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Quando a Motorola lançou seu Milestone, impressionou o público com um bom smartphone. Especificações decentes, corpo robusto, tela resistente e ótimo desempenho fizeram do aparelho um sucesso. No entanto, muitos consumidores saíram insatisfeitos com a postura de, digamos, “dúvida” da companhia: atualizar ou não atualizar o sistema operacional? Após a polêmica de liberar ou não o Froyo para os donos do Milestone, a companhia lança seu sucessor, o Milestone 2, que jÁ vem de fÁbrica com a nova versão.



As novidades prometem: 8GB de armazenamento interno, possibilidade de instalar aplicativos no cartão SD, suporte a Adobe Flash, capacidade de gravar vídeos em HD (720p)… e uma melhoria visual que deixou o celular menos “tijolão”, mais arrojado e melhor acabado. Por cima de tudo isso, o Motoblur, a interface personalizada da Motorola com foco em redes sociais.

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Voltado para um consumidor hardcore, que não abre mão da variedade de recursos de um smartphone, a novidade da Motorola não deve fazer feio, a julgar pelas especificações. Testamos o aparelho e, nas próximas pÁginas, você confere do que ele é capaz.

Tela: TFT touchscreen capacitiva, 16 milhões de cores
Display: 3.7 polegadas
Resolução: 480×854 pixels
Processador: TI OMAP3630 1 GHz com grÁficos PowerVR SGX530
Memória: 512 MB RAM
Armazenamento interno: 8GB
Expansão de memória: slot para microSD de até 32GB, cartão de 8GB incluso
Sistema operacional: Android 2.2 (Froyo)
Câmera: 5 megapixels com autofoco e flash duplo LED 2592х1944
Gravação de vídeo: 720p @30fps
GPS: Sim
Conectividade: GSM 850 / 900 / 1800 / 1900 e HSDPA 1900 / 2100, Wi-Fi e Bluetooth 2.1
Infravermelho: Não
Acelerômetro:  Sim
Sensor de proximidade: Sim
Áudio: conexão de 3.5 mm, caixa de som
Bateria: Li-Po 1400mAh / 350 horas em stand-by e 6 horas em conversação
Dimensões: 116.3 x 60.5 x 13.7 mm
Peso: 169g



Conteúdo da embalagem:
Motorola Milestone 2
Carregador de bateria
Cartão de memória 8GB
Fones de ouvido
Cabo USB
Carregador veicular
Manuais

A essência do Milestone não mudou muito. Continua o mesmo smartphone de tela grande e visual sóbrio que jÁ conhecemos, com o teclado físico QWERTY deslizante e o visual “quadrado”. No entanto, esta segunda versão estÁ mais arrojada do que se antecessor: ganhou uma traseira em azul marinho ao passo em que perdeu aquela saliência inferior, abaixo dos botões da plataforma Android, o que era um “charme” do modelo anterior.



Suas bordas estão mais suaves e arredondadas, o que também dÁ uma cara nova ao smartphone, que ganhou uma superfície em um tom mais puxado para o grafite brilhante. Com isso, a Motorola deixou para trÁs o visual totalmente preto e pesado do primeiro Milestone, que ganhou apelidos como “celular de tiozão” e “smartphone do Batman”, devido a seus detalhes em dourados. Estes, aliÁs, também sumiram – uma escolha muito acertada. O botão dourado cromado de disparo da câmera do Milestone era alvo de críticas e reclamações porque, com o tempo, descascava e ficava branco. No novo modelo, o botão ficou azul marinho, o que – esperamos – resolverÁ o problema. A caixinha de som, que também era dourada, agora ganhou um tom prata, muito mais bonito e moderno.



Quanto às dimensões, pouca coisa mudou: o “bichinho” ganhou pouquíssima coisa em altura (coisa de 1 ou 2 milímetros) e é um pouco mais pesado que o modelo antigo: 169g contra 165g. Mas a “pegada” continua a mesma: basicamente, não dÁ para diferenciar os dois com os olhos vendados.
Uma diferença que, a princípio, pode incomodar quem estÁ acostumado com o primeiro Milestone são os botões típicos da plataforma Android. Na nova versão, eles mudaram de ordem, o que acaba ocasionando alguns erros na hora de pressionÁ-los. O restante, continua no mesmo lugar. Apenas o botão da câmera ficou menor, cerca de metade do tamanho original. Não ficou nada agradÁvel pressionÁ-lo e, na hora de tirar algumas fotos, fica fÁcil errar o alvo,digamos assim.

