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ANÁLISE: Mega Man X Legacy Collection 1 e 2

O relativo sucesso alcançando pelas coletâneas dos jogos mais clássicos do Mega Man fez com que a Capcom decidisse repetir a dose com seu spin-off/reboot Mega Man X. Diferente das coletâneas anteriores, no entanto, Mega Man X Legacy Collection 1 e 2 foram lançados no mesmo dia, podendo ser adquiridos em conjunto ou separadamente. Recebemos as duas coletâneas para testar e fazer uma análise de cada seria um tanto redundante, então essa review vale pras duas coleções! 

IMPORTANTE:

O foco dessa análise vai ser na qualidade das coletâneas e dos ports, não de cada título em si. Ou seja, não vou analisar jogo por jogo, mas sim falar mais da qualidade dos ports, dos extras presentes e como é jogar os clássicos atualmente. No fim da análise vou traçar um rápido panorama sobre cada jogo, mas sem grandes aprofundamentos. Até por isso, essa análise vai seguir um formato um pouco diferente, não sendo dividida em história, jogabilidade, etc.

Apresentação

A apresentação dos jogos não é ruim, mas também não se destaca. Foram feitas novas artes para a divulgação das coleções que são extremamente elaboradas e estilizadas, aparecendo nas capas das edições físicas e também na galeria. Os desenhos são muito legais e devem agradar quase qualquer fã da franquia, rendendo uns pontos para a parte da apresentação.

As coletâneas têm interfaces bonitas e bem organizadas, mas faltam mais opções gráficas

A interface em si que não chama muito a atenção. Ela é limpa e intuitiva, o que conta pontos positivos. Os menus são um pouco mais elaborados e dá pra notar um nível melhor de capricho em relação às coleções anteriores, dos Mega Man clássicos. 

Seria interessante, no entanto, mais algumas opções gráficas. Além da resolução e três opções de filtro, não dá pra mexer em muita coisa. Como se trata de uma coletânea de jogos antigos seria bacana dar mais liberdade ao jogador na customização, nem que fossem alguns filtros malucos e mais opções de molduras em torno da tela do jogo.

Qualidade dos ports

Nas duas coletâneas do Mega Man X a Capcom optou por portar o jogo inteiro, assim como ela fez nas coletâneas anteriores do Mega Man. Ou seja, quando você escolhe um game no menu principal, ele começa a ser emulado por completo, com seus próprios menus, apresentações, etc. Pessoalmente, considero isso muito melhor do que o que foi feito na coletânea do Street Fighter, em que as opções dos jogos eram no menu da coletânea e você só entrava nos jogos logo na tela de seleção de personagem, praticamente.

os jogos são emulados por completo

Uma coisa que vale destacar aqui, com elogios, é a maneira que foi implementada a mecânica de salvar o progresso nos jogos. Em títulos como Mega Man X e X2, que nem tinha essa mecânica e usavam passwords, você salva e carrega o jogo na própria tela do password. É como se o jogo salvasse e preenchesse automaticamente o password pra você, tirando a parte chata de ficar anotando os números, mas mantendo a maneira que o progresso é guardado exatamente do jeito que ela acontecia nos títulos originais.

Deu pra notar que os ports tentam refletir a experiência completa de jogar em seus consoles originais. Mas aqui os pontos ficam mais polêmicos, especialmente falando dos jogos lançados originalmente no SNES.

A começar pelos frames. Os jogos rodam de maneira idêntica ao que rodavam no Super Nintendo, ou seja, a icônica queda de frames que praticamente deixa o game em câmera lenta no final da fase do Armored Armadillo no Mega Man X acontece exatamente igual, mesmo rodando numa GTX 1080. Muita gente vai correr pra xingar, mas garanto que tem um número semelhante de pessoas que prefere assim. Não consigo firmar uma opinião nessa parte. Ao mesmo tempo em que eu adoraria ver como seria passar essa fase com uma experiência mais fluida, não posso negar que a nostalgia bate forte quando vejo tudo ficando e câmera lenta e lembro como eu gostava disso quando era criança porque deixava esse trecho da fase mais fácil.

Os jogos portados do SNES têm um pouco de input lag em tela cheia, problema que pode ser resolvido no PC jogando em janela

Agora, o que não pode ser considerado como ponto positivo por ninguém é o input lag. Os ports do SNES principalmente contam com um input lag difícil de ignorar, especialmente para quem jogou as versões originais dos games. Não é nada que impeça de jogar e com o tempo acostuma, mas um dos principais destaques de Mega Man, desde o primeiro, sempre foi como o game é extremamente responsivo, dando uma sensação de controle absoluto. Na coletânea não sentimos isso em Mega Man X e X2, o que desanima um pouco. O vídeo deste link mostra o problema em detalhe. 

