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A distopia de “Mad Max  fez seu retorno aos cinemas e, para a alegria de quem gosta de uma boa pancadaria, também chegou aos videogames e computadores. O game chega com uma missão simples: nos tirar da passividade de assistir um filme e nos dar a oportunidade de amassar carros, socar pessoas e explodir coisas pelo mundo arrasado. E já adianto: você tem tudo isso por aqui. 


História – Aquilo que você pula porque está interrompendo a ação

O “enfurecido” Max é um personagem que não ajuda muito a evoluir o enredo. Taciturno e extremamente agressivo, ele só vai deixando seu passado subentendido ao longo da aventura. Mantendo a mesmo estilo de narrativa comum no cinema, são as pessoas em torno do protagonista que fazem a história se desenvolver –  na medida que você explodiu algo que precisava ser explodido. 

 

Você chama isso de explosões. Em Mad Max isso é enredo 

 


Portanto, muito mais do que Max, são nas figuras excêntricas que você encontra no deserto que está a graça do enredo. Chumbucket, seu mecânico, é um desse personagens que costuram a narrativa e garantem os diálogos divertidos ao longo do gameplay. Cada novo forte que você encontra aumenta seu ecossistema de gente maluca, sempre combinando com o mundo distorcido onde a história se passa.

Apesar de ser o suficiente para se justificar, a história está longe de ser algo que prenda o jogador, e não espere muitas reviravoltas, intrigas ou qualquer outro incentivo no enredo para manter sua atenção. A motivação em “Mad Max” tem muito mais a ver com o próximo tópico: o gameplay. Cada hora jogada é embalada pelo desejo de reforçar o carro para bater em inimigos maiores.


Gameplay – Excelente no carro, “mais ou menos” a pé

O jogo se apoia em dois mecanismos principais: os combates à pé e com o carro. Os automóveis ganharam toda a atenção que é necessária para um game de “Mad Max”: a dirigibilidade é divertida, responsiva e, principalmente, muito agressiva. Os carros aceleram em mudam de direção em um estilo arcade que facilita muito as colisões – e até se lançar de penhascos ou bater em pedras é divertido.

Os combates com os carros é o momento em que o game brilha. Perseguir e destruir coisas no deserto é muito da diversão no jogo

 

Os ataques aos comboios de recursos são um dos momentos onde o jogo “brilha”: um misto de combate e perseguição pela terra-arrasada estão entre as coisas mais interessantes de se fazer, e é onde os investimentos na melhoria do carro fazem a diferença. É preciso se livrar de vários carros defendendo a valiosa carga, e cada parte do carro reforçada faz a diferença.

As invasões às bases inimigas também são um elemento interessante, representando um dos fatores importantes na diversão. Você precisa estudar as defesas e sabotá-las para conseguir invadir, algo que pode envolver desde a sutileza de uma sniper para assassinar os vigias até a grosseria de atravessar o lança-chamas e estourar o portão com o embalo do carro.

Assim que você entra na base, ou a qualquer momento em que você desembarca do carro, um pouco da diversão se vai. Além da movimentação engessada de Max, que parece ter uma certa dificuldade em pular em alguns momentos e, em outras, escala sem problemas, o mecanismo de combate não empolga.

Com um estilo semelhante ao presente em “Terra-Média: Sombras de Mordor” e mais que consolidado na série “Batman: Arkham“, você precisa se preocupar em bater e contra-atacar, o que significa fuzilar o “X” e eventualmente apertar “Y” (controle do Xbox 360). Pode ser que você realmente precise rolar para se esquivar de algum inimigo mais enfurecido, e assim você praticamente esgotou as variações de estratégias de combate. É possível pegar armas, explodir objetos ou usar armas de fogo, mas em geral os combates à pé são bastante repetitivos.

O corpo-a-corpo em Mad Max repete a fórmula da série “Batman: Arkham”, sem acrescentar muita coisa

“Mad Max” consegue divertir o jogador que está afim de agredir alguma coisa. Seja embalando o carro para estourar uma torre, arrancando um portão com um arpão ou descendo uma sequência de combos em alguém contra a parede, esse game é uma excelente pedida para quem quer soltar um pouco de adrenalina com uso de violência pura.


