analógicos feitos para o Astro C40 TR, que são extremamente fáceis de trocar, bastando apenas remover alguns parafusos do analógico e trocar a peça original. Há três opções, original (65g), Xbox 360 (110g) e extrema (160g).

Sim, outras empresas fizeram o que a própria Astro deveria ter feito. Se ele tivesse pelo menos um analógico adicional com a mesma tensão que os do Xbox 360 (110g), já seria o suficiente.

O Astro C40 TR não é de forma alguma um controle barato e convenhamos que o fato dele custar US$ 150 / R$ 1270 e não incluir um acessório como este ou alguma forma de aumentar a resistência dos analógicos, é um ponto negativo, já que seus concorrentes possuem isso ou podem ser comprados com resistências diferentes.

Um controle “Elite” projetado para jogadores profissionais deve se adaptar para as preferências do usuário, e não o contrário.

Botões

O Astro C40 TR possui um total de 12 botões. São quatro botões frontais, Pause e Share, duas “paddles” configuráveis na traseira, um botão no touchpad, L1 e R1, dois botões nos analógicos e o botão PlayStation.


Estes botões (menos o PlayStation, Pause, Share e Touchpad) e até mesmo o D-pad são configuráveis via software, então se por acaso você acha o posicionamento de algum botão ruim em certo jogo, é possível trocá-lo através do software da marca.

Falando agora sobre a resposta dos botões, os XABY (vou chamar desta forma pois é mais fácil) estão bastante expostos e utilizam rubber domes de alta qualidade que conseguem proporcionar uma resposta macia, mas com a resistência certa para que o botão não “demore” para voltar, além de não possuir nenhum “pre-travel” (não precisam “afundar demais” para responder).

A resposta destes botões é ótima e não há o que escrever além disso. A resistência e resposta dos botões dos analógicos (L3 e R3) é idêntica ao do controle do Xbox One.

Os botões Pause e Share são muito difíceis de pressionar, ainda menores e mais duros do que os do PS4, mas estes são botões pouco pressionados, então o fato de serem ruins de pressionar é quase irrelevante, fora que para algumas pessoas é até bom que seja difícil pressionar eles acidentalmente.

O botão do touchpad funciona igual como funciona no PS4, um pouco mais “pesado”, mas isso não faz diferença. Não há nenhuma perda de precisão ou atraso na resposta em comparação ao touchpad original da Sony, diferente do Dazz Shadow (que possui problemas).

A resposta dos botões L1 e R1 é excelente. São botões fáceis de pressionar quando necessário, com a resistência e resposta perfeita para senti-los e são melhores do que os do controle do PS4 ou do Xbox One.

E além desses, também há os botões UR e UL, posicionados na traseira, na área onde você normalmente suporta o controle com seus dedos. São botões com resistência mediana, fáceis de pressionar, fáceis para se acostumar a utilizar e que serão pressionados acidentalmente pelo usuário nas primeiras semanas, mas depois acostuma e não há mais problemas depois disso.

“E por quê diabos eu iria querer mais botões? Só para pressionar eles acidentalmente?”

A razão para esses botões estarem aí é simples: para você não precisar tirar o dedão do analógico direito.

Imagine você nesta situação: você está jogando algum FPS (ex: CoD) ou TPS (Fortnite) e retira o dedão do analógico direito para poder apertar X (ou Quadrado) e coletar alguns itens que estão no chão. Ao mesmo tempo, um inimigo acaba surgindo na sua direita. Você rapidamente retira o dedão de cima do botão e move ele para o analógico, você gira o analógico para a direita e consegue atirar algumas vezes no inimigo, deixando ele com pouca vida, mas acaba morrendo antes de terminar com ele.

E se você não precisasse tirar o dedão de cima do analógico direito, será que não acabaria tendo um pequeno tempo extra para mirar e atirar no inimigo? Talvez teria sido o suficiente para derrotar ele…

Ou então, imagina se você pudesse pular e mirar ao mesmo tempo, permitindo que você esquive balas de inimigos e consiga mirar e atirar neles ao mesmo tempo?

