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Headsets Analógicos vs Headsets USB: Qual o melhor?

Algo comum para quem acompanha o ramo de periféricos, é receber a seguinte pergunta:

“Qual o melhor? Headset Analógico ou Headset USB?”

E essa é uma questão difícil de responder, mas primeiro, vamos deixar algo extremamente claro:

A qualidade de som de um headset não está relacionada ao fato dele ser USB ou analógico

Há headsets bons e ruins em cada categoria por isso não é correto “generalizar”, embora a ideia de que headsets USB sejam “melhores” se popularizou, o que não é bem verdade.


Qual o pior dos dois? O Kraken Chroma.

Antes de continuarmos, é necessário que o leitor entenda o que é um DAC (Digital to Analog Converter), um conversor de sinal digital para analógico. Seu celular tem um, seu PC, o controle do PS4, do Xbox One, e um headset USB também tem um. Esse é um equipamento essencial para reprodução de sons em formato digital.

Resumidamente, os falantes de qualquer fone de ouvido (qualquer mesmo!) reproduzem sons ao responder a sinais elétricos, os quais são considerados sinais analógicos.

A função de um DAC é converter os áudio digital do MP3 que você está ouvindo, em sinais elétricos (analógicos) que o alto-falante irá reproduzir como sons:

A função de um DAC é converter o áudio digital em sinais elétricos (analógicos), que serão reproduzidos pelos alto-falantes do fone de ouvido

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A diferença de headsets “Analógicos” e “USB”, é onde está este conversor. No caso dos headsets analógicos, o conversor está dentro do dispositivo onde ele é conectado, seja computadores, celulares ou consoles. Se você possui um desktop, esse conversor está na sua placa-mãe:

A principal diferença de headsets analógicos e USB, é onde está o conversor de áudio

Já no caso de headsets USB, este conversor está embutido no fone, seja em algum lugar de seu fio ou até mesmo dentro de suas conchas, independente se ele é Stereo, “5.1 Real” igual o headset da primeira imagem abaixo, “7.1 Virtual” igual o da segunda imagem, ou seja lá o que for.


Ou seja, no final das contas o funcionamento básico de headsets Analógicos e USB é o mesmo, o que muda é onde está localizado o DAC. Mas então, o que realmente separa cada um deles?

Bom, para início de conversa DACs não são todos iguais e são apenas uma fração dos componentes necessários para a reprodução de áudio. São necessários amplificadores, um circuito bem planejado e isolamento elétrico para evitar interferências de outros componentes.

E é esta mudança em componentes que faz o meu antigo Samsung Galaxy Y Duos ter um áudio extremamente medíocre até com fones de R$ 800, enquanto que o iPhone 6S é muito elogiado pela qualidade sonora e faz até fones de R$ 30 ficarem melhores do que em outros dispositivos. Não é questão de software como alguns pensam, é puro hardware.

Vamos então conhecer mais a fundo cada um destes “tipos” de fones de ouvido:

Conhecendo Headsets Analógicos

Headsets analógicos utilizam em sua grande maioria conectores 3.5mm:

Alguns destes headsets possuem dois conectores com dois anéis cada (popularmente chamado de P2, na esquerda), enquanto outros, especialmente modelos mais recentes, possuem apenas um conector com três anéis (chamado de P3, na direita), para que seja compatível com notebooks recentes, celulares, tablets e consoles atuais, embora necessitem de um adaptador para serem utilizados em desktops comuns e notebooks mais antigos.

Estes headsets dependem do sistema de áudio do dispositivo onde forem conectados, e se este sistema for bem projetado, tiver isolamento elétrico e sua “potência” for adequada às necessidades do fone, ele terá um ótimo resultado, idêntico ou melhor do que um modelo USB do mesmo fone.

Já se tudo isto for feito nas coxas, o resultado pode ser um volume inadequado, um som “sem graça” com poucos graves e agudos, e ruídos no microfone que não ocorrem em outros dispositivos, como é o caso quando conectamos qualquer headset analógico no antigo notebook Positivo Mobile Z68 que tenho aqui, ficam horríveis.

Há headphones que realmente requerem equipamento especial (ex: Beyerdynamic DT 770), mas maioria dos headsets analógicos do mercado não precisam de amplificação ou equipamento especial, por já serem projetados para trabalharem com placas onboard, tendo baixa impedância e alta sensibilidade.

