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Qual gênero nesta geração de jogos eletrônicos estÁ mais em falta? Se não são os tradicionais RPGs japoneses ou os de plataforma, os Suvival-Horrors certamente aparecem em primeiro lugar na lista. Contudo, mesmo com a carência do estilo, alguns títulos suprem essa escassez com muito crédito. É o caso da série “Dead Space“, que combina com maestria mecânicas de jogos de ação com os de terror.

Lançado em 2008 pela Electronic Arts, sob responsabilidade da Visceral Games, o primeiro game trouxe uma ambientação de suspense espacial inovadora, com controles sólidos, ótima trilha sonora e sustos de fazer pular da cadeira. Após quase três anos, “Dead Space 2” chega para elevar a série a um nível superior do costumeiro terror virtual.


Basicamente, além de criaturas mais horripilantes e de cenÁrios mais tenebrosos, quase tudo no game funciona de modo melhor que a versão anterior. Tão melhor que o título jÁ vendeu mais de 2 milhões de cópias ao redor do globo, ultrapassando as vendas totais do episódio anterior em apenas duas semanas.

Quer saber os motivos pelo qual o game tem sido bem aceito por jogadores e crítica? Nas pÁginas a seguir, você confere a review completa do jogo, com os detalhes dos pontos positivos e dos – poucos – negativos.    

Culpa. Pelo menos é este tipo de tormenta mental que o protagonista espacial Isaac Clarke sofre quando pensa na sua ex-namorada Nicole, morta durante os eventos do primeiro game. E o pior: sua consciência insiste em lembrÁ-lo a todo instante disso, forçando a entrar em uma espécie de estresse pós-traumÁtico devido aos horrores presenciados na nave Ishimura enquanto engenheiro convocado para consertar os sistemas de comunicação interna.

Acompanhado de mais três personagens centrais da trama (Ellie, Nolan e Hans), Isaac estÁ em busca da destruição do The Marker, a grandiosa pedra escultural alienígena aparentemente responsÁvel pela transfiguração de humanos nas horrendas criaturas que aniquilaram a e agora infestam a colônia Sprawl, que jÁ não é mais tão segura quanto outrora.



Na sua jornada, contudo, situações inesperadas e desastres na superfície da colônia e da nave alteram boa parte do objetivo e da rota imaginada por Isaac, que não vê outra opção a não ser arriscar sua vida para cumprir sua meta. O interessante é que os acontecimentos são contados de maneira bastante rÁpida e densa, sem muita enrolação, mas ainda assim com bastantes detalhes.



Para ajudar no entendimento, arquivos de Áudio e vídeo estão espalhados pelos ambientes, e trazem declarações de trabalhadores especialistas, como médicos, terapeutas, professores, cientistas, mineradores, reparadores de automação, engenheiros, entre outros. Existem mais de 100 desses documentos. E é possível que após verificar cerca de 30 deles você acabe se cansando ou ignorando a coleta destes itens. Ainda assim, conseguirÁ entender o que acontece na tela. Só que com menos explicações. 



Fora isso, a dinâmica de interação entre os personagens da trama é bem amarrada e diversificada, fazendo-os passar por situações de desgaste emocional, envolvendo mortes de outros colegas de trabalho, confrontos com as monstruosidades e situações de risco de morte quase certa. É, em outras palavras, impactante e comovente acompanhar o drama de horror virtual que enfrentam.

Esse é um dos quesitos mais fortes de “Dead Space 2“. A começar pela resposta dos comandos. Para qualquer situação, a jogabilidade estÁ mais Ágil e precisa, sem qualquer tipo de atraso ou confusão mental devido ao posicionamento dos botões e das ações que ativam. Tudo é muito fÁcil de aprender e em menos de 10 minutos você estarÁ familiarizado com todas as possibilidades possíveis. Ainda mais se jogou o primeiro game e recorda de alguns dos controles.

Controlar Issac Clark pelos cenÁrios da estação espacial Sprawl, pela nave Ishimura ou pelo espaço afora dÁ gosto. É impossível se perder na movimentação do protagonista, esteja ele a pé, apenas caminhando (ou correndo) ou, ainda, “voando” em localidades sem gravidade. A liberdade sobre o personagem pelos caminhos é bastante expressiva, sendo apenas barrada pelos ambientes lineares de deslocamento.



