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Infelizmente, quando falamos de jogos baseados em filmes (e vice e versa), um esteriotipo ruim vem à cabeça da maioria das pessoas. Não que todos sigam a regra, jÁ que especialmente na geração 16-bits temos clÁssicos como “Lion King” e “Aladin”, mas em muitas vezes, os jogos tematizados em filmes são “caça-níqueis”, aproveitando a visibilidade de um certo personagem ou história no período que antecede ou pouco após o lançamento de um longa metragem “blockbuster”.


Isso é uma moto

Tentando deixar isto de lado, nada impede que bons jogos surjam, explorando as possibilidades de narrativas de um bom filme. E aí que temos um ponto interessante para “Tron: Evolution”: o game mostra os fatos que ocorreram no intervalo entre o primeiro filme, um clÁssico cyberpunk da década de 80, e o filme lançado em 2010. A história do jogo se situa entre os dois filmes, com enredo que mostra os eventos que ocorreram na lacuna que se forma entre as duas histórias.

Prepare-se para entrar no mundo cheio de linhas e muito azul de Tron, no restante da review.

No game você encarna o monitor de sistema Anom, bancando o anti-vírus pelo Grid. A diferença é que, ao invés de usar uma simples interface com uma barra de progressão e um botão para iniciar o processo de desinfecção, aqui você vai descer a porrada nos malwares que surgem pelos cenÁrios.


Não, você estÁ fazendo errado.

Com o mecanismo do Unreal Engine 3, o game tem uma jogabilidade que lembra jogos de ação/aventura ao estilo “Spiderman: Shattered Dimensions” ou games da série “Prince of Persia”. Muito da ação é baseada no le parkour, com deslocamentos pelo cenÁrio na base da “corrida pelas paredes” ou se pendurando em bordas. Nesse ponto, o jogo não se sai bem, pois os controles reagem de formas estranhas em alguns momentos, fazendo você cair em vÁrios dos abismos do cenÁrio. Alguns movimentos ficaram com animações estranhas, não transmitindo a sensação de muita agilidade apesar das manobras rÁpidas no ar do protagonista.

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No combate temos a presença garantida dos lançamento de discos, com um adicional: vÁrios movimentos são inspirados na capoeira. Os golpes do taciturno Anom são variados, com uma boa diversidade de ataques a curta e longa distância, o que dÁ uma quantidade razoÁvel de estratégias para as lutas. HÁ também modos diferentes para o disco, a sua arma no jogo, que possibilitam golpes mais explosivos ou até mesmo um golpe que deixa em “slowmotion” seus inimigos.


A suíte definitiva de segurança

Apesar da variedade de golpes, a sensação ao longo do jogo é de eterno déjà vu. A cada cenÁrio, novos inimigos aparecem e são quase sempre os mesmos. Cada um tem uma vulnerabilidade, logo, você acaba usando o ataque específico que é mais efetivo. Isso torna o jogo muito repetitivo, com basicamente um ou dois golpes sendo usados para derrotar mais de oito inimigos no mesmo cenÁrio. Mesmo nos níveis mais difíceis, não é preciso bolar estratégias elaboradas de combate, bastando repetir o mesmo golpe até que não sobre mais ninguém.

O game traz elementos do RPG, como evoluir o personagem a medida que aumenta a memória (nome criativo para a “experiência”, como é chamada em outros jogos) que possibilita instalar atualizações em seu personagem e liberar novas capacidades, mas sem trazer mudanças bruscas no gameplay.

Os grÁficos também têm sua dose de culpa na sensação de “sempre o mesmo” ao longo do jogo.

Um aspecto que irÁ agradar fãs de Tron é o visual do jogo. Fiel ao estilo “futuro do pretérito” do filme, o game é cheio de linhas e muito azul. Até demais. Tirando algumas fases específicas, o jogo todo tem o fundo azul-cinza, com cenÁrios bastante parecidos ao longo de toda a história. Com alguma cor diferente, somente os vilões que vêm nas cores amarelo ou laranja, logo, ninguém pode reclamar que perdeu porque não viu onde estavam.


