Índice do Artigo

Seguindo a tendência atual de “rebootar” séries de sucesso – o que inclui não apenas jogos, mas também filmes e seriados -, a Capcom resolveu entrar de cabeça na ideia e para isso usou uma das suas mais famosas franquias: Devil May Cry, que pela primeira vez não foi produzido pela empresa.

O fato é que a Capcom resolveu contratar uma produtora do Reino Unido para dar uma repaginada na franquia. Trata-se da Ninja Theory, que jÁ produziu outros jogos, como Enslaved: Odyssey to the West, Heavenly Sword e Kung Fu Chaos, todos com exclusividade para consoles.

Em DmC: Devil May Cry, o resultado é um ótimo jogo, frenético, bem produzido e com efeitos visuais belíssimos, mas que pode não agradar aos fãs mais fanÁticos da franquia original devido à mudanças radicais tanto no personagem quanto na ambientação em geral.

Prós

História cativante com críticas ao mundo moderno de hoje

Um reboot de alto nível

Um Dante falastrão, mulherengo, rebelde.. enfim, realista

GrÁficos renovados e atuais, com belos efeitos visuais

Jogabilidade precisa e Ágil

História de Vergil serÁ bem-vinda

Contras

Pode não agradar aos fãs mais fanÁticos

HÁ falhas grÁficas imperdoÁveis

É um destruidor de mouses. Se você usa um mouse caro, cuidado

Alguns teclados muito antigos podem dar problemas

História de Vergil… via “DLC pago”

Se é para renovar, porque não um multiplayer?


A Ninja Theory resolveu criar um universo paralelo ao game original de 2001. DmC: Devil May Cry traz um Dante adolescente e bastante rebelde que vive arrumando confusão, sempre rodeado de mulheres e bebidas, em uma cidade fictícia chamada Limbo, onde é ambientado o game.


Pouco depois do início do jogo, Dante conhece Kat, uma moça que o leva para conhecer uma organização secreta que luta contra os demônios que invadiram a tal cidade. Essa organização, conhecida como “A Ordem”, é chefiada por Vergil, que acaba recrutando Dante para lutar ao seu lado. Vergil na verdade é irmão gêmeo de Dante, e acaba por ajudÁ-lo a entender o que significa ser um Nephilim, filho de um Anjo e de um Demônio, incluindo como usar sua dupla personalidade para invocar poderes dos anjos e dos demônios a qualquer momento durante o jogo.

Vale lembrar que os produtores fizeram uma história cheia de peculiaridades, como uma sÁtira aos jogos anteriores principalmente em relação a idade e os cabelos brancos do protagonista e ainda uma severa crítica ao consumo excessivo de refrigerante por parte dos jovens e adolescentes no mundo de hoje. Além dessas, o jogo passa algumas mensagens bem atuais e interessantes.


No geral, os grÁficos de DmC Devil May Cry são de fato bem superiores aos games anteriores. O game usa texturas em alta definição, belíssimos efeitos de iluminação, grande quantidade de partículas na tela, além de cores “estouradas” quando Dante estÁ no lado demoníaco de Limbo, que em alguns momentos chegam a arder os olhos. Isso de deve ao fato da Ninja Theory ter usado a consagrada Unreal Engine 3.0, diferentemente da Capcom, que usou a MT Framework em Devil May Cry 4.

Tudo isso jÁ seria suficiente pra dizer que o visual de DmC Devil May Cry é espetacular. Mas hÁ vÁrios pequenos bugs que não passam despercebido. São detalhes que depois que se percebe, fica na cabeça do jogador e acaba ofuscando o visual no geral. Em algumas sequências onde hÁ veículos no cenÁrio, apenas as rodas do veículo em que Dante estÁ “rodam”. Os outros carros que passam pelas ruas possuem rodas estÁticas, que simplesmente deslizam! É literalmente feio, e isso é algo completamente imperdoÁvel hoje em dia.

Outro problema que pode ocorrer ocasionalmente é a “deterioração” de texturas, ou seja, algumas piscam e perdem a definição. Mesmo com elas voltando a definição normal cerca de 2 segundos depois, jÁ é suficiente para ser notada. Lembra um pouco o “fatídico” problema do game Rage da iD Software onde era constante os defeitos na textura.

