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O Sharkoon B1 é um fone bastante parecido com o HyperX Cloud Core, mas ao analisar os dois mais de perto, é possível ver que são diferentes um do outro, embora sejam bastante similares na aparência e em outros aspectos.

Será que ele é tão bom quanto o HyperX Cloud Core, mas por um preço inferior? Como se compara com outros concorrentes? Vale o preço?

É o que veremos a seguir.

Construção e Conforto

O Sharkoon B1 é um headset bastante parecido em sua estética ao concorrente HyperX Cloud, mas antes que sejam feitas acusações, nenhuma das duas empresas criou este design. O Cloud é na verdade um Qpad QH-90 remarcado, e a Beyerdynamic usa este design de fone há décadas.

Um grande diferencial do Sharkoon B1 está na presença de uma grade na lateral do headset, sendo que normalmente fones que possuem grades são fones de acústica aberta ou semi-aberta, o que certamente não é o caso do Sharkoon B1, pois sua acústica é fechada, prezando o isolamento sonoro.

Fora isso, o fone é bem simples mas feito com materiais de alta qualidade. Pesando 350 gramas, o Sharkoon B1 conta com um arco de metal bastante resistente e almofadado com espuma e courino de alta qualidade.

Notem que suas earcups não possuem um ajuste para serem inclinadas para cima ou para baixo, o que acaba sendo uma das principais diferenças na construção entre ele e o HyperX Cloud Core.

As almofadas também são de courino almofadado, bastante similar ao que é utilizado pela HyperX, porém a sua estrutura é um pouco mais larga do que o HyperX Cloud Core, permitindo que pessoas com cabeças maiores e usuários de óculos (como o autor da análise) sintam maior conforto com ele do que com o Cloud Core.

Algo que acabei não gostando de sua estrutura é o acabamento emborrachado do plástico de suas laterais. Embora tenha uma boa aparência (por enquanto), seja confortável ao tato e inspire confiança, este tipo de acabamento tende a desgastar com o tempo, o que acaba degradando bastante a aparência do headset.

Um problema é que a almofadinha (filtro) do microfone do Sharkoon B1 é muito frouxa, não há nada segurando ela, por isso se você não tomar cuidado ao armazenar o fone, ela pode acabar caindo fora. Um pequeno erro de design, mas que pode causar incomodações tanto para os clientes, como para a Sharkoon.

O headset possui um cabo de 1,1 metros com conector de 3 anéis (P3) e há uma extensão para utilizar em computadores, deixando o cabo do fone com 2,5 metros.

Esta extensão tem uma saída em dois cabos 3.5mm (P2) e também acompanha uma caixa de controle de volume, na qual pode ser ajustado o volume e também pode-se ligar e desligar o microfone.




Embora sua aparência seja diferenciada, esse controle de volume é em sua maior parte oco, por isso bastante leve, e seu design facilita reconhecer o controle de volume e desativar o microfone mesmo no escuro.

Um defeito que há nessa nossa unidade mas que não ocorre em fones de outras pessoas que entrei em contato é que, mesmo colocando o volume no mínimo, ainda há som no headset. Caso o mesmo ocorra em seu Sharkoon B1, deixe seu comentário no final da análise.


A forma como o conector do headset fica plugado neste extensor é legal e passa confiança, mas um problema que estes plugs enormes acabam causando é que a sua falta de flexibilidade atrapalha na utilização do headset em consoles, tablets e smartphones, podendo inclusive facilitar a quebra do conector, ao contrário de fones com plugs curvados:

Imagine você sentado no sofá com o controle no colo: qual plug irá incomodar? Este acima, do Sharkoon B1, ou o conector abaixo, do Creative Aurvana Live! 2?

Queria que mais headsets que se dizem “compatíveis” com controles de PS4/Xbox One e Smartphones tivessem conectores curvados…

Por fim, algo que não faz parte da construção, mas que acho justo mencionar, é que o Sharkoon B1 acompanha uma bolsa para armazenar o fone, a qual para minha surpresa é bem feita:


É um pequeno diferencial que para muitos pode não fazer diferença alguma, mas quando um fone de R$ 220 acompanha um acessório legal destes, me pergunto porquê diabos alguns headsets de mais de R$ 500 custam tanto sem ter tanta qualidade e nem extras para justificar o valor…

O Sharkoon B1 não é um HyperX Cloud Core remarcado/cópia como alguns pensavam, mas claramente tomou inspirações dele, o que não é nada de errado pois o próprio HyperX Cloud não foi projetado pela HyperX.