Jogando no PC, no entanto, é possível jogar em janela, o que reduz demais o problema do input lag, tornando ele quase imperceptível. Ainda está ali, mas fica bem mais fácil de ser ignorado. 

O jogo não tem nada em português e seria interessante dar a opção de deixar os áudios em japonês. A coletânea saiu no Japão também, não daria trabalho.

Extras

Os jogos acompanham os extras que seriam de se esperar numa coletânea, como galeria de imagens, trilhas sonoras e trailers. São galerias grandes e bem completas, mas que infelizmente se repetem em parte nas duas coletâneas. As imagens e descrições das action figures e trailers são exatamente as mesmas, mudando apenas a galeria de imagens e trilhas, para corresponder aos jogos que estão presentes em cada coletânea. Os extras também acompanham a animação The Day of Σ, um curta metragem que serve como prólogo para a história de Mega Man X.

Um destaque grande das coletâneas está nos X Challenges. Esses desafios inéditos colocam o jogador contra dois chefes por vez, vindos dos diferentes jogos. Há uma armadura quase inédita (baseada na Ultimate Armor) e a experiência final é realmente algo diferenciado. A mistura dos chefes para cada combate foi pensada de modo que as habilidades deles se complementem, oferecendo um desafio totalmente novo e muito divertido. Além disso, a mecânica de escolher apenas três armas especiais e ter duas vidas para três combates diferentes, seis Mavericks, acrescenta uma dose de estratégia muito bem colocada na ação. O que vai contar como ponto negativo aqui é que algumas lutas se repetem entre as duas coletâneas.

Vou colocar também como “extra” o modo Rookie Hunter, que diminui o dano que você toma nos jogos, para ajudar os novatos que queiram entrar na franquia. Uma opção de acessibilidade é sempre bem-vinda.

Lista de jogos

Mega Man X Legacy Collection 1

Mega Man X

Mega Man X é fenomenal. O jogo revitalizou a série com controles mais dinâmicos e um ritmo mais acelerado, trazendo inovações no design e uma direção de arte que, pra época, é de cair o queixo. E atualmente ainda é muito divertido de jogar! As fases são variadas, os chefes interessantes e há uma boa escalada na dificuldade para os últimos níveis. Além disso, toda a temática da narrativa é como o X parece fraco, mas tem imenso potencial de crescimento, o que é o tema do gameplay também, com o jogador ficando cada vez mais forte recolhendo partes da armadura, tanques de energia, aumentos para a vida e, claro, as armas dos chefes. Vale a pena jogar Mega Man X até hoje e o game merece ser chamado de um “clássico”.

Mega Man X2

A continuação da nova série do Mega Man é quase tão boa quanto o primeiro título. Claro que muito do game foi definido pelo seu antecessor, mas temos novas fases um pouco mais elaboradas e longas e uma nova armadura que tem um dos designs que mais gosto na série. Além disso, os X Hunters oferecem um desafio extra e ajudam a dar uma diferenciada ao longo do jogo, aparecendo de vez em quando.

Mega Man X3

O terceiro título da franquia é ainda mais ambicioso que seus antecessores, mas começa a dar sinais de fadiga. É interessante a adição dos robôs pilotáveis como um colecionável extra, mas jogar com eles não é tão divertido quanto os desenvolvedores devem ter pensado que era, o que acaba tirando um pouco da graça de buscar outros upgrades quando somos obrigados a usá-los. Esse título, no entanto, foi o primeiro a dar uma chance de jogar um pouco com o Zero, algo muito aguardado pelos fãs da franquia e que conta muitos pontos positivos.

Mega Man X4

Mega Man X4 dá uma nova guinada pra cima com a migração da geração de consoles oferecendo mais possibilidades para os gráficos e faixas de áudio do jogo. Temos uma direção de arte renovada, a melhor armadura da franquia e fases muito divertidas e variadas. Além disso, agora há um diálogo antes do confronto com cada chefe, o que dá um pouco mais de personalidade aos Mavericks e foi uma novidade muito bem-vinda. E claro que não podemos deixar de mencionar que este é o primeiro título em que podemos jogar “direito” com o Zero, do início ao fim. E não é o mesmo Zero do X3, apenas uma versão vermelha e mais forte do X. Ele tem um estilo de jogo próprio, pensado pra ele, focado no combate corpo a corpo e no uso de habilidades, trazendo pra ele a mesma experiência consagrada em Mega Man X do jogador ir se sentindo cada vez mais poderoso. 

