

A Quantum estreou bem no mercado brasileiro, introduzindo o Quantum GO. A empresa começou a expandir seu portfólio ao lançar o MÜV e MÜV Pro, e agora está mirando mais alto com a introdução do Quantum Fly.
A pegada é a mesma dos modelos passados. Quantum é "é o menor valor que certas grandezas físicas podem apresentar" (valeu, Wikipedia, esse ano vou doar de novo), e a lógica da empresa é tentar trazer o custo mais baixo possível dentro dos componentes utilizados. O Quantum Fly aplica essa mesma lógica, mas agora voltada a um segmento mais alto: ele chegou para brigar com os modelos do segmento intermediário/alto, e o resultado são especificações mais robustas, prontas para brigar com a galera situada entre os R$ 1 mil e R$ 1,5 mil.
Comparativo
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Quantum Fly | Asus Zenfone 2 | Motorola Moto G4 | Samsung Galaxy J7 Duos |
Preços
Preço no lançamento | R$ 1.299,00 | R$ 1.399,00 | R$ 1.299,00 | R$ 1.299,00 |
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Preço atualizado | R$ 800,00 | R$ 1.299,00 | R$ 1.299,00 | R$ 900,00 |
Especificações
Armazenamento interno | 32GB | |16GB||32GB| | |16GB| | |16GB| |
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Cartão microSD | Até 128GB | Até 128GB | ||
Memória RAM | 3GB | 4GB | 2GB | 1.5GB |
Número de núcleos | 10 | 4 | 8 | 8 |
Portas de conexão | Micro-USB | |Micro-USB| | |Micro-USB| | |Micro-USB| |
Sistema Operacional | Android 6.0 | Android 5.0 | Android 6.0 | Android 5.1 |
Update disponível para o sistema | Android 5.1 | Não informado | ||
Processador | Mediatek Helio X20 | Atom Z3580 | Snapdragon 617 | Exynos 7580 |
Clock | 2.1 GHz | 2,3 GHz | 1.5GHz GHz | 1.5 GHz |
GPU | Mali-T880MP4 | PowerVR G6430 | Adreno 405 | Mali-T720MP2 |
Bateria | 3000 mAh | 3000 mAh | 3.000mAh mAh | 3000 mAh |
Dimensões | 14.92 x 7.35 x 7.5 mm | 152.5 x 77.2 x 10.9 mm mm | 153 x 76,6 x 7,9 ~ 9,8mm mm | 152.2 x 79.1 x 7.9 mm |
Peso | 141 g | 170 g | 157g g | 169 g |
Recursos
GPS | Sim | Sim | Sim | Sim |
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Leitor de Digital | Sim | Não | ||
LTE | Sim | Sim | Sim | Sim |
NFC | Não | Sim | Sim | |
Número de cartões SIM | 2 | 2 | 2 | 2 |
Radio | Sim | Sim | Sim | Sim |
Tipo de cartão SIM | Nano SIM | Micro SIM | Micro SIM | Micro SIM |
TV Digital | Não | Sim | ||
Bluetooth | 4.1 | v4.0 | 4.2 | 4.1 |
Extras | ZenUI, ZenMotion, DoubleTap | Flash da tela e Moto Maker | Flash frontal |
Display
Resolução | 1080 x 1920 | 1080 x 1920 | 1080 x 1920 | 720 x 1280 |
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Tamanho | 5.2 polegadas | 5.5 polegadas | 5.5 polegadas | 5.5 polegadas |
Tecnologia | IPS | IPS | TFT LCD | Super AMOLED |
Proteção | Corning Gorilla Glass 3 | Corning Gorilla Glass 3 |
Câmera
Vídeos | 1080p 30 fps | 1080p 30 fps | 1080p 60 fps | 1080p 30 fps |
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Traseira | 16 | 13 MP | 13MP | 13 |
Frontal | 8 | 5 MP | 5MP | 5 |
Análise em vídeo
Design
Um excelente visual, leve e compacto
A Quantum fez opções bem interessantes no design. A traseira em vidro ficou mesmo no Quantum GO, e aqui entra em ação uma traseira com acabamento no estilo alumínio, mais resistente e menos liso. O corpo do aparelho tem um excelente acabamento fosco que torna o visual bastante uníssono, somente com leves desníveis na parte de trás. O acabamento curvado nas laterais torna a pegada confortável, e as bordas não são muito espessas, especialmente nas laterais, tornando seu formato baseado com uma tela de 5.2" relativamente enxuto mesmo quando usado com apenas uma mão.
Seu único contra é a base com uma borda um tanto larga, sendo que espaço poderia ter sido melhor aproveitado com botões físicos, por exemplo, ao invés de perder área de tela com botões virtuais. O mais notável são suas medidas. Ele é bem compacto, leve, e com pouca espessura, sendo uma excelente pedida para quem busca um celular confortável de se usar. O lado-a-lado com o aparelho da Apple deixa bastante evidente algumas semelhanças entre os dois.
