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ANÁLISE: Ducky One 2 Skyline TKL

O Ducky One 2 Skyline TKL é um teclado da segunda geração da linha Ducky One (por isso o “2”), a qual supostamente é uma linha com visual mais simples, ao contrário da linha Shine.

Isto não quer dizer que sejam inferiores ou sejam mais baratos, e há modelos RGB também, mas não é o caso do modelo da análise, o qual não possui qualquer iluminação.

Skyline não é apenas o nome de um carro, mas sim de uma visão de prédios contra o céu. Por isso a tradução direta é “linha do céu”. Esta é uma foto de um Skyline:


Foto por Beyond My Ken @ Wikipedia.com

O Ducky One 2 Skyline TKL tenta copiar este esquema de cores, se focando justamente no cinza claro de nuvens e prédios, o cinza escuro de prédios e o azul do céu. Ele é vendido em duas variantes, a completa com numérico e teclas adicionais, e esta versão compacta da análise que chamamos de TenKeyLess, ou TKL.

Pelo bem da minha sanidade mental, vou chamar este teclado apenas de “Ducky Skyline” pelo restante da análise.

Construção Externa

A primeira coisa que deve ser dita é que o Ducky Skyline é um teclado customizável, e a Ducky sabe que as teclas com tema azul podem não agradar algumas pessoas, como por exemplo o autor da análise, mas ele acompanha as teclas normais para que possa ficar mais “sóbrio”.

O teclado também acompanha um conjunto adicional de teclas de cores aleatórias (vermelho, amarelo, azul ou verde), sendo que a unidade da análise acompanhou um conjunto azul, enquanto outro teclado que recebemos acompanha o conjunto vermelho.

Algo estranho porém destas teclas azuis é que elas possuem uma fonte maior que as teclas originais, então fica uma discrepância estranha. O mesmo acontece nas setas, que são muito diferentes das “originais” e acabam não combinando com o visual sóbrio do teclado.

Parece até que estas keycaps foram projetadas para outro teclado, mas que a Ducky decidiu misturar elas e chamar esse teclado de “Skyline” por alguma razão. Até mesmo o processo de produção delas é diferente e inferior às originais:

Curiosamente algumas das teclas que deveriam acompanhar este conjunto extra estão faltando em ambos os teclados Ducky One 2 que recebemos, a tecla com o logotipo da Ducky e a outra com algo escrito em chinês:

Avançando, não há detalhes fora do normal na estrutura externa do Ducky Skyline, mas tudo o que há é extremamente bem feito. Plástico de altíssima qualidade, dois ajustes de altura emborrachados, sendo possível escolher a altura do teclado através do ajuste menor ou maior, um conjunto de DIP Switches e canaletas para o cabo.

Falando em cabo, o Ducky Skyline é um teclado que utiliza o conector USB Tipo C, o qual é mais fácil de conectar (funciona de ambos os lados) e está se tornando o padrão para celulares, embora em teclados é apenas o segundo teclado que vejo com este conector (outro foi o Motospeed CK61).

Chegando às keycaps, elas são o destaque do Ducky Skyline. Diferente de empresas do setor “gamer” as quais infelizmente em sua grande maioria utilizam keycaps de baixa qualidade, temos aqui keycaps Double-Shot feitas em plástico PBT, que é um plástico mais resistente a desgastes do que o ABS usado por maioria da indústria.

Sei que keycaps Double-Shot atualmente não são nenhuma novidade, muitos teclados baratinhos utilizam elas, mas a qualidade das keycaps do Ducky Skyline é muito acima dos conjuntos baratinhos chineses, fora que a inscrição é muito mais clara e visível quando o teclado está sem iluminação por não serem keycaps “translúcidas” (projetadas para permitir a passagem de luz) como as utilizadas por teclados iluminados.

Mas enfim, qual a vantagem prática desse tipo de acabamento? Bom, em primeiro lugar já que não há qualquer tipo de tinta, não há como acontecer desgaste, além de isto permitir que o processo de limpeza do teclado seja mais fácil e seguro, diferente de teclados que possuem inscrições em laser.


Teclado da imagem: Mionix Zibal 60

Fora isto, a própria sensação ao tato é diferente e melhor do que maioria das keycaps de teclados mecânicos retroiluminados, é um pouco difícil de explicar, mas o atrito que há entre seus dedos é bem mais agradável do que o atrito que você tem em teclados retroiluminados com keycaps laser, alguns dos quais possuem até uma camada emborrachada (e que dá a impressão de estar digitando em cima de giz de cera).

A fonte presente nas keycaps  do Ducky Skyline é extremamente legível e não há as “marcas” do processo Double-Shot barato que empresas chinesas costumam usar, por isso não há os “sinais de corte” em teclas como “B”, “8” e “O”.

A explicação porquê isto ocorre está neste link, mas o resumo é que estas empresas chinesas usam um processo mais barato e mais rápido, e se elas tentassem fazer o mesmo que o feito pelas keycaps originais do Ducky Skyline, deixando sem nenhum “recorte” nos caracteres, ficaria igual essa imagem editada da direita, pois o miolo escuro do plástico cairia.

