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Dark Souls é definitivamente um jogo singular, um jogo para poucos. Tudo que ele oferece é único, nunca antes visto em outro jogo. Desde a maneira de jogar até a sua dificuldade extrema, o que com certeza afastarÁ a maioria dos jogadores.

Existe ainda outros pontos negativos em se tratando de jogo para PC: a obrigatoriedade de uso de um controle. Teclado e mouse, embora funcione, estÁ anos luz do ideal. Muitas das funções só poderão ser acessadas se o jogador usar um controle. Outro ponto fraco é o visual. O jogo é um port da versão console, e por esse motivo não hÁ configurações grÁficas e para piorar o jogo usa resolução mÁxima de 1024×720. Ou seja, qualquer resolução acima disso é feito por upscalling, o que origina grÁficos péssimos, pixelados e sem definição.

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“Nos tempos antigos onde habitavam os anciões, o mundo ainda não possuía uma forma definida. Era uma terra fria e coberta de uma extensa e densa névoa, com imensos rochedos cinzentos que se estendiam sem fim e desfiladeiros repletos de gloriosas Árvores antigas e colossais, com troncos que alcançavam os céus escuros e sombrios. E nesta terra, reinavam os grandiosos dragões imortais.

E logo surgiu o fogo no mundo, mas junto com o fogo surgiram também diferenças. Calor e frio, vida e morte… E o mais importante, a luz e a escuridão. E da escuridão eles vieram, e encontraram as almas de seus senhores que surgiam dentre as chamas emergentes. Nito, o primeiro dos mortos. A bruxa Izarith e suas filhas do chaos. Gwen, o senhor da luz solar e seus fieis cavaleiros e também a furtiva Pygmy, tão facilmente esquecida.

Com suas forças unidas, eles desafiaram os dragões. Gwen arremessava seus poderosos parafusos de eletricidade que sobrevoavam os céus e rasgavam a escamas de pedra de seus inimigos. As bruxas conjuravam grandes tempestades de fogo. Nito por onde passava, liberava ondas imensurÁveis de doença e de morte.

Inesperadamente, Seath the Scaleless traiu sua própria espécie, e os dragões deixaram de existir. E logo veio a idade do fogo, mas logo as chamas irão se extinguir e apenas a escuridão irÁ prevalecer. Mesmo nos tempos atuais, existe apenas o calor do fogo queimando entre a madeira e o carvão, e o homem não enxerga mais a luz, e sim noites sem fim.”

Este é o prólogo de Dark Souls, que possui um roteiro mínimo se comparado a maioria dos jogos modernos onde o foco se encontra em proporcionar uma experiência cada vez mais cinematogrÁfica, onde o roteiro é entregue de forma natural conforme o avanço e seguindo um padrão de início, meio e fim. Em Dark Souls não funciona desta forma, temos aqui uma obra muito ambiciosa por parte da empresa nipônica From Software para os tempos atuais, onde o jogador simplesmente é arremessado ao mundo apenas com este prólogo acima em formato de um vídeo pré renderizado. Seus eventos e significados são entregues friamente à criatividade da pessoa atrÁs do controle, pois pouquíssimo conteúdo é mostrado ou explicado durante o jogo. Mas isso não quer dizer que Dark Souls não possua uma boa história.


Ela é apresentada através de personagens (NPC's) encontrados pelo mundo durante o decorrer da jogatina e através também da descrição de cada item encontrado, o que não são poucos. HÁ também pequenas cut-scenes, embora raras.

Cabe ao jogador interpretar o mundo e juntar as suas peças, essa é a intenção principal de seus idealizadores. Nada é entregue facilmente em Dark Souls, e isso não vale apenas para a história. Dark Souls realmente é um projeto ambicioso para os padrões atuais, e isso precisa ser recompensado não apenas por sua coragem em colocar no mercado um título que talvez não venda muito e que seja esquecido em poucos meses, e sim por sua qualidade e tentativa de não ser apenas mais um entre a maioria. Temos aqui um cenÁrio de fantasia negra medieval muitíssimo bem elaborado e que realmente prende quem estÁ olhando para a tela. A verdade é que Dark Souls esbanja tanta imersão e atmosfera, que nem sentimos falta de parar para ficar lendo e(ou) ouvindo centenas de linhas de texto/diÁlogo. Simplesmente não encaixaria isso no jogo, ele não foi projetado para ser assim. Apenas para exemplificar, sobre a falta de músicas também funciona o mesmo pensamento, a obra simplesmente não precisa de música durante a jogabilidade, não foi feito para ter.

