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Para quem não saiba, a Edifier é uma das principais marcas de caixas de som para PCs no mercado brasileiro. Ao contrário de algumas concorrentes que se focam apenas no “High-End”, ela sempre foi focada em trazer o melhor produto possível por um preço acessível, o que fica evidenciado pelo sucesso de sua linha X100.

O Edifier G4 por sua vez é um dos headsets que a empresa oferece para o público gamer. Sendo esta uma empresa do ramo de áudio conhecida por seu “Custo x Benefício”, esperamos que este seja um excelente fone capaz de brigar contra outros concorrentes de sua faixa de preço? Ou não?

Veremos.

Construção

O Edifier G4 possui três variantes, branco (LED azul), verde (LED verde) e vermelho (LED vermelho). Ao contrário da maioria das marcas que só enviam um dos modelos para análise, a Edifier nos enviou os três:

O Edifier G4 tem como destaque o seu visual, que mistura uma aparência “clean” em maior parte, mas faz uso de uma grade em sua lateral, grade onde também está instalado a iluminação do headset. Este detalhe é apenas estético, ele não é um fone de acústica aberta, ele é um fone 100% fechado, embora seu isolamento acústico não é dos melhores.

Ao contrário do credo popular, os LEDs não dão mais FPS e nem agregam à qualidade do fone, mas confesso que entre os fones que tenho aqui e possuem iluminação, estes certamente são os mais bonitos, especialmente o branco:

O Edifier G4 possui laterais em acabamento glossy (popular black piano). Este é um material difícil de manter sem marcas de dedos, mas pelo menos é fácil de limpar, sendo vantajoso especialmente no caso do modelo branco. Mouses, fones e teclados brancos precisam utilizar material glossy justamente para facilitar a limpeza.

Na minha opinião seria melhor se fosse fosco assim como a parte superior do arco, mas pelo menos não é emborrachado igual alguns concorrentes… O acabamento emborrachado é o pior de todos.

O fone não aparenta fragilidade e nem grande robustez em nenhuma de suas peças. A construção dá mais confiança que seu concorrente HyperX Cloud Stinger, mas não chega parecer aguentar muitos maus-tratos assim como o Corsair HS50 ou HyperX Cloud Core.

O Edifier G4 conta com almofadas de courino e estas também são removíveis. O conforto delas é bom, mas nada excepcional também. Para quem tem um cabeção (assim como o autor da análise), o Edifier G4 encaixa meio que “no limite” e outros “cabeçudos” podem não gostar disso.

O arco do Edifier G4 é totalmente em plástico, não tendo revestimento interno em aço ou alumínio como alguns concorrentes. A única peça de metal na construção do fone parece ser um leve filamento na parte responsável pelo ajuste de tamanho.

Para eu que tenho um “cabeção” o clamping (força que o fone exerce na cabeça) é pouco, e para quem tiver uma cabeça menor, será menor ainda, então não há o que se preocupar especialmente para quem utiliza óculos.

O cabo do Edifier G4 é um cabo de borracha um pouco mais grosso que o normal de fones, leve e maleável. Nele também encontramos uma caixa de controle (que na verdade é a placa de som do fone) com vários recursos:

– Ligar/desligar o fone de ouvido
– Ligar/desligar o microfone
– Ligar/desligar a vibração
Controle de volume analógico

Enfim, em termos de conforto e construção, o Edifier G4 é bom, mas também não é nenhum destaque perante concorrentes. Será que o áudio vai ser?

Qualidade Sonora

Vou ser curto e direto:

Possivelmente, o Edifier G4 não foi projetado pela Edifier

Pois não há nada que represente a qualidade e filosofia e o que vejo em outros produtos da Edifier neste headset, além de possuir características que normalmente estão presentes apenas em “Headsets Gamer genéricos” que diversas outras empresas remarcam.

Primeiro, vamos começar pelo recurso mais polêmico que há entre alguns headsets gamer: vibração.