Na hora dos combates, satisfação e nervosismo são duas sensações onipresentes. Satisfação porque é uma verdadeira delícia desmembrar e triturar qualquer um dos tipos de aberrações que aparecem pelo caminho. As quase uma dezena de armas – algumas inéditas – e os equipamentos secundÁrios (como o inédito Stasis, que congela temporariamente os inimigos) deixam o jogador ser completamente feliz e permitem que combos estratégicos sejam realizados. Tudo acontece de maneira bastante dinâmica e rÁpida devido à ótima configuração de botões.

E nervosismo porque um grupo variado de Necromorphs pode sair dos lugares mais inesperados e estrategicamente bem pensados para surpreender o jogador. Mal aparecem jÁ atacam Isaac sem dó. A partir desse momento, você é testado a buscar os melhores locais (os menos vulnerÁveis), pensar em tÁticas diferenciadas para cada tipo de monstro e selecionar o equipamento mais adequado para revidar com bom potencial de sucesso em continuar vivo na jornada.

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Além disso, existem alguns itens naturais disponíveis pelas localidades que podem ajudar bastante durante as ofensivas. Às vezes, nada melhor do que desmembrar uma aberração e usar suas próprias garras ou corpo cheio de Ácido para jogar em outro que estÁ correndo desesperadamente na sua direção. Prende-lo pelas paredes ou em outras criaturas é prazeroso e muito divertido.

Matando-os, itens essenciais à sobrevivência de Isaac, como pentes de munição, med-kits, semicondutores, dinheiro e pacotes de Stasis são derrubados muito frequentemente. E ainda bem que acontece assim: você vai precisar de todos eles e o que mais puder comprar com a grana extra acumulada. O desafio é consideravelmente alto e exige disparos certeiros nos membros dos bixanos. Principalmente nos cinco capítulos finais do game, onde as coisas complicam.



Para balancear as coisas, todo aquele esquema de melhorar equipamentos e a armadura de combate estÁ de volta. Encontrar os nodos de ativação é o segredo para se dar bem. Muitos são simples de se obter, pois estão guardados em caixas de mantimento fixas pelas paredes dos cenÁrios. Outros, contudo, localizam-se em locais menos óbvios – porém previsíveis –, como becos, entulhos de lixo, embaixo de superfícies atoladas (vistas ao longe) e levitando em cantos extremos de ambientes de gravidade nula.

Portanto, não se descuide e vasculhe todos os locais possíveis. Você vai suar o joystick caso queira ter muitas armas com alto poder de fogo, baixo tempo de carregamento e mais munição incorporada. Além, é claro, de maior proteção contra danos e de maior capacidade de oxigênio na sua armadura.

O que jÁ era bom, ficou ainda melhor. Os grÁficos de “Dead Space 2” impressionam pelo capricho da Visceral Games em transmitir o clima mórbido e esquizofrênico de terror espacial da aventura de Isaac.

A começar pela composição dos ambientes, tudo é devidamente escuro e caótico, com vÁrios entulhos amontoados que bloqueiam o acesso de Isaac a Áreas até o momento inexploradas. É também comum esbarrar com corpos humanos e criaturas jÁ dilaceradas, mensagens de desespero e socorro escritas à sangue nas paredes e sujeira de todos os tipos pelos cantos.



Quanto aos locais agraciados com luz, é mais fÁcil prestar atenção nas texturas. De maneira geral, correspondem às expectativas, sendo bem apuradas e dignas de elogio quando aplicadas em superfícies metÁlicas e pedregulhos intergalÁcticos. Quando raios solares ou a luz proveniente de bulbos elétricos incidem nestes tipos de objeto, a iluminação se modifica de forma dinâmica, refletindo conforme a angulação da câmera e o posicionamento do personagem em relação ao objeto iluminado.



A armadura de Isaac é o destaque desta parte. Nas quatro formas possíveis de evolução, o trabalho da produtora em representar um uniforme de combate potente e resistente às ameaças externas é singular. Tanto iluminação quanto texturas de materiais como vidro, metal e plÁstico são brilhantemente reproduzidos.

