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ANÁLISE: SteelSeries Apex M750

A SteelSeries é uma das marcas mais antigas no ramo de periféricos e foi uma das primeiras a investir em teclados mecânicos, embora curiosamente demorou bastante tempo para lançar o seu primeiro teclado mecânico iluminado.

O que temos aqui é o topo de linha da segunda geração de teclados mecânicos iluminados da marca, utilizando um novo switch mais similar aos convencionais, o SteelSeries QX2.

Como ele se compara ao restante do mercado? O que a SteelSeries incluiu neste teclado? E será que vale o preço?

É o que veremos.

Construção Externa

Embora haja diversos recortes, é estranho ver como o “novo” flagship (modelo topo de linha) dos teclados da SteelSeries é mais “normal” em design do que seu antecessor e do que teclados da concorrência costumam ser.

Tendo a placa de alumínio que suporta os switches como capa frontal, o SteelSeries Apex M750 é um teclado com “teclas-flutuantes”, tendo seus switches expostos nas laterais.

Virando o teclado, há algo estranho. O SteelSeries Apex M750 não possui ajuste de altura. Ele possui uma tremenda borracha com o logotipo da SteelSeries que pode ser removida, mas a diferença de altura é mínima.



O SteelSeries Apex M750 já é inclinado por design, e não tive problema com a inclinação para utilizar ele, mas é estranho ver que este recurso presente em tantos teclados foi removido nele.

Agora, vamos entrar no assunto das keycaps, o plástico com algo escrito em cima que muitos chamam de “teclas”, embora este seja um termo muito amplo.

Ao invés de optar por teclas com fontes “gamer“, a SteelSeries simplesmente optou por uma fonte bastante simples e extremamente legível, mas com um diferencial: ela aumentou e muito o tamanho desta fonte no teclado, fazendo dela uma das maiores fontes entre teclados mecânicos iluminados.

Minha opinião sobre isso? Foi um dos aspectos que mais gostei do teclado. As teclas estão bonitas sem nenhum exagero e a legibilidade é excelente.

As keycaps do SteelSeries Apex M750 são feitas em plástico ABS e com impressão laser. São keycaps padrões da iOne e as mesmas keycaps que vamos encontrar em concorrentes como o Razer BlackWidow (todos), Logitech G610HyperX Alloy Elite RGB e vários outros.

E aqui entramos em um problema, pois para o preço deste teclado, o uso destas keycaps é tão vergonhoso quanto o TIM que a Intel usa para seus processadores.

Está ficando cada vez mais feio para teclados que se digam “High-End” usar componentes baratos como estas keycaps enquanto um simples Motospeed CK104 é mais caprichado nesta questão.

Felizmente o SteelSeries Apex M750 segue o padrão de tamanho de teclas que maioria dos conjuntos de keycaps da internet usam, inclusive pode-se trocar todas as keycaps originais por novas facilmente encontradas, diferente de concorrentes como o Razer Blackwidow Chroma e os teclados da Corsair, que não seguem o padrão do resto do mercado e por isto se torna mais difícil conseguir conjuntos compatíveis.

Mas, maioria das keycaps baratas possuem uma péssima legibilidade, ao contrário das keycaps orignais da SteelSeries, então o ideal seria se a marca começasse a investir mais nesse aspecto do teclado. Concorrentes como a Cooler Master e Corsair já estão começando a fazer isso, e para um teclado de R$ 999, o uso de keycaps PBT Double-Shot seria mais do que justo.

A construção externa do SteelSeries Apex M750 teria tudo para gabaritar este segmento se não fosse a utilização de keycaps feitas em ABS com impressão Laser. Concorrentes como o Ducky Shine 6 e até teclados chineses muito mais baratos acabam sendo mais caprichados em sua construção externa devido ao uso de keycaps de melhor qualidade, e está ficando cada vez mais feio ver teclados “topo de linha” de marcas como Logitech, SteelSeries e Razer utilizando keycaps baratas, especialmente considerando o preço destes teclados.

Construção Interna

Assim como os teclados da LogitechHyperX e Razer, o SteelSeries Apex M750 é produzido pela veterana iOne, que é uma das duas maiores fabricantes de teclados do mercado.

Vamos depená-lo então:

Para surpresa de poucos, temos exatamente o que esperamos de um teclado da iOne, embora com um pouco menos de resíduo de limpeza do que o normal, lembrando bastante a placa do Logitech G610, que também é feito pela mesma empresa.

As soldas estão todas bem feitas e possuem o brilho característico de uma solda feita com material de qualidade e na temperatura certa. Há algumas leves manchas do resíduo de limpeza da produção, mas não é nada que afete a durabilidade do teclado.

No coração do teclado encontramos uma MCU STM32F072, uma micro-controladora com um processador ARM 32 Bits que irá permitir que o teclado tenha recursos avançados e efeitos de iluminação complexos.

Além disto, o teclado conta com 4 controladoras para controle da iluminação, com nomes “S12043731“. Não encontrei documentação sobre eles, mas é uma arquitetura muito similar à que o concorrente Razer BlackWidow Chroma apresenta e bem diferente do que é visto nos teclados da Motospeed e outros teclados RGB baratos.

