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Recebemos para anÁlise o processador que muitos esperam ser a nova “arma” da AMD na briga com a Intel pelo segmento de alto desempenho, o AMD FX 9590. Com frequência de operação padrão em 4.7GHz, trata-se da primeira CPU do mercado a alcançar 5.0 Ghz sem a “interferência” do usuÁrio, graças ao “TurboCore” – dispensando assim overclock.


Nos Estados Unidos, ele foi lançado com o exorbitante preço de U$799, muito embora, em poucas semanas, tenha caído para U$699. Ainda assim, trata-se de um valor considerado caro quando comparado com alguns modelos topo de linha da 4ª geração Core i7, como é o caso do 4770K, que custa no exterior U$350 – metade do preço da nova CPU da AMD. No Brasil, no dia da publicação da anÁlise, ele ainda não era encontrado a venda.

O FX 9590 continua sendo um processador baseado na geração “Vishera”, com núcleos x86 Piledriver, mas com pequenas mudanças visando alcançar 4.7GHz. O multiplicador foi definido em 23.5 x 200 para chegar ao clock padrão, sendo que em modo turbo, o multiplicador sobre para 25×200, atingindo assim a impressionante marca dos 5.0GHz.

Com o lançamento dos processadores FX-9000 – mais especificamente o modelo FX-9590 – os engenheiros da AMD parecem ter atingindo o limite da atual tecnologia, atingindo clocks até então nunca imaginados para uma CPU sem overclock. Para tanto, o processador trabalha em condições bastante severas, com vCore 1.464V, e uma dissipação térmica mÁxima de 220W! Nestas condições, é mais do que importante o uso de um excelente sistema de refrigeração – incluindo ainda um gabinete robusto, com sistema auxiliar de dissipação térmica. 

Abaixo hÁ uma tabela comparativa entre as versões dos processadores da linha FX, incluindo 9370, lançado simultaneamente com o FX 9590.

Reparem que o TDP do FX 9590 quase dobrou comparado ao FX 8350, até então processador topo de linha da AMD para o mercado desktop. Isso foi necessÁrio para possibilitar alcançar os clocks de 4.7GHz e 5.0GHz na mesma arquitetura. Para se utilizar um processador FX 9xxx em uma mainboard AM3+, basta atualização de BIOS, desde, é claro, que a fabricante da placa-mãe disponibilize a “bendita” atualização – coisa que muito dificilmente acontecerÁ para todos os modelos de placas.


 Para mais detalhes sobre os núcleos Piledriver (arquitetura Vishera), basta acessar o artigo “Por 'dentro' dos núcleos Piledriver da AMD”.

Abaixo hÁ algumas fotos do FX 9590 que recebemos diretamente da AMD. Vale destacar que diferentemente dos demais processadores da série, o FX 9590 não acompanha cooler, sendo, portanto, imprescindível o uso de um robusto sistema de refrigeração. Fuja da tentação de utilizar um cooler box de outro modelo da série.

5GHz? Quase nunca!
Abaixo hÁ algumas telas da BIOS da mainboard ASUS Crosshair V Formula-Z, que mostra opções relativas ao sistema e processador. Forçando o “AMD Turbo Core” em modo ativo (enable), é possível ver que o clock sobe para 5.0GHz, mas com um porém: em raríssimas situações, o processador trabalha em tal frequência.

A AMD fez todo o marketing em cima da elevada frequência de operação de 5.0GHz, mas que na verdade, trabalha na grande maioria dos casos um pouco abaixo disso (clock nominal de 4.7GHz). Na realidade trata-se de um marketing comum nos tempos atuais, como é o caso, por exemplo, do Intel Core i7 4960X, que não trabalha efetivamente em 4GHz (frequência em modo Turbo, utilizado apenas quando o processador é mais exigido), mas sim em 3.6GHz.

No caso do FX 9590 ainda hÁ um agravante, visto que os 5GHz são ativados em situações bem raras. Um bom exemplo disso é que em nenhum dos testes que fizemos, seja em aplicativo ou games, o processador alcançou tal patamar, e quando isso acontece, é bom destacar ainda que não são todos seus núcleos que trabalham em 5GHz, mas sim apenas um, como acontece com diversos processadores quando tem a função turbo acionada.

