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PC Games

ANÁLISE: Cooler Master MasterPulse Over-Ear

CM Storm está passando por mudanças. Para início, esta sub-divisão foi dissolvida, onde os novos periféricos passaram a ser chamados pelo nome da Cooler Master. O headset gamer Cooler Master MasterPulse Over-Ear não é nenhuma exceção, fazendo parte da nova Master Series, composta por novos gabinetes, teclados, mouses e fones de ouvido da marca.

Não confundam ele com o Cooler Master MasterPulse In-Ear, que é o seu irmão para dispositivos móveis, possuindo algumas das mesmas tecnologias, mas com tamanho compacto. 

Antes de continuarmos, gostaria de deixar algo bem claro aos leitores: eu não gosto de fazer reviews de headsets.

Não por não entender sobre o assunto, ou por não ter experiência, mas sim porque já tive muitos entre 2010~2013 e com a maioria me decepcionei. Somic E-95 v2010 5.1 (R$ 500), Genius Cavimanus 7.1 (R$ 300), Somic G989 5.1 (R$ 600), CM Storm Sirus 5.1 (R$ 600), Razer Megalodon 7.1 (R$ 600), Roccat Kave 5.1 (R$ 800), AKG GHS1 (R$ 600), Razer Chimaera 5.1 (R$ 800), Tesoro Kuven 7.1 (R$ 400), CM Storm Ceres 300 (R$ 200).

E não importa o quanto de luzes tenham, o quão bonito sejam ou as promessas mirabolantes de surrounds 5.1 reais, 5.1 simulados e 7.1 digitais, todos estes fones são medíocres em qualidade de áudio perto do AKG K240 MK II (R$ 500) e do Creative Aurvana Live! 2 (R$ 600) que uso já fazem dois anos.

O que me leva novamente a escrever sobre um assunto que não gosto, é que há uma luz no fim do túnel: o mercado de headsets está mudando.

Fones como o HyperX Cloud 1 levaram ao público um headset baseado no fone profissional Takstar Pro 80 – e o seu sucesso não está relacionado a LEDs RGB, um design agressivo ou ao surround 7.1, pois ele não tem nada disso. Ele introduziu algo novo e que muitos gamers não conheciam: qualidade de áudio.

O público gamer está se tornando mais exigente. Além disso, as empresas sabem que muita gente já recomenda há tempos que pessoas comprem um headphone + microfone separados para ter a melhor qualidade possível, e estão respondendo a este público, tentando diminuir a brecha entre fones profissionais e headsets.


Yoga CD68 e o Razer Adaro Stereo

Logitech passou por uma evolução tremenda se compararmos o Logitech G35 ao novo Logitech G633. A HyperX continuou a sua fórmula de sucesso no novo Cloud Revolver, trazendo uma qualidade comparável a fones profissionais da faixa de preço. A Steelseries melhorou muito a qualidade de áudio de suas novas linhas. A Mionix lançou o novo Nash 20 que foi aclamado até mesmo pelo público mais exigente. Até a Razer está remarcando fones como o Yoga CD-68 para lançar o Adaro Stereo, de longe um de seus melhores fones.

O mercado está mudando: conector USB banhado a ouro, Surround 7.1 e outras frescuras já não são mais o suficiente para chamar atenção de todo o público. Uma boa parte dele já está mais maduro e inteligente e por isso vamos dar uma nova chance, já que este mercado está tentando melhorar.

E então, o que o novo CM MasterPulse Over-Ear traz à mesa?

Construção e Conforto

Uma das primeiras coisas que chamam a atenção ao CM MastePulse Over-Ear ao pegar este nas mãos é o seu peso e os materiais utilizados.

Pesando 368 gramas, o CM MasterPulse Over-Ear não é um fone leve, mas também não é um dos mais pesados que já tenha utilizado. O que impressiona mesmo é que maior parte deste peso está relacionado à sua estrutura em metal, a qual proporciona ao fone uma excelente resistência.

Assim como diversos outros fones do mercado, o CM MasterPulse Over-Ear é um fone com uma regulagem “auto-ajustável”, se adaptando à cabeça do usuário.

