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Até onde pode ir a portabilidade de um notebook? O Macbook é um produto que me forçou a pensar sobre isso durante todo o período de testes. Com um excelente serviço de design e engenharia da Apple, o eletrônico é incrivelmente fino e leve, ainda mantendo componentes de alto desempenho para entregar uma boa experiência de uso. Mas deixar um notebook tão enxuto não passa sem trazer, também, algumas perdas!

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Especificações técnicas

– Display 12 polegadas IPS com resolução de 2304 x 1440 pixels;
– Processador Core M dual-core com 1,1GHz (turbo boost até 2,4GHz) / Core M dual-core com 1,2GHz (turbo boost até 2,6GHz);
– Gráficos integrados Intel HD Graphics 5300;
– 8GB de memória RAM;
– 28,05 x 19,65 x 0,35~1,31cm;
– Conectividade Bluetooth 4.0, Wi-Fi 802.11ac, conector de fone de ouvido e USB 3.1 Tipo-C;
– 920 gramas;


Design

A excelência da Apple em forma de notebook

O novo Macbook trouxe ao mercado um outro patamar de portabilidade. Indo além dos ultrafinos, temos aqui um produto que rivaliza com os tablets, mesmo possuindo um teclado. Para tornar isso possível, a Apple introduziu mudanças internas no aparelho, como uma bateria em “camadas” capaz de ocupar todo o espaço disponível no estreito corpo do aparelho.

O Macbook é um excelente serviço de engenharia e design da Apple, que “espremeu” até onde era possível um notebook

 

O resultado é um aparelho com a parte mais espessa chegando a 13,1mm e com peso de 920 gramas. Ele é muito leve de ser carregado e praticamente desaparece em uma mochila.

O notebook como um todo traz um excelente design, com encaixes precisos e uso de materiais de alta qualidade. Apesar do espaço restrito, a Apple fez o possível para não comprometer o teclado e o touchpad e expandiu ambos até praticamente os limites do corpo do aparelho, o que torna seu uso bastante confortável. O porém é o feedback do teclado. Não teve como a Apple fazer milagre na espessura praticamente inexistente do aparelho e as teclas têm pouquíssimo movimento quando pressionadas, tornando a experiência pouco interessante para quem digita muito em seu notebook ou joga.

O Macbook junta características de dois tipos de produtos: a produtividade e falta das touchscreens dos notebooks e a portabilidade e a falta de conexões dos tablets

A falta de espaço desse aparelho é mais sentida quando vamos usar as conexões. O Macbook possui apenas uma conexão para fone de ouvido e uma USB Tipo-C, que fica sobrecarregada com a função de ser o único lugar por onde o dispositivo é carregado, conectado com periféricos, como mouses, ou onde você vai colocar seu pendrive. Enquanto você está em atividades cotidianas, como navegar na internet ou mesmo fazendo uso de serviços na nuvem, isso não incomoda. Porém, nos momentos de trabalho você pode sentir rapidamente o quanto essa solitária conexão vira um gargalo. Caso você esteja na dúvida, é esse problema que me fez tirar o 0,5 na nota do design do aparelho.

Na hora de trabalhar, o maior problema é ter que lidar com apenas uma conexão para tudo. Seja para carregar, ligar um mouse ou um pendrive. Só dá para ir com um por vez

Existe a possibilidade do uso de acessórios, que trazem mais conexões. Essa opção tem dois defeitos: é sempre chato depender desse tipo de recurso, afinal vira algo mais para carregar (e perder ou esquecer por aí), e o preço não está nem um pouco simpático. São 600 reais para levar um adaptador que traz uma conexão de vídeo, uma USB convencional e um USB tipo-C. E, convenhamos, o Macbook já não é nada barato para obrigar você a desembolsar mais ainda por um acessório. 

Performance
Ágil e eficiente, mas sem “poder de fogo” para ir mais longe 

Em seu corpo bastante restrito, o chip da vez é o Intel Core M, baseado na geração Broadwell. É uma CPU voltada para a situação crítica de espaço e energia que existe no Macbook, no qual até mesmo o resfriamento precisa ser feito de forma passiva (sem fans) e entrega resultados bem interessantes considerando a situação em que está inserido. Por conta do SSD e da excelente quantidade de RAM, esse modelo abre aplicativos e encara o multitarefa de forma muito ágil.

 

O desempenho muitas vezes se situa na casa do que percebemos em ultrafinos equipados com processadores Core i5 de baixa tensão, como o da geração Ivy Bridge presente no Dell XPS 12 que testamos em 2013. Isso significa que temos um processador que lida muito bem com atividades cotidianas e também consegue entregar alguma eficiência em softwares de produtividade como o Photoshop, especialmente se for usado para tratar imagens e filtros não muito pesados.

A performance gráfica não é um sonho de consumo para quem curte games, mas ainda assim vai conseguir encarar jogos mais “permissivos” com hardwares leves, como jogos da Blizzard ou mesmo um Left4Dead 2. Nesses momentos, é perceptível um leve aquecimento na carcaça do aparelho. Porém ele é sutil. 

