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Notebook

ANÁLISE: Dell G15 2021 - boa performance e resfriamento eficiente

[+update]: adicionamos testes com os gráficos híbridos desligados, o que pode ter alto impacto na performance em alguns cenários, como abordamos nesse artigo aqui.

[texto original]: O Dell G15 é um notebook gamer do segmento intermediário, atendendo desde modelos básicos equipados com Intel Core i5 da décima geração Core e placas de vídeo GeForce GTX 1650 indo até modelos mais avançados, equipados com processadores octa-core Intel e AMD, e GPU Nvidia GeForce RTX 3060. Além dos chips, o notebook também conta com outros diferenciais relevantes para games como tela de alta taxa de atualização, sistema mais robusto de resfriamento e um belo teclado retroiluminado personalizável.

Site oficial das várias versões do Dell G15

O Dell G15 está entre uma das opções mais relevantes de notebook para jogos, atendendo vários segmentos devido a variação de processadores e chips gráficos, ficando por conta da linha Alienware atender consumidores buscando produtos mais avançados, equipados com chip GeForce RTX 3070, por exemplo. Com preço iniciando em R$ 5 mil, ele é uma das opções mais relevantes entre custo e benefício em notebooks gamers, com concorrentes como a linha Acer Aspire Nitro, que já testamos por aqui, e também os Lenovo Ideapad 3i e Legion 5i. Como será que ele se sai nessa disputa? Vamos ver no resto da análise!

Principais especificações do modelo testado:

– Nvidia GeForce RTX 3060 6GB GDDR6
– AMD Ryzen 7 5800H
– Tela de 15,6″ IPS 165Hz FullHD (1920×1080)
– 2x8GB DDR4 @3200MHz
– 512GB SSD M.2
– 357 x 272 x  25 mm
– 2,5kg
– Preço: a partir de R$ 5.851 (Core i5-10500H e GTX 1650) até R$ 10.999 (Ryzen 7 5800H/Core i7-11800H e RTX 3060)

Design

O Dell G15 é um notebook gamer um pouco mais parrudo, focado em trazer um sistema de resfriamento avançado para entregar performance e estabilidade com temperaturas sob controle. Seu visual é bem neutro, com um acabamento em plástico fosco na cor cinza e com uma leve textura e o símbolo da Dell na tampa. Os elementos que chama a atenção são o avanço para atrás da tela do sistema de resfriamento e o símbolo G em vermelho destacando que não é um notebook convencional.

O principal destaque do projeto é o sistema de resfriamento, com várias entradas e saídas para ar. Isso é perceptível logo acima do teclado e também nas laterais, na parte inferior e na parte traseira do G15, criando assim um grande fluxo de ar para arrefecimento do processador, chip gráfico e memórias. Comentamos os resultados desse projeto mais a fundo nos testes, na parte de aquecimento.

O Dell G15 tem configurações de tela na resolução FullHD com brilho de tela de 250 a 300 nits máximos, dependendo do modelo, e taxas de atualização que vão dos 120Hz a até os 165Hz presentes no modelo de nossos testes. Falando nele, o display mostrou uma distribuição bem uniforme do backlight, com um nível de contraste e saturação satisfatórios e baixa distorção da imagem, independente do ângulo de visão. 

O teclado infelizmente não traz o padrão ABNT-2, um defeito relevante para quem vai escrever muito no dispositivo e um ponto que pesa considerando que vários rivais do segmento já trazem o teclado adaptado para o padrão brasileiro. O teclado é retroiluminado com quatro áreas individuais, possibilitando criar efeitos de transição de cores, mas não efeitos individualizados por tecla. Fechando os detalhes do teclado, temos uma tecla dedicada para o “modo G”, que coloca o notebook em alta performance, e um botão de liga e desliga no topo direito, algo que não sou muito fã devido a eventual confusão de alguns consumidores procurando a tecla delete. Mas é algo que dá pra se adaptar.