As grandes vantagens que este tipo de design tem sobre outros, tal como o estilo “DJ”, é que além da praticidade de não ter que ajustar o fone para comportar corretamente a cabeça, este tipo de design não possui tantos pontos fracos e portanto não há tanto risco de quebrar com o uso:


Razer Kraken 7.1 com rachadura no ajuste. Fonte: Razer Insider

Outra vantagem é que fones deste tipo de ajuste não costumam ter muito clamping (o fone apertando com força a cabeça do usuário), o que é ideal para quem possui uma cabeça XGG ou utiliza óculos.

As desvantagens acabam sendo o fato que as ear-cups do fone não podem ser giradas, e manter o mesmo no pescoço acaba sendo incômodo, mas convenhamos que isto é melhor do que um fone quebrado. E com certeza o CM MasterPulse Over-Ear teve esta parte bastante reforçada.

CM MasterPulse Over-Ear possui um detalhe que o separa de maioria dos fones do mercado: suas capas laterais são destacáveis, e ao remover esta peça ativamos o “Bass FX“, que veremos depois nesta análise.


Estes “tampões” são feitos em plástico e conectam-se com bastante firmeza ao fone utilizando imãs. Também, um dos diferenciais do MasterPulse é que a Cooler Master disponibiliza o arquivo para impressão em 3D desta peça, sendo possível então imprimir outras e customizar a aparência do seu fone da forma como desejar.

MasterPulse Over-Ear utiliza courino de alta qualidade em suas conchas, o que proporciona um excelente conforto, embora infelizmente estas almofadas não sejam destacáveis. O ajuste para a cabeça também é revestido em courino e é bastante confortável para uso contínuo:


CM MasterPulse Over-Ear é um headset que esconde o seu microfone, este localizado em sua concha esquerda:

Embora fazer isto dê um ar mais “moderno” ao headset, há alguns pontos negativos neste estilo de microfone, o que veremos adiante na análise.

Um detalhe importante que esta imagem anterior demonstra é que, infelizmente, o fone não possui cabo removível, algo que tende a aumentar consideravelmente a vida útil de fones. O MasterPulse é um fone analógico comum e a implementação de um cabo destacável, além de ser possível, seria algo que não acrescentaria muito ao seu custo de produção.

Adiante neste cabo, encontramos uma pequena caixa onde está o controle de volume e uma chave para desligar o microfone.

A princípio, este é um dos pontos onde realmente alguns fones USB acabam tendo vantagem por utilizarem botões ao invés de um potenciômetro.


Headset com defeito. Fonte: Overclock.net

Controles de volume analógicos em headsets e headphones são um ponto fraco, pois o uso intenso do controle pode acabar gerando problemas como mal contato, diferenças de volume entre os canais esquerdo e direito, ou um canal pode parar de funcionar completamente. Uma dica para quem tem um headphone/headset com este recurso: evite utilizar estes controles e opte por outras alternativas.

Ainda sobre cabos, na outra extremidade o fone possui um conector 3.5mm com microfone (P3) – sendo este compatível com Notebooks mais recentes, Smartphones (com exceção de alguns), controles do PS4 e os controles mais recentes do Xbox One.

O grande problema é que este conector é muito comprido, o que atrapalha a utilização deste em uso móvel com alguns Smartphones, especialmente aqueles cujos conectores de fone de ouvido não foram bem planejados. Houve ocasiões de mal contato ao usar este fone enquanto caminhava, fazendo com que o fone perdesse volume no meu Moto X2, sendo necessário mexer no conector. 

Este “problema” é uma característica do Moto X2 e também acontece com alguns outros fones, mas uma ideia melhor e que evitaria isso seria ter feito um conector curvado em “L”, como o Creative Aurvana Live! 2 tem:

Para Desktops com placas-mães convencionais, o CM MasterPulse Over-Ear conta com um adaptador para dois conectores 3.5mm (P2).

Porém, por razão de estética, a Cooler Master optou por não pintar estes conectores de verde e rosa. Ao invés disto, há apenas as inscrições minúsculas indicando qual é qual.

E esta não foi uma decisão feliz de design, pois sempre quando removo o headset do computador, não consigo identificar qual é qual sem olhar bem de perto, o que é incômodo.

