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Há muito tempo, o que várias pessoas vêm pedindo é que seja feito um headset em cima do famoso Superlux HD681. Embora a própria Superlux tenha lançado o HMC-681 EVO, por alguma razão esse headset só foi vendido na Europa e em pouca quantia. Falta de marketing? Provavelmente.

Mas a Roccat oferece a solução: o Roccat Renga, um headset também baseado no famoso AKG K240, compartilhando algumas das características destes fones, mas com mudanças, tal como a acústica completamente aberta.

Seria este a versão gamer do Superlux HD681 então? O pesadelo de outros headsets gamer?

É o que veremos.

Construção e Conforto

Assim como o AKG K240, em que ele se baseia, o Roccat Renga é um fone extremamente leve, pesando 210 gramas. Sua estrutura combinada ao peso resulta em uma tremenda impressão de fragilidade, até mais do que o K240.

Será apenas uma impressão? Não sei, mas o K240 tem mais de 40 anos de mercado para provar que é resistente, enquanto o Renga não.

O Roccat Renga utiliza almofadas de courino um tanto quanto confortáveis, mas a área externa delas é grande demais, o que pode acabar fazendo com o que este fone se torne “on-ear” (fique repousando sobre a orelha) para quem possui orelhas “avantajadas”, o que não é nada bom para seu conforto.

São inferiores às almofadas do AKG K240 MK II, porém superiores às almofadas do AKG K240 Studio e do Superlux HD681, embora esses dois sejam uma vergonha nessa questão… Felizmente, assim como os outros dois, elas são removíveis, o que permite que sejam trocadas por almofadas melhores:

No topo, há uma headband de couro sintético que faz seu serviço e os cabos de plástico conectando os dois falantes, os quais aparentam ser menos resistentes que os originais do K240.

A estrutura do Roccat Renga é menor que a do AKG K240, o que é um grande problema especialmente para pessoas com cabeça XGG e/ou usuários de óculos, ambos os casos afetam o autor.

Adicionemos isto ao espaço das almofadas do Roccat Renga serem menores e temos um grande problema. O fone exerce força demais sobre a cabeça de alguns usuários, ao ponto de se tornar desconfortável e desaconselhável para pessoas que:

  1. Tenham uma cabeça muito grande
  2. Tenham uma orelha grande

Se o usuário tiver uma das duas características acima e ainda usar óculos, fique muito longe deste headset.

Mas, nem tudo são más notícias. O Roccat Renga possui um detalhe que pode lhe tornar um dos headsets mais confortáveis do mercado para algumas pessoas, especialmente para quem mora em lugares quentes: ventilação

A lateral do Roccat Renga é totalmente aberta e há uma espuma logo após, que permite que o ar passe. Combine este design do Roccat Renga com um simples ventilador apontado em sua direção, ou com um ambiente climatizado, e aí está o headset gamer com maior ventilação que já usei até hoje.

É sério, nenhum outro headset permite o mesmo nível de ventilação que o Roccat Renga, você realmente sente o ar entrando em suas orelhas, o que é ridiculamente útil especialmente agora no verão.

Mas claro, essa abertura também causa o vazamento de áudio, tanto que é muito fácil as pessoas ao seu redor escutarem o que você está ouvindo e você escutá-las também, algo que ocorre com todos os fones de acústica aberta.

E isto, embora para muitas pessoas seja um ponto negativo, também traz pontos positivos, especialmente no áudio do headset, que vamos discutir mais à frente.

O Roccat Renga utiliza um cabo de borracha de 2,5 metros, um tanto grosso e pouco flexível. Não passa a impressão de fragilidade, mas também não facilita o uso móvel. O mesmo possui uma cor azul bebê, a qual sinceramente não combina nada com o fone e seria melhor se fosse escuro.

O Roccat Renga também possui uma caixa de controle de volume analógico, que permite controlar o volume e também o microfone do headset. Após 4 meses de uso, esta caixa de volume começou deixar um lado mais alto que o outro dependendo como está a rodinha, o que é um problema comum deste tipo de controle.

