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HÁ tempos o Android se encaminhava para a compatibilidade com processadores com arquitetura X86. Depois dos primeiros aparelhos fazerem suas aparições na CES 2012, enfim chega ao mercado nacional o primeiro modelo de smartphone equipado com “CPUs convencionais”, com a arquitetura que estamos habituados em computadores. O modelo que iremos analisar é este pioneiro, o Motorola Razr i, equipado com um processador Intel Atom de 2.0 GHz.

O Razr i chega provando que os x86 tem condições de competir com os ARM em agilidade, consumo de energia e baixo aquecimento, o grande desafio da Intel para trazer suas CPUs para este segmento dos portÁteis.  O smartphone demonstrou um desempenho muito bom, ficando acima de vÁrio aparelhos do segmento intermediÁrio, equipados com CPUs de 1.2 GHz, e equilibrando a disputa com o quad-core de 1.4 GHz do Samsung Galaxy SIII.


Este modelo é uma boa opção para quem busca um smartphone com preço intermediÁrio e muita qualidade, sendo que a Motorola conseguiu entregar um modelo resistente, com ótimo acabamento (com destaque para a sua tela praticamente sem borda) e que, comparado a outros modelos desta faixa de preço, fica na desvantagem apenas na câmera, que granula muito em fotos com baixa luminosidade e que até possui um botão dedicado para fotos, mas infelizmente não é do tipo “dois tempos”.

Outro ponto que costuma incomodar usuÁrios da Motorola: as atualizações. Donos de modelos mais antigos jÁ se incomodaram com a falta de atualização de alguns aparelhos da empresa, e nos resta torcer para que a coisa seja diferente daqui para frente, com a aquisição da empresa pela Google. Nas modificações do sistema, a coisa jÁ evoluiu bastante em relação ao que era antigamente (olhe aqui e aqui, para ter mais contexto): as alterações, além de sutis, são muito positivas.

Prós

Resistente, com kevlar e Gorilla Glass

Ótimo design e acabamento

Ágil

Modificações interessantes no sistema Android (acreditem se quiser)

Contras

Câmera de qualidade apenas “ok”

Alguns apps não são compatíveis com a arquitetura x86

Não hÁ dúvida que o grande destaque deste celular é o seu processador de 2.0 GHz, que traz uma nova opção de arquitetura dentro do mercado de smartphones. Além da CPU Atom, os destaques são a tela de 4.3″ Super AMOLED e o seu ótimo acabamento.

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Especificações técnicas

Dimensões: 122.5 x 60.9 x 8.3 mm
Peso: 126 g
Resistente a Água
Tela: 4.3″ Super AMOLED, resolução de 540 x 960, Gorilla Glass
Processador: Intel Atom 2.0GHz
RAM: 1 GB
Memória: 8 GB interna, expansível a 32 GB com cartão microSD
Câmera: 8 MP, flash de LED, vídeo em 1080@30fps (primÁria) e VGA (secundÁria)
Sistema: Android 4.0.4 (Ice Cream Sandwich) com upgrade para 4.1 (Jelly Beam)
Sensores: Acelerômetro, bússola e proximidade

Abaixo temos um comparativo entre o Razr i e alguns modelos do segmento intermediÁrio com um preço e especificações próximas. Além do Xperia P, que deu uma baixada no preço de R$ 1.399 para 1.199 (e que também estÁ em anÁlise por aqui), temos o Galaxy SII (não confundam com o SII Lite), ex-topo de linha da Samsung e que continua sendo vendido hoje, mas é claro que por um preço mais “camarada” que o do SIII.


Xperia P
Razr i
Galaxy SII
Processador
Cortex-A9 dual-core 1GHz
Atom Z2460 2.0GHz
Cortex-A9 dual-core 1.2GHz
Armazenamento
16GB (interna)
8GB (interna) + 32GB (MicroSD)
16/32GB (interna) + 32GB (MicroSD)
Memória RAM
1GB
1GB
1GB
Sistema operacional
Android 4.0 (Ice Cream Sandwich)
Android 4.0 (Ice Cream Sandwich)
Android 4.0 (Ice Cream Sandwich)
Câmeras
Traseira 8MP / Frontal VGA
Traseira 8MP / Frontal VGA
Traseira 8 MP / Frontal 2MP
Tela
TFT 4″ (540 x 960) 
Super AMOLED 4.3″ (540 x 960)
Super AMOLED 4.3″ (480 x 800)
Dimensões
122 x 59.5 x 10.5 mm
122.5 x 60.9 x 8.3 mm
125.3 x 66.1 x 8.5 mm
Peso
120g
126g
116g
Bateria
Li-Ion 1305 mAh
Li-Ion 2000 mAh
Li-Ion 1650 mAh
LTE



HDMI



Preço (22/10/2012)
R$ 1.199
R$ 1.299
R$ 1.499

A Motorola adotou um estilo mais “quadradão” com bordas bem definidas em seus produtos mais recentes, como na nova geração do tablet Xoom e smartphones Razr. E o resultado foi bem interessante, como podem ver nos últimos produtos analisados por aqui. O Razr i também veio nesta linha, e o resultado foi também muito bom.