Lindo mesmo é quando você estÁ numa sala que permite enxergar a Área externa à Sprawl. É possível visualizar parte do espaço sideral ao redor, lotado de estrelas e pontos brilhantes e as construções adjacentes da estação, localizadas ao redor da sua posição atual. É impossível não querer parar por alguns instantes para apreciar a beleza das edificações banhadas pela luz solar, que por vezes ofusca a vista do protagonista pela sua intensidade luminosa refletora.



O design dos Necromorphs é outro detalhe que chama atenção. Embora não muito diferentes do primeiro game, com a inclusão de alguns modelitos inéditos, transmitem realismo na sensação de peso corporal e de comportamento animalesco ao se deslocarem. Isso acontece porque muitos deles estão molhados por fluidos próprios e, combinado ao suporte de membros em forma de pinças ou extensões gelatinosas, parecem ter vida própria e geram desconforto quando se aproximam do potagonista.

Quando pisoteados, o sangue, bem reproduzido, jorra e se espalha pelo ar (se este existir) de maneira bastante característica. É uma pena, contudo, que as gotas ou miligramas despendidos não marquem momentaneamente a armadura do personagem. Isso poderia contribuir ainda mais para a inserção do jogador no clima de suspense e terror do game.



Para o design grÁfico dos personagens, tanto Isaac como os outros personagens da trama têm apurado sistema de captura de movimentos para o corpo, compostos por movimentação suave, livre de erros perceptíveis e deslocamento realista de pernas, braços e fios de cabelo.

O que realmente peca são as expressões faciais: são muito pouco realistas e, por vezes, é fÁcil pensar que qualquer um dos envolvidos na cena é vesgo. Ou que não consegue enxergar direito, tamanha a falsidade com que os olhos se movimentam entre um foco de objeto para outro. Parecem, na verdade, estar “viajando”. Ainda bem que isso não é constante, e só acontece em algumas ocasiões.

Imagine-se em uma estação espacial desprovida de vida aparentemente inteligente, lotada de corpos mortos, criaturas perigosíssimas e locais escuros. Que trilha sonora por? Algo muito intenso, com instrumentos de som pesado ou algo menos perturbador, mas que ainda assim cause desconforto emocional?

Acertou quem pensou em ambos. A Visceral Games fez um ótimo trabalho em dosar momentos de pura agonia sinfônica com outros menos atormentados. Quando os inimigos debulham na tela, é som alto de muito desespero e pavor entrando pelos seus ouvidos e rondando sua cabeça. Quando a ação toda dÁ uma brecha ou você apenas percorre por alguns corredores mais pacíficos, a serenidade das melodias e até mesmo o completo silêncio reinam.



E quanto mais silencioso o momento for, mais ansioso e na defensiva você vai ficar, pois conscientemente sabe que algo de muito tenso pode acontecer a qualquer momento. Por isso, o trabalho de mixagem de som, aliado aos efeitos sonoros (canos rolando, caixas quebradas, gotas pingando, resmungos ao longe, alarmes e corpos se arrastando), geram o gancho quase perfeito para sustos inesperados, concebidos por quedas de corpos e aparições repentinas das aberrações alienígenas.

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Um outro ponto forte do quesito são as dublagens. Sobretudo de Isaac. Quase que totalmente mudo no primeiro episódio, o personagem agora fala. E muito: discute possibilidades, ideias, dÁ dicas do que fazer, toma decisões solo ou em conjunto e reage a alucinações pós-traumÁticas comentando os acontecimentos. Esses momentos colaboram na personificação emocional do protagonista, que se mostra bastante vulnerÁvel e atormentado mentalmente pelos recentes acontecimentos.



Além disso, os diÁlogos demonstram seriedade sem serem piegas ou clichês. Embora a temÁtica seja a de sobrevivência e de tentar por um fim no misterioso The Marker, em nenhum momento a aventura parece ter o tom de um “filme de Sessão da Tarde”, repleto de heroísmos ou algo muito épico quase impossível de acontecer. Tudo parece real suficiente para fazer o jogador acreditar no que acontece na tela à frente.

Antes ao seu lançamento, a Visceral Games, apoiada massivamente pela Electronic Arts, soltou uma penca de vídeos sobre a grande novidade que “Dead Space 2” traria: um inédito modo multiplayer online na série. Até mesmo uma demonstração temporÁria foi exclusivamente disponibilizada para testes na Playstation Network.