Na parte de trÁs, nenhuma mudança estrutural. As peças encaixam nos mesmos lugares, assim como os cartões SIM e microSD. Ressalto apenas a tampa que protege a bateria, que achei mais fÁcil de remover e mais segura nesta nova versão.



As alterações mais significativas estão no teclado físico, grande trunfo do aparelho. O da primeira versão era um pouco duro na hora de deslizar, diferente do que é habitual em teclados desse tipo. Nada que incomodasse, na verdade, era mais uma questão de costume. No entanto, esse aspecto foi resolvido no Milestone 2, com um teclado que desliza com muito mais facilidade.

O teclado perdeu o “joystick” dourado que ficava à direita. Uma perda que considero lamentÁvel, uma vez que o artifício ajudava muito em alguns games e na navegação web, especialmente na hora de apontar o cursor para uma região muito pequena da pÁgina. Ele foi substituído por teclas com setas direcionais, assim como aquelas encontradas em teclados de computador. As teclas até conseguem cumprir a função de selecionar elementos difíceis em sites por aí, mas não são nada eficientes em jogos, uma vez que são muito pequenas e ficam muito próximas das demais teclas, o que diminui muito a precisão dos comandos.



Por outro lado, a disposição das teclas melhorou um bocado. Antes, as fileiras eram paralelas umas às outras e, agora, as teclas imitam a disposição de um teclado convencional. Trocando em miúdos, o “a”, que antes ficava exatamente abaixo do “q”, agora fica entre o “q” e o “w”, e assim por diante. As teclas, aliÁs, ficaram mais largas, o que melhorou bastante a digitação. O teclado ganhou também uma tecla “ALT lock” e o botão “ENTER” dobrou de tamanho, uma mudança muito bem-vinda no novo aparelho.

Ao contrÁrio do primeiro Milestone, que vinha com o Android puro e sem firulas, o seu sucessor carrega o Motoblur, personalização da Motorola que concentra as atividades em redes sociais nas telas iniciais do aparelho. Uma adição desnecessÁria, que ainda deve dificultar mais o processo de atualização do sistema e que engole um pouco do desempenho do smartphone.

O visual, em si, não é ruim. Pelo menos pra quem gosta de bastante cor… A tela é bem colorida e, na medida em que o usuÁrio arrasta as telas, os ícones principais (telefone, menu e contatos) dão lugar a um botão que leva à tela principal e aos marcadores das demais telas (são sete no total). O problema é mesmo no agregador de redes sociais, que é um martírio especialmente para quem não gosta, ou até acessa, mas não dÁ muita bola para isso. É o meu caso, por sinal.



Assim que o smartphone é ligado pela primeira vez, solicita ao usuÁrio que cadastre suas contas em redes como Facebook, Twitter, Orkut e muitas outras. No final, você ganha um widget para vÁrios serviços, o que não é nada prÁtico. Você visualiza, por exemplo, a última entrada no Twitter de um de seus seguidores e, ao clicar no widget, você precisa arrastar a tela para os lados para ver demais atualizações em outras redes.

Uma solução interessante é configurar o recurso para que cada rede seja exibida em um widget separado, o que facilita as coisas. Mas, dependendo do número de perfis do usuÁrio, pode causar uma poluição visual horrível. Na verdade, é melhor pular essa etapa – ou seguir em frente para testar a funcionalidade, jÁ que, depois, é possível remover os widgets ou adicionar um a um, separadamente.



Outro detalhe é que o widget é… bem, feio. As fotos dos contatos aparecem cortadas ou borradas e os quadradões cinza com as mensagens não ajudam em nada a manter a interface do Android bonita. Como não gosto de ser importunada por bobagens postadas em redes sociais, prefiro desativar os widgets de uma vez. Outra alternativa é baixar um dos vÁrios aplicativos de personalização no Android Market, como o ADWLauncher, por exemplo, que possui uma grande variedade de temas disponíveis.

A integração com as redes sociais ocorre também nos contatos do telefone, sincronizados não só com as contas do Google, como com Twitter e Facebook, por exemplo. Ao selecionar um nome da sua lista de contatos, você pode ver tudo o que ele andou dizendo por aí, de forma organizada. É possível visualizar os posts por ordem cronológica de uma só pessoa, por exemplo. Ou um histórico das atividades de todos os contatos.



Pode ser interessante para os abelhudos de plantão e para quem gosta de redes sociais é uma funcionalidade prÁtica e interessante. No meu caso, porém, prefiro a simplicidade de manter apenas os contatos para os quais eu telefono de vez em quando, sem grandes adições além do próprio número. No mÁximo, uma foto, endereço, URL e e-mail. Na minha opinião, mais do que suficiente para uma agenda telefônica. Não gosto de ter na minha agenda de contatos telefônicos um cara que eu simplesmente sigo no Twitter e mais nada.