O Fly tem excelente design com bom acabamento. É um aparelho fino e leve
Falando da tela, temos aqui um display com resolução FullHD e o uso da tecnologia IPS, que garante amplos ângulos de visão. Suas cores e contrastes são excelentes, com cores vivas e luminescência suficiente para o lidar com locais claros. As caixas de som são localizadas na base, mas felizmente não chegamos a bloquear totalmente o áudio mesmo colocando na horizontal, quando está se assistindo vídeos ou jogando. O som não é muito intenso, mas é suficiente para atender necessidades básicas. Não espere utilizá-lo para animar um ambiente.
A característica de design mais curiosa do Quantum Fly é uma limitação bastante incomum. Ele pode ter dois chips SIM, sendo um no tamanho nano e outro no micro, porém você perde um desses slots caso decida utilizar um cartão de memória MicroSD, pois ele será inserido na posição onde ficaria o nano SIM. Basicamente, você precisa escolher entre dois cartões SIM ou um cartão SIM mais um microSD.
Performance e autonomia
Dez núcleos parece um exagero, mas na prática vai bem
O marketing da Quantum gostou de fazer alarde sobre a quantidade de núcleos presente no SoC desse aparelho: são no total 10 núcleos (!). Apesar da publicidade gostar de números impressionantes, sabemos que na prática simplesmente ter mais núcleos não quer dizer melhor desempenho ou experiência do usuário. O conceito do Helio X20 não é ter todos esses cores focados em performance: ele possui diferentes núcleos ARM Cortex com diferentes perfis. Na medida que o smartphone necessita de mais performance, ele vai ativando mais núcleos de maior potência, até chegar aos dois últimos com clock mais elevado e "mais poder de fogo", voltando a atuar apenas com os mais leves quando não é mais necessário tanto processamento. O resultado em nossos benchmarks foi bem interessante:
A primeira bateria com testes gerais mostra bons resultados para o Fly. Ele foi capaz de bater muitos dos concorrentes do seu segmento de preço, com scores interessantes. Em termos práticos, a boa quantidade de RAM e o bom desempenho do SoC utilizado faz com que apps rodem sem nenhuma dificuldade, e mesmo a alternância é feita de forma praticamente instantânea. Ao longo de nossos testes, em nenhum momento percebemos engasgos e tudo correu de forma fluida.
Partindo para o 3DMark, mais focado na performance gráfica, a GPU Mali mostrou serviço e entregou um excelente score, superando com muita margem os outros modelos nessa casa de preço e colocando o Fly próximo de modelos muito mais caros. Em termos práticos, essa pontuação se reflete na hora dos games: o smartphone se sai muito bem mesmo em apps com gráficos mais intensos. Por conta de seus 3GB de memória RAM, uma boa quantidade para o uso do sistema Android, é muito raro vermos lentidões, mesmo com muita alternância entre apps.
O Fly tem ótimo desempenho, tanto em atividades leves quanto em games
A presença dos 10 núcleos mostrou serviço em outro aspecto além da performance: na economia de energia. O Quantum Fly apresentou um bom desempenho dentro de seu segmento de preço, não ficando longe do topo da tabela. Em seu teste prático, ele segura um dia todo com todos seus sensores ativados e uso constante de 4G ou Wi-Fi, descarregando após mais ou menos 15 horas de uso.
Câmera
Qualidade regular, mas agilidade decepciona
Celulares do segmento intermediário/alto costumam ter aqui a sua principal desvantagem em relação aos topo de linha, e o Quantum Fly não é exceção. Equipado com um sensor de 16MP na parte traseira, e 8MP na parte frontal, as fotos com o aparelho tem boas cores e contrastes, porém a falta de agilidade da câmera é um ponto bastante negativo. O processamento e realização do foco não se destacam, e mesmo habilitando o "Sem atraso no obturador", buscando deixar as fotos mais ágeis, o resultado não é interessante, pois o ganho de tempo acaba trazendo efeitos colaterais como fotos mais desfocadas.
A ausência mais sentida no Fly é a da estabilização óptica (OIS). É muito comum fotos saírem tremidas, e é preciso manter o pulso firme um tempo para garantir um bom resultado em fotos devido a demora do processamento, foco e obturação. Esses defeitos são menos sentidos em condições ideais de luz, sendo que locais pouco iluminados (como eventos do estilo da BGS, onde fiz várias fotos com ele) é preciso paciência e múltiplas tentativas para conseguir bons resultados.
O principal defeito da Fly é a falta de agilidade na hora de bater as fotos
O Quantum Fly não fica fora da curva, comparado a rivais do segmento, onde muitos apresentam bastante granulação em cenas menos iluminadas e também não contam com recursos como sistemas avançados de OIS.