A ideia por trás das paddles é bem simples: permitir que botões como o XABY sejam pressionados enquanto seu dedão se mantém no analógico direito.

A ideia principal das paddles, é permitir que você utilize os botões XABY sem tirar o dedo do analógico direito

Sim, isso só vai dar alguma vantagem em jogos de ação, em outros gêneros de jogos, as paddles podem não ser tão interessantes, por isso teria sido legal se a Astro tivesse feito igual o caso do Razer Raiju Mobile e acrescentado outras funções como “aumentar/diminuir sensibilidade dos analógicos”, “aumentar/diminuir volume”, “aumentar/diminuir microfone”, etc…

Enfim, talvez esta seja uma sugestão para uma atualização futura do controle, adicionar funções para quem não utiliza as paddles como botões ou em jogos onde elas não fazem diferença.

D-pad

O D-pad do Astro C40 TR é uma cópia direta do mesmo estilo e resposta que o D-pad do Xbox One. E aqui entramos em polêmicas.

Primeiro de tudo, este D-pad é projetado para proporcionar firmeza e segurança ao apertar uma das direções. A ideia é que você utilize ele para escolher armas/items/skills com total precisão e não acabe acidentalmente pressionando as diagonais ou a direção errada, por isso ele é meio “durinho”.

E como fizeram isso? Usando como “switches”, domos de metal ao invés de domos de borracha.


Domos de Metal do controle do Xbox One

Isto resulta em um D-pad que é excelente para jogos de ação ou outros jogos onde o D-pad tem uma função “secundária”, mas não é um bom D-pad para jogos de plataforma, pois é “duro demais” para ser mantido pressionado por longos períodos. É possível se acostumar e há quem use bastante o D-pad do Xbox One nestes jogos, mas convenhamos que não é a melhor experiência.

Também, este não é exatamente um dos melhores D-pads para jogos de luta, pois não é “macio” e a fluidez para fazer movimentos como “meia-lua”, não é das melhores. Para estes gêneros de jogos, o controle original do PS4 será superior.

Isto torna ele um D-pad ruim? Depende do que você joga, mas a ênfase parece ser mesmo em jogos de ação, para que você utilize o D-pad apenas selecionar algo (ex: trocar de arma) sem o risco de pressionar outra direção acidentalmente.

Mas, o Astro C40 TR é um controle de mais de R$ 1.000 que promete ser modular, logo deveria ser fácil trocar o D-pad por um modelo adequado para a sua aplicação, mas… Ele não acompanha nenhum, e nem existem outros módulos para troca.

Qual a vantagem da modularidade quando a marca não tira proveito dela? Não seria melhor se o controle tivesse dois D-pads, um para jogos de ação e outro para jogos de luta/plataforma?

Aliás, a bolsa do controle possui um suporte vazio para uma capinha de D-pad e o próprio FAQ do controle menciona a peça “D-pad Plus“, que foi vendida separadamente depois do lançamento e no momento não está disponível para venda nem mesmo nos Estados Unidos:

Notem o espaço vazio na parte de baixo da bolsa:

Será que a Astro removeu acessórios do controle antes do lançamento para vender separadamente? Em um controle de US$ 200?

Esta peça provavelmente teria melhorado a experiência de alguns usuários com o controle, mas infelizmente ela não acompanha o controle e não é possível adquirir ela atualmente. Um controle que já custou US$ 200 / R$ 1.600, tem peças faltando, a qual é inclusa em vários de seus concorrentes…

Recursos e Extras

O software do Astro C40 TR é de longe um de seus maiores e melhores diferenciais. Embora seria muito bom se ele tivesse um aplicativo nativo no próprio PS4 sem precisar de um computador para mexer nas configurações, o fato é que o Astro C40 TR é um dos únicos controles para PS4 que possui software, e sinceramente é um excelente software.

dois perfis internos no Astro C40 TR, sendo que é possível ter configurações totalmente diferentes em cada um deles, como sensibilidade dos analógicos, gatilhos, funções de botões, equalização, configuração de microfone e retorno…

Para trocar de perfil, basta alternar a chave referente (na direita desta foto):

Quase todos os botões (menos Pause, Share, PlayStation e Touchpad) podem ser configurados, até mesmo o D-pad pode ter suas funções trocadas.