O Razr i possui acabamentos metÁlicos em vÁrias partes, parafusos aparentes e uma textura feita em kevlar na parte traseira, o que traz um visual bastante robusto ao produto. Somado a tela do tipo Corning Gorilla Glass, temos um produto aparentemente bastante resistente e confiÁvel. A tela, por sinal, é um dos destaques do visual do aparelho, com bordas bastante finas e ocupando boa parte do corpo do smartphone.

Com peso de 126 gramas e 8.3 milímetros de espessura, o celular é bastante leve e portÁtil, com uma ergonomia muito boa e confortÁvel para o uso a longo prazo. Por conta da tela com bordas bem estreitas, o smartphone consegue ser bastante compacto, apesar da tela de 4.3″.

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A tela de 4.3″ do Razr i tem bastante qualidade, com ótimas cores e contrastes, mérito da tecnologia Super AMOLED, e uma boa definição com a resolução de 540 x 960 e densidade de pixels de 256 dpi, o que torna a leitura nesta tela bastante confortÁvel, mas sem uma resolução e tamanho suficientes para dispensar um zoom na hora de ler todos os textos em pÁginas de internet. 

Para os donos de antigos aparelhos da Motorola, possivelmente traumatizados com o o MotoBlur, hÁ uma grata surpresa neste aparelho: parece que enfim a empresa aprendeu a fazer modificações interessantes no sistema Android. Apesar do sistema “limpo” ser o sonho de consumo de muitas pessoas, pelo menos temos mudanças pouco invasivas neste aparelho e, acredite se quiser, muito positivas.

Entre os destaques estão a inclusão de uma homescreen adicional com as principais opções de configuração, uma leve transparência na status bar e também minúcias como uma aba “favoritos” para o menu com todos os apps. São diferenças que não comprometeram em nada o funcionamento do sistema, e inclusive trouxeram interações interessantes, ou seja, enfim a Motorola se redimiu de seus tempos de MotoBlur.

Esta parte estÁ entre as mais importantes desta anÁlise, jÁ que não estamos conhecendo apenas um novo processador no mercado de smartphones, e sim toda uma nova arquitetura que precisou de uma versão do Android própria para funcionar.

A primeira impressão ao usar o smartphone com processador Atom é que nada mudou, o que é ótimo! O Android apresenta as mesmas funcionalidades, e opera com a mesma agilidade, que apresenta em outros produtos com CPUs do tipo ARM. Uma ressalva importante é a frequência: apesar de operar em 2.0GHz, não imagine uma experiência de um processador ARM superoverclockado. Durante nosso uso do Razr i, a agilidade do aparelho ficou compatível com a que observamos em modelos topo de linha, como o Galaxy SIII, rodando games como Dead Trigger e vídeos em FullHD sem dificuldades, além de não engasgar no multitarefa.

Mas nem tudo é flores, e no Razr i hÁ uma ressalva: podem existir aplicativos incompatíveis com esta arquitetura, algo que aconteceu raramente em nossa anÁlise, jÁ que uma boa parte dos apps do Google Play jÁ possuem suporte ao x86. Uma das exceções foi o 3D Benchmark do Antuntu, que não foi utilizado nesta anÁlise porque o aplicativo afirmava precisar de um plugin para funcionar neste celular, que falhava na hora de baixÁ-lo e por fim acabou não funcionando. Foi a única vez que tivemos problemas, e todos os demais aplicativos que instalamos rodaram sem empecilhos.

Como jÁ havíamos visto em outros modelos de smartphones Razr, a Motorola incluiu o SmartActions, um software que torna possível criar uma série de ações pré-definidas, tornando o aparelho muito mais adaptado a seu cotidiano. Basta definir um evento e a ação que serÁ realizada, como por exemplo conectar o fone bluetooth faz com que o player de música seja aberto automaticamente. A Motorola jÁ incluiu algumas ações pré-definidas, como economizar bateria a noite ou mudar o perfil do celular ao chegar em casa.

Falando em economizar bateria, o desempenho do processador da Intel ficou dentro do que vemos em outros aparelhos. Com um uso mais intenso, usando GPS e 3G ativos o tempo todo, e rodando alguns games e navegando na internet, chegamos ao final do dia com 40% da bateria restante, o que significa que precisaríamos carregar toda noite para garantir que não ficaremos sem o telefone na metade do dia seguinte.  Maneirando mais, ficamos com em torno de 60%, o que é o suficiente para segura dois dias sem carregar, mas aí desligando vÁrios sensores e sendo mais seletivo no uso.