O que brilha realmente em Dark Souls, sem dúvida alguma é a sua jogabilidade. Controles extremamente rÁpidos e precisos deixam o jogador totalmente no controle de seu personagem. Neste jogo você irÁ morrer tanto, mas tanto, que se eu dissesse muito seria pouco, e em nenhuma das vezes serÁ por culpa de alguma falha do jogo.

Você certamente irÁ falar mal da mãe de todos os desenvolvedores, mas com o tempo irÁ começar a desconfiar que o real problema não seja com o jogo em si, e sim com você mesmo. Cada morte serÁ um aprendizado, e cada movimento mal executado por menor que seja, poderia custar àquela vitória tão esperada após morrer incontÁveis vezes. SerÁ um motivo a mais para voltar tudo novamente desde o último checkpoint e vencer. É um jogo difícil sim, principalmente para os padrões atuais, mas que não é difícil por ter comandos ruins, movimentos atrasados, problemas técnicos, ou mesmo com um sistema de jogo quebrado ou mal projetado. A culpa serÁ somente sua. Digamos que morrer faz parte da vida em Dark Souls.

Com uma boa dose de persistência e paciência, qualquer jogador conseguirÁ se dar bem neste mundo que não perdoa nada os apressadinhos de primeira viagem. A exploração é extremamente importante, pois leva a muitas passagens secretas com itens que podem ser únicos e poderosíssimos. Portanto quem gosta de um bom desafio e exploração, esse é o jogo. Quando a coisa estÁ feia de verdade, não entre em pânico ou pense em desistir, apenas pare um pouco a progressão e evolua mais os atributos do seu personagem e busque por itens, a técnica de “farmar” é vÁlida aqui, embora não seja necessÁria em nenhum momento.


Dark Souls é um jogo de RPG de ação em terceira pessoa em cenÁrio medieval de fantasia negra e podemos comparar a sua jogabilidade com jogos como “Severance: Blade of Darkness” ou “Enclave”. HÁ a progressão de levels como na maioria dos jogos em formato RPG, mas os pontos não se originam de experiência ao derrotar inimigos, e sim de coletar suas almas. Cada inimigo morto acrescenta uma determinada quantia à sua coleção de almas e são através delas que a progressão ocorre. As almas além de serem usadas para subir de “soul level” (aumentando atributos principais), também são usadas para comprar itens em mercadores espalhados pelo mundo. As almas são a moeda principal em Dark Souls e caberÁ ao jogador saber quando e como usÁ-las, e também sempre hÁ o risco de perdê-las. Isso mesmo, ao morrer, todo o seu estoque de almas é perdido momentaneamente, e caso queira vê-las novamente precisarÁ voltar no mesmo ponto da sua última morte e clicar no objeto brilhante que estarÁ lÁ presente. Se morrer novamente sem resgatar as suas almas, nunca mais irÁ voltar a vê-las. Intrigante e desafiador, não?


A morte habita todos os cantos deste mundo decadente, seja com inimigos, abismos ou armadilhas mortais e para isso contamos com um sistema online muito original e refinado, onde os próprios jogadores podem livremente deixar avisos no chão para ajudar (ou não) os demais aventureiros. E tem mais, no exato ponto quando algum jogador morre, todos os demais que estão conectados naquele mesmo servidor poderão tocar em sua poça de sangue e acompanhar a trajetória que levou aquele jogador à morte, então quando avistar por exemplo diversas poças de sangue perto uma da outra, jÁ comece a rezar e se prepare.

E não parando por aí, ainda é possível avistarmos outros jogadores vivos, ao redor, em tempo real por alguns momentos. Não é nada que atrapalha a experiência, pois o sistema online é feito para que isso aconteça somente de vez em quando, e de maneira breve. É como se estivermos jogando e virmos um vulto andando ao redor, em forma de “espírito”, uma forma quase transparente. E, se não bastasse, ainda temos o modo Multiplayer sempre presentes durante a campanha principal, como o sistema Coop e competitivo.