Na área de upgrades, o Dell G15 tem um projeto relativamente fácil de ser aberto. Com uma chave cruzada tradicional (a popular chave Philips) é possível remover alguns parafusos e tirar toda a tampa inferior, dando acesso fácil a modificar as memórias RAM, a dois slots de SSDs

Aplicativos


3DMark

A tradicional ferramenta de benchmarks trás uma visão geral da performance do sistema encarando ciclos pesados tanto para chip gráfico quanto processador. Rodamos duas variações, que incluem o tradicional Firestrike e o mais moderno Time Spy, que faz uso da nova API DirectX 12.

Esports

Jogos do estilo competitivo são exigentes tanto no chip gráfico, que precisa fazer os quadros, quanto para o processador, que precisa ter alto desempenho para dar conta de um gameplay com taxas elevadas de quadros.

Para ajudar a entender os gráficos a seguir: em jogos competitivos o ideal é buscar a taxa mais alta de quadros, de preferência acima dos 100fps 

Counter Strike: Global Ofensive
O game competitivo é baseado em DirectX 9 e apesar das baixas exigências de performance na parte da placa de vídeo, por se tratar de um eSport, o ideal é alcançar altíssimas taxas de quadros, algo que traz alta carga tanto a CPU quanto GPU.


Rainbow Six Siege
Game recebeu uma atualização que disponibilizou a APU Vulkan. Apesar de leve, é um jogo exigente em CPU para atingir altas taxas de quadro.


Games pesados

Para ajudar a entender os gráficos a seguir: acima de 60fps é o ideal para monitores que operam nessa frequência. Quanto mais próximo dos 30fps, pior vai ficando a fluidez e, abaixo dos 30, o jogo começa a ficar “não jogável.”

 


Assassin´s Creed Valhalla
O game de mundo aberto da Ubisoft é muito exigente no hardware, tanto na complexidade das cidades e seu estresse para o processador quanto os detalhes dos modelos e sua carga na placa de vídeo. Baseado no motor gráfico AnvilNext 2.0, o mesmo implementando inicialmente em AC: Unity


GTA V

Grand Theft Auto V está entre os maiores sucessos dos últimos anos, trazendo entre seus destaques boa qualidade gráfica. Ele é um dos games que mais faz uso do CPU, sendo um ótimo teste para ver o comportamento e diferença entre esse componente. Confiram abaixo os resultados nesse game:


Red Dead Redemption 2
Novo game da RockStar, com belíssimos gráficos e uma boa referência para medir o comportamento de sistemas. Nosso teste considera o game rodando na API Vulkan, que se comportou melhor tanto em placas AMD como Nvidia.


Autonomia

Notebooks para jogos não costumam se destacar na duração de bateria, resultado de telas amplas e componentes de alto consumo de energia. O Dell G15 é capaz de aquentar quase 5 horas longe da tomada, em brilho baixo de tela e em usos leves. Isso coloca ele dentro da média que vemos em notebooks de alto desempenho, com chips RTX e displays de alta taxa de atualização.

Aquecimento e ruído

Com chips de tanta performance, é um desafio e tanto para qualquer notebook o resfriamento desses componentes em alta carga. 

O ajuste no arrefecimento do Dell G15 é bem curioso. Enquanto nos processadores estamos vendo os high-end AMD seguindo uma tendência parecida com a dos Intel Core de se aproximar do limite térmico (no caso de um Ryzen 7 5800H, é 105ºC), mas é no chip gráfico que temos o efeito mais curioso. A temperatura é consideravelmente mais alta que a presente em outros modelos com RTX, o que pode dar a entender que o sistema de resfriamento é insuficiente, mas não é o caso.

O notebook mantém a GPU na casa dos 1800MHz por longos períodos, mantendo alta performance, e o surpreendente é o baixíssimo nível de produção de ruído. Mesmo depois de um bom tempo jogando, é raro ver as fans acelerarem ao longo de um gameplay, exceto se você usar o “Modo G”, que vai jogar as frequências “lá pra cima” e manter as fans em alta rotação.

Minha impressão desse modo, inclusive, não é muito positiva. Nos melhores cenários, vemos um incremento de 5% no desempenho, mas na maior parte dos momentos temos 5% ou até menos, fazendo não valer a pena esse ajuste. O ganho é muito baixo frente ao notável incremento de ruído das fans.