Chegamos a parte da anÁlise que não costuma arrancar sorrisos dos fãs da marca Motorola, e infelizmente temos uma triste notícia: a câmera do Razr i segue a lógica dos demais aparelhos da empresa, com uma qualidade “apenas regular”.

Apesar da boa resolução da câmera traseira (8MP), e a capacidade de gravar vídeos em FullHD (algo chamado, curiosamente, de HD+ na interface do aplicativo) ela ainda apresenta uma qualidade aquém da concorrência em situações “desafiadoras”, como baixa luminosidade ou muita movimentação, ou pior, muita movimentação em baixa luminosidade. As fotos nestas condições apresentam uma granulação bastante evidente.

Em condições mais adequadas, as fotos apresentam uma qualidade regular, com contraste e definição dentro da média. Neste aspecto, os smartphones concorrentes da Samsung e da Sony entregam dispositivos com mais qualidade, por preços semelhantes. Outra decepção é que a câmera é o único componente neste produto que não conseguiu entregar uma experiência semelhante aos modelos “topo de linha”.

Um aspecto negativo estÁ relacionado ao botão de captura: com um visual bastante discreto e bem integrado ao design do aparelho, ele infelizmente é do tipo simples, e não “dois tempos”. O resultado é que nem sempre conseguimos fotos com um bom foco, algo que poderia ser compensado se tivessemos a possibilidade de dar mais tempo para o autofoco trabalhar, e então realizar a captura da foto (mecanismo presente em câmeras com botões em dois tempos). Mas nem tudo é contras, por aqui: este celular é muito Ágil para entrar no modo de captura de fotos, e o tempo entre sair da tela travada para capturar a primeira foto é de mais ou menos 4 segundos (o smartphone jÁ entra no aplicativo de fotos em pouco mais de um segundo).

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Em vídeo temos a repetição do que vimos com as fotos, com uma boa resolução e qualidade regular em boas condições de luminosidade, mas que perde bastante com situações não ideias para fotografia. Para consumidores que fazem questão de uma ótima câmera em seu smartphone podem não ter neste modelo (ou em todos da Motorola) algo que atenda sua expectativa.

A evolução da Motorola é notÁvel em sua linha Razr. A empresa jÁ trabalhava com modelos interessantes, como a linha Milestone e Atrix, mas escorregadas como MotoBlur ou o não tão funcional Lapdock, além da câmera (sempre ela) faziam a linha perder um pouco de força frente a concorrência. A última geração de produtos da empresa mostrou uma evolução que a coloca em condição de concorrer de forma muito próxima, em qualidade, com modelos da Samsung e Sony.

O MotoBlur deu lugar a customizações mais leves e, ao mesmo tempo, muito interessantes. O Lapdock é coisa do passado. Nas demais especificações, como hardware e qualidade em componentes como a tela, o Motorola Razr i é um modelo com ótimas características e que é uma das melhores opções neste segmento de preço, entregando algo próximo do que vemos em smartphones muito mais caros, os famosos “topo de linha”.

Outro ponto importante nesta review é notar o comportamento do primeiro smartphone com processador Intel a chegar ao Brasil. Na maioria das situações, não notamos diferenças entre a experiência que temos com modelos equipados com CPU ARM, o que é ótimo no sentido de que prova que a empresa é capaz de entregar performance, ao mesmo tempo que alia isto a baixo consumo e aquecimento (algo crucial em smarpthones). O sistema Android não fica devendo nada em sua versão x86, e os momentos que não conseguimos utilizar apps foram bem pontuais. Mesmo assim, é bom ter em mente que algumas aplicações podem não funcionar nesta versão do sistema.

Uma das principais dúvidas, quando falamos em Motorola, é relacionado a atualizações. A empresa é bastante criticada por consumidores por “abandonar” rapidamente os aparelhos, entregando no mÁximo uma atualização. Depois da aquisição da Google, muitos criaram a expectativa que isto poderia mudar, mas infelizmente não temos como saber, agora, até onde a empresa “pretende levar” este seu modelo. 

Por fim, se você deseja um smartphone com ótimo acabamento e performance, e não liga muito para a câmera, esta é uma das melhores opções do segmento intermediÁrio, com qualidade que se aproxima de modelos top. Quem prefere um modelo superior na hora de filmar e bater fotos, deve ficar de olho em modelos como o Xperia P, que jÁ estÁ em anÁlise e em breve terÁ sua analise publicada por aqui, e quem quer mesmo um smartphone com uma boa autonomia (leia: não precisar carregar todo dia), o Razr MAXX atenderÁ melhor seus anseios.

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