Para início de conversa, há quem chame esta sistema de vibração de “subwoofer”, mas ele não é. O que isso é, é esta peça aqui, muito similar ao sistema de vibração que está dentro do seu celular:

Esse “vibrador” só é capaz de vibrar em frequências específicas, e é incapaz de reproduzir fielmente instrumentos reais, diferente de um bom alto-falante.

É basicamente impossível escutar uma música como “Hotel California – Eagles” sem desligar este recurso, já que o fone acaba tremendo 100% do tempo ao invés de realmente reproduzir o Randy Meisner tocando o contrabaixo.

O mesmo ocorre em outras músicas, nos momentos que o baixista está tocando algo nas últimas cordas do contrabaixo, está tudo OK, mas quando ele toca algo nas primeira ou segunda corda, ele acaba ficando com um volume maior e mais destaque que qualquer outro instrumento. Vibração é horrível para reproduzir sons com fidelidade.

Sistemas de vibração são horríveis para fidelidade sonora

Mas há gêneros que se aproveitam disto, especialmente gêneros musicais que não estão interessados em reproduzir instrumentos com fidelidade, tal como diversos derrivados da música eletrônica, assim como também derivados do Rap e Hip-Hop. Para diversas músicas destes gêneros e alguns de seus derivados, o sistema de vibração é “divertido”.

“Mas wetto, então é só desligar a vibração e fica tudo OK”

Não, não fica, pois embora seja horrível para a fidelidade sonora, a vibração pelo menos serve para mascarar o quão decepcionante o som dos verdadeiros alto-falantes deste fone é.

Graves inexistentes e que são camuflados pelo sistema de vibração, o qual só é capaz de vibrar em frequências específicas, médios sem detalhes e distorcidos, incapazes de reproduzir instrumentos com muita fidelidade, além de agudos que deixam a desejar e acabam simplesmente não reproduzindo sons que outros concorrentes são capazes de reproduzir.

Mesmo que a vibração seja “divertida” para alguns gêneros musicais, ainda assim há escolhas melhores para quem quer mais “graves”, mas sem deixar de lado a qualidade sonora, tal como o CM MasterPulse Stereo, Corsair HS50 e até mesmo o Razer Electra V2.

“OK wetto, ele não é um fone para músicas, ele é um fone para jogos, como então é o desempenho jogando?”

Primeiro de tudo, esse negócio de “todo fone para jogos é ruim para músicas e vice-versa” é bulhufas. Quem fala isso nunca testou um bom headset gamer (ex: HyperX Cloud Alpha), e nem um bom headphone (ex: AKG K240 MK II). Os melhores headsets que temos no mercado são justamente headphones profissionais modificados ou então utilizam os mesmos alto-falantes que fones profissionais.

Mas em jogos o Edifier G4 é igualmente decepcionante. Localizar sons com este fone não fácil pois seu palco sonoro é extremamente limitado, e acaba ficando ainda pior se por acaso houverem muitas explosões e sons de baixa frequência ao redor, pois a vibração acaba “afogando” sons que em outros fones seriam audíveis.

A falta de detalhes de seus médios e recuo excessivo dos agudos, além de distorções em algumas frequências, também acabam dificultando para diferenciar e localizar sons.

O fone tremer quando algo explode perto é legal? Sim, é. Isso melhora o meu desempenho no jogo? Não. E sem a vibração para mascarar a qualidade de seus alto-falantes, este fone é ainda mais decepcionante.

“Mas wetto, ele tem 7.1, isso não ajuda?”

Não. O software do Edifier G4 é apenas uma interface modificada do software padrão das atuais placas de som da C-Media, utilizando as tecnologias Xear, as quais também estão presentes em alguns outros fones.

Embora o Xear Surround Max não seja tão ruim quanto alguns outros efeitos 7.1 que já testei, tudo o que ocorre ao ativar ele é o som ficar mais alto e algumas frequências mais destacadas que as outras, em especial os agudos que neste fone são tão recuados, mas não é nada que faça grande diferença e nem é o que o marketing faz parecer.