Ele é um headset com uma estrutura simples, mas ridiculamente bem feita, confortável, resistente, e que só acaba não gabaritando este segmento por não utilizar cabos removíveis. O Sharkoon B1 é o melhor headset em construção de sua faixa de preço, sendo comparável ao HyperX Cloud Core, mas por um valor menor.

Qualidade Sonora

Como eu sempre gosto de falar, “o mercado de headsets para jogos está evoluindo” e testar fones como o Sharkoon B1 só corrobora essa afirmação.

Tive boas expectativas para headset, pois aparentava ser mais um headphone profissional que teve um microfone acoplado, tal como aconteceu com o Takstar Pro80, que muitos conhecem por HyperX Cloud Core. Ao ver apenas as fotos pequenas na internet, também cometi mesmo erro de muitos, achando que este seria um Cloud Core vendido por outra marca, mas não é.

A qualidade sonora do Sharkoon B1 é ótima para seu preço. Seus médios possuem uma excelente resposta e seus agudos são nítidos, mas sem estridência, estando até um pouco recuados. O desempenho em músicas, especialmente gêneros derivados do Rock é muito bom:


Créditos da foto para Katarina Benzova

Há uma boa extensão nos graves, mas não parece haver muito “controle” sobre estes, tendo uma resposta um tanto lenta. Também, não há impacto nos graves, então para quem quer um fone focado em música eletrônica, o Sharkoon B1 certamente não é este fone.

Agora, minha principal crítica: o palco sonoro do Sharkoon B1 é bastante limitado, o que dá a impressão de um áudio “abafado” próximo a alguns outros fones.

Detectar com exatidão a direção e distância de sons no Sharkoon B1 não é tão fácil quanto em fones como o Superlux HD681, HD668B, HyperX Cloud Stinger, AKG K240 MK II e vários outros, por isso embora sua qualidade de áudio seja ótima para o preço, o desempenho em jogos de FPS não é dos melhores.

O Sharkoon B1 é um ótimo fone para músicas e diversos gêneros de jogos, menos FPS

E isso não tem nada a ver com o fato do fone ser “Stereo” ao invés de ser “Surround 7.1”, pelo contrário, usar efeitos de surround da placa ASUS Xonar U3 ou até conectando na placa do HyperX Cloud Revolver S só pioram a situação.

Ao abrir o fone é possível entender a razão: sua acústica não parece ser bem projetada e há reverbação nas paredes internas do fone devido à ausência de isolamento acústico, tal como o concorrente HyperX Cloud Core/Cloud II possui. Aliás, comparando as imagens, é possível afirmar que este fone não tem nada a ver com a Takstar/Qpad/HyperX, no máximo ele parece um Cloud feito pela metade.

Por dentro, o Sharkoon B1 não é nada parecido com o HyperX Cloud Core

Os sons reproduzidos pelos alto-falantes de alta qualidade do Sharkoon B1 acabam rebatendo nas paredes internas do fone, causando reverbação (leia-se: eco), tornando o Sharkoon B1 um fone inferior para localização de sons a concorrentes como o Cloud Stinger e Cloud Core.

Há como “resolver” isto com mods, apenas alguns pedaços de algodão já ajudariam resolver isso e fariam o isolamento do fone ser ainda melhor. E se o usuário quiser ir adiante e tornar o Sharkoon B1 um headset com acústica “aberta”, também é possível e com certeza viola a garantia:

Mas claro, devemos analisar o fone que nos foi enviado, não a modificação que fizemos dele.

O áudio do Sharkoon B1 é longe de ser perfeito, mas não precisa ser pois é um fone com um preço menor do que outros com os quais estou acostumado. Para sua faixa de preço, o Sharkoon B1 impõe respeito, com uma boa extensão de graves, médios de boa qualidade e agudos nítidos, embora tenha um palco sonoro bastante limitado por sua acústica, a qual não aparenta ter sido bem projetada.

