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ANÁLISE: Deus Ex: Mankind Divided

Deus Ex: Mankind Divided” é a nova edição da consagrada franquia de ficção científica. Produzido pela Eidos Montreal e distribuído pela Square Enix, o game chega para fazer a alegria dos fãs da temática cyberpunk, introduzindo novidades na mecânica de jogabilidade e uma nova conspiração para desvendar. Mas será que isso é suficiente para o jogo ser melhor que “Deus Ex: Human Revolution“, seu antecessor? 

É o que você vai descobrir na análise abaixo de “Deus Ex: Mankind Divided”, jogado na versão de Playstation 4. O título também está disponível para PC e Xbox One

História


Humanidade dividida pela tecnologia de aprimoramentos

A história de “Deus Ex: Mankind Divided” segue os acontecimentos de “Deus Ex: Human Revolution” (2011). Após o Incidente, evento que descontrolou os Aprimorados, pessoas que usam próteses de tecnologia Augmented, Adam Jensen, o protagonista, se vê encurralado numa nova conspiração bioterrorista. As pessoas naturais, que abominam a robotização da sociedade, não conseguem mais viver em harmonia com seus semelhantes mecanicamente superiores. A humanidade está dividida e não há chances reais de reunir os dois extremos em um futuro muito breve.  

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A parte mais bacana do enredo é esbarrar em questões polêmicas que também reproduzem parte da nossa atualidade, como ataques em massa, segregação social, tráfico humano, comércio ilegal de armas, corrupção na política, fraudes econômicas e os perigos e as facilidades trazidas pela tecnologia de ponta. Tudo acompanhado, é claro, pela óptica de uma temática cyberpunk coerente que sabe explorar esses assuntos sem se tornar piegas, cansativo ou sensacionalista. 

Deus Ex: Mankind Divided não tem medo de explorar temas atuais polêmicos, como ataques bioterroristas, segregação social, corrupção na política e fraudes econômicas. E todos têm profundidade certeira para envolver e instigar o jogador 

Os desdobramentos dos eventos no game costumam ser interessantes, do tipo que motivam a continuar jogando pela simples curiosidade de saber o que vai acontecer na próxima cena. Existem momentos surpreendentes e alguns deles chegam a ser épicos pela forma como são conduzidos. Reviravoltas inesperadas e outras mais previsíveis se misturam a todo momento, mas conseguem manter a vontade de conhecer os mistérios da trama até a conclusão da aventura. 

A própria evolução de Jensen é um incentivo extra de seguir jogando. O protagonista, que baseia a maior parte das suas ações no senso universal de justiça, tem uma personalidade bem definida, mas não está livre de ilusões e, como qualquer ser humano, pode ser ludibriado acreditando estar fazendo o que considera ser certo. Isso mostra que, por mais aprimorado que seja, seu aspecto mais natural abre margem para situações que também cumprem seu papel de aguçar as expectativas do jogador. Já os personagens secundários não são tão relevantes ou interessantes assim, tendo pouco peso na experiência geral.  

Jogabilidade


Mistura de gêneros garante uma experiência recompensadora

A jogabilidade de “Deus Ex Mankind Divided” combina diferentes gêneros, em que a mecânica permite a execução de sólidos elementos de ação, aventura, espionagem RPG. A progressão pode ser feita de duas formas: à base de tiroteios intensos em primeira pessoa, para uma desenvoltura mais imediata e sem pudor, assumindo as consequências dessa atitude, ou elaborando estratégias de infiltração, com táticas mais cadenciadas e cuidadosas, considerando os riscos e recompensas de cada passo dado. 

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E, definitivamente, “Deus Ex: Mankind Divided” foi pensado para ser jogado como se o jogador encarnasse o papel de um agente secreto. O próprio design de fases é extremamente convidativo a abordagens diferenciadas, buscando sempre o caminho mais adequado e estudando o padrão de movimentação dos inimigos para agir no momento oportuno. É possível entrar em tubulações, invadir apartamentos, usar cobertura para ir avançando aos poucos e hackear sistemas eletrônicos para chegar ao objetivo sem ser visto.    

Deus Ex: Mankind Divided é para ser jogado como se você fosse um agente secreto. Sair atirando desesperadamente ao estilo de Call of Duty não tem 10% da graça da primeira opção

Os ganhos nas entrelinhas da mecânica por jogar com técnicas de infiltração, inclusive, são maiores do que como se estivesse jogando qualquer “Call of Duty“. Além de ser recompensado com mais recursos e experiência, a satisfação de passar despercebido por trechos altamente vigiados e por aprimorados cada vez mais intimidantes gera uma sensação única de satisfação, superioridade e empoderamento semelhante aos icônicos jogos da franquia “Metal Gear Solid“.  

A estrutura de missões em “Deus Ex: Mankind Divided” abusa da fórmula de games com um mundo (semi-) aberto para explorar. Os objetivos principais, que são os que desenvolvem a história, são bem mais elaborados e complexos que os secundários, que apenas adicionam detalhes aos contextos da narrativa e põem o jogador em situações mais triviais. Nenhuma inovação realmente por aqui. Mas independente de qual for o objetivo, conseguir experiência é primordial para progredir com tranquilidade.   

