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Apple Music ou Spotify? Qual entrega a melhor experiência?

Colaboração de Thiago Izoton para o Adrenaline 

Era uma vez uma pessoa que andava com dois serviços de streaming de música no bolso. Dependendo do que ela queria ouvir, abria um ou o outro aplicativo. Essa pessoa sou eu, mas pode ser você. E a ideia de me fidelizar a um dos dois apps que dão título a esse artigo veio da curiosidade (e não nego, para experimentar a comodidade prometida pelo Apple Music aos já consumidores de outros produtos da Apple). Como eu já tenho uma certa experiência com o Spotify, era a hora de testar o serviço de streaming da maçã na vida real, sem ter pra onde correr.

Resolvi começar esse experimento num hiato entre assinaturas de serviços de streaming (as assinaturas do Spotify e do Netflix estavam esperando a liberação do cartão de crédito para voltarem à vida e os três meses gratuitos do Apple Music já haviam acabado). Escolhi a ocasião, também, porque era a véspera de uma viagem e eu queria testar o app en route.

Pois bem, fiz a assinatura do Apple Music (cobrada em dólares, ela fica mais cara que a do Spotify: cerca de R$ 20,00) e excluí o Spotify pra não cair na tentação. Até aí, tudo bem, porque eu já tinha uma certa experiência com o sistema do iTunes (e do antigo Músicas, no iOS). As minhas músicas da biblioteca do iTunes já estavam sincronizadas, mas e as que eu quisesse acrescentar pelo Apple Music? Foi aí que começou a minha via crucis.

Tamanho Importa

A biblioteca do Apple Music não é tão maior assim. Ao tentar reconstruir uma playlist do Spotify no digníssimo, tive uma certa dificuldade para achar algumas das músicas. Encontrei a maioria, mas a maioria não são todas. (Tente procurar “Você Sempre Será”, da Marjorie Estiano, no Apple Music. Se encontrar uma versão que não seja acústica nem ao vivo, me manda o link porque, sim, eu gosto dela.)

Tentei usar softwares que prometem transferir automaticamente todas as playlists de um serviço para o outro, mas admito que não tentei com afinco. Primeiro, porque queria um começo “do zero” no Apple Music e, segundo… preguiça. Nem todos os softwares entregam o que prometem ou simplesmente dão erro e o processo não é nem iniciado (olá, Applefy).

Superando essas dificuldades iniciais, comecei a perceber as características próprias de cada um dos apps. O Apple Music destaca de um jeito bem legal as novas músicas, embora de artistas mais próximos dos que já conheço. Nunca vi tanto Justin Bieber ao abrir um app e nem gosto tanto dele assim (ainda prefiro a Marjorie). O Spotify, por sua vez, me ajuda a descobrir mais artistas novos, o que pode ser uma surpresa agradável no fim das contas, mas isso é gosto pessoal.

O Combo

Quando migrei pro Apple Music, pensei que não teria problemas com o app em um iPhone (tenho um iPhone 6). Errei feio, errei rude! O aplicativo, por vezes, me presenteava com delay na hora de digitar no campo de buscas, músicas que começavam pela metade e erros de sincronização. Não vou nem falar das capas dos CDs que eram alteradas ao bel prazer do app.

O combo iPhone + Apple Music não foi exatamente satisfatório aqui (embora não possa afirmar nada sobre o desempenho do app em outra plataforma). Mas é claro que essa integração nos rende parcerias interessantes (quando funcionam), como poder pedir qualquer das músicas da biblioteca do app pela Siri ou mesmo definir uma música que você não tenha em sua biblioteca como alarme (pode ser até uma daquele Justin Bieber que me surpreendeu ao abrir o app).

