Enquanto os anos de 2020 e 2021 já foram difíceis para quem precisava fazer upgrade no PC ou montar um novo sistema, 2022 promete trazer preços ainda maiores. A fundição TSMC, uma das maiores da indústria, anunciou esta semana que vai aumentar os preços para a fabricação de novos chips em até 20% durante os próximos meses.
Entre os clientes da companhia estão nomes como AMD e NVIDIA, que devem repassar o aumento nos custos de fabricação diretamente aos consumidores. Somado à falta de produtos nas lojas e à especulação que o mercado tem enfrentado nos últimos anos, isso significa que processadores e placas gráficas dedicadas devem ficar ainda mais inacessíveis.
A notícia surge em um momento no qual a TSMC divulgou que teve lucros trimestrais recordes de US$ 6 bilhões, valor 16,4% superior aos números registrados no mesmo período do ano passado. Segundo a empresa, o aumento de preços é resultado da pandemia contínua do COVID 19, que tem impactado em sua capacidade de obter matérias-primas.
TSMC atribui aumento a problemas logísticos
A fundição também explica que, além de aumentar o preço de materiais, a pandemia também trouxe problemas logísticos em escala global que resultaram em atrasos e no aumento de fretes. Outro fator que pode ter contribuído para a decisão é o incêndio recente nas plantas de fabricação da ASML, que fornece muitas das ferramentas usadas pela TSMC.
A principal afetada deve ser a AMD, que usa as tecnologias de 7 nanômetros da fundição e, em breve, vai ter que lutar com outras fabricantes por espaços nas fundições de chips de 5 nanômetros (para os processadores Zen 4). A princípio, a NVIDIA deve ser menos afetada por ter feito no passado grandes reservas que vão garantir a fabricação da nova linha de GPUs da série RTX 40.
Outro cliente afetado deve ser a Apple, que concordou em pagar mais à TSMC para garantir a prioridade na fabricação do chip SoC A16 de nova geração. O aumento dos preços de fabricação foi anunciado semanas depois da NVIDIA alegar que previa um aumento no fornecimento de GPUs para a segunda metade de 2022 — o que ainda pode acontecer, acompanhado por custos maiores para os consumidores.