Na configuração dos analógicos, pode-se aumentar a sensibilidade (exemplo no analógico esquerdo) ou até mesmo criar dead-zones (exemplo no analógico direito):

É possível também fixar os valores dos analógicos, para que a partir de certo ponto, a velocidade do seu personagem no jogo esteja “fixa”, similar a este teste que fizemos com o teclado Cooler Master MK850:

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Essa limitação de sensibilidade, pode ajudar usuários a “controlarem” a velocidade de seus personagens com maior facilidade e evitar sons de passos. São poucos os jogos que irão tirar proveito deste recurso, mas existem casos onde será uma vantagem.

Adiante, temos a configuração da sensibilidade dos gatilhos, funcionando da mesma forma que a dos analógicos.

Pode ser interessante para quem joga jogos de FPS e TPS, ter gatilhos mais sensíveis, já que isto tornaria o reconhecimento deles “mais rápido”.

Em seguida, temos a aba “Audio“, onde temos a opção de Equalizador, Sensibilidade do Microfone, Side-Tone (retorno, você escutar o que seu microfone capta) e Alto-Falante (o que está embutido no controle).

Para algumas pessoas, especialmente streamers, é interessante saber como está o áudio do microfone, então o Side-Tone é interessante para este público. Já a Equalização pode ter configurações diferentes em cada perfil, você pode por exemplo, ter no PUBG uma equalização que prioriza agudos e médios, enquanto em outro perfil, a equalização esteja normal.

Um dos recursos que o Astro C40 TR não possui porém, é a criação de macros, possivelmente para evitar problemas. Em controles de concorrentes como o 8bitdo SN30 Pro+ (compatível com Switch/PC/Android), é possível gravar sequências de botões e automatizar ações (ex: combos em jogos de luta), enquanto que o Astro C40 TR não possui isso.

Creio que embora teria sido possível incluir este tipo de recurso no controle da Astro, a empresa optou por não incluir devido à possibilidade destes controles serem banidos de campeonatos e partidas profissionais de certos jogos caso fizessem, algo que ocorreu até mesmo com conversores de controles como o Cronus Max Plus.

O intuito da Astro foi criar um controle que permitisse “customização”, não que jogasse sozinho pelo jogador.

Um recurso pouco mencionado do Astro C40 TR e que é ridiculamente superior a qualquer outros controles, é a entrada de áudio.

O Astro C40 TR possui um DAC (leia-se: placa de som) embutido com melhor qualidade de áudio do que outros concorrentes, tanto em termos de amplificação, quanto também na compressão de áudio, tanto no áudio que você recebe (jogo), e no que é enviado (microfone) de volta para o console.

O resultado na prática? Mais volume, mais graves e melhor qualidade de áudio no microfone do que outros concorrentes:

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E isto é uma excelente vantagem para quem utiliza fones high-end que se beneficiam de entradas de áudio com melhor amplificação do que o controle da Sony

Nos nossos testes, a melhora no Philips Fidelio X1 (+ microfone V-Moda) e HyperX Cloud Orbit é considerável e você acaba com um resultado ainda melhor em termos de áudio e microfone do que headsets sem fio como o Sennheiser GSP 670 ou Logitech G933. E o resultado do microfone usando o controle com fio, é melhor ainda.

Para o público que prioriza áudio de alta qualidade, o Astro C40 TR é muito mais interessante do que parece ser inicialmente, pois torna desnecessário a compra e utilização de placas de som externas para “extrair a melhor qualidade de áudio do PS4”, fora que ele também é 100% compatível com Windows.