Outro problema que povoa DmC: Devil May Cry é o fato das sombras de vÁrias coisas nos cenÁrios simplesmente desaparecerem. Desde carros, Árvores e postes, até pessoas passeando pelas calçadas. Enquanto alguns desses objetos possuem sombras, outros que estão literalmente do lado, não. Ou seja, é comum observar duas Árvores em um mesmo cenÁrio, sendo que apenas uma delas tem sombra. O mesmo acontece com duas pessoas no mesmo cenÁrio. O chato é que isso é fixo, ou seja, você pode recomeçar a fase, e esses problemas continuarão a ocorrer no mesmo local. Faltou capricho nos detalhes.

JÁ a animação é realizada com perfeição, desde os personagens principais até os mais “esquisitos” demônios que povoam todo o jogo. É importante ressaltar que a técnica empregada na captura de movimentos tanto corporal quanto facial foi a mesma usada em Avatar e no recente Planeta dos Macacos, incluindo uma câmera presa na cabeça do ator e voltada para o seu rosto afim de capturar todas as expressões faciais e a sincronia labial das falas – hÁ um making-of bem interessante durante os créditos finais do game. O “destaque” nesse sentido fica por conta de uma cena “pós-sexo” entre dois demônios, que ocorre pouco antes do meio do jogo. Reparem no rosto da demônio feminina. Bizarrice é pouco!

DmC: Devil May Cry foi testado comparando com a versão para PS3. A versão PC possui algumas vantagens que deixam o jogo bem mais fluido e bonito, como a opção de se usar alta definição nas texturas, sombras e suavização. Além disso o jogo permite que se use uma definição Ultra, deixando o visual ainda mais bonito e sem perda significativa de performance.

Falando em performance, a versão PC é incrivelmente leve em relação a qualidade apresentada na tela. Nos testes o jogo rodou com tudo no mÁximo e o uso de filtros com incríveis 117 frames, com o mínimo chegando a 86 frames, medidos usando um monitor de 120Hz! Para um jogo atual, com uma qualidade visual extraordinÁria, é de se aplaudir o fato do jogo ser bastante leve.


Apesar do jogo rodar com frames altos, algumas Cut-Scenes que rolam entre uma fase e outra são pré-renderizadas, rodando com apenas 30 frames. O que fica claro é que o jogo foi otimizado para o PC, mas os vídeos não. Eles são os mesmos usados nos consoles em que o jogo é totalmente travado em 30 frames, jÁ confirmado pela produtora.

Os pequenos problemas grÁficos citados anteriormente não tiram o brilho e o mérito da Ninja Theory, que fez um trabalho de alta qualidade no que diz respeito ao visual de DmC: Devil May Cry. Até porque não afetam em nada na jogabilidade. Nada que um patch não resolva.

A clÁssica jogabilidade de Devil May Cry estÁ praticamente intacta, com pequenas variações no que diz respeito ao uso de poderes específicos para cada tipo de demônio. A jÁ consagrada pontuação continua presente, podendo ser comparada com rankings globais ou locais, com os amigos que também possuem o game.

Durante o jogo, Dante recebe “pontos” que podem ser trocados por upgrades em armas ou por novos movimentos de combate. O curioso é que o jogador pode fazer Upgrades e ativar novos movimentos, e depois pode voltar atrÁs, caso não goste deles. Ou seja, os pontos usados não ficam fixos em um determinado item, podendo ser retirados e usados posteriormente em outros itens. Além disso, cada novo upgrade ou movimento, o jogador pode testÁ-los em uma espécie de treino, e assim saber se vale ou não a pena.


A movimentação de Dante é extremamente precisa com resposta rÁpida aos comandos, incluindo o uso simultâneo de vÁrias teclas. Alias, o uso simultâneo de vÁrias teclas pode ser um problema com teclados mais antigos ou muito simples, jÁ que o game chega a usar até 4 teclas ao mesmo tempo e alternando para mais 2 em frações de segundos. Para ter uma ideia, o jogo usa 2 teclas ao mesmo tempo para o Devil Trigger (Z e C), uma tecla para o uso de armas angelicais (Q) ou demoníacas (E), uma tecla direcional (A, S, D ou W), uma tecla para pular (Espaço) e ainda uma tecla para uso de golpes especiais (F).