Quanto aos switches, embora a SteelSeries goste de inventar nomes pomposos para eles, como “SteelSeries QX2“, o que temos aqui são projetos customizados do Gateron Red, com materiais ainda melhores e também extra lubrificados, para proporcionar uma resposta ainda mais leve e macia do que o próprio Cherry MX Red:

São switches topo de linha feitos com materiais realmente caprichados e com um controle de qualidade de respeito, que não perdem em nada para switches da Cherry ou OMRON.

Mas, nem tudo são flores. O próprio switch Cherry MX Red já é um switch complicado, com pouquíssima resistência e que é aconselhado principalmente para quem quer ficar fazendo strafe o tempo todo com WASD, já que para digitação ele tende a aumentar a quantia de erros de digitação de tão leve que é. O SteelSeries QX2 é ainda mais agravado, com teclas ainda mais macias e proporcionando ainda menos segurança para digitação.

Para jogar jogos de FPS é uma maravilha, mas para digitação, eu consigo digitar muito melhor com um Redragon Harpe (membrana) de R$ 100 do que com o SteelSeries Apex M750. E isso é normal, não é um switch para digitação e sim “para jogos, mas gostaria de ver algum dia um Apex M750 com outro switch, talvez baseado no Gateron Blue

Se você não gosta da MX Red por ser leve demais, vai odiar o SteelSeries QX2

Enfim, o SteelSeries Apex M750 é um teclado mecânico topo de linha em sua construção e em seu switch. Componentes internos topo de linha, soldas extremamente bem feitas e um switch customizado feito por uma das melhores fabricantes de switches da atualidade, a Gateron. Uma pena que atualmente (Abril de 2018) não há variedade de switches neste teclado, pois o QX2 Red não é pra qualquer um.

Recursos e Extras

Embora o SteelSeries Apex M750 não possua nada que chame muito a atenção em seu acabamento externo, é abrindo o software que se nota que ele é capaz de fazer muitas coisas que muitos concorrentes não são capazes de fazer, ou fazem mal e porcamente.

Não canso de dizer que a SteelSeries Engine 3 possui uma das melhores interfaces gráficas do mercado, mas preciso repetir e até colocar destaque, pois minha esperança é que um dia algumas empresas chinesas de teclados tomem vergonha na cara e decidam fazer algo parecido:

O SteelSeries Engine 3 possui uma das melhores interfaces gráficas do mercado

Além de ser muito bonita e bem organizada, a SteelSeries Engine 3, assim como o Razer Synapse, são algumas das únicas interfaces do mercado que estão traduzidas corretamente para o nosso Português Brasileiro, o que também auxilia a tornar a interface muito agradável.

E outro tremendo diferencial, são os balões de ajuda, os quais oferecem explicações (e em Português!) sobre o quê cada função no software faz.

Enfim, chega da interface e vamos adentrar os recursos. A primeira aba que vamos adentrar é a “Definições de teclas“, onde podemos mudar a função de cada uma de suas teclas:

Ao clicar em qualquer tecla (menos a FN), é aberto um pequeno menu com várias categorias e subcategorias de teclas para escolher, desde teclas do próprio teclado, funções multimídia, botões do mouse, macros, abrir aplicativos, trocar configurações de periféricos da SteelSeries, trocar configurações do próprio aplicativo e atalhos do sistema operacional.

Parece simples, mas realmente não há nada faltando aí, além de ter todas as opções de execuções disponíveis:

Aliás, falando em macros, a SteelSeries Engine 3 possui o que considero a melhor interface para macros do mercado, e qualquer outro software que tenha algo similar, copiou dela:

A representação gráfica é bastante simples, com ícones e cores diferentes para ações de tipos diferentes, além de tudo ser facilmente editado apenas clicando com o botão direito. Simples, prático e fácil de entender o que está sendo feito, diferente do horror que é ver macros com instruções na horizontal:

Mesma macro, duas interfaces gráficas totalmente diferentes. Qual foi mais fácil de entender?

Agora vamos adentrar a aba Iluminação, a qual à primeira instância pode parecer mais simples do que realmente é.

Aqui podemos escolher os efeitos do teclado, havendo duas opções principais na esquerda: ativo (que por alguma razão foi traduzido como “ativar”, uma das poucas falhas) ou reativo, sendo a primeira categoria “estática” e a segunda reage às teclas que você pressionar no teclado.

YouTube video

A lista de efeitos pode parecer pequena, mas acredite, todos os efeitos estão muito bem feitos e caprichados, muito mais do que um efeito similar estará em um teclado da Motospeed por exemplo, fora que a quantia de efeitos reativos nativos que ele possui, é algo que poucos concorrentes conseguem chegar perto.

Mas então isso é tudo que a iluminação do teclado é capaz de fazer? Na verdade não é nem metade. Além desta aba, pode-se regular os efeitos de iluminação de periféricos da SteelSeries através da aba Apps do Engine no menu principal, o que inclui, mas não apenas:

– Suporte para sistema RGB PrismSync, sincronizando placas-mães, mouses, mousepads, headsets e teclado com suporte para esta tecnologia.