Um aprimoramento fantÁstico desta nova versão é o do player musical. No primeiro Milestone, acabei substituindo o player padrão do Android pelo TuneWiki, disponibilizado gratuitamente no Android Market. Fiquei surpresa ao descobrir que, no Froyo, o aplicativo de fÁbrica incorporou algumas funcionalidades desse app. Ao selecionar uma determinada música, por exemplo, automaticamente o aparelho busca as letras no banco de dados do TuneWiki, caso esteja conectado à Internet. Você pode clicar na letra e visualizÁ-la por completo ou observÁ-la avançar na medida em que a música toca, para acompanhar no ritmo.



E as novidades não param por aí. O player musical do Android, agora sincroniza com a comunidade TuneWiki e lista estatísticas como as músicas mais tocadas e os artistas preferidos de cada país. A partir daí, ele gera uma lista de canções e, ao clicar nelas, o software mostra automaticamente um vídeo do Youtube com a música selecionada.



O player musical ainda inclui a rÁdio SHOUTcast, que traz uma infinidade de gêneros e reproduz as músicas por streaming. Por fim, ele também se integra ao Youtube, facilitando as buscas por músicas ou artistas específicos.  Com tantas funcionalidades, arrisco a dizer que o Android 2.2 é completamente auto-suficiente em Áudio. Minha única ressalva fica por conta do visual do aplicativo, que não recebeu nenhuma mudança significativa e ainda mantém um efeito de espelhamento na capa do CD em execução que fica medonho.



A câmera, por sua vez, nunca foi um forte do Milestone. Com seus 5 megapixels e flash duplo LED, as fotos saíam apenas satisfatórias, mas decepcionavam em um celular deste nível, apresentando certa granulação e ruído, além de pouca cor e contraste.  As opções de configurações eram poucas, mas, baixando algum aplicativo extra, como o Camera360, era possível dar um bom upgrade no recurso.

No Milestone 2, quase nada mudou. Apenas é possível, agora, escolher o formato widescreen para as fotos e ajustar o nível de exposição na tela de configurações da câmera. O resultado final, no entanto, praticamente não muda em relação ao seu antecessor. Nas mesmas condições de iluminação e com as configurações padrão da câmera, parece apenas que a foto do Milestone 2 ganhou um pouco mais de luz e cor, mas ainda falta “vida” na imagem.


Fotografia tirada com o Milestone


Fotografia tirada com o Milestone 2


Quanto aos vídeos, também não hÁ nada impressionante. Apesar de filmar em HD (720p), coisa que o primeiro Milestone não fazia, a qualidade dos vídeos não anima muito. Eles também exibem algum ruído e chegam a ficar um pouco “borrados”. Apesar da resolução menor, tive um resultado melhor no Milestone anterior no que diz respeito à nitidez.

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O grande destaque do Milestone 2 é o Android 2.2 (Froyo) que, infelizmente, recebeu a roupagem da Motorola e sua interface personalizada. Nada que tenha roubado a essência do Android, mas, de fato, o Motoblur é um bocado invasivo (a ponto de arquivos enviados via e-mail por ele, por exemplo, acompanharem a assinatura “Conectado com o Motoblur”) e chega a atrapalhar um pouco o desempenho do aparelho mesmo com seu robusto processador de 1GHz. Com vÁrios widgets sociais ativados, a rolagem entre as telas eventualmente dÁ umas pequenas travadas, algo que sumiu completamente quando desativei qualquer “acessório” do Motoblur.

Uma das funcionalidades mais legais da nova versão do sistema vai ficar de fora desta review: não consegui testar o recurso de transformar o Milestone 2 em um hotspot wi-fi através da minha conexão de dados, pois a operadora não permitiu. Fica o aviso para quem for comprar o aparelho pensando em desfrutar dessa novidade: é melhor consultar a operadora antes, porque suas tentativas podem ser frustrantes.



Algo que satisfaz muito no aparelho é a compatibilidade com Flash Player. O navegador nativo do Milestone 2 faz um ótimo trabalho e exibe as pÁginas perfeitamente, assim como elas aparecem no desktop. Todos os elementos em Flash do Adrenaline, por exemplo, aparecem nos seus devidos lugares com transições fluidas e sem nenhum problema de queda de desempenho ou incompatibilidade. O mesmo acontece com sites bem mais “cabeludos”. A navegação é Ágil e o browser exibe todos os elementos.



