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Lost in Random é um misto de ótimo roteiro e gameplay criativo

Lost in Random é um game indie com uma mistura de estética gótica no melhor estilo Tim Burton, roteiro criativo e cheio de surpresas e um gameplay que mistura mecânicas consolidadas com uma pitada de aleatoriedade. Definitivamente, é um game para entrar no seu radar se está precisando de um “respiro” das mesmas fórmulas de sempre. Jogamos em um PC e vamos passar nossas impressões iniciais!

Primeiramente, a estética é algo que enche os olhos em Lost in Random. O estilo sinistro e carregado dos personagens é também muito criativo, com designs bastante diferentes e que tornam várias das interações interessantes antes mesmo do NPC abrir a boca. Objetos inanimados personificados, pessoas com duas cabeças e diferentes personalidades, pessoas com cabeças de… ponta-cabeça – tem um pouco de tudo nesse mundo.

Os personagens não são a única coisa maluca. Os cenários também chamam a atenção com formas impraticáveis, cores carregadas e muita maluquice. Nem sou muito fã dessa “vibe Noiva Cadáver”, mas sou obrigado a reconhecer o quanto a qualidade artística do game está um patamar elevado.

 

Se a estética chama a atenção, é a narrativa que tem potencial de prender o jogador. O roteiro é excelente, cheio de personagens excêntricos, papos que viajam no surrealismo e algo que oscila do engraçado ao trágico nas nuances. Realmente gostei muito da história sendo contada, mas em um dos momentos que o jogo mais brilha – ok, escolha infeliz de palavras para um jogo tão sinistro – é também onde ele pisa mais feio na bola: não tem tradução para o português brasileiro, de forma alguma. Nem na dublagem, nem sequer nos textos, muito menos nos menus. Em um jogo com tanta ênfase na história, essa barreira da língua põe tudo a perder.

Outro elemento que me incomodou foi a dublagem da protagonista – mais especificamente, a falta dela em vários momentos. A Even – par, em português –  é uma protagonista com uma personalidade forte, mas por algum motivo ela só fala nas cutscenes. Na interlocução com outros personagens, ela fica completamente silenciosa, perdendo muita da expressividade. Falando nisso, há um bom trabalho dos dubladores do game para trazer vida aos personagens, porém como já comentei, infelizmente restrito ao inglês, espanhol e outras línguas estrangeiras.

E o gameplay? O mundo de Lost in Random é fantástico de explorar, mas não espere muitas possibilidades, pois ele é bem linear. A escolha desse formato não é um problema, e na verdade faz bastante sentido considerando o foco na narrativa, então não espere muitos caminhos alternativos ou ser recompensado por exploração adicional – ou ao menos pouca coisa além de uns itens extras.

Além da exploração “em trilho”, o jogo conta com batalhas que misturam um hack ‘n slash com um pouco de estratégia e um tanto de sorte. Aqui a desenvolvedora mandou bem em misturar história e gameplay, pois em um mundo em que tudo parece atrelado à sorte do rolar dos dados e seus números, os combates também dependem desse elemento.

O jogador precisa acumular energia ao esquivar dos inimigos ou atirar em pontos específicos dos inimigos, o que “enche a mão” de cartas. Aí você tem a chance de rolar o dado e tirar um número. Esse número atuará como a energia disponível para gastar nas cartas, parecido com como funciona a Mana em um Magic The Gathering: se você tirar um número alto, vai poder puxar várias cartas ou gastar em cartas mais potentes. Se a sorte não sorrir para você, vai ter que se virar com poucos pontos e cartas nesse turno.

As cartas fazem de tudo um pouco. Há cartas que dão armas, upam equipamentos, recuperam a vida do personagem ou fazem sinergias com outras cartas – como uma que baixa o custo de todas as demais. O jogador vai desbloqueando novas cartas na medida que avança no game e pode montar diferentes decks com estratégias variadas.

Tudo isso forma o gameplay de Lost in Random. Você tem a parte de ação com esquivas e contra ataques, a parte estratégica com montagem do deck de cartas e a sorte do rolar do dado, forçando o jogador a lidar com uma situação que varia o tempo todo. As armas estragam rapidamente, então não dá para ficar muito com apenas uma abordagem ao longo do confronto.

A parte de gameplay pode não se mostrar um grande desafio, especialmente pela linearidade da exploração e a facilidade que é esquivar dos inimigos, mas a mistura de gêneros diferentes no combate e, principalmente, a belíssima estética e a narrativa muito bem trabalhada com certeza fazem valer a pena dar uma conferida nesse game. Lost in Random está disponível para PC na Origin e na Steam, para Playstation 4 e 5, Xbox One e Series S/X, além do Nintendo Switch.

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