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A Motorola foi a primeira empresa a lançar um tablet Honeycomb. O Xoom, na época, marcou uma nova era para os tablets Android, que ainda engatinhavam usando as mesmas versões que equipavam os smartphones. 

Apesar disso, a recepção não foi tão boa na época. O tablet vinha com bom potencial, mas com alguns recursos “capados”, que passaram a funcionar apenas após atualizações de software. E logo depois, surgiram concorrentes superiores.


Igualzinho ao Media Edition. Só é maior.

Agora, a Motorola ataca novamente com produtos bem mais promissores. O Xoom 2 Media Edition, que jÁ analisamos aqui, é uma opção com bom custo-benefício e excelente comportamento em multimídia, além de ter menores proporções que a maioria dos concorrentes, com 8 polegadas. Meses depois, a companhia lançou o Xoom 2, com o mesmo formato e especificações, mas com uma tela de 10 polegadas.

SerÁ que a Motorola vai se redimir dos erros do passado e apresentar um forte concorrente no segmento? Confira a seguir.

Tamanho: 253 x 173,6 x 8,8 mm
Peso: 599g
Tipo de bateria: Li-Ion 7000mAh
Processador: Cortex-A9 dual-core de 1.2GHz
Memória RAM: 1GB
Cores disponíveis: preto
Tamanho do display: 10.1 polegadas
Resolução: 800 x 1280
Resolução da câmera traseira: 5 megapixels
Flash: Sim (LED)
Gravação de vídeo: Sim (1080p @30fps)
Resolução da câmera frontal: 1.3 megapixels
Formatos de Áudio: MP3/WAV/WMA/AAC+
Formatos de vídeo: MP4/WMV/H.263/H.264
Sistema operacional: Android 3.2 (Honeycomb)
Memória interna: 16GB, expansíveis em mais 32GB via cartão MicroSD
Wi-fi: Sim
GPS: Sim
Bluetooth: Sim
Infravermelho: Sim
LTE: Não
USB:  1x micro-USB
HDMI: 1x micro-HDMI

Conteúdo da embalagem
Tablet Motorola Xoom 2
Cartão de memória de 2GB
Manual
Cabo USB
Carregador

O Motorola Xoom 2 aperfeiçoou o “apressado” Xoom, que jÁ analisamos aqui no Adrenaline. Em termos de design, a grande mudança fica por conta da leveza: enquanto o primeiro tablet da Motorola pesava terríveis 730g e tinha 12,9mm de espessura, a nova versão estÁ bem mais magrinha e compacta. São só 599g e 8,8mm de espessura. Pouca coisa a mais que o finíssimo Galaxy Tab 10.1, e curiosamente 0,2mm mais fino que o Xoom 2 Media Edition, o pequeno de 8,2 polegadas.

E por falar no menorzinho, que também avaliamos aqui no site, o formato do Xoom 2 é idêntico. Ou seja, ele possui as mesmas bordas “chanfradas”, tornando-o bem diferente de outros tablets Android quando colocados lado a lado. A traseira, porém, ficou bem mais bonita, sem aqueles parafusos aparentes. No entanto, ela possui a mesma dinâmica: bordas pretas que deixam a pegada mais segura e um “miolo” cinza que, infelizmente, não é muito difícil de arranhar.


Na parte de trÁs, fica apenas o logo da Motorola, os alto-falantes e a câmera. Na parte inferior, fica o slot para microSD protegido por uma tampinha bem fÁcil de retirar e as portas microUSB e microHDMI, estas sem nenhuma proteção. Assim como o Media Edition, o Xoom 2 tem um diferencial muito interessante: o infravermelho, que permite usar o tablet como controle remoto para uma variedade de aparelhos, entre TVs, aparelhos de som, DVD e set-top boxes. Diferente do modelo menor, o sensor fica posicionado de modo que é preciso usar o tablet em modo paisagem (o que, convenhamos, faz bem mais sentido jÁ que o app usado pra isso, o Dijit, só funciona nessa orientação). Ao lado do sensor, fica o plug para fone de ouvido de 3,5mm.