As keycaps que acompanham o Ducky Skyline são algumas das melhores do mercado. Até existem conjuntos melhores, mas a menos que você já seja um entusiasta por keycaps, não verá grandes ganhos comprando sets ainda mais caros.

A construção externa do Ducky One 2 Skyline TKL é exemplar, tudo o que há nele foi feito com os melhores materiais possíveis, todos os recursos foram bem implementados e há uma excelente atenção ao detalhe mesmo este sendo um teclado bastante simples em visual.

Mas as keycaps adicionais que acompanham o teclado e que dão seu “contraste azul” parecem não ter sido projetadas para ele. Não creio que isto seja o suficiente para penalizar o teclado, pois mesmo assim são keycaps boas, mas espero que este erro não seja cometido em modelos futuros.

Construção Interna

Diferente de marcas gamer e assim como várias outras marcas menores, a Ducky não apenas projeta seus teclados, mas ela possui fábrica própria, ao invés de depender de uma OEM (fabricante) como a Solid Year (Corsair, Cooler Master, GSKILL…) ou iOne (Razer, Logitech, HyperX…) para produzir seus teclados.

Abrir o Ducky Skyline é muito fácil, só há 2 parafusos na parte externa e o resto são engates de plástico. Mas, os engates de plástico são extremamente frágeis, mesmo com todo o cuidado do mundo, todos quebraram, menos os das laterais, que são projetados de maneira diferente. Parece até que ele é projetado propositalmente desta forma para que fique “marcas” indicando que o teclado foi aberto.


O teclado ainda fecha muito bem e ainda fica firme, mas agora ficou ainda mais fácil abrir ele.

Chegando à PCB (placa eletrônica) do teclado, temos exatamente o que esperamos de um teclado que se diz topo de linha, indicações de cada componente e tecla, soldas extremamente bem feitas e componentes de alta qualidade:

As soldas dos switches são bem feitas e curiosamente é possível instalar LEDs Single-Color (uma cor) no Ducky One 2 Skyline TKL:

A PCB do Ducky Skyline parece ter todos os componentes de um teclado iluminado, menos os LEDs instalados. Até a controladora de LEDs MBI5042GP, a qual é usada por outros teclados mecânicos iluminados, ele possui. A placa do Ducky One 2 Skyline TKL e do Ducky One 2 Backlit TKL deve ser a mesma.

Além disto, no coração do teclado encontramos uma MCU “Holtek HT50F52352” o qual é um processador Cortex-M0+. A mesma MCU também é utilizada pelo CM MasterKeys Pro M.

A título de curiosidade, a PCB do Ducky One 2 Skyline TKL também suporta o layout ABNT2 e parece que haverão novidades da Ducky quanto a isto…

A construção interna do Ducky One 2 Skyline TKL é extremamente bem feita, soldas caprichadas, componentes de alta qualidade, uma PCB organizada e fácil de modificar, além de utilizar switches Cherry MX.

Recursos e Extras

Adentrar os recursos do Ducky Skyline é complicado, pois este teclado é muito, muito mais complexo do que parece.

Em primeiro lugar, o Ducky Skyline possui seis perfis internos, sendo que cinco são customizáveis. O primeiro perfil é o padrão de fábrica e não pode ser alterado. Estes perfis são acessados pressionando FN + 1, 2, 3, 4, 5 ou 6, todos estando na memória interna do teclado.

É quase impossível utilizar os recursos do Ducky Skyline sem ter o manual junto consigo, a menos que você já tenha memorizado alguns deles.

Ler o manual é obrigatório para usar os recursos avançados de teclados da Ducky

A Ducky possui um dos sistemas mais completos de macros e configurações via hardware que há no mercado, sendo possível escolher pelo hardware:

  • Taxa de atualização do teclado
  • Modo de compatibilidade USB 2.0 (Para PCs Legacy) ou USB 3.0 (Padrão).
  • Trava da tecla Windows
  • Funções de mouse no teclado
  • Trocar a função ou localização dos modificadores através dos DIP Switches atrás do teclado
  • Criar macros simples e avançadas, com atrasos específicos ou gravando o atraso do usuário, e com 3 tipos diferentes de execução
  • Trocar funções de teclas para corresponderem a uma “Hotkey” ou a uma tecla multimídia (ex: Scroll Lock e Pause por aumentar/diminuir volume)

Não vamos adentrar tudo isto, mas vamos mostrar alguns dos recursos.

O recurso de mouse é extremamente interessante. Através de certas teclas do teclado (que mudam conforme o modelo TKL ou Full-Size) é possível utilizar o mouse através do teclado. O restante do teclado continua funcional até mesmo neste modo, e curiosamente é muito fácil se adaptar à movimentação do mouse através destas teclas.

Para o usuário comum pode não fazer sentido um recurso destes, mas para alguns programadores que podem lidar em ambientes nos quais maior parte do tempo não há necessidade de mouse, ou então para pessoas que precisam carregar consigo um teclado, especialmente quem lida com suporte técnico de servidores e terminais, um recurso destes pode ser extremamente útil e excluir a necessidade de carregar um mouse consigo.