Compatibilidade – PS4

Primeiro de tudo, o Astro C40 TR pode ser usado de duas formas:

  • Com fio (2 metros, conector micro-USB, acompanha o controle)
  • Sem fio (Wireles 2.4 GHz, protocolo proprietário)

O modo que você está utilizando é configurado por esta chave na traseira do controle (na esquerda da imagem):

O Astro C40 TR, ao contrário de alguns outros controles lançados recentemente, não utiliza conexão “USB-C“. Embora isso possa fazer parecer que ele não seja “atual” ou algo do tipo, o fato é que os controles originais do PS4 ainda utilizam micro-USB, então faz sentido que você possa recarregar os controles da Astro e Sony usando o mesmo cabo, ao invés de ter que conectar dois cabos diferentes no console.

Diferente do controle original da Sony, o Astro C40 TR não trabalha por Bluetooth, sendo necessário conectar um dongle em uma das USBs do console para que ele possa ser utilizado no modo sem fio:

Por não utilizar Bluetooth, o Astro C40 TR é incapaz de ligar o console e o mesmo não indica o quanto ainda há de bateria, o único indicador é uma luz vermelha quando ela está terminando. A sua duração de bateria é em torno de 12 horas, mas isto pode diminuir algumas horas se você utilizar a vibração ou a entrada de áudio.

A Astro diz que ela utiliza um receptor próprio para proporcionar baixo atraso e resistência a interferências. Não temos equipamento para provar ou não estas afirmações, mas o fato é que o controle Sony DualShock 4 já é um dos controles mais rápidos em resposta, talvez até seja o mais rápido do mercado no modo sem fio e não vejo como a Astro poderia ter um resultado “ainda melhor” do que o controle da Sony.

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E sim, o DualShock 4 é mais rápido via Bluetooth do que por cabo.

O que a Astro realmente conseguiu utilizando um receptor próprio, é uma melhor qualidade de áudio, tanto no que você escuta, quando no áudio do microfone, através de uma compressão de áudio de melhor qualidade e da presença de uma placa de som com boa amplificação e opções de equalização, similar aos MixAmp da marca. Fora isso, não há nada perceptível.

Enfim, em quase totalidade dos jogos do PS4, o Astro C40 TR não terá problema de compatibilidade algum, apenas naqueles que fizerem uso da PlayStation Camera, pois o controle não possui LEDs na traseira e portanto não será compatível com jogos que fizerem uso da câmera e da iluminação do controle para detectar movimentos do usuário.

Compatibilidade – Windows

Quanto à compatibilidade no Windows, desde que o controle e o receptor wireless estejam atualizados com o firmware mais recente e o software da Astro instalado, o Astro C40 TR será reconhecido como sendo um controle do Xbox 360 e funcionará em todos os jogos atuais que tiverem suporte para este controle.

Até mesmo a entrada de áudio do Astro C40 TR, funciona perfeitamente em PCs, sendo reconhecida como um “Dispositivo de Áudio” pelo Windows, tanto no modo com fio, quanto no modo sem fio.

Os únicos recursos que não irão funcionar, são o touchpad e os motion controls (acelerômetro e giroscópio), que são justamente alguns dos diferenciais do controle da Sony, embora a utilização destes em jogos do PC (e no próprio PS4) seja bastante limitada.

Ou seja, se você é uma das poucas pessoas que usa o touchpad do controle do PS4 para navegar no Steam Big Picture e usa o gyro aiming para auxiliar a mira em jogos, ele pode decepcionar.

Mas, para maioria do público que não utiliza ou nem sabia que o DualShock 4 pode ser usado desta forma no PC, sem problemas.

Conclusão

A conclusão sobre o Astro C40 TR é polêmica, pois ele é um excelente controle, mas é difícil recomendar ele, pois além da questão do preço, seu principal diferencial, que é a modularidade, não foi bem explorado e ele foi lançado no pior momento possível.