 

A combinação de hardwares de baixo consumo e “toda a bateria que coube” nesse gadget trouxe um resultado muito interessante na autonomia. Ele é capaz de segurar um dia inteiro longe da tomada, deixando apenas em modo de espera com a tampa fechada em momentos de inatividade. Em casos mais extremos de uso, foi possível segurar pouco mais de um dia e meio sem ligá-lo na tomada, uma duração de bateria excelente mesmo para os bons resultados que temos visto entre essa nova geração de ultrafinos.

O Macbook tem uma excelente duração de bateria, capaz de ficar longe da tomada o dia inteiro

 

O Force Touch
A tecnologia é interessante, mas ainda sem um uso convincente

Em termos de tecnologias inovadoras, além do avanço surpreendente na portabilidade do Macbook, o modelo introduz uma nova tecnologia: o Force Touch, implementada no trackpad. Através desse recurso, o Macbook é capaz de perceber a pressão aplicada pelo usuário e, como efeito, possibilita dois níveis de “pressionar”. 

Esse comando é muito funcional e intuitivo. Depois que você aprende qual é a força que ativa um ou outro comando. Um “clique” é sentido e ouvido para cada estágio, algo que facilita e muito essa curva de aprendizado.

O que faltou mesmo foi uma função convincente para essa nova possibilidade de interação. Enquanto o equivalente ao “clique com o botão direito do mouse” é feito com a batida com dois dedos, o Force Touch tem funções restritas aos softwares compatíveis, o que no momento é utilizado principalmente pelos apps da própria Apple. O comando aplicado em um link no Safari, por exemplo, irá abrir uma janela com uma prévia da página para onde você será encaminhado. Essa prévia aparece na barra de apps na base da tela.

Sem dúvida essas capacidades são muito mais convincentes nos dispositivos móveis, como smartphones e, principalmente, no Apple Watch. Com pouco espaço de interação e mais dificuldade para navegar pelas telas, o comando adicional faz toda a diferença. No Macbook, porém, um Command + Tab é tão ágil, e a alternância entre apss tão eficiente, que não sinto a necessidade dessa “prévia” de onde vou, ou do que vou abrir. É muito rápido o “ir e vir”, então é mais fácil “pular para lá e voltar”, se for preciso.

Deixando o Macbook ainda mais portátil, a Apple conseguiu um notebook com peso e medidas que aproximam a experiência do aparelho à praticidade dos tablets. Não é nenhum sofrimento carregar esse modelo e dá para esquecer que ele está em sua mochila. Porém, não foram só alegrias que resultaram desse excelente trabalho da empresa.

O espaço mais restrito resulta em um notebook que possui um teclado que não é dos mais eficientes. Da mesma forma, a tela de 12 polegadas e com resolução 1440p é suficiente para uso cotidiano, mas nos momentos de trabalho não é ampla o bastante para uso prolongado. 

Mas o grande empecilho na hora de trabalhar com esse modelo é sua conectividade. A presença de apenas uma porta USB tipo-C para carregamento, conexão de periféricos e coisas como pendrives força o usuário a uma dança de “desconecta/conecta” incômoda. Existe a possibilidade de usar acessórios (caros) para expandir as opções de conectividade, porém ter que carregá-los passa a ser uma preocupação adicional e sempre fica aquela sensação de “gambiarra” quando ultrafinos nos forçam a usar esse tipo de elemento. A única forma eficiente de se ter uma conexão em um notebook é ela estar ali sempre disponível.

O preço torna impossível avaliarmos esse modelo em termos de custo e benefício. Custando R$ 12.499 em seu modelo mais básico, com processador de 1.1GHz e armazenamento de 256GB, e podendo chegar aos R$ 15.499 em suas versão com processador Core M 1.2GHz com 512GB, ele fica acima até mesmo de outros ultrafinos de luxo como o Asus Zenbook UX301LA, que em sua versão mais “parruda” com um Core i7 e Iris Pro – ou seja, performance consideravelmente superior – é encontrado na casa dos R$ 9.000. Em versões mais baratas, o ultrafino topo de linha da Asus pode ser encontrado por praticamente a metade do preço do Macbook.

Logo, o Macbook é uma opção para quem gosta de algumas características de notebooks, como o teclado físico e um melhor nível de performance, mas quer também o máximo de portabilidade possível. Também é importante que você seja aquele tipo de pessoa que não pergunta o preço quando entra numa loja para comprar algo, pois temos aqui um aparelho impressionante em vários aspectos e o custo é um deles.

Mesmo sendo excelente, é impossível justificar o preço desse modelo. É algo que tem mais a ver com status de grife do produto do que suas qualidades

 

Prós

Incrivelmente fino e leve

Excelente design e acabamento

Boa performance

Tela de alta qualidade

Teclado e touchpad exploram todo o espaço disponível

Contras

Incrivelmente caro

Feedback do teclado

Somente uma conexão USB para tudo

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