Lembrando que esses comandos são apenas os bÁsicos e alguns deles a tecla tem que ser mantida pressionada o tempo todo. Agora, imagina ter que pular direcionando para frente, usando um gancho para voar, dando golpes em demônios voadores alternando entre armas angelicais e demoníacas, e ainda usando combos?

Para tirar todas as dúvidas, foi testado um teclado antigo, de 2005, da Logitech chamado Access Keyboard, e ele apresentou problemas com o uso de vÁrias teclas simultâneas e alternadas em frações de segundo. Ou seja, com esse teclado não serÁ possível executar certos movimentos e combos no game. É bom deixar claro que qualquer teclado mais recente funciona sem problema algum.

Tirando esse problema com teclados antigos, DmC: Devil May Cry funciona perfeitamente com teclado e mouse, sendo esse último perfeito para mirar. Usando um controle – foi testado com controle do Xbox 360 e um Rumble da Saitek -, a dificuldade aumenta ao apontar com precisão para alguma coisa, principalmente ao usar ganchos para pular ou puxar, isso sem falar na mira ao usar as pistolas. O curioso é que o jogo foi lançado para consoles e PC simultaneamente, e o Steam avisa que a versão PC possui apenas uma compatibilidade parcial com o uso de controles. É no mínimo estranho.

Um detalhe bem interessante e que vai agradar à muitos é o fato do jogo não reiniciar de checkpoints quando Dante cai em algum precipício, ou quando o jogador faz um movimento errado como usar ganchos para se pendurar. Caso o jogador não consiga, o jogo não volta pro ultimo checkpoint, mas sim o ponto exatamente antes do pulo. Ou seja, o jogo usa o velho esquema de “tentativa e erro”. Se Dante morrer durante um combate e o jogador não tiver o item de ressuscitar, o jogo volta para o último checkpoint, que no caso é sempre o início do tal combate. Vale destacar que as distâncias entre os checkpoints são bem curtas.

Além das missões principais, o jogo tem ainda 21 missões secretas que são acessadas através de portas trancadas que ficam escondidas em todas as fases do game. Para abrir essas portas, o jogador terÁ que encontrar as chaves de cada uma delas durante toda a jogatina. Essas missões são simples, como arenas fechadas onde Dante tem que derrotar todos o inimigos em um determinado tempo, ou ainda uma espécie de corrida contra o tempo onde Dante tem que chegar em um determinado local antes que o tempo acabe. Mas todas dão prêmios especiais, como vida extra, energia, etc.

Durante o jogo, Dante vai se lembrando do passado e assim obtendo acesso e aprendendo a usar as 5 armas presentes no game. São elas:

  • Rebellion – Uma espada, a principal arma do game e que foi dada pelo pai de Dante
  • Ebony & Ivory – As duas pistolas clÁssicas, ótimas para manter os inimigos à distância.
  • Arbiter – A arma demoníaca. Um machado poderoso que destrói escudos dos inimigos.
  • Osiris – A arma angelical. Uma foice extremamente Ágil e que pode atingir vÁrios inimigos ao mesmo tempo.
  • Eryx – São as luvas demoníacas que servem para destruir paredes e ferir gravemente inimigos mais poderosos.

No geral, a jogabilidade de DmC: Devil May Cry é relativamente fÁcil, ou seja, em alguns momentos é bem fÁcil derrotar os inimigos, jÁ em outros a coisa fica complicada. Isso acontece porque às vezes hÁ uma mistura de inimigos na tela, onde cada tipo de demônio só sofre danos se for usada a arma especifica para cada um deles. O jogador se vê obrigado a alternar o tempo todo entre os dois tipos de armas: angelicais e demoníacas, criando um desafio a mais e ainda abrindo um leque de possibilidades estratégicas. O que não deixa de ser interessante.