Mais uma vez, a Motorola comete uma mancada com os botões físicos. Eles ficam na parte traseira, bem na borda direita, difíceis de localizar. Principalmente porque são “fundos” e difíceis de encontrar através do tato. Além disso, ainda são difíceis de apertar, o liga/desliga, principalmente. Às vezes, é preciso fazer uma pressão extra com a unha, o que é péssimo e pode, inclusive, estragar o botão.


A Motorola ainda precisa aprimorar a tela dos seus aparelhos. A do Xoom 2 é excessivamente brilhante e chega a funcionar como um espelho quando estÁ desligada. Sob luz forte, fica quase impossível ver qualquer coisa no display. A densidade também não impressiona muito. Com 800×1280 pixels de resolução, o Xoom 2 tem 149 pixels por polegada. É a mesma coisa que outros tablets, como o Galaxy Tab 10.1, o Transformer e o próprio Xoom 2 Media Edition, mas em tempos de novo iPad com Retina Display (264ppi), estÁ na hora de pensar em telas melhores.

Pode-se dizer que a tela do Xoom 2 é satisfatória. Protegida por Gorilla Glass, estÁ no mesmo nível de outros tablets concorrentes, mas ainda é inferior à do iPad e a dos aparelhos da Samsung. Não pela resolução ou pelas cores. Nesse caso, o aparelho da Motorola manda bem. O problema é mesmo o fato de ser reflexiva demais e muito escorregadia. Navegar nela não é, nem de longe, agradÁvel como em um iPad. Os dedos escorregam muito, não hÁ um “atrito” natural. E, ainda por cima, a tela suja demais. Basta um toque de leve para deixar nela uma marca horrível. E, dependendo da forma de limpeza, aquilo se espalha ainda mais. Mais uma vez, a Motorola erra feio nessa característica.


E olha que nem tínhamos usado o tablet tanto assim para ficar desse jeito


Pelo menos, a tela é mais do que suficiente para jogar e navegar na web. As letras aparecem com nitidez e, de modo geral, o display não exige um zoom para que se possa ler confortavelmente o que estÁ escrito. O que é até bom, jÁ que o movimento pinch-to-zoom não é lÁ muito eficiente aqui. De primeira, o display trava um pouco e o movimento de zoom acaba saindo bruscamente. Parece que o sistema precisa se “acostumar” um pouco: ao fazer o movimento repetidas vezes, o desempenho melhora. A rotação de tela é que é lentíssima, chega a levar mais de dois segundos para ocorrer.

Ao contrÁrio da expectativa, até que a câmera traseira do Xoom 2 faz um bom trabalho. E, felizmente, pode ser usada sem problemas na horizontal, ao contrÁrio do Media Edition, que pareceu ser totalmente concebido para uso em modo retrato.

A Motorola não é exatamente conhecida pela qualidade nas câmeras, mas as fotos que tiramos com o tablet ficaram bem apresentÁveis, especialmente em boas condições de luminosidade. Fotos noturnas e com pouca luz continuam sofríveis, mas nada inferior à média do segmento.


O flash pode não ser sempre suficiente para tirar boas fotos noturnas, mas serve bem para realçar as cores da imagem. A imagem à direita foi feita com o flash, aqui na redação com luz branca, bastante iluminada. O resultado ficou melhor do que sem flash, como na foto à esquerda.


De modo geral, a câmera tem boas especificações e estÁ na média dos bons tablets baseados em Android. Com 5 megapixels, faz fotos em até 2592х1944 pixels, tem autofoco e um flash LED. E filma em até 1080p a 30 fps em uma qualidade bastante aceitÁvel. Como de costume, um estabilizador de imagem cairia bem aqui.

YouTube video

A câmera frontal é apenas mediana. Com 1,3 megapixel, faz fotos decentes, mas as cores ficam lavadas. Mas ao menos serve para fazer videochamadas e a Motorola, inclusive, adicionou um app legal para isso no tablet, o Polycom Video. É preciso, porém, fazer um cadastro para usÁ-lo. E faltou uma integração com o app de contatos do portÁtil.