Dark Souls continua a impressionar neste aspecto, pois o modo Coop servirÁ apenas como uma ajuda momentânea de outros jogadores até derrotar o chefe daquela região, e eles sempre serão desconhecidos, nunca poderão ser chamados pessoas conhecidas para o seu jogo, e a comunicação sempre serÁ através de um sistema de gestos e nunca por voz.

HÁ duas formas de avançar pela campanha, uma delas é com o corpo do seu personagem em forma de morto vivo, e a outra em forma viva. Somente em forma viva serÁ possível deixar uma marca no chão para outros jogadores em forma de morto vivo ver e se juntar ao seu mundo para ajudÁ-lo. Caso consigam derrotar o chefe da região, eles são arremessados de volta ao seu mundo e ganham a forma viva, portanto é bom para os dois lados. Eles (no mÁximo mais dois) te ajudam a derrotar aquele chefe que parecia impossível, e você devolve a vida a eles. Estar vivo ou morto vivo influencia em diversos fatores na jogabilidade e durante a campanha, portanto apesar de ser complicado, sempre valerÁ a pena jogar em forma viva, se quiser desfrutar tudo o que o jogo lhe oferece. Um ponto “ruim” por estar vivo é que a qualquer momento, o seu mundo de jogo poderÁ ser invadido por algum outro jogador morto vivo desconhecido, que terÁ a missão de matÁ-lo. Caso consiga, ele ganharÁ sua forma viva novamente e todas as suas almas que estiverem armazenadas naquele momento. Mas caso o jogador invadido consiga derrotar o invasor, ele volta para o mundo dele e deixa com você uma boa recompensa pelo feito.


Este é um dos pontos marcantes em Dark Souls, você nunca irÁ esquecer a primeira vez em que estiver jogando durante a sua campanha em um sofrimento total, quase chegando naquele checkpoint tão sonhado, e receber a mensagem que o seu mundo estÁ sendo invadido por outro jogador. O coração certamente saltarÁ pela garganta, com toda certeza. Para finalizar, o jogo conta ainda com outro sistema de vÁrios clãs (Covenants), que qualquer jogador poderÁ se aliar a algum deles e seguir o seu propósito. Terão Covenants pacíficos, que beneficiarÁ somente o seu personagem ou jogos em cooperação, mas também terão os que declararão guerra contra todos ou contra um determinado Covenant. Isso é mais uma característica forte onde Dark Souls mostra o seu brilho. Um jogo riquíssimo em detalhes, impossível de ser analisado com poucas palavras. O jogo salva o progresso automaticamente, então não é preciso se preocupar em chegar ao checkpoint mais próximo (Bonfire) para poder salvar. Basta selecionar o menu do jogo a opção sair, que o seu jogo salvarÁ naquele exato momento. Os Bonfires funcionam como uma espécie de descanso e são fogueiras espalhadas pelo mundo, em lugares pré-determinados, e somente descansando nelas pode-se realizar certas funções, como aumentar de soul level, por exemplo. O ponto negativo de usÁ-las é que a cada vez acesa, todos os inimigos da Área são recolocados de volta. Nada mesmo em Dark Souls é entregue de mão beijada.


Dark Souls é um jogo estranho em se tratando de grÁficos. A produtora não fez absolutamente nenhuma adaptação para o PC, nem mesmo a resolução do jogo foi alterada, sendo mantida em 1024×720 o que ocasiona grÁficos medonhos e muito abaixo de qualquer outro jogo para PC, mesmo comparando com outros ports de jogos de console.

O personagem fica literalmente quadriculado caso o jogador use resolução maior no Windows e/ou no monitor ou TV, jÁ que qualquer coisa acima dos 720p é feito através do upscalling. Ou seja, maximiza os problemas grÁficos. Para se ter uma idéia, pode se dizer que Dark Souls é um jogo com toques de terror. E qual o maior fator para se criar uma atmosfera de horror? Sombras, principalmente em tempo real. Pois é! Em Dark Souls isso não existe. A única fonte de luz que gera sombras é a do céu, e como o jogo é quase todo ambientado em locais cobertos, ele fica a maior parte do tempo sem sombras. Nem mesmo as tochas pelos corredores possuem a função de gerar sombras em tempo real, o que seria fundamental em um jogo desse tipo.