Mas enfim, minhas críticas à construção do CM MasterPulse Over-Ear são pequenas e algumas se aplicam a muitos outros headphones/headsets. A verdade, é que para um fone da faixa dos R$ 300~400, me impressionei com a sua construção. Ela é muito superior à de diversos concorrentes e não tenho medo de dizer que ele realmente só não levou a nota 10 por não ter um cabo removível.

Qualidade Sonora

Analisar a qualidade do som de um fone de ouvido é algo muito complicado.

Primeiro de tudo: deve-se ter experiência. Para a pessoa que sempre usou headsets da C3Tech a vida toda, qualquer coisa é “topo de linha”, até mesmo um headset com uma qualidade de som patética como o Razer Chimaera 5.1, que é o pior da minha coleção de fones. É necessário ter experiência com diversos fones de ouvido de tipos, marcas e faixas de preços diferentes para que seja dada uma opinião a partir da experiência e não do “achismo”.


Fones de ouvido em uma loja de departamento no Japão. Fonte: Imgur

Segundo, é necessário ter conhecimento. Conhecer os termos utilizados, os tipos de fones de ouvidos que existem, as diversas finalidades que um fone de ouvido pode ter, assinaturas sonoras, as razões para certas características de alguns fones e até conhecimento de como fones de ouvido funcionam.

Não se avalia um fone de ouvido por “Dá pra ouvir os passos no CS:GO” e sim por questões como Palco Sonoro, que é a capacidade do fone de mostrar, através do som, um espaço definido onde você consiga diferenciar a direção e a distância de sons. Isso afeta tanto o desempenho em jogos de primeira pessoa, quanto a separação de sons em músicas, tornando mais fácil distinguir cada um dos instrumentos utilizados nela.


Representação Visual de “Palco Sonoro”. Fonte: Home Studio Basics

Quem acha que entusiastas de áudio não gostam de “Som 3D” está muito enganado. O que a comunidade entusiasta não respeita são fones que fazem promessas mirabolantes através de “Surround 7.1” e na verdade entregam um palco sonoro medíocre, chegando ao ponto de tal efeito atrapalhar a localização de sons.

Para fazermos os testes, utilizamos os seguintes equipamentos:

HARDWARE UTILIZADO:

  • Placa-mãe Gigabyte Z77M-D3H com Codec VIA VT2020
  • Placa de Som off-board ASUS Xonar U3
  • Smartphone Motorola Moto X 2

Poderíamos utilizar hardwares que proporcionam maior qualidade de áudio, tal como um Fiio E10k ou um iPhone, mas não é isto que maioria dos usuários vai fazer. Queremos recomendar produtos que possam ser utilizados pelo público em geral, não fones de ouvido de 600Ω (OHMs, impedância).

SOFTWARES UTILIZADOS:

  • Battlefield 4
  • CS:GO
  • Doom 4
  • Dolby Headphone (via Xonar U3)
  • Razer Surround Pro

Antes de chegar às respostas de frequências do MasterPulse, é necessário que você leitor saiba interpretar gráficos de frequências:


Fonte: Mind The Headphone e Inner Fidelity

Os graves já se explicam sozinhos, são os sons de baixa frequência que ouvimos. Nos médio-graves está localizado os “impactos” que há em músicas eletrônicas. Nos médios estarão localizados maior parte dos sons que escutamos, pessoas falando, passos e melodias de músicas. E nos agudos, estarão alguns instrumentos e também são responsáveis pela claridade de vozes.

O fone de ouvido do exemplo acima, Sennheiser HD800, tem uma excelente claridade de áudio e um som muito balanceado. Ele busca reproduzir sons exatamente da forma como foram gravados.

Já o CM MasterPulse Over-Ear é bem diferente:

Há três diferentes comparações neste gráfico, mas as respostas em vermelho podem ser ignoradas já que não são estas que o fone irá oferecer.

CM MasterPulse Over-Ear é obviamente um fone bass-heavy (focado em graves), tem um pico em seus médios-graves para gerar impacto e sua resposta não é nem um pouco neutra. Este, com certeza não é um fone de ouvido adequado para monitoramento ou produções musicais e estes graves exagerados acabam encobrindo as outras frequências, diminuindo a presença de sons médios e agudos.