Dito e feito. O game traz partidas em rede com até 16 jogadores simultâneos. Mas assim como na demo, a modalidade cheira mais como perfumaria. Na verdade, é a grande decepção do game, passando a sensação de que se não estivesse presente, jamais faria falta se soubéssemos como é se fosse apresentado ao jogador hoje.



Inicialmente, como em qualquer jogo online, escolhe-se a classe do seu personagem. No caso de “Dead Space 2“, são apenas duas: humanos ou necromorphs (com algumas variações de aparências e estilos). Durante as partidas, sobe-se de experiência, alcançam-se novos níveis e equipamentos inéditos são destravados conforme o progresso. Nenhuma novidade.

Esses equipamentos, caso sua escolha seja um combatente nos moldes de Isaac Clarke, são basicamente as armas e itens de suporte que você usa durante a campanha solo. Tudo estÁ ali, com munição finita, tempo de carregamento condizente e energia limitada. Para os necromorphs, como característica bÁsica do seu comportamento, basta correr desesperadamente em direção ao seu alvo e tentar decepÁ-lo o mais rÁpido possível. Falando assim, parece funcionar bem.

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Acontece que, para além de mapas chatos, desprovidos de possibilidades de boas estratégias de combate e sem muita personalidade, tudo é absurdamente desbalanceado, cansando o jogador em menos de uma hora. Para ter ideia, os soldados humanos são muito mais poderosos que aos necromorphs. É só atirar certeiramente de longe nos membros de locomoção ou na cabeça, ou esperar em um canto menos vulnerÁvel pelo ataque das criaturas que você se darÁ bem.

Do outro lado, é preciso ter sorte e gingado considerÁvel nos controles caso queira chegar perto suficiente do seu alvo para estraçalhÁ-lo. Até lÁ, essa ação jÁ terÁ se repetido umas 20 vezes e a modalidade irÁ começar a cansar por não apresentar nada de novo ou interessante que estimule a seguir jogando.



E isso acontece pelo óbvio: por ser tão desbalanceado, quem escolher ou cair aleatoriamente no time dos necromorphs raramente consegue bons pontos de experiência, atrasando o processo natural de evolução do seu personagem e adiando a obtenção dos próximos equipamentos e benefícios.

É, ao mesmo tempo, uma perda de tempo para o jogador e uma baita chance desperdiçada pela produtora. A menos que você jÁ tenha terminado o modo para um jogador umas três vezes e esteja em busca de algo diferente (mas nem tanto) no universo de “Dead Space”, nem sentirÁ falta do multiplayer online.

Após quase três anos de produção, “Dead Space 2“chega ao Playstation 3 para fazer feliz aqueles que curtem um excelente jogo de ação regado a sustos de fazer pular da cadeira e momentos de terror psicológico bem programados, com a aparição repentina de monstros alienígenas ainda mais sanguinÁrios e violentos.

Desconsiderando o desinteressante multiplayer online, tudo estÁ mais Ágil e dinâmico que na primeira versão. Os controles respondem sem falhas e possuem uma excelente configuração de botões. No visual, iluminação, texturas e desgin dos cenÁrios, dos monstros e dos personagens da trama chamam atenção pelo cuidado empregado na programação.



Na parte sonora, momentos de calmaria ou silêncio absoluto realçam o receio do jogador e a utilização dos sentidos primÁrios na espera da aparição da próxima onda de criaturas bizonhas, onde o clima fica absurdamente mais tenso e desesperador, acompanhando o ritmo pesado das melodias macabras.

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Ainda, a versão para Playstation 3 de “Dead Space 2” traz “Dead Space: Extraction” como conteúdo extra exclusivo tanto para a edição convencional quanto para a de colecionador. Sendo uma versão remasterizada em HD da lançada para Nintendo Wii em 2010, traz suporte ao Playstation Move, troféus e gameplay cooperativo para dois jogadores offline. Não muito atraente, serve mais para quem quer se aprofundar na trama da franquia e aumentar a coleção de recompensas virtuais.

Por fim, o game também estÁ disponível para Xbox 360 e PC. Por isso, vale a dica: aproveitem, jogadores! Um dos melhores título desta temporada – e candidato em potencial a melhor jogo de ação do ano – estÁ à espera de vocês para uma aventura de suspense e terror sensacional.

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