Mas hÁ um detalhe nisso tudo: no mesmo dia que o jogo foi lançado oficialmente, um usuÁrio começou a trabalhar em cima dos grÁficos do game e criou uma espécie de “MOD” que melhora absurdamente o visual do jogo, podendo usar resoluções altíssimas sem perda de qualidade. Com isso, o jogo passa a suportar grÁficos em alta definição com uso se texturas extremamente bem detalhadas e efeitos bem acima do que o jogo oferece originalmente. E tudo isso com poucas horas de trabalho de uma única pessoa.

Isso serve para mostrar que a produtora não estÁ nem um pouco preocupada com os jogadores da versão PC. E é bom que se diga que o jogo só foi lançado para PC por causa de uma petição online que juntou mais de 100.000 assinaturas em todo o mundo, de fãs que queriam ver o jogo no PC. Obviamente que o que a produtora lançou não é exatamente o que os fãs esperavam.

Para que o jogo tenha um visual no mínimo aceitÁvel é obrigatório usar o tal MOD citado mais acima. Sem ele, o visual do game beira o inacreditÁvel, sendo inferior a jogos de 10 anos atrÁs e até. Se jÁ não bastasse, fica quase impossível de se jogar porque muitos detalhes fundamentais para a jogabilidade ficam difíceis de enxergar, incluindo alguns textos que ficam tão borrados que impossibilita a leitura.

É importante que se diga que a crítica de um jogo é feito em cima do que a produtora lança oficialmente. O julgamento de um game não é feito em cima de modificações criadas por terceiros. Por esse motivo, embora o visual melhore bastante com o uso do MOD, a produtora não pode levar esse crédito em cima de algo que ela nem tentou fazer. Sendo assim, o julgamento de Dark Souls é pura e simplesmente do jogo “cru”, ou seja, o que a produtora lançou.

Uma observação: algumas imagens desta review estão originais, ou seja, sem o MOD de resolução. JÁ outras estão com o MOD ativado, o que gera uma qualidade incrivelmente maior e que pode ser percebido ao visualizar a mesma.


Áudio
Outro ponto negativo em Dark Souls é o Áudio. Para começar o jogo praticamente não tem trilha sonora, o que jÁ é algo bastante negativo porque a música é o fator responsÁvel por criar uma atmosfera mais realista. Para fazer justiça, hÁ um único momento que possui uma trilha sonora: quando o jogador estÁ quase morrendo. Mas mesmo assim ela é quase que imperceptível e bastante baixa, sem nenhum tipo de influência na criação do clima proposto pelo jogo.


Ainda sim existe uma variação de som nos ambientes, mas isso não é o suficiente para salvar um jogo. Dark Souls não possui nenhum efeito especial no som, leia-se 3D, surround, 5.1, dentre outros, além de não possuir suporte a hardware. O Áudio é somente em Stereo com apenas dois canais e com qualidade simples até demais no que diz respeito a “cristalinidade” do som. Ou seja, em vÁrios momentos parece que o som é mono e em outros, para piorar, parece com “rÁdio AM”.

O que dizer de Dark Soul Prepare to Die? É um jogo extremamente difícil? Ele é feito para um público específico demais? É um jogo com qualidade técnica abaixo do aceitÁvel? Tudo isso é verdade, mas Dark Souls é um jogo único e que não existem comparações. Nenhum outro jogo chega perto da ideia proposta pela produtora From Software, que é de criar um jogo onde, literalmente, só os fortes podem jogar.


Obviamente que fica claro que Dark Souls Prepare To Die não farÁ sucesso e que é um jogo descartÁvel para a maioria dos jogadores. Mas ele possui qualidades que apenas jogadores hardcores vão descobrir. Quem gosta de desafios de verdade e que não se importa com o visual genérico, vai se divertir bastante. JÁ quem estÁ acostumado com outros RPG's famosos, pode esquecer Dar Souls. Ele não foi feito para você.

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