Além da cara de mau, os vilões têm cores específicas

As paredes possuem desenhos que indicam como o jogador deve passar, no seu eterno le parkour pelo Grid. Estes símbolos conseguem tornar o visual do jogo ainda mais repetitivo, com locais bem demarcados para se agarrar, passar correndo ou se impulsionar para os saltos. Não é preciso nem seguer pensar um caminho, jÁ que sempre hÁ apenas um disponível. Praticamente todos os cenÁrios tem grandes barras azuis nas paredes, nas quais o jogador pode recarregar a barra de vida. O jogo segue uma lógica do estilo “bate-recarrega”, que complementa o cenÁrio de ações constantemente repetidas.


Qual é? Não vai dizer nada?

As “atuações virtuais” dos personagens não são marcantes, com direito a figurantes quase tão animados quanto as paredes do cenÁrio. Estão presentes vÁrios personagens do filme, como Kevin Flynn, interpretado por Jeff Bridges, porém sem muita expressividade. A exceção fica por conta de Quorra, que parece ter ganho uma atenção extra dos desenvolvedores na hora em que criaram as expressões faciais e os diÁlogos, que por sinal são dublados pela mesma atriz que interpreta a personagem no filme, Olivia Wilde. Porém a Quorra aparece apenas em “flashes” ao longo do jogo. Dos personagens, o mais insípido de todos é, sem dúvida, o protagonista do game, que entra mudo e sai calado.

O multiplayer de Tron possue três modos: o Disintegration, equivalente ao tradicional Deathmatch, que pode ser jogado em equipes, o Bit Runner, que se assemelha ao modo Capture de Flag de outros jogos e o Power Monger, onde você e sua equipe devem demarcar Áreas ao longo do cenÁrio mais rÁpido que a equipe adversÁria. Alguns cenÁrios possiblitam o uso de veículos, como os tanques de guerra e, é claro, as light cycles.

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O modo multijogador em Tron é interessante, e pode render mais algumas horas de entretenimento, jÁ que enfrentar outros jogadores elimina um dos principais defeitos: o excesso de repetição. Jogando online você passar a ter alguns novos desafios que garantem que você saia dos combates sempre iguais do modo single player.

Uma das decepções do jogo foi o uso do Move. Com direito a um destaque na capa, o jogo anuncia possuir suporte ao controle de movimentos da Sony, porém, no game ele é praticamente inútil. Só é usado nos trechos em que o jogador corre com a light cycle, que são poucos, para ser operado como um volante, de acordo como o jogador inclina o controle. Muito pouco para colocar uma etiqueta “Playstation Move compatible” .

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Apesar de interessante, as fugas com a light cycle ocorrem em poucos momentos, o que é uma pena considerando que servem como uma forma de quebrar a jogabilidade repetitiva do game. Outro momento em que temos uma diferenciação na jogabilidade são as fases em que Anon pilota um tanque, porém, a ação é tão lenta, e os controles tão desengonçados, que não empolgam.

Tron não é um jogo que motiva o jogador a continuar até o final da história. Com uma jogabilidade repetitiva, é um exercício de paciência depois dos primeiros 15 minutos de jogo, quando você começa a se dar conta que praticamente todos os cenÁrios e inimigos são iguais.

O enredo do jogo mostra eventos entre o primeiro e o segundo filme, mas os personagens não têm atuações empolgantes, principalmente o nosso protagonista sem face nem voz. Também faltou um fluxo de jogo mais bem acabado, por parte da desenvolvedora, que não conseguiu dar um ritmo interessante à narrativa, sendo que os elementos de enredo parecem pausas rÁpidas entre a jogabilidade massante.


O modo multiplayer traz alguns recursos interessantes, e pode resultar em algumas horas de entretenimento, mas não chega a ser algo determinante em favor do jogo. O Move mal merece ser citado, pois jogando com um sensor de movimento, “Mario Kart” no Wii é muito mais divertido que os escassos e mal trabalhados trechos com a light cycle. No geral, o jogo funciona satisfatoriamente, sem grandes momentos de ação nem fases emocionantes.

Este é um game que pode ser recomendado para fãs de Tron, que estão Ávidos para consumir mais produtos com um pouco mais da história, porém, que não devem criar muita espectativa com este jogo. Para quem busca um jogo em terceira pessoa, no estilo ação/aventura, é melhor procurar outras opções como “Spiderman” ou “Prince of Persia”.

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