Em seguida, pode-se trocar a função de quase qualquer tecla do teclado, sendo possível trocar a localização de letras, substituir teclas por “Hotkeys” (combinações de teclas) ou trocar a função de teclas por funções multimídia.

Aliás, pode-se trocar a função de teclas no FN Layer, recurso que só vejo em teclados com firmware editável. Ou seja, você pode configurar para que “FN + W” pause a música, “FN + D” avance para a próxima música, “FN + A” volte a música… Você pode configurar a função das teclas “FN” e isso é algo que não vejo em outros teclados.

Devido a isto, o Ducky Skyline possui mais teclas para macros e funções do que qualquer teclado da categoria “gamer”. 86 teclas padrões que são configuráveis e 49 teclas configuráveis no FN Layer.

Já nas macros, o Ducky Skyline e outros teclados da Ducky, são alguns dos únicos teclados no mercado que possuem um sistema de macros via hardware capaz de gravar os atrasos de cada pressionamento do usuário. E caso o usuário quiser, também há como deixar os atrasos entre teclas em valores fixos.

Há vários teclados com macros via hardware no mercado, mas grande maioria acaba sendo extremamente limitado e tendo tempos fixos na execução entre uma tecla e outra, o que impede que macros avançadas sejam criadas. Um exemplo é o Sharkoon SGK2 que possuímos aqui.

Não é o caso do Ducky Skyline, os mesmos tipos de macros avançadas que são feitos em softwares de outras concorrentes, podem ser feitas via hardware, havendo até mesmo três diferentes modos de reprodução:

  • Reproduzir uma vez
  • Repetir a macro até que o botão seja pressionado novamente
  • Repetir a macro enquanto o botão está sendo segurado

O sistema de configurações do Ducky Skyline e que também é usado por toda a linha Ducky One, é extremamente interessante e completo, com certeza é um dos sistemas de configurações via hardware mais completos do mercado, e isto pode ser útil para alguns usuários, especialmente quem tiver paciência para ler o manual e entender suas funções.

Mas a Ducky bem que poderia incluir também um software para que alguns destes recursos possam ser utilizados por quem prefira uma interface gráfica para editar funções do teclado. Ter todos estes recursos tanto por hardware, quanto por software, levaria o Ducky Skyline à perfeição.

Conclusão

{notas}

O Ducky One 2 Skyline TKL é um excelente teclado com uma construção topo de linha e alguns dos melhores componentes do mercado.

Switches de altíssima qualidade Cherry MX, keycaps com acabamento PBT Double-Shot, o qual é o melhor do mercado, uma construção externa impecável e uma construção interna exemplar.

Ele é um teclado aparentemente simples em visual, mas tudo o que está presente nele foi bem implementado, embora a Ducky poderia começar a disponibilizar não apenas configuração de macros e funções via hardware, a qual é uma das mais completas disponíveis no mercado, mas também disponibilizar um software para aqueles que querem apenas mudar algo simples sem ter que ler um manual enorme até descobrir como fazer.

Vejam, não estou dizendo para remover a parte de configurações via hardware, gostaria que outras marcas também tivessem o mesmo, mas seria legal ter as duas opções.

O Ducky One 2 Skyline TKL é vendido em diversas variantes com switches diferentes. A nossa unidade utiliza o switch Cherry MX Speed, o qual é interessante, a sensação é que ele realmente seja “mais rápido” que outros switches justamente por ativar fácil demais, o que pode ser interessante para alguns jogadores, mas acredito que o público gamer não seja o foco do Ducky One 2 Skyline TKL considerando sua estética.

E realmente não consigo recomendar o Cherry MX Speed para pessoas que possuem foco na digitação, pois ele aumenta consideravelmente a quantia de pressionamentos incorretos ou acidentais. Sei que isso é subjetivo, mas este switch realmente não foi projetado para digitação e o próprio marketing deixa seu foco em “jogos” bastante claro.

Quanto ao preço, não encontrei o modelo da análise disponível à venda (e possivelmente estaria com um preço absurdo devido ao MX Speed, o qual é um switch muito caro), mas é possível encontrar o Ducky One 2 Skyline Full-Size com Cherry MX Brown pelo valor de R$ 663.

É um preço bastante elevado, mas realmente é um teclado feito para durar muito tempo, com tudo do melhor que há do mercado e é um teclado topo de linha mesmo não possuindo RGB. Aliás, desde quando RGB é indicador de um teclado topo de linha?

Também, estes teclados chegaram ao Brasil em uma época tumultuosa com um valor de dólar extremamente alto, então pode ser que no futuro acabem ficando mais acessíveis. Assim espero para muitas coisas…

Prós

Excelente construção externa

Excelente construção interna

Keycaps PBT Double-Shot, as melhores disponíveis

Nível de customização via hardware absurdo, atrás apenas de teclados que possuem firmware editável

Sistema extremamente completo de macros via hardware

Switches de alta qualidade Cherry MX

Contras

Seria legal se além de possuir configurações via hardware, também tivesse um software

Preço

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