Para quem prefere o controle do Xbox One mas quer jogar no PS4 sem ter que usar adaptadores, ele é um excelente controle, pois não apenas emula muito bem, mas até melhora a resposta de alguns botões (gatilhos e LB/RB) em comparação ao original da Microsoft, além de preservar recursos que são utilizados por alguns jogos do PS4, tal como o touchpad e os motion controls.

A experiência geral do Astro C40 TR no PS4 é sem dúvidas melhor do que usando um controle da Microsoft com um adaptador (ex: CronusMAX), é possível usar com ou sem fio, não é necessário ter um segundo controle conectado, não há recursos faltando e tudo o que há no controle, funciona no PS4.

Os gatilhos são os melhores que já usei em um controle, macios e mesmo assim com uma boa resistência, a resposta de todos os botões (incluindo os dois adicionais) é ótima, o software é excelente e há configurações para quase tudo.

E um ponto pouco mencionado, é que a qualidade de áudio da saída do próprio controle é muito superior a qualquer outro controle, graças à placa de som de alta qualidade embutida que ele possui. O resultado é um som mais “encorpado”, com mais volume e até opções de equalização.

A combinação do Astro C40 TR com um fone de ouvido/headset de alta qualidade como o Philips Fidelio X1 (com microfone V-Moda) ou o HyperX Cloud Orbit, é simplesmente fantástica e o ganho em qualidade de áudio/microfone comparado ao controle original da Sony, é algo que infelizmente não vejo ser mencionado em outras análises e nem no material publicitário.

Quanto à experiência no Windows, se ele for configurado corretamente e se o seu software estiver instalado e atualizado, ele será reconhecido como um controle do Xbox 360 e funcionará em todos os jogos com suporte para ele.

Os recursos exclusivos do controle do PS4, tal como o touchpad e motion controls, não funcionam no Windows. Se você quer algo que funcionará exatamente igual o controle do Xbox One, sem problemas, mas se os recursos do controle do PS4 são interessantes para você (ex: usar o touchpad no Steam Big Picture), ele pode não ser a melhor opção.

Para quem quer uma cópia do controle do Xbox One para PS4, ele é excelente, o problema porém, é comparado a alguns de seus concorrentes, tal como o Xbox One Elite Controller 2, SCUF Vantage 2 ou outros controles de PS4 customizados.


 

Falta customização física, faltam peças em um controle que é vendido como sendo “modular’. Falta um D-pad “macio” similar ao da Sony para ser utilizado em jogos de luta/plataforma e também falta um analógico adicional com maior resistência, para quem prefere algo mais pesado do que os analógicos padrões do Xbox One para mirar, algo muito comum em controles modificados.

E convenhamos que a última coisa que queremos de um controle que já custou US$ 200 ou R$ 1.600 no lançamento, é que falte acessórios e customização, mas infelizmente é o caso do Astro C40 TR. Embora o conceito da modularidade seja excelente, nada adianta se o controle não incluir peças para realizar esta customização.

Outro ponto tenho que dizer que nenhum controle é invencível contra maus tratos, o que infelizmente ocorreu com a primeira unidade do Astro C40 TR que recebemos para análise, a qual já tinha marcas de uso, acessórios faltando e o receptor wireless era de outro controle e não funcionava. Além disto, o analógico estava danificado e grudava em uma direção.

Suponho que esta unidade tenha sido uma amostra utilizada em eventos (ex: BGS) e tenha sido danificada por terceiros antes de chegar na nossa mão, logo não consideramos o primeiro Astro C40 TR que recebemos como sendo “válido” para análise.

Mas, não teríamos que enviar o controle de volta e esperar o RMA se a Astro tivesse as “peças modulares” disponíveis no Brasil, e infelizmente ela não possui. Boa sorte para quem tiver problemas com os analógicos após o período de garantia (um ano) terminar.