Boas condições de luz
Quantum Fly, Zenfone 2, Galaxy J7 e Moto G4
Péssimas condições de luz
Quantum Fly, Zenfone 2, Galaxy J7 e Moto G4
Flash
Quantum Fly, Zenfone 2, Galaxy J7 e Moto G4
Na câmera frontal temos resultados semelhantes a câmera traseira. O sensor de 8 megapixels tem boa resolução e entrega bons resultados, mas também não é ágil. Um recurso presente é bastante útil: ela possui um flash, ajudando a melhorar as fotos em cenas muito escuras. Diferente da foto traseira, porém, ela desequilibra um pouco para os tons amarelados, já que não usa um conjunto de dois flash com cores diferentes equilibrando a iluminação. Ajuda um pouco em locais que estiverem muito mal-iluminados, porém não espere milagres desse LED solitário em seu flash.
Foto com câmera frontal com e sem flash
O aplicativo instalado traz algumas funções como fotos panorâmicas, HDR, o picture-in-picture para bater uma foto tanto com a câmera frontal quanto traseira, alguns ajustes como detecção de rosto e fotos através de gestos. As funcionalidades disponíveis já são o bastante para uma boa possibilidades de fotos, e modos mais avançados como ajustes manuais acabam não sendo tão relevantes já que a câmera por si só fica longe de ser um destaque do aparelho.
Recursos adicionais
Android com poucas mexidas e um bom sensor de digitais
O Quantum Fly, assim como outros modelos da empresa, traz um diferencial curioso: não adiciona muitas funções ao sistema. O que pode parecer um aspecto negativo, na verdade agrada muito os usuários que não gostam das alterações feitas pelas fabricantes no sistema Android. A experiência aqui é muito próxima do sistema padrão da Google, com raras adições com um app que utiliza a câmera do smarpthone para fazer as vezes das filmadoras de monitoramento da direção ( no melhor estilo Rússia) e mexidas pontuais em alguns ícones da interface.
O adicional interessante desse aparelho é o uso do sensor de digitais na parte traseira, implementado de uma forma semelhante ao que vimos no Lenovo Vibe A7010. Esse posicionamento do sensor é muito acertado: ele está na altura natural do indicador, e raramente a leitura falha, sendo facilmente integrado ao cotidiano do uso do aparelho substituindo o pressionamento do botão na lateral para destrave. Além da atuar liberando o aparelho, a biometria pode ser incorporada em outros apps dentro do Android, sendo uma boa pedida para se livrar das tradicionais senhas.
Outro recurso que tem se tornado cada vez menos incomum é o flash frontal. O Fly conta com um flash de LED na parte da frente, ajudando nas fotos em situações muito escuras. Ele desequilibra um pouco as cores para tons mais amarelados e tem um alcance bastante limitado, mas dá uma boa ajuda em momentos escuros demais, e é mais eficiente que simplesmente deixar a tela mais clara, artifício usado no Quantum Go, por exemplo.
Quando falamos de segmentos intermediários de smartphone, quase sempre há alguma redução ou limitação para obter um preço mais competitivo. Em termos de design, performance, qualidade de display e recursos, o Quantum Fly acertou muito a mão, evitando algumas características que muitas vezes não representam ganhos notáveis na experiência do usuário (como resoluções superiores ao FullHD, por exemplo). Equipado com muitos dos principais recursos, como dual-SIM, expansão com cartão microSD, rádio FM, sensores como giroscópio e a presença de um sensor de digitais, ele só fica devendo NFC e TV Digital para os consumidores que necessitam desses recursos.
Se não fosse pela câmera, a experiência seria muito próxima a de um topo de linha
Sua grande restrição acontece na câmera. Enquanto os demais fatores a experiência fica muito próxima a de um topo de linha, com bom design, performance sem engasgos e boa autonomia, na hora de fazer as fotos é que surge uma lacuna entre esse modelo e os mais caros. Apesar da qualidade do sensor resultar em eventuais fotos interessantes, a falta de agilidade para abrir a câmera e fazer a foto, unido com a falta de recursos como uma estabilização de imagem eficiente, resulta em fotos dentro da qualidade do segmento, mas distante da eficiência dos modelos high-end.
Se você está buscando um aparelho com excelente relação entre custo e benefício, o Quantum Fly é um dos melhores smartphones disponíveis do mercado. Com preço muito mais atraente que dos topo de linha, vai conseguir atender usuários exigentes que querem um aparelho com um design bonito e que não apresente perdas de performance, independente dos apps em execução. A restrição acaba sendo mesmo a câmera, que tem um desempenho no máximo regular e não irá atender alguém que busca um excelente aparelho para fotos.
Conclusão
Avaliação: Quantum Fly
PRÓS |
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Boa tela |
Design leve e bonito |
Sensor de digital |
Boa performance |
CONTRAS |
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Câmera pouco ágil e com resultado apenas regulares |
Ou você usa um segundo chip SIM, ou um cartão microSD |
Sem NFC |