Há também um adaptador para utilizar o Roccat Renga em dispositivos com entrada P3, tal como celulares, consoles e notebooks recentes, embora ele não seja ideal para estes dispositivos devido ao seu cabo ser comprido demais.

O Roccat Renga é um fone que se baseou diretamente no AKG K240 e, embora isso tenha sido uma boa ideia, as críticas que ele recebe estão relacionadas aos pontos no qual ele diverge do K240 MK II: os materiais utilizados em sua construção, o tamanho do arco e o tamanho interno das earcups, que são menores.

Ao invés de parecer uma versão gamer do K240 MK II, o que realmente seria legal, ele dá a impressão de ser uma cópia de segunda dele.

Qualidade Sonora

Falar sobre a qualidade sonora do Roccat Renga é algo bastante complicado, pois ele deliberadamente toma decisões de design que auxiliam alguns gêneros musicais e jogos, mas ao mesmo tempo acabam prejudicando bastante outros.

Venho pedindo há bastante tempo para que marcas como a HyperX façam um fone aberto ou semiaberto, mas é fácil entender as razões para não terem feito isso até então: estes fones são “polêmicos“, especialmente para pessoas sem conhecimento sobre áudio.

Além da questão óbvia do vazamento de áudio e inexistência de isolamento acústico, o design de acústica aberta ou semiaberta afeta diretamente as características do som de um fone, auxiliando algumas utilizações e também prejudicando outras.

Começando pelas vantagens, a primeira é naturalidade. Além de simular espaços com uma precisão muito maior que fones com acústica fechada, fones com semiabertos ou abertos tal como o Roccat Renga proporcionam uma naturalidade muito maior em vozes, ao ponto de fazer você se assustar com a diferença entre este e um fone fechado.

Vozes realmente acabam com uma tonalidade natural, chega até a parecer que você está ouvindo uma pessoa real em alguns momentos, mas isso não afeta apenas vozes, como também diversos instrumentos musicais e gravações de performances ao vivo, fazendo deste um excelente fone para escutar derivados do Rock e quaisquer gêneros musicais que se aproveitem dessas características (música clássica, country, quase qualquer gravação acústica…).

E como já fora mencionado, o palco sonoro e a espacialidade deste fone é fantástica, o que auxilia a naturalidade de sons de jogos, tornando mais fácil discernir a direção e distância que inimigos estão, muito mais do que simulação de 7.1 ou coisas do tipo.

Devido à sua acústica, o Roccat Renga dá uma surra em headsets 7.1 como o SteelSeries Arctis 5 e Logitech G933 na questão de localização de sons, embora seja inferior em outros quesitos. O desempenho em jogos como CS:GO e Battlefield 4 é fantástico.

A sonoridade do Roccat Renga é um tanto baseada no AKG K240, mas alguns aspectos foram modificados. Há uma boa extensão nos graves, o que faz com que instrumentos como o contrabaixo possa ter visibilidade e boa resposta, mas há uma grande falta de “impacto” nestes graves. Os médios são ótimos, enquanto os agudos são nítidos, embora não tanto quanto o K240 ou o Superlux HD681.

Gêneros musicais derivados da Música Eletrônica, assim como também outros gêneros dependentes de impactos, tal como Hip Hop e derivados, perdem totalmente a graça com este headset devido à falta de impacto de seus graves.

É sério, o desempenho deste headset com estes gêneros musicais não é nada bom. Se você planeja usar o headset para escutar músicas desses gêneros, opte por algum concorrente.

Também, devido ao fato de parte do som estar vazando para o ambiente externo ao invés de estar sendo direcionado ao seu ouvido, este fone requer amplificação para alcançar volumes altos, o que lhe torna inadequado para uso em dispositivos móveis, tanto que não gostei de usar ele conectado no controle de PS4 ou em um console portátil, ainda mais com seu cabo que é comprido demais:

Enfim, o Roccat Renga é um headset muito diferente do que normalmente vemos no mercado de headsets gamer, e esta diferença acaba trazendo vantagens e desvantagens.