Também, o Astro C40 TR possui um gigantesco problema, não referente à qualidade, acessórios e recursos, e sim à sua atual situação.

Um ponto importante a ser levantado, é a questão da compatibilidade com o PS5. É muito estranho que a Astro e outras empresas estejam lançando controles de PS4 logo antes do lançamento do PS5, e a grande questão que acaba existindo é:

Ele vai ou não, ser compatível com o PS5?”

Não se sabe. A Astro não possui uma resposta para isso, e o fato da Astro ter que pedir autorização e pagar por licenças apenas para vender o controle em diferentes partes do mundo, mostra que a Sony não possui uma política “amigável” para fabricantes de acessórios. Existe sim o risco de não ser compatível, tudo vai depender da Sony.

Enquanto isso, informações vazaram de que o Sony DualShock 4, e portanto qualquer controle que seja uma modificação dele, será compatível com a nova plataforma (o que inclui controles modificados “estilo SCUF”).

Será que vale a pena investir tanto em um controle agora quando falta menos de um ano para o lançamento do PS5?

Controles Sony DualShock 4 e modificações destes, supostamente serão compatíveis com o PS5, mas não se sabe quanto ao Astro C40 TR e outros controles licenciados tal como Hori Onyx ou SCUF Vantage 2

Aliás, será que não é mais vantagem esperar o lançamento em breve do PS5 e então comprar controles “estilo SCUF” do PS4 a preços bem menores? Será que o próprio Astro C40 TR não terá seu preço extremamente reduzido caso não for compatível com o PS5?

A Astro escolheu literalmente o pior momento para trazer este controle ao mercado. Digo o mesmo para o SCUF Vantage 2

Falando em preço, o Astro C40 TR possui vários recursos interessantes, peças modulares, software totalmente customizável, uma placa de som de alta qualidade embutida para proporcionar uma melhor experiência com fones e headsets…

São coisas que podem interessar o público, mas que acrescentam custo ao controle e seu atual preço de US$ 155 (US$ 199 no lançamento) assusta boa parte do público. E o preço brasileiro de R$ 1.270 (R$ 1.600 no lançamento) assusta ainda mais.

Talvez isto estaria justificado se ele tivesse uma maior gama de acessórios, especialmente aqueles que encaixariam nos espaços “vazios” da sua caixa, mas há poucos acessórios. Em termos de customização física, o Astro C40 TR é inferior aos concorrentes, e não deveria ser, já que custa mais do que eles e é “modular”.

Combinemos isto ao fato de não sabermos se ele será compatível com o PS5, enquanto há informações vazadas de que controles originais do PS4 e modificações de originais irão funcionar no PS5, e seu preço se torna ainda mais difícil para justificar.

Enfim, o Astro C40 TR é realmente o primeiro controle da Astro e isto é demonstrado em algumas das más decisões tomadas pela empresa e na falta de exploração da “modularidade”, que deveria ser justamente seu diferencial.

Ele é um controle de alta qualidade, com excelentes ideias e recursos, mas que foi ambicioso demais e lançado no momento errado. Agora, resta apenas saber se o caso dele irá melhorar ou não no futuro, seja através da confirmação, ou não, da compatibilidade com o PS5, do lançamento/inclusão de um conjunto mais completo de acessórios e/ou de uma possível redução de preço.

Prós

Cerca de 12 horas de duração de bateria

Dois perfis internos completamente configuráveis

Ergonomia, gatilhos, D-pad e analógicos são muito similares aos do controle do Xbox One

Excelentes gatilhos, extremamente precisos e macios

Excelente resposta em todos os botões principais, especialmente L1 e R1

Excelente software, com configurações para quase tudo

Peças modulares, sendo possível trocar a posição dos analógicos

Saída de áudio com melhor qualidade do que outros controles, além de opções de equalização

Contras

Faltam acessórios e peças de customização para um controle tão caro

Não há informações se será compatível com o PS5

Preço

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