Outro recurso indispensÁvel introduzido pelo Froyo é a possibilidade de instalar aplicativos no cartão microSD, economizando bastante espaço na memória interna. Durante meu uso do telefone, percebi que, aparentemente, ele mesmo escolhe onde vai instalar algum app. Meus jogos, como Angry Birds e Pocket Legends, foram diretamente instalados no cartão, enquanto utilitÁrios como o DroidStats ficaram no telefone.

Quem quiser gerenciar melhor como isso acontece, pode baixar apps como o App 2 SD, que permite mover os aplicativos da memória interna para o cartão e vice-versa. Vale ressaltar, porém, que nem todos os aplicativos são compatíveis com a instalação na memória externa – é sempre bom checar suas especificações antes de baixar.

A galeria de fotos nativa do Android perdeu um pouco de “firula visual” e ganhou desempenho, uma mudança muito positiva. Ao menos, no primeiro Milestone, é necessÁrio esperar bastante tempo até que todas as fotos carreguem seus thumbnails, o que pode transformar o ato de mostrar uma imagem para alguém em uma tarefa demorada e enfadonha. O visual mais enxuto e prÁtico do aplicativo, combinado ao processador turbinado do Milestone 2, tornou a navegação pelas imagens muito mais rÁpida.



Desempenho, aliÁs, é o ponto alto do Milestone 2. Mesmo com as seis telas iniciais do Android, com aplicativos rodando em background e até mesmo papeis de parede animados, a experiência de uso é ótima. Os menus deslizam suavemente e a tela capacitiva responde muito bem aos comandos. Para quem gosta de se manter conectado ao mÁximo de redes sociais, o Motoblur pode até ser uma boa escolha, mas, felizmente, é possível desativar os seus widgets, algo essencial para quem prioriza outros elementos na tela do smartphone.

Assim como seu antecessor, o Milestone veio para mostrar que é um smartphone robusto, lotado de funcionalidades e sóbrio, ideal para quem não gosta de frescuras. Poderia ser ainda melhor se trouxesse o Android puro, sem modificações proprietÁrias da Motorola, uma vez que esse tipo de personalização acaba atrasando os updates e nem sempre agrada a todo mundo. Felizmente, isso pode ser facilmente contornado ao baixar aplicativos que mudam o visual do telefone.

Os novos recursos do Android 2.2 fazem a diferença. O sistema estÁ mais rÁpido e estÁvel, traz a possibilidade de compartilhar a conexão do telefone com outros dispositivos (algo que depende da operadora, no absurdo de limitar o que você pode fazer com um plano de dados que você mesmo paga todos os meses) e é compatível com Flash.

Além disso, traz uma novidade que fazia muita falta nas versões anteriores: a possibilidade de instalar aplicativos no cartão microSD. No primeiro Milestone, rapidinho a memória ficava lotada e era preciso desinstalar alguns apps que acabavam fazendo falta depois. O Milestone 2, com espaço de sobra (8GB de memória interna e mais um cartão incluso de 8GB), dÁ uma surra no seu antecessor, que tinha menos de 200MB disponíveis. Ou seja, o Milestone 2 é um aparelho para instalar apps até cansar.



A câmera, infelizmente, continua o ponto fraco do aparelho. As fotos sem vida, com cores lavadas e ruído, melhoraram muito pouco em relação ao modelo anterior. O vídeo em HD também não fica tão bom assim, embora sirva para muita gente que simplesmente quer guardar alguns momentos com uma boa qualidade de imagem. Um smartphone deste nível, porém, poderia fazer muito, muito melhor.

Os pontos positivos, no geral, pesam muito mais que as limitações. Portanto, posso dizer com segurança: o Milestone 2 é um ótimo aparelho. Conseguiu melhorar o que jÁ era bom no Milestone e ainda traz a versão 2.2 do Android. Resta saber como serÁ a postura da Motorola em relação a futuras atualizações: se, no caso do primeiro Milestone com sua interface crua, a companhia ameaçou deixar o aparelho estagnado na 2.1, o Motoblur pode acabar dificultando um pouco as coisas neste novo modelo.

Prós

Melhorias no design e no teclado

Teclas mais largas proporcionam uma digitação mais Ágil

Processador de 1GHz e excelente desempenho

Todas as novidades do Android 2.2

Navegação web excelente, totalmente compatível com Flash

Contras

A câmera continua fraca

Uma câmera frontal poderia fazer a diferença

O Motoblur não é tão necessÁrio

Falta saída HDMI


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