Software

A Dell costuma trazer uma boa quantidade de software embarcado em seus notebooks, o que tem seus pontos positivos e também os negativos. Entre os negativos, temos instalados softwares como o McAfee já trazendo eventuais notificações pipocando na tela. De positivo, alguns apps de configuração bem úteis.

O Command Center é um exemplo positivo, com um hub onde o usuário pode tirar várias informações sobre o funcionamento de seu notebook, além de ajustes para o sistema de arrefecimento e sistema de iluminação do teclado, com direito a perfis dedicados para cada game. Outros aplicativos presentes incluem o My Dell, com atalhos e informações sobre o produto e serviços de pós-venda, e também o Killer, que gerencia a placa de rede e traz algumas informações e configurações interessantes para o sistema de rede do notebook.

Testes em vídeo

YouTube video

Conclusão

O Dell G15 entregou um bom nível de performance ao longo de nossos testes, dentro do esperado para a boa combinação de processador e placa de vídeo presente no produto. Em alguns momentos vemos uma vantagem que vai de 5 a 10% comparado ao modelo Avell A72 Liv, o que pode ser efeito do sistema de resfriamento mais parrudo e suas frequências mais altas de operação, ou a vantagem de performance do Ryzen 7 5800H versus o Core i7-10875H.

A versão com RTX 3060 sobre para a tela FullHD do G15, o que combinado com a alta taxa de quadros que o Ryzen 7 é capaz de entregar resulta em um gameplay a maior parte do tempo bem acima dos 120 ou 165 quadros que a tela é capaz de gerar, nos games competitivos. Nos games com gráficos mais avançados, ele entrega com folga 1080p no Ultra a 60fps e, para quem decidir usar a porta HDMI e ligar em uma tela 4K, o DLSS tem potencial de entregar uma boa taxa de quadros e qualidade gráfica nos games compatíveis com o recurso.

O G15 tem alguns pontos fortes claros, como é o caso do sistema de resfriamento silencioso e eficiente mesmo no chip mais potente da linha, algo que deve ficar ainda mais folga quando estiver em uso em um Core i5 e uma GTX 1650, por exemplo. Outros elementos são bem-vindos como a tela de alta taxa de atualização do monitor, o bom design e a retroiluminação, que já estão se tornando norma para dispositivos desse segmento e por bons motivos.

Acho uma pena que o modelo não tenha sido localizado para o Brasil no teclado, não usando o padrão ABNT-2, algo que até destoa do esforço da empresa em trazer novos produtos com fabricação local. Outro ponto que me desagradou foi o software, que ainda precisa de melhorias. Algumas interfaces são confusas, e há configurações que não parecem ser aplicadas. O sistema de fans foi a parte mais negativa: além de não parecer aplicar os perfis que criei, o “modo G” acelera as fans a 100% em alguns momentos, e simplesmente não retorna a rotação mais baixa mesmo após fechar o jogo e também desabilitar o próprio “modo G”, sendo necessário reiniciar o nosso modelo de testes para ela voltar a o normal.

O Dell G15 tem ótima tela, boa variação de configurações e um sistema de resfriamento eficiente e silencioso, sendo uma forte opção para notebook gamer desde entrada (com GTX 1650) até modelos avançados (com RTX 3060)

Em configuração padrão não tivemos nenhum problema, inclusive é um dos modelos mais silenciosos que já testamos equipado com RTX 3060 e um CPU octa-core, mas é uma pena não funcionar bem os ajustes manuais para os usuários que gostariam de fazer ajustes finos no funcionamento do dispositivo. Como é uma questão de software, parece possível que seja corrigido em updates futuros.

Prós

Excelente performance em games e aplicações profissionais

Boa variação de hardwares em CPU e GPU

Sistema de resfriamento muito silencioso

Tela de 120Hz ou 165Hz

Contras

Tela sem suporte a G-Sync ou Nvidia Optimus 2.0

Porte e peso maior para acomodar resfriamento potente

Modo G aumenta muito a produção de ruído e traz pouco ganho de performance

Teclado no padrão americano

Software de ajustes e Modo G tem bugs

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