Há erros ainda mais comprometedores para o Apple Music, como um no qual ele simplesmente não sincroniza a música ao escolher a opção “Disponibilizar Offline”. Em uma ocasião, não adiantou reiniciar o app, tive de reiniciar o celular. Sem falar de ocasiões nas quais o app é encerrado do nada, sem motivo aparente. Existe, ainda, a insistência do app em querer exibir sua biblioteca de músicas completa (sim, a do iTunes) mesmo que você não tenha um plano de dados para fazer o stream dela. Você pode pedir que sejam exibidas somente as músicas do dispositivo, mas irrita ter de fazer isso sempre que abrimos o app. São problemas pontuais que podem desmotivar muito o usuário que está se decidindo.

Mas não pense que o Spotify é o salvador da pátria. Ele também tem pontos negativos e isso não há como negar. A autonomia de bateria com o Spotify aberto sempre foi triste. Ele parecia consumir muito mais que o aplicativo padrão do iPhone (e isso desde o 5s, em minha experiência). Muito embora tenha uma interface que parece ser mais fluida do que o Apple Music, ainda consegue drenar mais energia do que a alternativa da Apple.

O Spotify também faz um ótimo uso da sua função de controlar a música em outros dispositivos, coisa que só é possível com um aplicativo extra no iPhone (Remote) ao usar o Apple Music e fica restrito a aparelhos da maçã. Mesmo assim, um iPhone não consegue controlar a música de um iPad pelo Remote, por exemplo. Coisa que o Spotify já faz com certa destreza (e sem precisar de outros apps).

Mostra a Playlist?

O pretinho básico do Spotify é ótimo. Caracteriza bem o app, além de ser ótimo pra usar no escuro (não te cega à noite, na cama, com as luzes apagadas). Mas alguns aspectos do app ainda são engessados e poderiam dar mais liberdade ao usuário. Estou falando das imagens das playlists, que ainda são geradas automaticamente com base nas capas dos álbuns da lista em questão.

Ainda assim, o Spotify apresenta uma característica mais social na maneira em que as listas se comportam. São públicas por padrão e qualquer um que acessar seu perfil pode ver, ouvir e segui-las. O app ainda apresenta uma variedade enorme de listas que se adequam (ou tentam) ao momento do dia e aos seus gostos musicais, com uma atenção especial para a lista “Descobertas da Semana”, que muitas vezes parece acertar em cheio nos estilos e ainda sugerir alguns novos artistas.

O Apple Music está perdendo nesse quesito, isso é fato. Porém, ao que parece, suas playlists pretendem ser mais pessoais que sociais. Você pode compartilhar o link com um amigo, claro, mas não há um feed para acompanhar o que eles ouvem, bem como ver suas playlists de modo fácil como no Spotify. Mas, ainda aqui, há pontos onde o app não errou. Fotos personalizadas nas playlists, por exemplo, dão um toque pessoal às listas criadas no serviço de streaming da maçã.

A Apple até tenta, com seus curadores e diversos perfis (Apple Music Pop, Apple Music Hip Hop, etc) apresentar playlists mais diversificadas, mas ainda assim é uma variedade pequena perto da agilidade e da variedade ofertada pelo Spotify.

E aí?

O Apple Music me lembra o serviço de mapas da Apple, quando lançado, comparado ao já renomado Google Maps: muitos bugs, mas, de alguma forma, bom para os usuários da maçã. O concorrente aqui não é filiado ao Google, mas tem influência semelhante aos serviços do gigante de buscas. O Spotify é desenvolto, fluido e além de ter funções inovadoras, como o Running, tem o preço da assinatura em reais. Tudo isso, somado ao fato do Spotify estar disponível (e funcionar bem) em várias plataformas, auxilia muito seu posto de destaque entre os serviços de streaming.

No fim das contas, fica por conta da preferência. O Spotify é mais popular, de fácil navegação e apresenta um serviço mais social. O Apple Music tem integração direta com o iOS (ou seja, Siri, despertadores e iTunes) e tem uma pegada mais pessoal. Os dois têm bibliotecas de tamanho semelhante e preços competitivos, com o serviço da Apple custando um pouco mais. E aí? Qual é o aplicativo que você prefere? 

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