Quanto ao player musical, nenhuma novidade. A Motorola manteve o app padrão do Honeycomb, assim como no Media Edition. Pelo menos, as caixas de som, na traseira, estão bem posicionadas, de modo que você não vai obstruir as saídas de som ao segurar o tablet. No entanto, o Áudio é de baixa qualidade, com pouquíssimos graves e um jeitão de “radinho de pilha”.


Se tem algo que o Xoom 2 manda muito bem mesmo, porém, é na reprodução de vídeos, especialmente em FullHD. Pode colocar seus filmes nele sem medo, porque a experiência é excelente, quase como um “mini-cinema”. Os vídeos rodam de maneira fluida, sem engasgos, com definição impressionante. E ainda dÁ para ligar o portÁtil em uma HDTV com um cabo HDMI que, infelizmente, não vem incluso no pacote. Isso parece ser uma tendência entre os fabricantes, o que não é nada legal. Parece que falta “parte” do equipamento, jÁ que você não vai poder usufruir completamente das funções dele até adquirir o acessório separadamente. Se o cabo USB vem incluído, por que não um HDMI? É hora de repensar isso.

Ainda na parte multimídia, estranhamente a Motorola repete no Xoom 2 o grande diferencial do Media Edition: a funcionalidade de controle remoto. Digo isso porque, com um aparelho maior e mais potente, o apelo do ME acaba diminuído (a não ser pelo preço mais em conta). E, neste caso, ainda com uma vantagem: o posicionamento CORRETO do sensor. No tablet menor, ele ficava no topo em posição retrato, enquanto o app de controle remoto, o Dijit, funciona apenas em modo paisagem. No Xoom 2, esse inconveniente foi corrigido.


No mais, o funcionamento é idêntico ao do Media Edition e você pode conferir todos os detalhes aqui. Resumindo, com a combinação Xoom 2 e Dijit (pré-instalado), você configura diversos controles remotos para dispositivos diferentes e pode alternar entre eles com apenas um toque. O app é muito eficiente e é capaz de encontrar praticamente qualquer aparelho disponível no mercado.

O Xoom 2 não muda muito em relação ao Media Edition nem aos demais tablets Android. O diferencial fica mesmo por conta do infravermelho, colocado em uma posição bem melhor desta vez.

Assim como o pequenininho, o Xoom 2 também conta com a ajuda do MotoCast para sincronizar arquivos entre o tablet e o computador de forma automatizada. DÁ, inclusive, para pegar tudo da biblioteca do iTunes ou do Windows Media Player. Outra opção é simplesmente selecionar as pastas na sua mÁquina que você quer manter sincronizadas com o portÁtil e, toda vez que conectÁ-lo ao seu desktop, todos os arquivos serão atualizados.


Felizmente, ao contrÁrio da Apple, a Motorola também deixa a opção de gerenciar os arquivos diretamente pelo Windows Explorer, usando o Xoom 2 como uma unidade de armazenamento USB comum. Nessas horas, o MotoCast atrapalha um pouco, porque fica “insistindo” pela sua atenção. Nada que fechar a janela não resolva, mas às vezes o aplicativo é intrusivo até demais.

O tablet ainda vem com uns apps legais pré-instalados, como a Saraiva Digital, onde você pode adquririr e-books em português, e o Netflix, com um catÁlogo de vÁrios filmes para assistir no portÁtil por uma mensalidade de R$15. Para usuÁrios corporativos, o tablet conta com apps de reuniões, videoconferência e streaming de apps corporativos, como o GoToMeeting e o Citrix.


Outra adição interessante é o EverNote. O aplicativo estÁ disponível de graça no Google Play, mas é uma boa sacada da Motorola jÁ deixÁ-lo instalado no aparelho de fÁbrica. Com ele, você cria anotações e textos diversos separados por categoria e sincroniza com a nuvem, através de uma conta de usuÁrio só sua. Depois, você pode acessar e editar seus textos de qualquer outra mÁquina.