Um dado interessante é a comparação do áudio do CM MasterPulse a outros fones de ouvido. Infelizmente não tenho um microfone profissional para realizar a gravação, mas, Rocket Jump Ninja fez um excelente trabalho em sua análise do mesmo headset, comparando ele com o Razer ManO'War (que é bem mais caro, mas serve para exemplo):


Créditos da imagem para Rocket Jump Ninja: https://www.youtube.com/watch?v=edtVoGjjTmg

Não é uma comparação bem “justa” por serem dois fones de faixas de preços bem diferentes, mas é bem visível a recessão e falta de nitidez nos agudos que há neste fone. Desativar o Bass FX afeta apenas os graves, não resolvendo o problema. E no que exatamente esta “falta nos agudos” afeta o fone? Bom, mais do que você imagina.

Para início de conversa, detalhes em gêneros musicais como Rock e maioria de seus derivados, InstrumentalJazz e vários outros são prejudicados. Vozes não tem tanta nitidez, sons da bateria, especialmente dos pratos, ficam mais abafados e embora usar um pouco de equalização ajude, nem se compara com a experiência de escutar estes gêneros em fones como o Superlux HD681 ou o Arcano SHP80.

Os Jogos de Primeira Pessoa também acabam sendo prejudicados, onde certos sons de alta frequência (ex: tiros à distância) acabam sendo mais tímidos do que realmente são e sendo esmagados pelos graves do fone. E esta é uma característica que, infelizmente, a maioria dos headsets gamer do mercado tem.

Já que estamos falando de “graves”, sobre o Bass FX, como alguns já esperavam ele é bem mais simples do que a Cooler Master o faz parecer, e nem é algo “revolucionário” como o marketing da marca diz.

Subwoofers de conjuntos de caixas de som possuem entradas de ar pelas quais o ar é deslocado para gerar os “impactos”. Feche esta entrada de ar, e os graves irão sumir.

Da mesma forma, se taparmos a entrada de ar do CM MasterPulse usando seus tampões ou a própria mão, haverá menos ar para ser deslocado e seus graves irão diminuir.

Logo, o “Bass FX ON” é o modo natural deste fone, mas ao tapar-se a entrada de ar, os graves ficam limitados e a empresa chama isso de “Bass FX OFF“. Nada como o uso de palavras bonitas para chamar a atenção, né?

Embora o CM MasterPulse Over-Ear tenha um palco sonoro decente, especialmente pelo maior fluxo de ar com o Bass FX ON, a falta de nitidez nos agudos se faz presente, e utilizar o fone sem equalização no Battlefield 4 é desagradável, pois ele fica só tremendo o tempo todo. Para resolver isso, a Cooler Master disponibiliza a opção de “desligar” o Bass FX ao colocar seus tampões.

O problema é que usar os tampões não corrige a falta de nitidez nos agudos, e diminui consideravelmente o palco sonoro do fone, deixando o som mais “seco” e mais “fechado“, pois não há para onde este escoar. Ele literalmente perde a graça, tanto que mesmo em momentos onde o grave estava demais no Doom ou Battlefield 4, foi melhor mexer na equalização da minha placa de som do que utilizar os tampões.



 

Utilizar os tampões do CM MasterPulse só é vantajoso em casos onde não é possível equalizar o som (ex: no controle do PS4) ou onde é necessário um maior isolamento de sons externos (ex: ônibus, metrô, etc…). A ideia de um fone de ouvido poder alternar sua acústica entre fechado e semi-aberto é genial, mas a Cooler Master poderia explorar melhor ela, não usando apenas para os graves.

Mas, vamos deixar o meu lado audiófilo (que só aceita gravações originais em LP), para aceitarmos um fato: nem todos os fones precisam reproduzir sons com fidelidade. Há diversos gêneros e ocasiões onde uma assinatura sonora diferente pode ser vantajosa.

E quem acaba tendo vantagem pela assinatura sonora do CM MasterPulse são todos os derivados da música eletrônica.


Representações dos derivados da música eletrônica. Fonte: Reddit

Gêneros como TranceHouseHip HopRapDubstep e diversos outros acabam tendo ótimos resultados no CM MasterPulse, melhores do que muitos fones profissionais e headsets de sua faixa de preço. Além de seus graves serem fortes, estes não são criados através de um sistema de vibração e seus médios e agudos nem são tão medíocres quanto alguns concorrentes gamers.