A acústica aberta do Roccat Renga, em conjunto com alto-falantes de boa qualidade, acaba resultando em um excelente palco sonoro (um dos melhores entre headsets gamer que já testei), o que é extremamente desejável para jogadores de FPS, e a naturalidade de vozes faz com que ele tenha um excelente desempenho em diversos gêneros musicais, em especial derivados do Rock.

Ao mesmo tempo, esta característica acaba resultando em coisas que podem ser pontos negativos para várias pessoas, tal como o extremo vazamento de áudio, falta de impacto em seus graves e redução de volume (em comparação com fones fechados), o que pode atrapalhar jogadores de outros gêneros de jogos ou quem simplesmente quer um headset para uso casual.

Microfone

O Roccat Renga possui um microfone que pode ser girado para cima, embora ele não fique mudo ao fazer isso como alguns concorrentes.

O microfone do Roccat Renga está um pouco abaixo do que eu esperava. Um bom tanto abafado especialmente devido ao cancelamento de ruído que ele possui, embora essa redução de ruído realmente funcione.

YouTube video

Para algumas pessoas pode ser o suficiente, mas vendo que o Sharkoon B1 (R$ 200) dá uma surra sem dó nele em microfone, fica complicado recomendar o Roccat Renga para quem vai usar o microfone frequentemente.

O Roccat Renga é um bom headset, mas não é um headset para todos.

Fico extremamente feliz em finalmente ver um headset com acústica aberta e preço acessível (em comparação com outros) de R$ 280, mas estes são realmente fones de nicho e isto deve ficar bem claro ao público.

Alguns poderão gostar muito da espacialidade que o Renga proporciona, que faz dele o melhor headset para FPS abaixo de R$ 500, e/ou da ventilação causada pela abertura de suas laterais, o que é extremamente útil para quem mora em lugares muito quentes.

Outros, poderão odiar o vazamento de áudio para o exterior e a ausência de isolamento acústico, a estrutura inadequada para pessoas com cabeças ou orelhas grandes, a falta de impacto em seus graves, o microfone abafado e o fato deste fone ser mais exigente quanto à amplificação, fazendo com que ele não tenha volumes altos em dispositivos de baixa potência.

A maior razão de seus pontos positivos, a acústica aberta, é também a razão de muitos pontos negativos.

Por isto, deve-se avaliar quais as suas necessidades e qual o preço que você está disposto a pagar por isso. Quer um headset que tente ser o melhor possível em jogos de FPS, mesmo que isso resulte em vários pontos negativos? Se sim, o Roccat Renga pode ser uma boa escolha. Se não, opte por concorrentes como o HyperX Cloud Stinger, que busca agradar o maior número possível de gostos musicais e utilizações.

O Roccat Renga é um fone que tomou uma direção diferente do que é visto em headsets convencionais, e embora eu queira que fones semiabertos ou abertos como ele se tornem populares, fica a impressão em vários aspectos que a marca poderia ter feito algo melhor, especialmente em sua construção, conforto e microfone.

Fica a impressão de que o Roccat Renga é uma daquelas “primeiras tentativas” de algo, o que nem sempre dá certo, mas espero ansiosamente por um Renga V2 ou um concorrente que ofereça acústica similar e um projeto melhor desenhado.

Prós

Boa qualidade sonora

Excelente palco sonoro

Extrema naturalidade em sons, especialmente vozes

É possível escutar tudo o que acontece ao seu redor mesmo com o fone na cabeça, o que pode ser útil para algumas pessoas

Ventilação das laterais é extremamente útil para quem mora em lugares quentes

Contras

Ausência de impacto nos graves pode desagradar alguns usuários

Inadequado para pessoas com cabeças e/ou orelhas grandes

Microfone abafado

Não atinge volumes altos tão facilmente quanto alguns concorrentes

Vazamento de áudio pode ser prejudicial para alguns usuários

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