– Suporte nativo para efeitos de iluminação especiais para CS:GO, DOTA 2 e Minecraft.



– Suporte nativo para efeitos de iluminação especiais para o Discord

Achou pouco? O SteelSeries Apex M750 também é compatível com o Aurora, que faz jogos que são compatíveis com o Razer Synapse (ex: Overwatch) terem os mesmos efeitos de iluminação em periféricos de outras marcas, além de ter diversas outras opções como monitoramento de temperaturas através de cores no teclado, efeitos customizado e tantas outras opções que poderia fazer um artigo só sobre isso.

Porém, o Aurora é compatível com teclados high-end da Corsair, Cooler Master, Logitech e Razer, não sendo nenhuma exclusividade. Não, ele não é compatível com Motospeed ou com qualquer empresa que não divulgue um SDK para explicar como a iluminação de seus teclados funciona.

Também, a SteelSeries Engine 3 é um dos poucos softwares que possui um BOM sistema espectrográfico nativo, permitindo que periféricos da SteelSeries reajam, e muito bem, a sons de músicas, algo que muitos concorrentes não fazem nativamente, dependendo de softwares de terceiros para esta tarefa.

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E se não gostou dele, também é o possível usar o Aurora para fazer esta mesma função, embora ele tenha menos recursos, não seja tão fácil de usar e não fique tão bonito quanto.

Agora chega dos pisca-piscas e vamos terminar a análise do software. Por último há a aba Configurações, na qual podemos definir qual o layout das teclas do teclado (atualmente há apenas Americano, Britânico, Francês e Nórdico), a taxa de atualização, a cor do brilho e a cor padrão do teclado.

Enfim, além de possuir uma das melhores interfaces gráficas do mercado, o SteelSeries Apex M750 também possui uma das maiores quantias disponíveis de efeitos de iluminação e customizações nativas do mercado, perdendo apenas para o Razer Synapse e sendo na minha opinião melhor que o Corsair Utility Engine, embora não permita criar efeitos ou baixar eles prontos da internet como nele.

Isso é tudo então? Não, na verdade o SteelSeries Apex M750 também pode ser configurado manualmente via hardware, sem a necessidade de instalar o software, embora não vou adentrar isto nesta análise pois já está comprida demais.

Tudo isto, acrescentado ao fato do software não exigir login quando aberto, e novamente ao fato de estar bem traduzido (ouviu bem, Logitech?) e com uma interface fácil de usar (ouviu bem, Corsair?) faz do SteelSeries Engine 3 o melhor software do mercado na minha opinião, embora o Razer Synapse ainda seja o software mais completo em termos de efeitos de iluminação.

Conclusão

{notas}

O SteelSeries Apex M750 é um teclado topo de linha. Uma construção interna topo de linha, um software topo de linha, um sistema de iluminação topo de linha e um switch topo de linha feito sob encomenda pela Gateron, a empresa mais respeitada no ramo de switches “custom“.

Mas, por ser um teclado topo de linha ele será julgado como tal, e o uso de keycaps ABS com impressão Laser em um teclado deste tipo já está se tornando vergonhoso, especialmente quando pode-se falar que um Motospeed CK104 de menos de 1/4 do preço é mais caprichado nesta questão. Sério.

Mas o uso de keycaps inferiores nem é o maior problema do Apex M750, o problema dele está nos cifrões: R$ 999

E aqui o Apex M750 enfrenta um grande problema. O Corsair Strafe RGB possui um nível de qualidade similar a ele, com switches Cherry, um software um pouco inferior, ABNT2 e um preço muito mais amigável: entre R$ 550~600.

Também, há teclados em sua faixa de preço como o Ducky Shine 6, o qual é ainda mais caprichado em termos de qualidade de construção externa e interna, embora não tenha um software tão bom, mas em contrapartida tenha a melhor configuração via hardware do mercado. E mesmo sendo bastante caro, o Ducky Shine 6 consegue justificar seu preço de R$ 900 melhor do que o Apex M750.

Os problemas que o SteelSeries Apex M750 apresenta são os mesmos que o Razer BlackWidow Chroma, tendo um preço que não é equivalente ao seu nível de qualidade, havendo concorrentes de qualidade similar, ou até superior, com preços menores.

É um teclado topo de linha, por isso recebe o selo “Ouro“, mas a ausência do “Recomenda” no selo indica que com o preço do momento da análise, realmente não há como recomendar ele, mas se o seu preço por acaso diminuir, pode se tornar uma opção interessante, desde que você não tenha problemas com switches muito leves.

Prós

Boa construção externa

Excelente construção interna

Excelente legibilidade em suas teclas

Excelente software, o melhor do mercado na minha opinião

Switches customizados de altíssima qualidade feitos pela Gateron sob encomenda

Contras

É vergonhoso ver keycaps ABS com impressão Laser em um teclado tão caro

Atualmente não há variedade na escolha de switches, e o QX2 Red não é pra qualquer um

Preço

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