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Uber ignorou repetidas denúncias de assédio sexual, relata ex-engenheira da companhia

A engenheira Susan Fowler, que costumava trabalhar no Uber, relatou em seu blog pessoal casos de assédio sexual que ela e outras colegas sofreram enquanto trabalham na companhia entre 2015 e 2016.

Segundo ela, isso começou já no seu primeiro dia após o treinamento, quando um superior começou uma conversa de tom sexual com ela num chat interno da companhia. Fowler imediatamente tirou prints da conversa e os enviou para a divisão de Recursos Humanos (RH) da companhia.

“Eu esperava que assim que eu o denunciasse para o RH, eles iriam cuidar da situação de maneira apropriada, e então a vida seguiria em frente – infelizmente, as coisas aconteceram de uma maneira bem diferente”, escreve Fowler.

A resposta do setor de RH foi de que realmente se tratava de assédio sexual e que ele estava de fato solicitando que a engenheira fizesse sexo com ele. Apesar disso, eles disseram que essa era a primeira ofensa daquele gerente, e que “eles não se sentiriam confortáveis dando qualquer coisa além de um aviso e de dura bronca”.


Susan Fowler hoje trabalha na companhia de pagamentos online Stripe

Eles ainda alegaram que o superior era um “funcionário de alto desempenho” (ou seja, que recebia notas altas de seus próprios superiores), e portanto, nas palavras do pessoal do RH, eles “não se sentiriam confortáveis o punindo por algo que provavelmente seria apenas um erro inocente de sua parte”.

O problema é que Fowler então conversou com outras engenheiras da companhia, e elas relataram ter sofrido assédio de maneira parecida. Ou seja, o RH estava mentindo, e essa não era a primeira ofensa daquele homem.

Para completar, a engenheira ainda diz que até mesmo fazer denúncias ao RH a colocou em apuros no Uber. Seu gerente a ameaçou por ter feito denúncias ao RH, e disse que ela poderia ser demitida se fizesse isso de novo. Ela imediatamente levou essa ameaça ao RH e ao diretor de tecnologia do Uber, que admitiram que isso era de fato ilegal, mas não fizeram nada para impedi-lo.

No final das contas, o gerente acusado de vários casos de assédio sexual “deixou” a empresa – de acordo com Fowler, ele foi demitido. Apesar disso, nunca foi revelado o que ele fez para que isso finalmente acontecesse.


O CEO do Uber, Travis Kalanick, prometeu uma investigação completa das alegações

Já Fowler foi obrigada a se transferir para outra equipe do Uber para não ter que continuar trabalhando com o homem que a assediou. Lá, ela achou relativa paz e até trabalhou em um livro que esteve entre os mais vendidos do país. Depois das últimas ameaças que recebeu, a engenheira aceitou uma oferta para trabalhar na plataforma de pagamentos online Stripe.

Ao saber da denúncia, o CEO do Uber, Travis Kalanick disse que as atitudes relatadas vão contra “tudo que a empresa representa e no que eles acreditam”. Segundo ele, as denúncias serão investigadas pela nova diretora de Recursos Humanos da companhia, Liane Hornsey.


Liane Hornsey é a diretora de Recursos Humanos do Uber desde o mês passado

Fora os problemas dentro do nível corporativo, o Uber ainda tem contra si acusações de assédios por parte de seus motoristas. São tantos casos que mulheres que usam o aplicativo chegam a precisar criar táticas de defesa especial contra o problema. Casos do tipo são relatados por todo o país, incluindo em Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina e dezenas de outras localidades, chegando a 6 mil reclamações no mundo inteiro.

Fonte: Susan J Fowler | Via: The Verge, NBC, Tech Crunch

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