Confesso o crime: a partir do momento que parei de comparar ele com outros fones para ver qual reproduz com maior fidelidade “Hotel California”, comecei me divertir com ele. Escutar gêneros eletrônicos enquanto caminhava ou usava o meu computador com o MasterPulse foi uma experiência legal e divertida. 

Foi aí então que pude notar qual é o público alvo dele. Não é o gamer competitivo que precisa escutar com a maior precisão de onde estão vindo tiros e nem o entusiasta que quer escutar as gravações o mais próximo o possível da maneira como estas foram gravadas. O alvo do MasterPulse é simplesmente o público casual, e esta é a sua razão para ter tantos graves.


“Não toque em mim, seu casual imundo”

Chegamos agora no segmento mais complicado da análise: como avaliar então a qualidade de áudio do MasterPulse? Ele não é um bom fone por não ter nitidez em seus agudos? Como que um fone se torna ruim por ter graves fortes e presentes, se é isso que maior parte do público quer?

E aqui entra uma das características que mais dividem a comunidade de áudio e que sempre gera discussões bem fervorosas: finalidade.

A primeira coisa que o público precisa saber é que não existem fones que sejam excelentes em tudo. Existem alguns fones que tentam ser “bons em tudo”, mas acabam sendo inferiores a alguns concorrentes mais focados em certos aspectos. Para se destacar em algumas finalidades é necessário prejudicar outras.

É normal que um fone focado em um aspecto, como por exemplo o Sony MDR XB700, que é excelente para música eletrônica, seja medíocre em jogos de FPS pela falta de palco sonoro do mesmo. E isto o torna um fone ruim? De forma alguma! O XB700 é um excelente fone, porém fora projetado para um uso específico e não é correto fazer uma avaliação em cima de um aspecto que não é o seu foco.

Logo, deve-se avaliar um fone de acordo com o uso específico para o qual foi projetado. 

De acordo com a Cooler Master, o MasterPulse Over-Ear é um fone tanto para jogos quanto para músicas, podendo ser usado em computadores e dispositivos móveis, o que significa que este é um fone para uso geral. Em momento algum é mencionado especificamente que este seja um fone para utilização competitiva e o foco de acordo com a fabricante, não é a nitidez de áudio e sim os graves.

E tenho que dizer, para o público geral, que o CM MasterPulse consegue ter um desempenho bom em termos de áudio. Fácil de amplificar, com graves fortes e presentes e com um pouco de equalização os seus médios e agudos nem são tão ruins. Mas quem procura maior fidelidade de áudio deve evitar ele.

Microfone

Conforme já fora demonstrado anteriormente, o CM MasterPulse Over-Ear tem um microfone escondido em sua concha esquerda.

Este tipo de design, possibilita a utilização do microfone deste headset com Smartphones e Tablets em locais públicos sem passar vergonha, diferente do que aconteceria com alguns outros headsets.

Mas há uma tremenda desvantagem. Escutem o áudio:

{audio}

Embora a qualidade em si do microfone seja boa, com bastante nitidez e não capte sons do fluxo de ar da fala, existe uma excelente razão porquê maioria dos headsets utilizam microfones próximos à boca do usuário: ruído externo.

CM MasterPulse Over-Ear capta com muita facilidade sons de teclados (o teclado da gravação usa MX Black, que nem é a mais barulhenta), mouses, ventiladores e outros equipamentos ou pessoas que possam estar fazendo barulho ao redor de você. E o pior, capta sons do próprio jogo ou seja lá do que você estiver escutando, o que pode ser ruim para algumas situações… ( Í¡° ͜ʖ Í¡°)

O engraçado é que utilizar os tampões no fone aumenta o vazamento para o microfone! Vejam esta comparação de uma música tocando no headset e sendo captada pelo próprio microfone (o áudio foi amplificado em +12 dB para melhor demonstrar a diferença):

A razão disto é que o “vazamento” que há para o microfone do MasterPulse é INTERNO, exatamente pelo fato do microfone estar dentro dele.