Mas, é por estes diferentes resultados entre dispositivos diferentes, que o microfone do HyperX Cloud Revolver fica excelente conectado diretamente na ASRock Z87 Extreme4, que possui um áudio bem trabalhado (todas as gravações foram realizadas sem nenhum efeito de supressão de ruído):

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O resultado também é excelente conectado diretamente na traseira da Gigabyte GA-Z77-D3H, que é uma placa-mãe de entrada com um áudio mais ou menos:

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Mas há interferência quando conectado na entrada frontal de microfone do gabinete Cooler Master Elite 431, no qual está essa placa-mãe da Gigabyte:

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Não há isolamento elétrico nas entradas frontais do gabinete Cooler Master Elite 431 e o resultado é interferência elétrica. Mas, boa parte da razão disto também está atrelado ao fato de não existir aterramento na minha casa, o que é um grande problema de muitos lares brasileiros e razão para muito ruído de fundo no microfone de diversos headsets analógicos.


Créditos da imagem para www.fazfacil.com.br

Mas é só ligar o efeito de supressão de ruído que resolve isso…“, é o que alguns diriam, mas a voz de pato esganado que esse efeito acaba gerando, não é legal.

O “problema” de headsets analógicos, é que seu desempenho pode ser afetado pelo dispositivo onde está conectado, sendo assim “inconsistente” entre plataformas diferentes.

Mas claro, isto pode ser resolvido utilizando equipamentos de alta qualidade e/ou comprando dispositivos que melhoram a experiência com o fone, tal como DACs externos ou placas de som off-board, maioria dos quais são superiores em qualidade quando comparados com as placas integrada em headsets USB.



Na esquerda o DAC do headset HyperX Cloud Revolver S, na direita a placa de som ASUS Xonar U3

O grande problema, é que uma simples placa de som como a ASUS Xonar U3 vista acima, está custando no Brasil na faixa dos R$ 380 (e não vale isso!), então a melhor escolha para quem não quer investir muito, é optar por fones que não precisem desse tipo de equipamento, importar DACs, ou investir em uma boa placa-mãe caso queira maior qualidade.

Conhecendo Headsets USB

Headsets USB acompanham um DAC que normalmente já está ajustado para as necessidades do headset, e um dos resultados disto, é na maioria dos casos um maior volume em comparação com headsets analógicos conectados diretamente no seu PC/Console.

Outros recursos que headsets USB acabam permitindo, são coisas como o Surround 7.1 (que não ajuda como o marketing diz ajudar), LEDs e Sistemas de Vibração, os quais não acrescentam à qualidade sonora do fone. Também, é possível adicionar vários botões físicos nestes headsets para diferentes funções, como é o caso do nosso Logitech G633, que é todo configurável e possui tantos botões que chega ser confuso:


Pra que diabos um botão exclusivo para mutar o microfone, se levantar o microfone já faz isso?!?!

A principal vantagem de headsets USB, está na consistência de desempenho. Salvo se houverem configurações no software do headset, ele terá o mesmo resultado conectado na USB de seu Desktop, no PC de seu amigo, e quando conectado na USB de um Notebook.

Outra vantagem é que maioria dos DACs presentes em headsets USB possuem isolamento elétrico, eliminando o chiado do microfone que acontece quando conectamos headsets analógicos em certas placas-mães, muitas vezes proveniente da falta de aterramento que há na residência de muitos usuários.

Então qual a desvantagem? Você acaba pagando mais por isto, em maioria dos casos até demais.

A desvantagem de headsets USB, é que você acaba pagando caro demais por esta tecnologia

Uma placa de som USB integrada não acrescenta um valor muito alto ao custo de produção, mas através da utilização de LEDs, marketing e da desculpa do “Surround 7.1”, várias marcas acabam vendendo modelos USB com diferenças exageradas de preço em comparação com modelos analógicos do mesmo fone.

Por isso acaba sendo comum ver um fone USB cheio de frufrus de R$ 330 como o Genius Cavimanus (esquerda), apanhando para um fone Analógico de R$ 300 como o HyperX Cloud Stinger (direita).

Em qualidade de áudio, o Genius Cavimanus é basicamente um headset de R$ 100 com uma placa USB, não vale R$ 330 de forma alguma, no máximo R$ 170.