A série Devil May Cry sempre se manteve na média razoÁvel em termos de efeitos sonoros presente no game, principalmente nas vozes demoníacas, até porque eram jogos voltados para consoles e que depois foram portados para PC. Em DmC: Devil May Cry a coisa muda de figura. Talvez por ser um jogo produzido jÁ pensando no PC, a qualidade sonora é bem superior aos outros games da franquia.

Os efeitos sonoros estão com uma qualidade acima da média, seja por ser cristalino com uma clareza incrível, seja pela variação de vozes e sussurros demoníacos, e até nas dublagens que combinam perfeitamente com cada personagem, incluindo os vilões do game. Os efeitos de ambientação também são dignos de um game de ponta, criando um clima adequado à história de Dante.

A trilha sonora “cantada”, incluindo tema de abertura e do final do game, foram usadas músicas “pesadas” de uma banda chamada Combichrist. Segue a lista:

  • Follow the Trail of Blood
  • Never Surrender
  • Throat Full of Glass
  • All Pain ig Gone
  • Sent to Destroy
  • Electrohead
  • Declamation
  • Get Your Body Beat
  • Deathbed
  • What the Fuck is Wrong With You


A Ninja Theory optou por deixar de lado aquelas músicas frenéticas estilo japonesas que eram frequentes nos games anteriores da franquia. Para DmC: Devil May Cry ela contratou um trio holandês chamado Noisia, que toca electro-house, para criar as músicas incidentais e exclusivas para a trilha sonora do game.

O resultado é uma trilha que pode não agradar à todos, principalmente pelo uso abusivo do grave, que tende a incomodar algumas vezes. A trilha é composta por 36 faixas que podem ser vistas abaixo, e logo depois segue dois exemplos:

  1.  Crush Him
  2.  Found
  3.  Hunter Theme
  4.  Home Truths
  5.  Poison Theme
  6.  Remember Us
  7.  The Flood
  8.  Disoriented
  9.  Barbas Theme
  10.  Secret World
  11.  Swallowed
  12.  Lilith’s Club
  13.  Distrust Theme
  14.  The Trade
  15.  Grave Calling
  16.  The Tower
  17.  Mundus Theme
  18.  Epitaph
  19.  Bad Vibes
  20.  Under Watch
  21.  Arcade Machine (Diegetic)
  22.  Merry Go Round (Diegetic)
  23.  Road Collapse
  24.  Eyeless
  25.  Virility Advert (Diegetic)
  26.  Factory Front
  27.  Mass Recall
  28.  Kat’s Theme
  29.  Trace Elements
  30.  Mixing Room
  31.  The Order
  32.  Mean Dick
  33.  Threatened
  34.  Better Half (The End)
  35.  Crystal Core
  36.  Home Truths Reprise





O fator mais interessante é que DmC: Devil May Cry não foi produzido pela Capcom, mas sim por um estúdio terceirizado, chamado Ninja Theory, que fez um trabalho interessante, mudando o foco dos games anteriores, deixando-o mais atual.

Com Dante adolescente, a ideia da Capcom – ela não produziu mas teve toda a ideia – era de renovar a franquia, e o objetivo foi claramente alcançado, tamanho rebuliço que os fãs fizeram antes mesmo do game ser lançado.

DmC: Devil May Cry traz os melhores elementos da jogabilidade dos clÁssicos originais, unindo ao que hÁ de mais avançado em termos de captura de movimento, e usando a “antiga” mas ainda poderosa Unreal Engine 3.0. O resultado? Um ótimo jogo, Ágil, dinâmico, com batalhas de tirar o fôlego e um enredo interessante com reviravoltas e profundas críticas ao mundo moderno.

É importante que se diga que DmC: Devil May Cry terÁ um DLC em breve, onde Vergil, o irmão gêmeo de Dante, terÁ a sua história contada no game.


Participe do grupo de ofertas do Adrenaline

Participe do grupo de ofertas do Adrenaline

Confira as principais ofertas de hardware, componentes e outros eletrônicos que encontramos pela internet. Placa de vídeo, placa-mãe, memória RAM e tudo que você precisa para montar o seu PC. Ao participar do nosso grupo, você recebe promoções diariamente e tem acesso antecipado a cupons de desconto.

Entre no grupo e aproveite as promoções