Enfim, esta faixa de preço na qual ele se situa já está bastante acirrada. Há o Sharkoon B1 e seu maravilhoso microfone, o HyperX Cloud Stinger com um excelente conforto e bom palco sonoro mesmo tendo acústica fechada, o Corsair HS50 com uma estrutura bem feita e também um excelente microfone, até o Razer Electra V2 acaba se mostrando uma melhor escolha que o Edifier G4. Uma pena que este fone decepcionou justamente onde achei que teria destaque…

Microfone

O Edifier G4 é um headset com conexão USB, ou seja, a qualidade de seu microfone será a mesma em qualquer dispositivo que você conectar (a menos que você mexa nas opções do driver), diferente de headsets analógicos que podem ser influenciados pela qualidade do áudio do dispositivo onde estão conectados.

Segue então o teste:

YouTube video

O microfone do Edifier G4 é um pouco abafado, mas pelo menos é bastante sensível, embora capte bastante ruído de fundo e até um tanto da respiração mesmo estando longe da boca. Nem de longe é um microfone ruim, mas também não está entre os melhores até agora.

Enfim, o problema do microfone do Edifier G4 nem é a qualidade da captação, mas sim o fato do microfone ficar longe demais da boca e captar muito do ambiente devido ao seu design. Para muitas pessoas isso pode não ser um problema, mas realmente o Edifier G4 não é recomendável para ambientes barulhentos.

Além disso, o Edifier G4 não possui “cancelamento de ruído via cancelamento de fase”. E o que é isso? Maioria dos melhores headsets do mercado, possuem um microfone que capta dos dois lados:



Em ordem: HyperX Cloud Alpha, Sharkoon B1 (não possui cancelamento), Corsair HS50

Em fones que tenham este recurso, o áudio da direção oposta à boca é “reduzido” através do cancelamento de fase aplicado pelo próprio microfone com base na inversão do áudio captado do ambiente. Também é assim que os fones de ouvido com “cancelamento de ruído ativo” funcionam.

Basicamente microfones com este recurso captam o áudio do ambiente e revertem ele para reduzir o ruído.


Créditos da imagem para Marekich @ Wikipedia.com

Esse tipo de “cancelamento de ruído” não é perfeito, ele não “cancela” nada, apenas reduz, e também reduz um pouco a claridade da voz, mas já ajuda bastante para quem quer utilizar o microfone em um ambiente barulhento.

Concorrentes como o Corsair HS50 e HyperX Cloud Core / Silver, possuem este recurso, além de ficarem mais próximos da boca, fazendo com que captem menos som do ambiente. Já o Edifier G4 não possui isso.

Outro headset que também não possui esse recurso, mas em contrapartida possui um microfone com qualidade fantástica e muito superior ao Edifier G4, é o Sharkoon B1.

Conclusão

{notas}

É com dor no coração que chego aqui na conclusão tendo que falar que não recomendo o Edifier G4, especialmente quando há concorrentes bastante superiores como o Corsair HS50, HyperX Cloud Stinger e Sharkoon B1.

Se o Edifier G4 custasse na faixa dos R$ 120~150, talvez seria aceitável, mas na faixa dos R$ 250 ou acima, ele não consegue competir.

Possuindo uma qualidade sonora decepcionante, infelizmente ele não faz jus ao nome da Edifier, até porquê possivelmente nem fora projetado por ela, sendo apenas um produto remarcado. O Edifier G4 é apenas “mais um” headset gamer genérico com mais aparência do que qualidade, assim como tantos outros que há no mercado.

E isso é uma pena, pois eu esperava muito mais da Edifier

Prós

Bom nível de conforto (embora possa não ser para os mais “cabeçudos”)

Diversas escolhas de cores para compra

Sistema de vibração é “divertido” para alguns gêneros musicais, embora prejudique outros

Contras

Em vários momentos o sistema de vibração atrapalha muito mais do que ajuda

Qualidade sonora decepcionante, graves inexistentes (sem a vibração), médios sem detalhes, agudos recuados e sem vida

Palco sonoro inexistente, não tendo um bom desempenho na localização de sons

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