Gráficos e aúdio – Uma produção com muito esmero

O game é indiscutivelmente bonito. As paisagens desérticas são amplas e trazem um visual excelente, garantindo a imersividade graças à excelente interação com elementos como a areia e principalmente a destrutividade de elementos como pedras e ruínas. Nos cenários mais fechados, como bases ou antigas construções, há um capricho nos detalhes, com muitas paredes rachadas, infiltrações e metal enferrujado para todo o lado.

A modelagem dos personagens também recebe um bom cuidado, com designs caprichados nas roupas e acessórios. As expressões não chegam a ser um destaque, então não espere nada do nível “L.A. Noire“. Especialmente nos personagens secundários as “atuações” não são brilhantes, enquanto Max, seguindo à risca a “escola Steven Seagal” de protagonistas, nunca demonstra nada e está sempre com aquele olhar espremido de quem vai te dar um soco. Ou seja: ele está perfeito.

Esqueça as músicas. A trilha sonora de Mad Max são explosões e motores V8

O áudio não aposta pesado nas trilhas musicais, deixando por conta do próprio ambiente a sonoplastia. Isso significa muito som de vento no deserto, de goteiras nas construções e gritaria dos inimigos no combate. Essa “ausência” de som deixa espaço para a verdadeira trilha sonora do game: o ronco dos motores modificados, lataria sendo torcida e explosões. A qualidade desses elementos resultam em uma sensação ainda mais prazerosa de quebrar e explodir coisas, embalando a ação de uma forma que música alguma faria.

YouTube video
 

Com uma nova geração surgindo, e com alguns sustos, é bom destacarmos a excelente otimização do game no PC, a plataforma na qual jogamos o game para essa análise. Mesmo o hardware limitado do PC Baratinho foi capaz de lidar com esse game em resolução FullHD e qualidade Ultra, mantendo a média de quadros por segundo próximo dos 60. Depois do começo desastroso de “Batman: Arkham Knight” e a insaciável necessidade de altas specs para rodar “The Witcher 3: Wild Hunt” no mínimo, é bom ver lançamentos como “Mad Max” e “Metal Gear Solid V: The Phantom Pain” entregando excelentes gráficos e fluidez, mesmo em hardwares mais modestos. Sinal de uma otimização bem feita.

A Avalanche Studios tem vários méritos neste game. Conseguiu criar um título que exprime muito do que representa a franquia, trazendo com maestria muito de seus elementos centrais, como a distopia desértica, a violência desenfreada e o prazer dos combates entre carros.

PC Baratinho para Jogar vs Mad Max e Metal Gear Solid V: The Phantom Pain 

Porém recriando com precisão o mundo de “Mad Max”, a desenvolvedora acabou por herdar um pouco dos pontos fracos da franquia, que está muito mais preocupada nos combates sanguinários e na força desmedida das explosões. O jogo é incapaz de criar um enredo que “prenda” o jogador, e há muito mais incentivo a continuar a jornada nos combates do que necessariamente na continuidade da narrativa. Você liga o game para bater na próxima coisa, não para saber o que acontece na sequência.

Mad Max é um ótimo jogo para quem quer distribuir algumas porradas sem se preocupar com uma história empolgante

 

Essa é uma limitação que pode desmotivar quem busca uma história envolvente, que tem se tornado uma característica forte em lançamentos como “Metal Gear Solid V: The Phantom Pain” e “The Witcher 3: Wild Hunt”. Muitos desses games aliam um gameplay interessante com histórias que motivam a continuidade da jornada do jogador.

Portanto, esse jogo é uma excelente pedida dependendo de seu perfil. Se você quer quebrar, explodir, torcer e matar coisas, embalado pelo som de um motor V8, por um deserto em que a vida parece não fazer mais sentido, você achou seu jogo. Se não tem intenção de uma história chamativa e curte uma pancadaria descompromissada, vale a pena gastar algumas horas vagando por esses desertos.

Conclusão

 

{notas}

 

Prós

Ótimos gráficos e áudio

Combates  e dirigibilidade dos carros empolgante

Invasão de bases e exploração interessantes

Pura violência, pancadaria e explosões

Muito bem otimizado no PC

Contras

Combates à pé repetitivos

História pouco envolvente

 

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