Esta característica e seus problemas já tornam o MasterPulse Over-Ear um headset inapropriado para:

  • Pessoas que querem utilizar o microfone em locais com bastante barulho.
  • Pessoas que utilizam o TeamSpeak o tempo todo.
  • Streamers.
  • Utilização em campeonatos de jogos.
  • Youtubers.

O microfone do MasterPulse não é ruim em questão de qualidade, sua captação é extremamente nítida, mas o que acaba atrapalhando é o seu posicionamento. Isto, apenas reforça o fato que este foi realmente projetado apenas para usuários casuais. Para algumas pessoas, a captação deste já é o suficiente para riscarem o MasterPulse da lista de desejos, enquanto outros que não fazem tanto uso do microfone podem não se importar. 

{notas}

Mas, o CM MasterPulse não é um headset para uso competitivo como o Kingston HyperX Cloud ou Cloud Revolver (review) e também não é um fone para escutar músicas ou o áudio do jogo de forma mais fiel o possível, como o Arcano SHP80, Philips SHP9500 ou AKG K240 MK II.

O público do MasterPulse é um único: o público casual.

Aquele usuário que não vai estar o tempo todo no TeamSpeak, que não precisa que o fone reproduza os sons da forma mais fiel o possível, que só vai utilizar o computador para jogar algum MOBA, um FPS casualmente, gastar boa parte de seu tempo ouvindo derivados da música eletrônica e usando o microfone apenas ocasionalmente.

Para este público, a Cooler Master fez um bom fone. O CM MasterPulse Over-Ear é um fone durável e “divertido” em sua assinatura e com certeza supre as necessidades deste público menos exigente, especialmente pela resposta de seus graves. É um fone onde “diversão” fora colada à frente de “fidelidade“, o que não é algo ruim e nem bom, é apenas uma característica.

Pelo preço sugerido de R$ 360,00, mesmo eu sendo um audiófilo chato, tenho que admitir que este headset merece respeito. Comparado a outros fones da faixa de preço, ele consegue se destacar. Uma estrutura muito bem feita e qualidade sonora superior a concorrentes como o Razer KrakenSteelseries Siberia v2 Siberia Raw. Pena que não posso dizer o mesmo sobre o microfone.

O MasterPulse Over-Ear em termos de áudio e estrutura, é uma uma melhoria se comparado a headsets anteriores da Cooler Master, e terá as seguintes versões:

  • CM MasterPulse Over-Ear (Stereo) – Previsão: R$ 360,00.
  • CM MasterPulse Pro (USB 7.1) – Previsão: R$ 500,00.
  • CM MasterPulse Maker (Wireless 2.4G) – Não há previsões.

Sua versão “MasterPulse Pro” deve chegar em torno de R$ 500, tem a mesma construção, alto-falantes e sinceramente não apresenta melhorias, tendo até menos compatibilidade por seu conector ser USB apenas. Além disto, Surround 7.1 simulado e LEDs RGB não melhoram a qualidade do fone. Um novo microfone e maior nitidez nos agudos, é o que faria bastante diferença em um modelo “melhorado”. 

mercado de headsets está mudando. Embora o MasterPulse não esteja indo para a direção que eu gostaria, já é um indício de que várias marcas estão tentando trazer fones de maior qualidade por menores preços. Só espero que os próximos headsets que eu venha a testar tentem dar uma maior atenção a palco sonoro e nitidez de som, pois é isto que os jogadores mais exigentes precisam e não LEDs RGB e Surround 7.1.

Ah! E espero que tenham um microfone melhor.

Prós

Assinatura sonora “Divertida”, bem adequado para gêneros musicais derrivados da música eletrônica

Excelente construção, realmente feito para durar

Extremamente versátil, tendo compatibilidade com PC, Dispositivos Móveis, PS4, Xbox One e Wii U (conectando-se nos controles destes)

Fácil de amplificar (atinge bons volumes em qualquer aparelho)

Muito confortável

Preço adequado para sua estrutura e qualidade sonora

Contras

A falta de nitidez nos agudos é prejudicial para jogos de FPS e vários gêneros musicais

O design de microfone embutido é inadequado para diversos ambientes e usos, além de captar sons do teclado, mouse e até do próprio headset!

O seu conector P3 é demasiadamente comprido, o que atrapalha a utilização com alguns equipamentos

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