Vejo bastante potencial na Sharkoon pois apenas algumas leves modificações já tornariam o Sharkoon B1 um fone muito melhor, por isso espero que seja lançado no futuro um “Sharkoon B1 v2” ou se preferirem “Sharkoon B2“.

Microfone

Antes de começarmos, é importante que o público saiba que o Sharkoon B1 é um headset analógico. Ou seja, ele possui conectores P3/P2 (3.5mm). Isto quer dizer que o headset vai ser influenciado pela qualidade do áudio do seu computador, diferente de headsets USB que sempre tem o mesmo resultado em qualquer PC, salvo se as configurações forem diferentes.


Créditos da foto para Guru3D.com

O vídeo abaixo é uma gravação utilizando a placa de som ASUS Xonar U3, sem nenhum efeito de cancelamento de ruído ligado, e representa a qualidade máxima que o microfone deste headset pode atingir:

YouTube video

O Sharkoon B1 possui um excelente microfone para sua faixa de preço, muito melhor do que eu esperava, tendo uma ótima captação com um áudio bastante limpo e claro, sendo melhor que seus concorrentes HyperX Cloud Stinger e Cloud Core neste aspecto.

Mas o resultado do microfone de um headset analógico tende a variar de acordo com computador, sendo afetado por fatores como:

  • Existência, ou não, de aterramento elétrico na casa do usuário.
  • Qualidade da placa de som, seja ela embutida na placa-mãe ou externa.

Há soluções para resolver isto, desde comprar uma placa de som externa (exemplo) ou comprar uma placa-mãe high-end que tenha isolamento elétrico (exemplo); evitar as entradas frontais de um gabinete (embora hajam exceções) e principalmente fazer um aterramento elétrico na sua casa caso não tenha. Só há benefícios em fazer isto.

Além disso, o microfone do Sharkoon B1 é removível, o que possibilita utilizar este headset em espaços públicos sem constrangimento algum:

O único e maior problema do microfone do Sharkoon B1, é algo que já mencionei previamente, o filtro do mcirofone dele é frouxo demais e quase perdi ele em múltiplas ocasiões logo nos primeiros dias, é até um milagre que ainda tenho ele.

Headsets como o Sharkoon B1 mostram que há salvação para esta indústria. Embora ele não tenha Surround 7.1, LEDs RGB, aparência futurista e nem Pro Players sendo pagos para utilizar ele, ele certamente tem todas as características que esperamos de um ótimo headset: durabilidade, qualidade de áudio, conforto, bom microfone e bom preço.

Por R$ 220 é até impressionante o que este fone entrega, sendo capaz de brigar com o HyperX Cloud Core e ainda ter vantagem no microfone, extras e no preço, embora acabe sendo inferior no áudio.

O Sharkoon B1 tem alguns problemas. Sua acústica não aparenta ter sido bem projetada e seu filtro de microfone frouxo é um problema que espero que seja resolvido.

Para quem está buscando um fone focado em jogos de FPS, que facilite a localização de sons, concorrentes como o Arcano SHP80, Superlux HD681, HD668B e HyperX Cloud Stinger, são superiores a ele.

Foi difícil chegar à nota deste fone, mas o nível de qualidade que ele apresenta em conjunto com o seu preço, além de destruir completamente toda a concorrência que há na faixa dos R$ 100~230, lhe fazem merecer o selo ouro. Mas, se por acaso o preço dele passar dos R$ 220 após esta análise, diminuam este selo para prata.

Espero que outras empresas também tomem o mesmo caminho que a HyperX e Sharkoon, trazendo qualidade de áudio de fones profissionais para o ambiente de fones gamer, mas é necessário que haja um maior cuidado quanto à acústica do fone para que tenham um palco sonoro adequado e assim facilitem a localização de sons.

E também gostaria que o mercado oferecesse mais opções para headsets de acústica aberta, pois até o momento, poucos headsets possuem esta característica, tal como o Sennheiser G4ME One e Audio Technica ADG1, os quais possuem preços exorbitantes.

Prós

Almofadas destacáveis

Boa qualidade sonora, áudio nítido em todas as frequências, sem exageros

Excelente construção

Excelente custo x benefício

Excelente microfone

Extremamente confortável

Contras

O filtro do microfone é frouxo demais, facilitando a perda dele

Palco sonoro abafado devido à acústica inadequada do fone

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