E claro, há a questão de problemas de compatibilidade de headsets exclusivamente USB, pois nem tudo possui entradas para USB ou reconhece eles, mas algo que está se popularizando bastante nos últimos tempos, e é mais vantajoso, são headsets “híbridos“, tal como o Logitech G633 e o HyperX Cloud Revolver S.

Estes, são headsets USB que também podem ser utilizados como headsets analógicos, sendo então compatíveis com celulares, tablets e outros dispositivos que não funcionam com headsets USB.

Caso você for optar por um headset USB, atualmente a melhor opção é escolher um headset “híbrido” pela maior compatibilidade e em alguns casos até maior durabilidade devido ao cabo destacável de certos modelos.

E onde se encaixam Fones Wireless?

São similares em construção a headsets USB, pois também possuem conversores para sinal analógico embutidos, embora alguns fones, tal como o Sennheiser RS120, utilizem sinal de Rádio-Frequência ao invés de sinal wireless digital como fazem o Logitech G933 e o Razer Chimaera 5.1.

Ao contrário do que se pensa, estes fones não são a solução para todos os problemas e inclusive podem apresentar problemas exclusivos, tal como o Sennheiser RS120 que se desliga a cada 5 minutos de silêncio e **** seu ouvido com o barulho de white-noise, o Razer Chimaera 5.1 custa R$ 600 e possui a qualidade sonora de um fone de R$ 50 da Philips, e não preciso falar o quão ridículo o preço de alguns fones deste tipo (ex: Astro A50) acaba sendo.

Já o Logitech G933 é a melhor relação de Custo x Desempenho que vi nesta categoria e vamos lançar uma análise dele em breve, mas mesmo assim custa R$ 700.

Enfim, qual escolher? Analógico ou USB?

Assim como várias coisas na vida, depende.

Headsets analógicos tendem a apresentar melhor qualidade pelo seu valor e se você possui uma boa placa-mãe ou equipamento de áudio dedicado, não há razão alguma para optar por headsets USB.

No Brasil há boas escolhas como o HyperX Cloud Stinger (R$ 300) e HyperX Cloud Revolver (R$ 550), além do bom e velho combo “Fone + Microfone”, que apresenta a melhor qualidade para o preço. Para quem pode importar, um Philips SHP9500 em conjunto com um V-Moda Boom Pro, é um combo fantástico, e há várias outras opções também.

Se quiserem mais sugestões, deixamos este tópico do nosso fórum para aprenderem mais.


Créditos da imagem para Kyle da www.crumaharashop.com

Também, é possível comprar placas de som externas que acabam transformando seu headset analógico em um “Headset USB”, tal como a ASUS Xonar U3 e a Creative Sound Blaster E1 (que é a melhor das duas), mas só recomendo se você puder importar, pois o preço de ambas no Brasil está na faixa de R$ 350~400, o que é ridículo.

Já headsets USB são superfaturados em sua maioria, tanto no caso de modelos bons como o HyperX Cloud Revolver S (R$ 800) e Sennheiser PC 363D (R$ 1.300~1.700), quanto no caso de headsets ruins como o Genius Cavimanus (R$ 330) e Tesoro Kuven (R$ 400). Todos custam mais do que deveriam.

Mas, a consistência da qualidade do fone em dispositivos diferentes, além do isolamento elétrico em seu DAC, faz este tipo de fone mais prático para quem quer usar o mesmo headset em múltiplos PCs e consoles.

Nossa dica, é comprar de acordo com as suas necessidades.

Se a utilização do headset será apenas em um único desktop e dispositivos móveis, recomendamos que compre um bom headset analógico ou um combo headphone + microfone, faça testes para verificar se este está tendo um bom desempenho no seu computador e caso não estiver, compre o equipamento necessário para que tenha. No final, o resultado vale a pena e tende a proporcionar melhor qualidade do que fones USB.

Se a utilização do headset será em múltiplos computadores e consoles, pode-se avaliar a compra de um bom headset USB ou Wireless, mas sabendo que você comprará um produto inferior a alguns fones analógicos da mesma faixa de preço.

Para quem quiser se aprofundar mais em fones de ouvido, deixo aqui o link para o Guia Mind The Headphone, criado por Leonardo Drummond da Mind The Headphone.

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