Overclock
Outro detalhe bastante importante sobre o FX 9590 estÁ sobre seu comportamento em overclock, bastante limitado, devido, sobretudo, ao limite técnico de arquitetura, aliado ao desatualizado processo de fabricação em 32nm. As condições precisam ser bastante positivas para turbinar o processador, sendo necessÁrio elevar a voltagem em níveis bastante perigosos.

Outro grande problema estÁ sobre as mainboards e suas BIOS. Utilizamos dois dos melhores modelos do mercado: ASUS Crosshair V Formula-Z e MSI 990FX-GD80. Em ambos os casos, no dia dos testes havia apenas uma versão de BIOS compatível com o processador, impossibilitando sequer colocar o processador full time em 5.0GHz de forma estÁvel, mesmo com voltagem perto de 1.6V. Foi necessÁrio colocar ainda um cooler melhor (Cooler Master TPC 812) para evitar problemas, mas não foi a temperatura que comprometeu a estabilidade, visto que esta ficou em 70º.

Pode ser que futuras atualizações de BIOS ajudem a melhorar a estabilidade em overclock, mas não parece ser possível fazer milagres, então não é recomendado criar expectativas.

Vale destacar ainda que overclocks extremos com nitrogênio líquido ou alterações físicas em alguns dos hardwares podem trazer mais resultado, mas se pode trazer melhoras para o FX 9590, traz para vÁrios outros processadores. 

Abaixo, detalhes sobre os sistemas comparados, drivers e aplicações utilizadas nos testes. Mas antes, fotos do processador FX 9590 instalado sobre a placa-mãe ASUS Crosshair V Formula-Z com o cooler box que acompanha o FX 8350 e um kit de memórias de 8GB (2x4GB) DDR3 1600MHz da própria AMD (fabricado pela Patriot).

ATUALIZAÇÃO 04/10/2013: Adicionamos aos testes o desempenho do FX 8350 overclockado para 4.7GHz. Para o overclock, tivemos que setar a voltagem em 1.52v, bastante alto e que compromete a vida último do processador. Nos testes em games, o sistema ficou completamente instÁvel como é possível ver nos grÁficos. Esse clock não é recomendado para uso contínuo. Outro porém é que vÁrias empresas limitam a voltagem do processador na bios, no caso utilizamos o aplicativo Control Center, que tinha a opção liberada até dia 03/10/13, e que também estÁ limitando na versão 2.5.059, muito provavelmente devido problemas que acontecem com usuÁrios que forçam voltagens mais altas para overclocks. 

MÁquinas utilizadas nos testes:
Todas os sistemas utilizaram os mesmos hardwares para os testes:

– Placa de vídeo: NVIDIA GeForce GTX 680 (modelo de referência)
– Memórias: 8 GB @ 1600MHz (2x4GB)
– SSD: Corsair Neutron GXT 240GB Sata III
– HD: Seagate ST31000528AS 1TB SATA II 7200RPM
– Cooler: Cooler Master TPC 812
– Fonte de energia (PSU): XFX ProSeries 850W PSU

Sistema Operacional e Drivers:
– Windows 7 64 Bits com Updates
– AMD Catalist 13.9
– NVIDIA GeForce 320.18

Aplicativos/Games:
– CineBENCH 11.5
– MaxxMEM
– x264 FHD Benchmark 1.0.1
– wPrime 2.09

– 3DMark 11 (DX11)
– Aliens vs Predator (DX11)
– Tomb Raider (DX11)

CPU-Z
Abaixo, hÁ duas telas do CPU-Z, uma mostrando o clock de 4.7GHz, e outra a 5.0GHz, que é atingido em raros momentos.