Praticamente todas as ações do jogador são convertidas em experiência. E, com uma certa quantidade acumulada, ganha-se Praxis, pontos usados para desbloquear habilidades. Além das próteses do jogo anterior, que já traziam várias melhorias ao corpo de Jensen, o herói agora conta com aprimoramentos experimentais secretamente implantados na sua carcaça. Com isso, o personagem ganhou novas maneiras de derrotar inimigos, de invadir sistemas e atualizações na sua estrutura de sustentação. 

Além das habilidades comuns, Jensen agora pode queimar em overclock: é preciso gerenciar os novos implantes experimentais para não prejudicar o desempenho de combate do protagonista

Entretanto, essas novas habilidades experimentais não ser equipadas de uma só vez. Mesmo que tenha desbloqueado inúmeras delas, a mecânica é totalmente dependente de uma barra de porcentagem, sendo sempre necessário gerenciar o quanto de energia Jensen pode usar para que não queime em overclock. Se por um lado, a novidade é interessante por acrescentar habilidades inéditas na saga, por outro, também limita a experiência do jogador, que nunca vai conseguir realmente usar o poder máximo dos aprimoramentos do protagonista.  

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Um dos poucos problemas na jogabilidade de “Deus Ex: Mankind Divided” é a sua própria configuração de comandos atrelados aos botões do controle. Como as ações para cada tipo de situação são muitas, a adaptação é demorada e a curva de aprendizado também é bastante exigente. Algumas horas de jogatina adentro e ainda será comum cometer falhas inesperadas que causam problemas irreversíveis na progressão e costumam colocar tudo a perder nas horas mais complicadas. 

Se o incômodo for muito, pelo menos existe a opção de jogar com as mesmas opções de controle de “Deus Ex: Human Revolution”. Mas apenas os jogadores que tiverem jogado o título anterior recentemente é que vão se beneficiar desse recurso, justamente por já estarem familiarizados com a dinâmica da jogabilidade do game que, naquela época, também já não era dos mais acessíveis em termos de layout dos comandos para uma experiência mais tranquila e intuitiva. No fim das contas, é tudo uma questão de costume e adequação, que acabando chegando com o tempo.        

Gráficos


Ambientação cyberpunk espetacular

“Deus Ex: Mankind Divided” é muito bonito graficamente. O destaque é a ambientação cyberpunk espetacular, que garante a imersão absoluta do jogador já nos primeiros minutos de aventura. Os cenários são extremamente detalhados e verossímeis, apresentando construções tecnológicas imponentes, veículos robotizados de vários tipos e implantes futuristas nos corpos das pessoas. O trabalho é realmente sensacional e quem é fã da franquia – e da temática – não terá do que reclamar.

O que não ficou legal em “Deus Ex: Mankind Divided” foram as expressões faciais e as animações de interação entre os personagens, que estão extremamente artificiais e mal conseguem transmitir as sensações e preocupações de cada momento. Chega a ser muito estranho acompanhar algumas cenas. Além disso, o desempenho do game deixa a desejar. Existem quedas constantes de quadros por segundo, principalmente em áreas mais abertas. Embora não seja algo que comprometa a experiência como um todo, são bem perceptíveis a ponto de incomodar em alguns trechos.  

Áudio


Trilha sonora épica; dublagens artificiais  

“Deus Ex: Mankind Divided” também capricha no áudio. Diversificada e coerente com a temática, a trilha sonora é épica, envolvente e certeira em transmitir as importâncias de cada momento. Algumas das melodias, inclusive, certamente vão ficar na sua cabeça ou fazer você procurá-las fora do game para escutar. Efeitos sonoros que reproduzem a tecnologia da época do game também moldam toda uma composição sonora bastante imersiva. A própria voz de Adam Jensen, o protagonista, age como um recurso que adiciona uma camada extra de dramaticidade à narrativa como pouco se vê nos jogos eletrônicos.  

Só é uma pena que as dublagens em português brasileiro não acompanhem essa qualidade. As falas dos personagens estão bem artificiais e as interpretação estão um tanto forçadas, não combinando com a entonação e a dramaticidade da maioria das cenas. A voz escolhida para Jensen, inclusive, em praticamente nada lembra a sua versão em inglês, prejudicando parte da imersão. Para driblar esse dilema, pelo menos existem legendas. E é definitivamente muito melhor jogar com o áudio original em inglês apenas acompanhado de textos traduzidos na nossa língua.  

{notas}

Prós

Ambientação cyberpunk muito convidativa à contemplação

Mecânica de infiltração extremamente prazerosa de jogar

Ótima variedade de armas, equipamentos e apetrechos tecnológicos

Novas habilidades coerentes com a proposta da aventura

Trilha sonora combina absurdamente bem com a temática

Modo online Breach rende algumas horas extras de diversão

Adam Jensen com sua voz sedutora é puro <3

Contras

Demora na adaptação aos controles prejudica nas primeiras horas 

Desempenho problemático: quedas constantes de quadros, às vezes injustificáveis

Apenas UMA luta contra chefe

Sistema de overclock nas novas habilidades não deixa o jogador ser plenamente feliz

Expressões faciais muito ruins

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