O Evernote se integra ao Skitch, um app pouco útil, mas divertido, que a Motorola incluiu no Xoom 2. Ele permite que você faça edições rÁpidas em fotos. Nada para aprimorar a qualidade ou aplicar filtros, mas sim para fazer anotações, destaques ou uma brincadeirinha como esta (horrível, por sinal):


Na navegação web, o Xoom 2 se comporta bem. Não é a melhor escolha, porém, porque o touch é irritante. Mas faz seu trabalho. O tamanho e a proporção da tela são ideais para ler textos sem incômodos e o flash funciona bem melhor que no seu antecessor, o Xoom. Em sites com animações pesadas, porém, a coisa flui mais devagar, com algumas travadinhas. Mas nada que chegue a impactar o desempenho do aparelho como um todo, o que é bom. Além disso, os vídeos do Youtube rodam com fluidez mesmo em tela cheia ou vistos quando incorporados a uma pÁgina web.


Pena que a experiência fica muito pior por causa da touchscreen. Ela dificilmente funciona com precisão. A tela demora muito para rotacionar ao girar o tablet, e dar zoom ou deslizar as pÁginas pode ser penoso, jÁ que hÁ um atraso considerÁvel entre o comando e a resposta da tela. Quem vai passar longas horas navegando com certeza vai se incomodar muito com isso.


No desempenho, o Xoom 2 também não impressiona. Submetido aos testes do AnTuTu benchmark, o tablet conseguiu 4925 pontos, apenas 25 pontos a mais que o Media Edition. Com essa pontuação, ele fica bem atrÁs do smartphone RAZR também da Motorola, que fez 6048. O aparelho ficou atrÁs ainda de outros smartphones, como o LG Optimus 2X e o Samsung Galaxy Note, uma marca medíocre para um tablet.


Quanto à bateria, a performance é satisfatória, mas ainda perde para alguns concorrentes. DÁ para aguentar umas nove horas rodando um vídeo com Wi-Fi ativado e o brilho da tela em 50%, mas o iPad 2 ultrapassa a dez horas de autonomia nas mesmas condições. Não podemos dizer, no entanto, que o resultado é ruim: ao menos, superou um pouco o seu antecessor.

O Xoom 2 vem pra mostrar que a Motorola pode entregar um bom tablet Android, apagando a impressão negativa que deixou com o primeiro modelo. Com boa câmera, ótimo desempenho em multimídia e bateria que dura mais do que suficiente, o tablet faz um bom trabalho.

O aparelho é bem fino e leve, comparÁvel a qualquer modelo da concorrência, e tem um design diferenciado, o que é um ponto positivo para o produto. Falta, porém, muita coisa para considerÁ-lo excelente, principalmente em questões de usabilidade. A tela, muito reflexiva, é escorregadia demais e suja facilmente. Acumula manchas demais, que são difíceis de retirar, mesmo sem uso intenso. Além disso, a rotação do display demora tanto que dÁ a impressão, às vezes, de que o sistema travou.

O Xoom 2 surpreendeu nas câmeras. DÁ para fazer boas fotos e vídeos em FullHD com ele. E também assistir conteúdo em alta definição. O aparelho exibe vídeos com fluidez, sem engasgos, mas o som fica bem melhor com fones de ouvido – as caixinhas dele não acompanham a qualidade da imagem. E com a saída micro-HDMI fica fÁcil transformÁ-lo em uma central multimídia. Ainda mais com o infravermelho, que transforma o tablet em um controle remoto com possibilidades praticamente infinitas.

Mesmo com tudo isso, adquiri-lo agora pode não ser uma boa ideia. O preço é salgado, ainda mais considerando que o novo iPad acaba de chegar ao Brasil com preços a partir de R$1.549 e que dÁ para encontrar o Galaxy Tab 10.1 por R$1.299 em algumas lojas. Assim, optar pelo Media Edition pode ser uma ideia melhor. Com as mesmas configurações e funcionalidades, (com o plus de ter alto-falantes bem melhores), o aparelho só perde em tamanho. E duas polegadas a menos, no final das contas, nem fazem tanta diferença assim.

Prós

Infravermelho (e bem posicionado)

Boas câmeras

Ótimo desempenho em multimídia

Fino, leve e com design diferenciado

Contras

O Áudio deixa a desejar

A resposta da tela ao toque é lenta

Tela escorregadia e muito suscetível a sujeira

Sem previsão de atualização para o Ice Cream Sandwich


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