Temperatura
Fizemos testes de temperatura com o sistema em modo ocioso e rodando o wPrime, que estressa todos os núcleos. Seguem abaixo os resultados:

Sistema Ocioso


Sistema rodando o wPrime em modo 1024M: 

Consumo de energia
O teste de consumo de energia foi realizado com a mesma placa de vídeo NVIDIA GeForce GTX 680 de referência em todos os sistemas. Abaixo os resultados:

CineBENCH 11.5
Iniciamos os testes de desempenho em aplicações com o CineBench, que testa o processador convertendo uma imagem. 

x264 Full HD Benchmark
Em um teste de conversão de vídeo Full HD, temos os seguintes resultados:

wPrime
Rodando o wPrime, benchmark que estressa todos os núcleos do processador, temos os resultados abaixo:

Adobe Photoshop
No teste do tempo necessÁrio para aplicação do filtro extrude do Photoshop temos:

wPrime
E no último bench de CPU, rodando o novo PCMark 8, que inclusive testa o tempo necessÁrio para carregar o Battlefield 3, temos os resultados abaixo:

Além dos testes com o vídeo integrado, fizemos alguns benchmarks com os sistemas rodando em conjunto com uma NVIDIA GeForce GTX 680 de referência. Confiram abaixo os resultados:

3DMark 11
Começamos pelo 3DMark 11:

Aliens vs Predator
Seguindo com o game “Aliens vs Predator”:

Metro Last Light
Em um dos games que mais exigem do hardware do PC, temos os seguintes resultados:

Tomb Raider
Por fim, abaixo os resultados com o “Tomb Raider”.

Muito marketing foi feito pela AMD sobre o FX 9590 ser o primeiro processador a atingir 5.0GHz de fÁbrica, sem necessidade de ser overclockado manualmente – embora, conforme visto nesta anÁlise, a verdade não seja “bem assim”. O FX 9590 é um processador com clock padrão de 4.7GHz, atingindo 5.0GHz em modo Turbo, ou seja, em situações onde o sistema detecta que o processador estÁ sendo bastante exigido, e mais desempenho é necessÁrio. Contudo, vem o problema. Em nossos testes, rodando aplicativos como CineBench, x264 FULL HD, wPrime, 3DMark, PCMark 8 e games como Aliens vs Predator, Metro Last Light e Tomb Raider, em nenhum momento o processador atingiu os esperados 5.0GHz. 

Tentamos turbinÁ-lo para 5.0GHz manualmente, com vÁrias voltagens diferentes (chegando até 1.6V) e com mudanças do multiplicador e da frequência. Sem sucesso de forma que o sistema permanecesse estÁvel.

Além de um “devorador” de energia, o FX 9590 não acompanha cooler. A principio, apesar de esquentar um pouco acima da média, o cooler BOX do FX 8350 conseguiu “segurar” bem. Entretanto, é indicado um cooler mais eficiente, como é o caso do TPC 812 da Cooler Master utilizado nos testes. Vale ressaltar que o problema de instabilidade dos testes em overclock não estava no sistema de refrigeração, visto que a temperatura em modo ocioso não passava de 50º.

{galeria::amd_fx_9590,Galeria da anÁlise do AMD FX 9590}

Analisando isoladamente, o AMD FX 9590 é um produto que oferece um desempenho bem interessante. O problema estÁ na sua relação de custo x benefício, principalmente quando comparado-o com alguns rivais, como é o caso do Core i7 4770K. Além de consumir bastante energia e dissipar muito calor, seu valor de U$699 (mais que o dobro sobre os U$ 340 do concorrente da Intel) o torna praticamente inviÁvel. Com a diferença, daria para comprar uma excelente placa-mãe, um ótimo kit de 8GB de RAM e um HD de 1TB. Sem contar ainda que o usuÁrio tem o custo extra de comprar um cooler para a CPU da AMD.

Outro detalhe, conforme visto nos testes, é que mesmo utilizando duas das principais placas-mãe do mercado, ainda existem certas limitações com o FX 9590, que podem nem ser resolvidas, visto que as próprias empresas não apostaram muito no marketing que poderia ser feito sobre o lançamento da CPU. As limitações do socket e chipset com certeza ajudam complicar seu avanço. 

Prós

O processador com clock mais alto do mercado

Bom desempenho, brigando de igual com o Core i7 4770K em muitos casos

Contras

Preço extremamente alto

5.0GHz? Quase nunca!

Não acompanha cooler

Poucos modelos de placas-mãe recomendadas para o uso com o processador, que requer socket AM3+

Overclock limitado

Alto consumo de energia

Litografia ainda em 32nm

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