Mega Man X Legacy Collection 2

Mega Man X5

Infelizmente, depois da pequena revolução que tivemos em X4, voltamos a perceber o “cansaço” da franquia. X5 dá muito a impressão de ser apenas um mod ou um DLC do X4, sem grandes novidades especialmente em relação ao Zero. Muitas de suas habilidades são novas versões das obtidas no jogo anterior, reciclando até as animações do personagem. O jogo até tentou inovar em alguns aspectos, com resultados bons e ruins. Na parte boa, agora podemos escolher entre o X e o Zero antes de cada fase, o que dá uma dinâmica interessante e contribui para a narrativa de que agora eles estão de igual para igual. O X consegue duas armaduras diferentes agora, o que é bem-vindo, mas elas precisam ser recolhidas por completo antes de serem usadas, o que tira aquela experiência importantíssima pra série de se sentir ficando mais forte aos poucos. De repente você tem toda a armadura com todas as suas habilidades. Há outros aspectos que poderiam ser comentados aqui, mas o parágrafo já está muito longo. Resumindo: o jogo ainda é legal, mas “deixa a peteca cair”.

Mega Man X6

Se Mega Man X5 dava a impressão que estava na hora de acabar a franquia, ou pelo menos lhe dar um descanso, Mega Man X6 é a prova final disso. O jogo nem devia ter existido, sinceramente. Os Mavericks são completamente esquecíveis, as fases são frustrantes e é introduzida uma nova mecânica de salvar amigos que é mais irritante do que qualquer coisa. O jogo tem um novo recurso, as almas, que você meio que precisa ficar juntando. Imagine, farmar itens num Mega Man. Não faz o menor sentido. E pra piorar tudo, o Zero foi basicamente estragado neste jogo. Talvez a Capcom ouviu as reclamações dele não ter muitas novidades no X5, então mudou sua espada e seu combo no X6, e ficou péssimo. Aliás, o ZERO NEM DEVIA ESTAR NESTE JOGO. 

*OBS.: Algo que eu acho interessante mencionar aqui é que o antes poderoso e imponente Sigma está destruído, decadente e patético aqui, sendo um último chefe relativamente fácil depois de um game bem difícil. Fico pensando se não foi uma mensagem dos desenvolvedores para a Capcom a respeito do estado em que estava ficando essa franquia que tinha começado tão bem, antes poderosa e imponente.

Mega Man X7

Mega Man X7 é uma abominação que não devia existir.

Mega Man X8

O oitavo e último game da franquia pode ser descrito pela expressão “too little, too late” (muito pouco e muito tarde). O jogo é, sim, bem divertido e faz um bom trabalho para retomar o formato e a jogabilidade dos títulos de plataforma que deram certo. Ele traz um sistema inédito e interessante de compra de armas variadas para o Zero e faz um bom balanceamento entre os três heróis, além de ser um game bem desafiador.

O jogo, no entanto, não traz inovações suficientes nem é bom o bastante para revitalizar a franquia e tirar o gosto ruim deixado pelo X7. Vale a pena jogar sim, ainda mais na coletânea, mas infelizmente não chega a ser o retorno triunfal que a série tanto merecia e precisava.

Ainda não dá pra dizer que a Capcom deu o melhor de si e fez uma coletânea incrível para os clássicos Mega Man X. Mas a produtora mostrou, sim, um pouco mais de capricho e entregou dois pacotes de jogos bem satisfatórios. A Legacy Collection 1 acaba saindo na vantagem porque os primeiros jogos do Mega Man X são melhores, mas para quem é muito fã da série ainda vale a pena pegar a Legacy Collection 2 pelo X5 e pelo X8. Há quem goste do X6 também.

E o extra que realmente faz a diferença aqui são os X Challenges, excelentes desafios especialmente para os veteranos que já não têm mais medo de Mavericks e podem encontrar aqui uma nova etapa de dificuldade. De novo, o Legacy Collection 2 sai na desvantagem por repetir algumas dessas lutas, mas ainda tem composições próprias.

Minha maior recomendação é realmente a Legacy Collection 1, que pra mim vale até os R$ 40 sendo pedidos no PC. Pra pegar as duas ao mesmo tempo ou a segunda depois, acredito que vale a pena esperar uma promoção.

Prós

A chance de ter legalmente grandes clássicos no seu PC

Modo X Challenge ficou diferenciado, desafiador e divertido

Jogos portados por completo, com seus menus e opções

Modo Rookie Hunter pode ajudar novos jogadores

Contras

Falta de localização

Input lag

Poucas opções gráficas

Sem opção para dublagem japonesa

Conclusão

{notas}

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